Perfeitamente Quebrados

Oleh LucasBrasilS03

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[Vencedor do Wattys 2017] Capa by @anniectorres Uma infância traumatizante, uma adolescência a ser esquecid... Lebih Banyak

Prólogo
Professor Pedro
Bruna
Quando o amor acaba
O grande dia
Eu e ele
Estou aqui
Problemas
Que horas são?
Família Garcez
*PERSONAGENS*
Reunião de pais
Segredo
Amigos
Olá Anônimo
Café da manhã
Convite
AVISO
Vende-se
O Baile - Parte I
O Baile - Parte II
AGRADECIMENTOS
Um Presente de Natal
NÃO É CAPÍTULO
Booktrailer! *Leia*
Casa de praia
*AVISO* Grupo Whats
*MAIS AVISOS*
Desespero
Acorde!
*ENTREVISTA*
Jantar
Até mais
OBRIGADO
Lar doce lar
Sentiu minha falta?
Wattys 2017
Um Novo Tempo
A gente se vê
Eu voltei
Batman e Alfred
"Relembrar é Sofrer"
À Luta!
LEIA
Irmãos
Teo

O início do meu fim

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Oleh LucasBrasilS03

*ATENÇÃO*

Esse capítulo contém cenas fortes referentes a suicídio, porém quero deixar claro que em nenhum momento minha intenção é incentivá-lo. Pelo contrário, essa história é para mostrar que existem outras saídas, que você é amado. Apenas retrato os pensamentos e sentimentos do personagem. Então peço a você que passa por algum problema do tipo, por favor, NÃO LEIA se sentir-se desconfortável ou vulnerável. E continue até o final do livro para ver a reviravolta na vida de Pedro.

E para quem ficar na dúvida durante algumas partes desse capítulo, não sou ateu não haha mas o personagem não acredita muito. Na verdade, nem eu sei o que ele é.

SUICÍDIO NÃO É A ÚNICA OPÇÃO

Obrigado desde já galera :D Espero que gostem, muitas emoções ainda vêm por aí. 

Como puderam notar, esse capítulo tá acompanhado de uma musiquinha (bem bad) pra deixar vocês no clima.

Deixem seus comentários e expectativas acerca da história. Não sei vocês, mas não vejo a hora do Miguel aparecer! 

Beijooossssss e fui, deixo vocês com o Pedro agora....

--------------------------------------------------

Eu odiava admitir e por mais que eu tentasse me convencer do contrário...eu não estava bem.

Acontece que não é tão fácil como parece seguir em frente.  Deixar de amar alguém do dia pra noite. Depois de tantas memórias, tantas histórias construídas ao lado da pessoa. E então ela parte. E leva com ela um pedaço seu, que talvez jamais seja recuperado, mas quem sabe?

Todavia, eu me esforçava para esquecer. Para parecer bem. Não queria atenção, não queria dar explicações a ninguém. 

Os dias seguintes foram esclarecedores, até mais do que eu gostaria. Vivi minha vida normalmente e não deixei de dar aulas. Entrei em contato com um dos irmãos da Bruna, nos conhecíamos e ele era um cara legal. Se tinha alguém que seria sincero comigo nesse momento, era ele. Foi quando ele me contou tudo e fez questão de deixar claro que não concordava com as ações da irmã.

Bruna estava agora em Santa Catarina com um homem chamado Júlio. E aparentemente eles sempre estiveram juntos, desde o início. 

Ela só me surpreendia, a cada vez mais.

Foi por esse tipo de mulher que me apaixonei? Como pude ser tão ingênuo? Como não percebi antes?

Sam e Leo continuavam me ligando, mas eu sinceramente não queria conversar com ninguém. Nem mesmo com eles. Larissa ainda não havia me retornado então também não insisti, não queria que ela soubesse. E no fundo estava com raiva do seu sumiço repentino. Precisava dela.

