Clássicos do Hockey

By raiperosini

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Uma mistura de Clássicos do Hockey com os Clássicos do Rock. Tudo começou com uma súbita vontade de escrever... More

Sweet Child O' Mine
You Give Love a Bad Name
Losing My Religion
Come As You Are
All My Love
Something
The Chain
The Final Countdown
• Halloween •
Thriller
In A Darkened Room

Holding Back The Years

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By raiperosini

Não.

Maja cruzou os braços, enquanto Alex continuava com aquele sorriso irritante no rosto e estava ridiculamente maravilhoso com aquele terno. Ela até perdia a linha dos pensamentos quando ele enfim estava bem a sua frente com a mão estendida.

Depois de anos.

Longos anos.

Seu ex-namorado estava ali, lhe chamando para uma dança e a primeira coisa que ela fazia era dizer "não".

– Eu não vou dançar com você – repetiu, porque ele parecia ainda não ter entendido esse ponto.

– Vamos lá, Maja, você sabe que essa sua cara emburrada não funciona comigo – ele argumentou.

Ela suspirou alto, mostrando claramente o quão inconformada estava, segurando a mão dele e se levantando da cadeira. Arrumou o vestido longo com a outra mão e o acompanhou até a pista de dança.

– Podia continuar fingindo que não me conhecia, estava se saindo ótimo – ela disse baixinho, talvez quisesse que ele de fato não tivesse a escutado, mas ele escutou.

Alexander continuou segurando a mão dela, ao passo que a outra descansou em sua cintura e começaram a dançar no ritmo lento da música.

– Eu não estava fingindo nada, Maj – contestou, perto demais do ouvido dela. – Eu não tirei os olhos de você em momento algum e isso já estava ficando ridículo.

– O que estava ficando ridículo? – Ela se afastou o suficiente para encarar os olhos claros dele.

– Essa guerra fria que aparentemente não tinha finalidade, contei todas as vezes que nossos olhares se encontraram e só na igreja foram 21 vezes – explicou.

Maja balançou a cabeça derrotada voltando a se aproximar, quase encostando seu queixo no ombro dele. Queria muito fazê-lo, mas de alguma forma ela sentia como se não conhecesse mais aquele Alexander Wennberg.

Ele claramente não era mais aquele garoto de cachinhos dourados, espinhas no rosto e sorriso torto que ela havia conhecido no colégio. Isso estava na sua cara. Alex não havia só crescido e mudado fisicamente, ele tinha amadurecido, aprendido a se virar sozinho em um país que não era o dele e acima de tudo tinha alcançado um dos seus principais sonhos.

Alex não se parecia mais com o garoto inseguro e sonhador de antes, mas sim com um cara que sabia muito bem o que estava fazendo.

Mas era hipocrisia de Maja dizer que ele estava diferente, porque ela também estava. O que tinha aproximado bastante os dois era o fato de serem muito parecidos, nenhum dos dois faziam o tipo popular na escola e tinham mais sonhos do que poderiam contar.

Ele queria ser jogador profissional na NHL. Ela queria ser modelo.

Todos os planos feitos para um futuro onde os dois estavam juntos, antes de namorados, foram amigos e confidentes. Era quase um conto de fadas perfeito, porém a vida acontecia e no mundo real o "felizes para sempre" sequer existia. Em um piscar de olhos Alex estava indo embora, se tornou um jogador de destaque dentro dos Blue Jackets e construía a sua vida nos Estados Unidos, com várias milhas, montanhas, florestas e um oceano de distância.

Por outro lado Maja Hedlund não havia ficado para trás, tinha se tornado uma modelo de peso na Europa e realizava aos poucos o sonho de viajar pelo mundo.

Ela continuara sonhadora, no entanto.

Era o casamento de Oscar Dansk, um amigo em comum de ambos e os dois não puderam – nem se quisessem – negar o convite. Maja ainda tinha se tornado bastante amiga de Tuwe e seu convite veio com um presente especial, aquele que todas as madrinhas de casamento ganhavam.

