All I Know

By Semiharmonizer

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Parecia que iria ser simples. Afinal, elas se amam. O amor deveria ser sempre o suficiente, não é? Então, por... More

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21 - epílogo

Prólogo.

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By Semiharmonizer

HEEEY MINHAS ESTRELINHAS. OI! OLHA EU AQUI. SEGUNDA TEMPORADA DE IKWIK.
E oi, você, se você clicou aqui do nada, nem sabe o que é IKWIK, tem problema não, pode continuar lendo isso mesmo se não quiser ler a segunda temporada. Isso aqui é novo.
E para quem leu IKWIK, bem vindos de volta. A fic se passa seis anos depois do epílogo. Eu sei muito tempo. Vai ter flashback? Vários. Mas, vamos focar primeiro na realidade da vida deles agora.

O prólogo e o primeiro capítulo são importantes para entender como é a vida de Camren. E depois, a gente traz todo mundo de volta para saber como estão. Feito?

Aproveitem.

*--*

Pov Camila Cabello-Jauregui.

Soltei um longo suspiro, deixando um leve sorriso enfeitar meus lábios, quando Lauren entrelaçou nossas mãos, para andarmos pelo nosso parque preferido de Miami. Seu polegar acariciou levemente a palma da minha mão, enquanto nossos olhares estavam atentos no playground em que nos aproximávamos.

— Precisa mesmo ir trabalhar hoje? — ouvi a voz quase manhosa da minha esposa, e sorri fraquinho em sua direção, enquanto nos sentávamos em um dos bancos que nos davam ampla visão dos brinquedos ali.

— Tenho, meu amor, é uma cirurgia com a Lexie, e já está marcada há um bom tempo — respondi, a vendo fazer a mesma careta adorável de quando não queria que eu fizesse algo — Mas eu prometo que não será tão longa, no máximo quatro horas — garanti, a vendo assentir meio a contragosto, antes de virar o rosto para um dos brinquedos.

— Dimitre! Tome cuidado! — disse alto, para nosso filho, que como sempre, queria correr mais do que suas perninhas.

— Sabe que ele não vai ouvir — comentei, rindo, vendo meu garoto diminuir os passos, para em seguida voltar a correr.

— Claro, graças aos seus óvulos, ele herdou todo esse seu gene agitado e desastrado — ela provocou, me fazendo a encarar chocada.

— Assim eu fico ofendida — entrei na brincadeira, a vendo rir baixo, aproximando seu corpo do meu — Podemos sair para jantar quando eu chegar — sugeri, a abraçando de lado, deixando que deitasse a cabeça em meu peito.

— Na verdade, mamãe me chamou para jantamos lá — me avisou, calma — É a semana do Chris com a Hayley, então, eles estarão lá e o teu filho já estava se queixando de saudades da prima.

— Eles se viram há dois dias! — lembrei, soltando uma risada, olhando rapidamente para onde meu filho estava, subindo no escorregador, um pouco desajeitado.

– É, mas não se desgrudaram durante todo o inverno, é óbvio que agora eles vão querer ficar juntos — Lauren respondeu sábia — O que me lembra, temos que visitar Dinah e Normani.

— Elas ou o Seth? — provoquei, rindo baixinho, sabendo bem o motivo pelo qual minha esposa queria ir lá — Vai acabar deixando Zendaya com ciúmes.

— É, definitivamente, ela vai ter ciúmes do irmão mesmo, não de mim — brincou, rindo de leve — Espere, com quem Dimitre está conversando?

Encarei o playground à minha frente, encontrando rapidamente meu filho, com sua camiseta amarela vibrante cheia de minions.

Plenos 2031 e meu filho ainda ama um filme de quando eu era uma adolescente.

Dimitre parecia bem animado em ter feito uma nova amiguinha, já que a puxava para irem à gangorra. Observei quando os dois pararam em frente ao brinquedo, sem conseguirem subir. Quase ri pela sensação de ciclo completo assim que Dimitre se virou, nos procurando e acenando para que fôssemos até lá.

— Eu vou — me ofereci, me colocando de pé.

— Vou com você — ela disse, também se colocando de pé — Quais são as chances de isso acontecer? — perguntou, enquanto caminhávamos até nosso filho e sua nova amiga.

— Se refere ao fato de termos no conhecido aqui e termos ido naquele mesmo brinquedo e minhas mães nos ajudarem? — questionei, o sorriso divertido dançando em meus lábios.

— Uma boa memória para 33 anos — me provocou, mas eu apenas ri, já que já estávamos perto o suficiente para nosso filho vir correndo em nossa direção, se jogando contra minhas pernas.

— Mama! Mama! Ajuda eu?