Embora eu não seja alguém com moral pra reclamar dos meus amigos. Sou muito difícil, sempre fui. Um poço de drama e problemas. Por isso escolho me afastar das pessoas na maioria das vezes, viver recluso, sem me envolver muito emocionalmente. 

Não é legal se sentir um estorvo sabe? Sentir que você apenas atrapalha a vida das pessoas ao seu redor. Era assim que eu me sentia: um grande peso.

Me machucava, mas assim eu não machucaria ninguém. E cá entre nós, eu já estou em cacos mesmo, mais uma dorzinha não vai me matar.

Nesses dias que sucederam a partida de Bruna, eu estava uma confusão. Não sabia o que sentia. Era exatamente isso, eu não sentia nada. 

E eu não estava assim apenas porque minha noiva me traiu e me deixou. Quem dera fosse só por isso. Mas ia muito além disso. Bruna foi uma mentira. Uma mentira muito linda. Me seduziu, fez-me me apaixonar, disse diversos "te amo", fez juras de amor, provou do meu corpo... Enquanto estava com outro, enquanto amava a outro. Eu era só o amante, o empecilho na sua grande história de amor. 

Concluí então, que eu nunca fui algo real pra ninguém. Nem pros meus próprios pais. Nunca marquei de fato a vida de alguém. Nunca fui necessário. 

Minha existência não fazia diferença no mundo. E ainda assim, eu insistia em existir. Vai entender. Talvez eu fosse covarde demais para seguir os passos de minha mãe.

E mais assustador, talvez eu finalmente a entenda.

Sempre a culpei e a odiei pelo que fez. Por não ter pensado em mim quando decidiu tirar sua vida. Por eu não ser motivo suficiente para ela lutar, para ela continuar... 

Mas talvez eu que não tivesse sido capaz de salvá-la. Meu amor não bastava pra ela, era isso? O que eu significava então?

Ela sequer fazia ideia do que fazia naquele dia? Estava sentenciando um garoto, o seu filho, a uma vida fútil e miserável. Droga, podíamos ter lutado juntos! Eu não teria a deixado como ela fez. Ou teria? Sua dor era tão grande assim ao ponto de os motivos para tirar sua vida serem maiores que os motivos para não tirá-la?

Só sei que não fui o suficiente. E agora, uma onda de nostalgia me invadia. Memórias da minha infância, adolescência vinham à tona. De repente, minha vida toda se tornou um grande quebra cabeça onde cada peça se encaixava. Era até cômico. Depois de tanto pensar, vi que desde que nasci tudo o que fiz foi sofrer. Será que já fui verdadeiramente amado? Pois que eu saiba o amor não abandona. E se isso é amor, eu não quero amar, obrigado.

***

Durante essa semana vivi minha vida normalmente. Fui para as escolas em  que trabalho. Foi tudo incrivelmente normal. Os dias estavam sempre lindos, e as noites incrivelmente vazias. Eu estava vivendo em dois extremos, e essa bipolaridade era demais para minha mente. Eu estava vulnerável.

Eu não sabia o porquê... Eu cansei de tentar entender. 

Melhor dizendo, havia cansado de existir. Mas evitava esse pensamento.

Até que numa noite, os sonhos arrombaram minha mente mais uma vez. 

Pedro? – eu estava deitado numa banheira enquanto uma voz falava a porta. Ao olhar ao redor pude perceber que era o mesmo quarto em que minha mãe e eu moramos. O mesmo banheiro, a mesma banheira, a mesma sensação ruim que senti aquele dia... Então de repente e involuntariamente minhas mãos vão subindo, portando uma lâmina, e iam em direção a meus pulsos. Eu tentava impedi-las, mas aquela vontade era maior que eu mesmo. 

PEDRO!? – gritava a voz do outro lado da porta, que agora tentava invadir desesperadamente aquele banheiro.

As lâminas arranhavam meus antebraços, e o sangue ia se revelando sobre minha pele incrivelmente branca. No entanto, uma sensação de paz me invadia. Um alívio inexplicável, por saber que aquilo estava prestes acabar. E enquanto eu estava ali, apagando. A dona daquela voz finalmente consegue entrar no banheiro.