– É claro que o Alex ia dançar com uma das madrinhas – uma voz conhecida chamou a atenção dos dois e Maja olhou para trás, acordando de sua nostalgia.

Então os dois pararam de dançar para dar atenção ao casal, onde um tinha o rosto familiar e a outra um rosto popular.

– Fiquei me perguntando se Lindholm ia me chamar para dançar, então vi que ele estava muito bem acompanhado pela nova campeã mundial de tênis – Maja brincou e Joan escondeu o rosto no ombro do namorado.

– Ela ainda fica sem graça ao ouvir verdades – Elias riu. – Jo esse é o Alexander e a Maja, Alex e Maj essa é a Joan.

Todos foram devidamente apresentados e por sorte Joan não perguntou como se conheceram, a tenista foi bastante simpática com eles antes de Elias arrastá-la para conhecer os outros amigos que também faziam parte do Alterno Classic, que era um evento beneficente importante que acontecia todo ano na Suécia e tinha se tornado o encontro anual deles. Pelo menos era isso que fora explicado de forma sucinta para Joan e Maja, a segunda, no entanto, havia conhecido Elias pelo Alex, mas porque ambos jogaram no Campeonato Mundial Junior de Hockey.

Não era impressão que todos os jogadores suecos da NHL se conheciam e todos eles apoiavam muito uns aos outros.

Maja queria aproveitar que foram interrompidos para fugir, mas Alex foi rápido e segurou o braço dela antes que se afastasse.

– Você não vai fugir de mim de novo – disse e ela olhou feio para ele.

– Me solta, Alexander – pediu com a voz firme. – Você pediu por uma dança, já dançamos, agora me deixa em paz.

A loira caminhou até a mesa onde a sua amiga estava, usava um vestido rosa que era padrão das madrinhas e sentia uma vontade forte de chorar do nada. O que era puro engano porque ela sabia que o motivo dos seus olhos marejados e nariz ardendo tinha nome e sobrenome.

– Toma – Eleonor entregou uma taça de champanhe para a amiga e ela agradeceu antes de tomar o conteúdo todo. – Eu vi que você foi dançar com o Wenny.

– Foi sufocante – confessou, sentindo uma lágrima descer e passou a mão pelo rosto antes de respirar fundo. – Ele insistiu na dança porque segundo ele estávamos em uma guerra fria...

– Guerra fria? – Leo perguntou.

– Troca de olhares e eu não tiro a razão dele porque desde que eu o vi com aquele maldito terno realmente não consigo tirar os olhos – falou tudo de uma vez só e Eleonor riu.

– Vocês são impossíveis – balançou a cabeça, soltando uma risada, e Maja franziu a testa sem entender.

– Como assim?

– Não sei, Maja, durante todos esses anos eu tenho certeza que vocês nunca se superaram. Ele teve um único relacionamento sério além de você, que não deu certo por sua causa, mesmo que indiretamente, você também não conseguiu ir em frente com ninguém. Por favor, deixa esse orgulho de lado! – quando Leo terminou de falar, Maja teve certeza que a amiga realmente sabia muito mais do que falava com ela antes, talvez uma vantagem de ser amiga de ambos por terem todos estudado juntos.

– Eu não sabia que ele terminou por minha causa – Maj comentou em um fio de voz.

– Ele continuava te acompanhando em todas as redes sociais, sempre que ligava perguntava de você e essas coisas. Alex sempre se importou.

– Deus, eu não sei se o odeio ou o amo – ela pareceu imersa em constatações e Eleonor passou um braço por seus ombros.

– São dois sentimentos extremos, você não acha? – disse com um sorriso e Maj cerrou os olhos. – Uma linha muito tênue e todo aquele clichê, você e o Alex são tão compatíveis que chega a ser cômico.

– Não vou nem perguntar o que isso quer dizer – desistiu de compreender.

Maja pegou outra taça de champanhe e Leo viu quando Alexander saiu da tenda em direção ao jardim da casa, onde estava acontecendo a festa de casamento de Tuwe e Oscar, com o celular no ouvido.

– Maj, tem como você ver pra mim se André está no jardim? – perguntou e Maja olhou para ela sem entender. – Os meus pés estão doendo muito pra levantar daqui.

