Me senti estranha depois dessa declaração de Peter. É claro que ele não sabia que era eu, mas ainda assim, era de mim que ele gostava. E o pior, era que eu estava curiosa para saber mais.
— E a quanto tempo gosta dela?
— Indaguei.
— Faz um tempo. — Disse ele, sem tirar os olhos do desenho.
Ele parecia mais a vontade para falar sobre o assunto, mas ainda não olhava para mim.
— O que realmente sente por ela?
— Isso não importa. Eu nunca vou conhecê-la mesmo.
— Isso não é verdade! — Digo em tom um pouco mais alto, fazendo Peter olhar pra mim com uma expressão estranha — Você pode sim, conhecê-la. Um dia.
— Claro. No dia em que ela já tiver filhos.
Se você soubesse que ela esta bem na sua frente, pensei.
— E quanto a Liz?
— Eu gosto dela também.
— Você está confuso?
Peter assentiu, ainda de cabeça baixa.
Ele começou a guardar suas coisas, desajeitado. Ele nem se quer preocupou-se em arrumar os cadernos na mochila, foi logo jogando tudo dentro dela.
— 'Tá tudo bem?
— E-eu tenho que ir. — Disse ele sem olhar para mim.
O que deu nele?
Ao anoitecer, fui até o prédio da Oscorp dar um pequeno recado ao Cabeça de Teia e, surpreendente, ele já estava lá a minha espera. E parecia ter algo em mãos, mas não consegui ver o que era.
— Hey, Teioso! — Chamei sua atenção para mim.
— Pequena Aranha!
— Eu vim te dar um recado. Hoje não poderei fazer a patrulha com você.
— Por que? O que houve?
— Nada demais, só algumas coisas que eu tenho que revisar. Tudo bem pra você?
— Claro, pode ir. Mas vai ficar me devendo.
— Cobre quando quiser.
Cabeça de Teia riu.
— Acho que vou fazer uma visitinha para alguém hoje. Não tenho certeza.
— É mesmo? Quem?
— Uma garota.
De novo, aquela pontada no coração. Que garota seria essa? Bom, eu é que não quero descobrir.
— Acho melhor eu ir — Digo com a voz levemente trêmula — Tchau, Homem-Aranha.