Não evitei o sorriso largo que rasgava meu rosto. Era sempre uma sensação de amor sem limites quando eu via meu filho me chamando. Usando a doce vozinha que ele possuía. Os olhos mais puxados para os meus. O nariz de Lauren, e a mesma pele branca dela. Mas não dava para negar, ele era uma mini cópia masculina minha.

— Claro, buddy, não vai me apresentar sua amiguinha? — perguntei com o sorriso ainda no rosto, me abaixando para ficar na altura dos dois.

— Essa é a Mama, e essa é a Harper — Dimitre disse, apontando para nós, eu sorri para a garotinha loira que sorriu de volta para mim, acenando — E aquela é a Mommy — Ele apontou para Lauren, que fez o mesmo que eu.

— Muito prazer, Harper — falei, carinhosamente — Querem brincar na gangorra então!? — perguntei animada, rindo ao ver os dois gritarem sim — Certo então, que tal se você se sentar ali no que já está abaixado e eu coloco Dimi no de cima? E ajudo vocês a brincarem?

Harper correu e já se sentou, e eu peguei meu filho no colo que deu um grito animado quando o coloquei sentado no alto. Vi minha esposa se aproximar do lado onde Harper estava, para fazer a força que mexeria a gangorra daquele lado. Empurrei meu lado, sorrindo pelo gritinho animado da garota ao ficar por cima. Para em seguida Lauren abaixar aquele lado, fazendo dessa vez com que Dimitre ficasse em cima.

Ficamos nisso pelo tempo que os dois quiseram, o que não foi muito.

— Isso também te deu um sentimento de nostalgia? — Lauren perguntou, quando os dois correram para outro brinquedo.

— Ah sim, mas eu acho que brincamos mais naquele dia, do que eles — falei, sorrindo para minha esposa, a abraçando de lado.

— Só espero que dessa vez a sorte esteja a nosso favor, e essa garota fofa não tenha pais preconceituosos — Lauren suspirou pesado, deitando a cabeça em meu ombro e eu olhei ao redor, vendo um casal se aproximar de onde meu filho e a garotinha estavam, essa que se jogou no colo de um deles.

— Acho que não irá de ter que se preocupar com isso — comentei, rindo, a vendo olhar para o mesmo local que eu — Ela tem dois pais.

— E aparentemente um irmão — Lauren riu, quando outro garotinho loiro abraçou a menina, eles se pareciam — Eles formam uma família bonita — Lauren comentou e eu a olhei.

— Não mais que a nossa — sussurrei, vendo seu sorriso quase tímido em minha direção.

Não me aguentei, selando nossos lábios devagar, e não muito demorado. Me afastei no momento que senti o celular vibrando em meu bolso. O tirei de lá, vendo o alarme que me avisava que eu devia voltar ao hospital.

— Eu tenho que ir — fiz uma careta, que Lauren imitou — Eu prometo que chego antes da sobremesa na casa dos seus pais — garanti.

— Tudo bem, é melhor eu ir também, responder alguns e-mails da editora que evito há alguns dias — rolou os olhos, um pouco impaciente, quase irritada, e olhos de volta para onde nosso filho estava — Dimitre! Vamos filho!

Senti um aperto no peito ao ver a feição de meu filho cair, enquanto ele se despedia de seus novos amiguinhos e se aproximava devagar.

— Tem mesmo de ir, mama? Gideon chegou agora — Ele disse tristonho, apontando para trás.

Achava tão engraçado crianças. Elas se conheciam num dia e já pareciam melhores amigos de anos.

— Que tal se eu falar com os papais deles? Daí podemos marcar um dia para vocês se verem — Lauren sugeriu, fazendo com que o rosto do nosso filho se iluminasse novamente.

— Acho que isso é um sim — brinquei, me abaixando para pegar Dimitre no colo, que logo se ajeitou em meu colo, abraçando meu pescoço — Você vai lá, Lo?

— Vou sim, vai colocando ele no carro — pediu, me dando um selinho rápido antes de ir falar com os pais dos novos amigos de Dimitre.

Segui para o carro, colocando meu filho na cadeirinha, com muito mais facilidade que há três anos quando ele nasceu. Sentei no banco do motorista, e em seguida, Lauren entrou no carro, já colocando o cinto de segurança.

— Falou com eles? — perguntei, dando partida e saindo dali.

— Sim, peguei o número deles, falei que ligaria para marcar um dia para as crianças brincarem — respondeu, olhando para trás, checando nosso filho que já cochilava.

— Talvez essa semana ainda dê para fazer isso — comentei, dando ombros, dirigindo até nossa casa.

— Ou não, precisamos mesmo ir na casa das meninas — Lauren lembrou, quando eu já entrava em nosso bairro.