– E por que eu iria até o jardim só pra chamar o André? Daqui a pouco ele aparece aqui, ele não sossega mesmo – Maja rebateu e Leo revirou os olhos.

– Por favor, é só pra chamar ele rapidinho e eu acho que você precisa tomar um ar também, seu nariz ainda tá um pouco vermelho.

Maja pareceu ponderar o pedido e se deu por vencida, se levantando e antes de ir para o jardim olhou para a amiga novamente.

– Que fiquei claro que você e Burakovsky estão me devendo essa – Leo deu de ombros, nem queria falar nada com André porque Maja estava certa, ele eventualmente ia passar por ali.

E ele era o último que fechava o grupo de amigos com 22 anos: Alexander, André, Elias, Leonora e Maja.

Sendo que dois dos relacionados se envolveram mais que o indicado.

Maja andava quase aos tropeços pela grama do jardim procurando por um André que não estava ali, mas encontrou alguém que ela não queria ter visto tão cedo, quem sabe na hora da despedida para nunca mais de novo.

Alex falava ao telefone enquanto ela tinha paralisado, queria voltar e fingir que não tinha visto nada, mas então ele a viu ali ainda tentando fazer seus pés funcionarem.

– Depois eu falo melhor com você, Will – ele disse, enquanto encarava os olhos azuis tão claros quanto o céu naquela tarde dela.

– Me desculpa, eu não... – Maja abriu a boca para terminar de falar, mas ficou desconcertada em ter sido pega. – Não queria interromper, eu estava procurando o Burkie.

– Tudo bem, era o Will, ele não pode vir então ligou para saber como tudo está indo – Alex falou e ela balançou a cabeça, ainda sem graça.

– Karlsson? – ela perguntou e ele concordou com a cabeça. – Eu vi que ele é o seu melhor amigo por lá, eu acho isso incrível porque assim não é tão solitário.

– Você viu? – ele sorriu de lado e Maja riu, colocando uma mão no rosto envergonhada.

– Eu te acompanho pelas redes sociais sempre que posso, fico feliz em saber que você está indo bem – confessou e então ele abriu aquele sorriso onde não só suas covinhas ficavam evidentes, mas seus olhos pareciam sorrir junto.

Maja achava aquilo totalmente adorável e por um instante pensou que aquele Alex a sua frente ainda era o seu Alex.

E se parasse para pensar bem, aquela era uma versão melhorada do seu ex-namorado. Agora com o corpo mais definido, a voz ainda mais grossa, a barba bem feita e uma cara de homem que a fazia repensar a vida.

Somado ao sorriso de tirar o fôlego ela estava muito bem com aquela visão.

– E você está linda – ele disse e Maja sorriu. – Era modelo antes mesmo de se tornar uma.

– Eu me lembro bem de ver também que se você não fosse jogador tentaria a carreira de cantor country nos Estados Unidos – Maja comentou e Alex riu.

– Claro, eu cantaria Sweet Home Alabama pra você – ele brincou e Maja secretamente desejou que ele realmente tocasse e cantasse para ela, tinha quase certeza que ele também era bom naquilo. – Mais o que você andou vendo sobre mim?

Hum – Maja fingiu pensar. – Você perdendo um dente em um jogo definitivamente é um vídeo que eu revejo sempre.

– Revelações, huh?

E por vários minutos eles caminharam pelo jardim, passaram pelo grande chafariz e voltaram para onde acontecia a festa conversando sobre tudo um pouco, como se Alexander não tivesse medo de se aproximar dela novamente e Maja não tivesse​ o evitado e até chorado por sua causa.

Até agora ele não fazia a menor ideia de onde saiu os 20 segundos de coragem insana para chamá-la para dançar e ainda insistir naquilo, mas no fundo sabia que Maja ainda era o seu refúgio, assim como ele era o dela.

Oscar – o noivo – era um grande fã dos clássicos como Mariah Carey e Céline Dion, então não foi novidade quando essas baladas passaram a tocar na pista de dança e Maja encarou Alex de uma forma diferente no momento que a banda ao vivo passou a cantar Holding back the years do Simply Red.