Era minha mãe. Ela me olhava horrorizada, sem entender o quê e o porquê.

Filho... Por quê... – ela se jogou diante da banheira ao meu lado chorando incontrolavelmente

O sangue assustadoramente vermelho, jorrava de meus pulsos. E eu ia enfraquecendo, minha visão ia se apagando, e minha mãe foi a última coisa que vi até que apaguei totalmente. 

Foi quando acordei. Ironicamente, quando morri no sonho, acordei aqui.

Aquele sonho mexera profundamente comigo. 

Lá estava eu, agora no lugar da minha mãe. Demorei para perceber que eu suava frio e meu coração disparava. Levantei e fui até o banheiro lavar meu rosto, depois fui até a cozinha para beber uma água e tomar um calmante. Eu estava pura adrenalina. E emocionalmente abalado.

Eram só 4h15 da manhã. Não consegui mais dormir. Aquele sonho dominava meus pensamentos.

Foi assim que minha mãe se sentira? Aliviada? Em paz?

Era horrível imaginar algo assim.

No entanto, tudo isso, esses dias, esse sonho, esses pensamentos mexeram comigo mais do que pensei.

E de repente, ali sozinho, um só com o escuro. Fui tomado por um grande vazio. Subitamente, milhares de motivos vieram a minha mente. Vários motivos para fazer aquilo. Naquele momento, pareceu o certo a se fazer. Não sei explicar, apenas... deixou de ser algo tão assustador.

Ainda confuso e suando frio, corri para o banheiro, tropeçando em tudo pelo caminho. Onde estava!?

Droga, naquela hora me odiei por odiar remédios, eu quase não os tinha.

Desesperado, sem entender exatamente o porquê de meu desespero. Peguei a caixa de remédios em meu banheiro, sentei na cama e comecei a revirá-la, em busca de algo. Algo forte o bastante. Com efeito rápido e indolor. Talvez eu me arrependesse depois, mas depois, eu não estaria vivo para me arrepender.

Aproveitei o calor do momento, por algum motivo de repente ganhei coragem. 

Achei. 

Olhei para aquele frasco de remédios.

Lembrando de quando criança, observei minha mãe morta com um desses em mãos.

Aquele troço havia a tirado de mim pra sempre. Havia levado a única coisa no mundo que eu amei de verdade, a única pessoa que me entendeu, que me amou, que me proporcionou os meus únicos momentos de felicidade que me recordo.

Então comecei a chorar. Aquele momento ia muito além do que parecia. Eu encarava o frasco, tão atraído, e só então pude entender minha mãe.

Todo esse tempo eu a culpei...

E agora eu estava prestes a fazer o mesmo que ela.

Eu a entendia. E ali mesmo eu a perdoei, e um sentimento de liberdade me inundou.

Abrir o frasco, joguei alguns remédios na palma da mão. 

"Covarde", minha mente dizia.

Era a minha sentença de morte. O fim.

Eu não iria ser mais nenhum incômodo na vida de ninguém. Não viveria mais torturado por esse sentimento constante de nada. Não teria mais culpa, nem tristezas, nem dor... Nem...

Olhei para minha mão e decidido joguei aqueles comprimidos em minha boca e me deitei. 

Não demorou muito.

E nos meus últimos momentos fiz uma oração.

–Se há alguém aí em cima... E se você me quer vivo... então me salve, me dê um sinal. Um motivo para lutar, para viver. – clichê eu sei. Mas precisava saber que eu havia tentado, recorrido a Deus. Assim, o que acontecesse em sequência seria o certo a acontecer. "A vontade de Deus" como alguns chamam.

Fechei os olhos e sorri.

"Mãe, estou chegando..." 

Eu falava mentalmente enquanto as lágrimas escorriam sem parar pelo meu rosto e meu coração lentamente parava.




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