Amor Interceptado - Série End...

Od MariaFernandaRibeir2

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É claro que nenhuma mulher gosta de ser largada na cama após a primeira vez, para o cara te deixar pra sempre... Více

Prólogo
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Epílogo
Próximas histórias e avisos - atualização 2018

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Od MariaFernandaRibeir2

Marianne - passado

Ninguém nunca se preocupou comigo antes, e justo hoje que eu queria que o mundo explodisse todo mundo resolveu se preocupar. O fato de ter decidido que não iriam me machucar mais não muda o de que já estou machucada.

—Você está bem? — uma garota da aula de anatomia me perguntou.

—Tão bem que vou enfiar o bisturi na próxima pessoa que me perguntar isso.

A aula de hoje era sobre o coração. O professor não falou nada sobre o porquê do peito parecer tão apertado quando alguém nos fere emocionalmente. Esperei encontrar um "eu avisei" dentro do órgão, porquê apesar dele ser tarjado como o "burro", não era mais do que eu. Me distraí com o pensamento e cortei minha mão, o que me levou imediatamente para a enfermaria. O cara que estava lá cuidou do corte e me olhou.

—Você foi burra de ter feito isso, vai doer para caramba. — a ambiguidade da frase foi sal na ferida interna que doía mais que este corte.

—Obrigada por só me avisar agora.

Saí de lá e esbarrei em quem? No inferno na terra. A líder de torcida do futebol da universidade.

—Você deu pro Moore?

—Desculpe-me?

—Sexo, você fez sexo com ele?

—Sim, mas...

—Vem comigo. — não me deixou terminar, me levou para uma sala cheia de garotas tristes.

—Gente, essa é a Marianne, a última e principal conquista do Sebastian. Principal porquê ela é feia, não sabe ler, escrever ou fazer contas, ou seja, é inútil. Vamos fazer a Marianne falar o que ela fez então, porque se ela conseguiu, nós também conseguiremos!

Presente

—Eu tive que inventar uma história para sair dali. Elas me fizeram contar os detalhes depois de algumas agressões, e a parte verdadeira gritava e ria de mim na minha cabeça, as notas de dinheiro dançavam diante dos meus olhos, então eu disse que você me pagou porquê queria perder a virgindade, e elas nunca mais falaram comigo.

—Dói demais saber que você passou por isso sozinha, e por minha culpa.

—Eu teria passado de qualquer forma.

—Não com o peso do fardo que joguei nas suas costas. Eu tenho que te contar uma coisa, há uma verdade nessa história. Eu era virgem. Mas não te usei pra perder nada, foi a noite mais bonita da minha vida, o final veio a calhar porquê achei que seria mais fácil pra você seguir a vida sem um cara que não poderia estar quase nunca com você. Nada expressa o tamanho do meu arrependimento. Você sempre foi meu docinho, foi um erro jogar uma calda de limão sem açúcar sobre tudo.

—Nunca consegui ficar com outro cara, tinha medo de ser rejeitada novamente, ou de que apagasse as lembranças boas.

—Só fiquei com a Indiana além de você, uma vez, e nem rolou nada demais. Achei que tentar fazer com outra amiga me faria sentir normal. Me senti pior, e ainda entrei no circo que é a família dela.

Esfreguei minhas costas no peito dele amando o contato, e me perdi no abraço.

—Vocês ainda se falam?

—Você tá brincando? Ela me faz criar um relatório diário sobre o seu estado de saúde, pergunta se você está gostando de morar comigo, se precisa de alguma coisa que só mulheres podem ajudar. Todo. Santo. Dia.

—Eu gosto dela, isso era o que mais me irritava. Eu deveria odiar ela, mas nada permitia que o sentimento entrasse.

—É impossível odiar a Indiana. Acredite em mim, eu já tentei muitas vezes. As pessoas que a odeiam se agarram à motivos inexistentes para fazê-lo. Mas ela sabe deixar alguém irritado, ah, ela sabe.

Senti um movimento forte na barriga e puxei a mão dele.

—Ele está virando, sente só.

Ele ficou quieto, sentiu o bebê e beijou minha cabeça.

—Achei que a melhor sensação do tato era a de conseguir agarrar a bola pra fazer um touchdown, mas eu nunca tinha vivido isso pra confirmar. Você vale mais que um Super Bowl, bebê.

—Você poderá comemorar o seu próximo com ele, se chegar lá. Ele não entenderá nada, mas estará com você.

Ele deu um pulo e levantou.

—Tenho que te mostrar um negócio, só não sei onde está. — falou indo para o closet — Uma fã me deu, achei inútil na época, só que agora sei que vou precisar disso demais. Cadê?

Eu conseguia ouvi-lo abrindo as portas do guarda-roupas, estava com preguiça demais pra ir procurar também, e não sabia o que era, então fiquei como um Buda esperando.

—Aqui! Achei! Marianne Moore, me diga se isso não é a coisa mais fofa que você já viu na sua vida.