Alexander pareceu entender que dessa vez a dança seria bem vinda. Não era como se tivesse uma necessidade absurda de tê-la perto por alguns minutos através de um pedido de dança que não tinha cabimento e aparentemente não fazia sentido.

Ele segurou a mão dela e trouxe para si com cuidado, Maj se aproximou o abraçando e deixou ser guiada pelo ritmo da música. Fechou os olhos quando os braços dele estavam ao seu redor, focou na fragrância do perfume dele para não pensar demais. A única coisa que ela queria ali era apenas sentir.

Por outro lado, Alex também não estava pensando muito quando deixou um beijo casto no pescoço dela e viu toda a sua pele se arrepiar. Mas se surpreendeu quando foi ela que deslizou o nariz por sua mandíbula e lhe deu um selinho lento em sua boca, por não estar esperando por aquilo demorou um pouco a assimilar, e quando ela fez menção de se afastar, ele enfim reagiu.

Era inexplicável aquela sensação de pertencimento, como se duas bocas fossem feitas para se beijarem e fosse um erro terrível terem que se separar em algum momento. Era como uma nova experiência para Maja, beijar os mesmos lábios que beijava anos atrás, mas ainda assim era como se fosse a primeira vez. Sem comparação.

A música havia terminado e outra começado, os beijos, no entanto, estavam no estado que existia entre o início e o fim de algo. Como a história deles: não estava na linha de partida e muito menos na linha de chegada. Estava longe de terminar, exceto pela falta de ar e a necessidade de se respirar.

– Leo me contou da proposta que você recebeu para ir pros Estados Unidos – Alex limpou a garganta, um pouco receoso por tocar naquele assunto. – O que eu acho incrível porque você merece muito e não vai precisar fazer isso sozinha.

– O que você quer dizer? – Maj abriu os olhos, franzindo a testa já imaginando onde ele queria chegar.

– Você pode ficar na minha casa e fazer todas as avaliações, ou sei lá como isso funciona... Claro, se você quiser – ele falou, estava pisando em ovos por ali e tinha medo de que ela se afastasse novamente, mas precisava tentar. – Isso vai parecer precipitado, mas a verdade é que tudo hoje soou precipitado, não é? Eu não tenho semanas, só tenho um dia, horas, o agora e eu preciso de você – confessou.

– Alex... – ela sussurrou, se antes não queria pensar, agora a sua mente estava a mil.

– Foram anos até que eu tivesse a oportunidade de ter nos meus braços de novo e dessa vez eu não quero deixar isso pra lá, ainda mais quando podemos fazer isso dar certo outra vez. Pensa nisso, Maja.

Ela passou segundos olhando para os olhos dele, tocou o seu rosto e o acariciou lentamente. Vê-lo fechar os olhos e engolir em seco, fez com que ela se aproximasse de novo e beijasse os lábios dele. Era intenso como aquele momento, um queria se agarrar ao outro como se aquela fosse a última vez.

E seria.

– Há um milhão de razões para dizer não... – ela disse quando o beijo foi quebrado.

Alex a abraçou forte antes mesmo que ela terminasse a frase, ela fechou os olhos com força, respirando fundo quando o puxou para si, temendo se certificar do que realmente significava aquele brilho nos olhos dele: eram lágrimas. Então ela sorriu, tanto para tranquilizá-lo, quanto para acalmar o seu próprio coração.

– Mas só uma vez.. – Maj tentou de novo. – Vamos apenas dizer sim.  

🏒

Gostaria de iniciar a parte mais divertida de postar os contos - e gifs - pedindo perdão ao Will. Alex não existe sem Will e eu fui um pouco negligente com esse brotp nesse conto. Me perdoa Will, prometo que vou compensar depois <3

VIVA A SUÉCIA!

E viva ao maior número 10 que a NHL já viu!

Alexander Wennberg | Columbus Blue Jackets

Você quis dizer: deus da Grécia que nasceu na Suécia

(um bônus pra quem tem curiosidade)

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