— Vamos Gwendolyn, mais rápido. — Disse o professor impaciente.
Estávamos em uma exposição no prédio da Oscorp, onde os estagiários mais avançados mostravam seus projetos. Alguns eram bem complexos e outros nem tanto como, por exemplo, as aranhas modificadas. Eu não sabia bem para o que elas serviam, mas confesso que eram bem legais.
— Gwen? — Alguém chamou minha atenção.
Era Peter com sua câmera fotográfica.
— Oi, Peter.
— Posso tirar uma foto?
— Das aranhas?
— Sua. Q-quero dizer, de você com as aranhas. Para o jornal da escola. — Diz ele meio sem jeito mostrando sua câmera fotográfica.
Não pude evitar sorrir. Incrível como ele ainda ficava sem graça mesmo nós dois sendo melhores amigos agora.
— 'Tá, lindinho. Quer que eu fique aonde?
— Pode ser do lado mesmo.
Me posicionei do lado do vidro das aranhas e dirigi um sorriso doce a câmera. Depois que Peter tirou a foto, senti uma dor aguda vindo de minha mão e, olhando bem, parecia ser uma picada.
Resolvi não ligar muito e continuei a ver a exposição. Era tão pequena, como essas domésticas, que eu acabei não me importando com aquela picadinha. Mas a aranha acabou morrendo. Olhei para a caixa de vidro onde estavam as outras e vi a mesma espécie que me picou. Ela era tão bonita, fiquei meio que hipnotizadas olhando para elas. Até que a voz do instrutor me chamou a atenção; voltei para perto de Peter.
— Desde quando tira fotos para o jornal da escola? — Tentei puxar assunto.
— Na verdade, eu só estou fazendo isso hoje para ajudar as meninas — Ele diz sem me olhar nos olhos.
— Peter, vem ver esse projeto aqui! É muito irado! — Disse Ned um pouco mais atrás.
Peter ignorou o amigo e começou a mexer em sua câmera.
— Essas fotos ficaram horríveis. As meninas do jornal vão me matar — Resmungou.
— Deixa eu ver. — Peguei a câmera das mãos dele e comecei a ver as fotos uma por uma — Estão incríveis, Peter.
— É mesmo?
— Claro, olha.
Peter olhou para as fotos, ainda um pouco distante de mim. Mas tinha um sorriso no rosto.
Eu ainda vou tirar essa timidez dele.
Nosso momento fofinho acabou quando Max, a estrela do time de basquete, se intrometeu no nosso meio. Ele literalmente entrou na frente de Peter, afastando-o.
— E aí, Gwen? — Disse ele com aquele maldito sorriso.
— Oi, Max. — Digo sem animação.
— Sabia que você é a garota mais bonita que eu já vi?
— O que você quer?
— Ajuda com o dever de biologia.
— Hm... — Deixei minha cabeça cair levemente para o lado, parecendo pensativa — O que eu ganho com isso?
— O que você quiser, gatinha.
— Diz ele se aproximando mais de mim.
— Vou pensar no seu caso.
Me aproximei de Peter e peguei-o pelo braço, fazendo com que ele ficasse o resto da exposição comigo. No final da exposição pude voltar para casa sem ter que esperar o ônibus da escola. Mas a verdade é que eu não fui para casa.
Resolvi andar mais um pouco para pôr as ideias no lugar. Culpa daquelas aranhas...
Ao caminhar por uma rua movimentada, percebi que as pessoas olhavam para cima com uma certa euforia.
— Homem-Aranha! — Gritou um garotinho apontando para cima.
Realmente era o Cabeça de Teia.
Ele pulou de um prédio bem alto, fixando sua teia em um poste de iluminação e ficou de cabeça para baixo. Continuei andando, até que em determinado momento tive a sensação de ouvir uma voz dizendo "cuidado!", e em apenas alguns segundos, eu estava no terraço de um prédio.
— Q-que aconteceu?! — Perguntei atordoada.
— Você está bem?
Olhei para a pessoa a minha frente. Oh meu Deus, é ele!
— Consegue me ouvir? Eu sou o Homem-Aranha.
Eu não conseguia dizer nada. Ele se aproximou de mim e colocou suas mãos em meus ombros, aparentemente me examinando.
— Não se machucou, não é? Eu posso te levar para o hospital, se quiser.
— Estou bem.
— Tem certeza?
Assenti, tentando me recompor do susto.
— Acho melhor te levar para casa, então.
Cabeça de Teia atirou uma de suas teias em um prédio próximo e passou o outro braço por volta de minha cintura, jogando nossos corpos logo em seguida.
(A lista de personagens vai estar no meu livro Dear Diary)