A tristeza era algo que estava misturado com o ódio no interior de Charlie.
Arrependimento? Nenhum. Pode ter sido uma loucura aceitar Jason, porem foi a melhor coisa que ele poderia ter feito em sua vida.
Nada fazia mais sentido na vida dele. Seu coração havia sido arrancado e pisado,um certo desejo lhe dominava,os cortes não faziam mais efeitos, a dor que antes o aliviava não era mais nada,absolutamente nada!
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Andando calmo ele desce as escadas de sua casa, passa pelos seus pais e os cumprimenta:
—Bom dia,como está meu querido pai?!
—Estaria melhor se você não existisse! —Terry responde seco para seu filho.
O garoto nem liga. Apenas vai embora e segue seu rumo solitário, seu irmão tinha ido para a casa de sua vó para ajuda-la em algumas coisas. Isso significava que estaria sozinho, melhor assim.
Ao chegar na escola ele se depara com o portão de ferro,respira fundo e segue seu caminho. Chegou atrasado propositalmente. Bate na porta e é recebido pela sua professora de história,uma velha dos cabelos grisalhos e baixa. Ele entra e senta em seu lugar vazio. Arruma seu material calmo, por acaso uma certa pessoa, ou melhor dizer, uma garota estava do seu lado,ele se vira e sorri para ela que não compreende a ação ocorrida.
—Olá Andy! Está perfeita hoje!
—O que deu em você garoto suicida?
—Alegria!
Ele volta sua atenção para o quadro. Deixou ela sozinha totalmente confusa. Vê-lo feliz não estava nos planos dela e dos outros.
A aula foi calma. Charlie permaneceu instável. Não dava ouvidos as provocações e zombarias, apenas respirava fundo enquanto Jason afirmava que esta seria a última vez que ele sofreria. Tudo acabaria.
A professora se retira da sala ao ser convocada pelo diretor. Assim que ela passa pela porta Charlie em fim resolve por em ação o plano que tinha em mente.
Andy se levanta e vai ate sua mesa, Henry a segue e fica do lado dela.
—Então querido, posso saber o motivo de tanta felicidade? Será por que agora você tem atenção de todos aqui?—Pergunta tentando menospreza-lo.
—Isso não é dá sua conta! E também quero que saiba que eu não preciso da atenção de uma vadia igual você!
—Seu desgraçado, como ousa falar com ela assim?!—Se intromete Henry cheio de ódio.
—Dane-se! Não pedi a opinião de um idiota igual você que só sabe ficar atras de uma vadia igual ela tentando levar pra cama!
Henry fica cego de raiva e acerta um murro em Charlie. Sangue escorre de seu lábios, ele apenas ri e lambe o próprio sangue, devolve outro belo murro em Henry. Andy entra na frente para tentar para-lo mas Charlie agarra seus cabelos e bate sua cabeça contra a parede à deixando inconsciente. Alguns alunos tentam sair mas antes que fizessem isso Charlie tranca a porta e arranca a chave.
—Por que vão sair? Não querem ver a surpresa que fiz para vocês? —Ambo gira as chaves em suas mãos sorridente.—Como são meus amigos irei dar um presente para vocês, algo que nunca viram em suas vidas mesquinhas! Prometo que irão amar!
—Seu idiota! —Grita Henry se recompondo. —O que pensa que está fazendo?
—Eu? Nada demais! Apenas devolvendo tudo que me fizeram,apenas uma vingança!
Os outros jovens tentam fazer alguma coisa mas não fazem nada, temeram por Andy que estava sob o domínio de Charlie, e pela expressão dele a bondade e medo não existiam mais em seu coração, apenas ódio e sede por sangue.
—Não se preocupem, será rápido! —Ele caminha até sua bolsa puxando Andy desmaiada pelos cabelos. Retira um frasco grande de gasolina que havia retirado do carro de seu pai.
—O que você vai fazer com isso hein? —Sophie, uma amiga de Andy grita apavorada.
—Não sei se sabe mas a melhor maneira de se livrar de um lixo é queima-lo!
Assim que termina ele abre o frasco e despeja pela sala deixando molhar ate mesmo alguns de seus "amigos".
Tentativas de abrir a porta foram jogadas foras quando se notou que não haveria escapatória. Gritar por ajuda era a única saída. Henry foi para cima de Charlie tentando para-lo, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa levou um murro em seu rosto. Charlie fita ele por um momento, sorri e se despede docilmente:
— Adeus meu amigo! Faça bom proveito da morte,não se preocupe, irei cuidar da sua garota!
Foram as últimas palavras que ele ouviu antes de Charlie riscar um fósforo acendendo uma chama.
A cena de ver aquele ponto de fogo cair passou lentamente pelos olhos de todos, a aflição ao ver uma enorme chama se acender. Muitos gritavam assustados, não sabiam o que fazer, seus corpos eram consumidos pelas chamas. Fumaça entrava pelas suas narinas. A última visão de Henry antes de ser totalmente queimado foi Charlie quebrar a janela e fugir com Andy em seus braços, apenas isso e seu corpo foi transformado em cinzas.
Funcionários tentaram ajudar mas quando conseguiram arrombar a porta todos os alunos já estavam mortos, todos sem vida e totalmente queimados.
Pais foram convocados, todos incrédulos. Não podiam acreditar que seus filhos haviam morrido, Elisa e Terry procuravam por Charlie mas nenhum sinal,ao ver tantos corpos carbonizados o seu coração se apertava só de imaginar que seu filho poderia estar da mesma maneira.
Mal sabiam que os dois jovens não encontrados estavam longe, em lugar aonde só havia Andy e a alma rancorosa de Charlie. Apenas os dois para um acerto final de contas.
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