Uma calcinha/cueca de bebê vermelha com o símbolo do Chiefs na parte de trás, em branco. Não sabia se ria ou chorava, então fiz os dois.

—Vai ser a primeira roupa dele, vou até deixar na bolsa da maternidade.

—Descobri que tem uma loja disso, e sabe o que encontrei? — um boné infantil com o símbolo do time também, claro. — Já que eu tinha a calcinha, pensei "por quê não ter um boné também?", se eu fosse ter um filho ia querer o uniforme completo. É um pouco grande pra cabeça de um recém nascido, ele não precisa usar assim que nascer.

—E se você for transferido de time antes do nascimento?

—Quanto o Zack te explicou sobre a NFL?

—Nada. Só sei o que é um quarterback, a bola e o gol.

—Por Deus do céu, isso é uma blasfêmia. Ah, meu coração. — ele se jogou numa poltrona, simulando um desmaio.

—Eu sou enfermeira. — o lembrei — Você não me assusta com essas coisas.

—A janela de transferências está fechada. Estamos a algumas semanas do início da temporada, eu não sou free-agent, o que significa que tenho um contrato. Fico aqui por, pelo menos, mais quatro anos. Está bom pra você ou quer que eu estenda o contrato? — brincou.

—Você tem um ano a mais do que eu, portanto vinte e seis. Quatro anos mais, você terá 30. Não é muito velho para jogar?

—O Brady tem 39, quase 40 e arrasa demais. Perto dele eu sou um adolescente, então não, 30 não é muito velho para jogar. Você sabe o que é um touchdown?

—Quando um jogador consegue atravessar o campo do outro time e chega na zona colorida? — arrisquei.

—Com a bola. É um rouba-bandeira com uma bola.

Ele pegou um livro com algumas gravuras para me explicar melhor. Apontou as imagens, leu algumas partes, eu já estava me sentindo o guru do futebol americano.

—O que é in.. ter... cep... tação? — perguntei, meio constrangida pelo medo de ter lido errado. É difícil ler sem ajuda, as letras dançam e fazem cambalhota. Raramente leio algo corretamente.

—Você leu a palavra sozinha?

—Li, está em destaque aqui. — apontei, e ele quase caiu da cama pra me beijar. Estava muito feliz.

—Tenho tanto orgulho de você, Marianne. Tanto, tanto, tanto. Quero ler as coisas com você até a minha última respiração, e te ajudar a escrever até que meus braços não possam fazer isso mais.

Sebastian

Expliquei o que era a interceptação, e ela aprendeu rápido. É muito sagaz. Escolhi outros termos para ensina-la, mas hoje não deu. O avô dela teve uma crise de tosse, e ela foi socorrê-lo. Voltou só quando tinha certeza que ele não ia passar mal durante a noite, e notei o cansaço dela.

—Que tal uma massagem, hm? — sugeri — Nos pés. Sou um bom massagista.

—Você tem que dormir, campeão. Tem treino amanhã.

—Não é tarde ainda, eu posso fazer uma massagem em você, que vai dormir rápido, se te conheço bem.

—Conhece muito bem. Não demore a dormir, a falta de sono atrapalha os reflexos.

Respondi um "eu sei", e apertei pontos específicos dos pés dela, até os sons agradecidos que fazia virarem roncos. Engatinhei para perto dela e dormi muito confortável.

—Sebastian. — a Marianne me balançou — Tenho que ir trabalhar, fica com o vovô pra mim?

—Tá. — puxei a coberta pra cobrir minha cabeça.

—Ele está na sala. — ela disse uma eternidade depois — Eu disse que você está dormindo, e que ele deve ficar sentado sem se mexer, e agora está brincando de estátua. Você pode garantir que ele não resolva parar de respirar?

—Sim, Mary-Ann, eu posso. — me dei por vencido. Ela não relaxaria até que o avô tivesse companhia, e não gosto que saia de casa nervosa.

Sentei ao lado do senhor, e ela pegou a bolsa.

—Você vai como? — perguntei.

—A pé.

—Chama um carro por aplicativo, é mais seguro para vocês dois.

—Oh, eu me esqueço desses aplicativos. Deixei a receita do almoço do vovô na cozinha, se precisar de ajuda me liga.

Ganhei um beijo e ela saiu.

—Ela te ama muito! — o senhor gritou — Está desde que acordou preocupada com você!

—Comigo? — perguntei, engolindo o "eu não sou surdo, não precisa gritar".

—É. Ela escreveu a receita letra por letra e não sabia se você conseguiria ler, tem problemas pra escrever, você sabe, né? E escreveu umas recomendações para você também. Estão na geladeira.

Fui até a cozinha e arranquei o bilhete do imã. Era a receita de uma papinha salgada que a mamãe fazia pra Britt — para o avô dela — e no outro era um monte de "eu te amo". "Eu te amo" foi a última frase que ensinei ela a escrever, e não podia ter amado mais essa recomendação.

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