— Seria melhor você ir só com o Dimmy — sugeri, ouvindo o suspiro alto da minha esposa.

— Fazem anos já, Camila, em algum momento vocês têm que resolver isso — Lauren disse sabiamente, quase em um tom de reprovação.

— Eu tento, Lo, mas agora estou dando...

— Nem vem com essa de dar espaço, espaço são algumas semanas, talvez uns meses, não anos — retrucou, e mesmo sem olhar, sabia que ela estava revirando os olhos.

— Nós nos falamos, ok? — me defendi, mesmo que minha voz denunciasse que eu estava praticamente mentindo.

— Dizer 'oi', 'como vai', 'feliz aniversário' e 'tchau', não é uma conversa — Lauren disse, começando a se irritar e foi minha vez de suspirar.

— Mais um motivo para eu não ir — devolvi, apertando o volante com forças.

— Olha...

— Mama?

A voz baixa e manhosa de nosso filho soou do banco de trás, impedindo Lauren de se irritar mais ainda.

— Oi filho, olha já chegamos — declarei animada, parando o carro em frente nossa casa.

— Você vai ficar, mama? — Ele perguntou manhoso, olhei para trás, vendo seu rostinho de sono.

— Não posso, pequeno, mas eu volto logo, e prometo que te coloco para dormir, pode ser? — prometi, vendo que Lauren já tinha saído do carro, indo pegar nosso filho — Vejo você e a mamãe na casa dos seus avós.

Ele apenas assentiu, deixando Lauren o pegar no colo, se aconchegando nela. Abri o vidro da janela, vendo minha esposa respirar fundo, ajeitando Dimitre em seu colo antes de me olhar.

— Só lembra que, Z é sua afilhada, e é uma adolescente, e ela sente sua falta, Camz — Lauren disse baixo, calma, e eu desviei meu olhar.

Ela jogou baixo e pesado aqui.

— E, Mani disse que precisava conversar contigo — Lauren disse, me fazendo arregalar os olhos em sua direção — E vocês três precisam disso.

— Eu não posso me atrasar, nos vemos mais tarde — desviei do assunto, vendo minha esposa negar com a cabeça entre um suspiro, antes de se afastar em direção a casa com nosso filho no colo.

Tentei manter os pensamentos longe, enquanto dirigia até o hospital. Eu não podia me preocupar com essas coisas agora.

O fato de ser domingo não significava que o movimento estava calmo, pelo contrário, justamente por ser domingo, era ainda mais lotado. Muitos acidentes. Estacionei meu carro, seguindo para dentro do hospital, parei no vestuário, para vestir o uniforme azul marinho, colocando meu jaleco por cima, e jogando o estetoscópio no pescoço. Evitei a sala dos atendentes a todo custo, alguns médicos que eu não precisava trombar por aí.

— Bom dia Dra Cabello — Lexie disse sorridente assim que entrei no elevador.

— Hey Lexie — a cumprimentei, me escorando no elevador.

— Estava indo checar a paciente? — perguntou e eu assenti.

— Quero vê-la antes da cirurgia — expliquei, com um leve sorriso.

Falar sobre cirurgias era fácil, eu não tinha que ter minhas emoções, ou meus problemas, aqui, eu consertava os problemas.

O elevador parou, e eu segurei a careta que queria fazer assim que vi quem estava entrando no elevador.

— Dra Grey — Derek cumprimentou minha amiga, e eu rolei os olhos pela formalidade. Fala sério a garota era irmã da esposa dele — Dra Iglesias — ele me encarou, não muito contente, entrando por completo no elevador, junto com um residente do segundo ano, que não parava de me olhar.

— Se soubesse ler, veria que em meu jaleco está Dra Cabello-Jauregui — o lembrei, quando ele já estava de costas para mim.

Ele não respondeu, apenas me olhou por cima dos ombros. E assim que o elevador parou novamente, fiz questão de ser a primeira a descer, junto com Lexie, deixando eles para trás. Respirei fundo após sair, não deixando isso afetar meu dia.

Eu estava prestes a operar uma pequena garota, não podia deixar nada abalar minha confiança.

— Você está bem? — Lexie questionou baixo, sr aproximando e eu me limitei a concordar com a cabeça — Então, vamos lá! Temos um tumor cerebral pra tirar de uma garota de 12 anos!

— É, vamos lá — concordei, já me animando, estava na hora de dar um vida saudável à uma criança.

Isso sempre me deixava feliz.

Fui até o quarto da paciente. E após uma conversa para esclarecer dúvidas dos pais e da própria garotinha, já estava me preparando para entrar na cirurgia.

— A galeria está cheia — Lexie avisou assim que apareceu ao meu lado, começando a lavar os braços — Ari e Troye, estão lá também.

— E todos os residentes, é, a galeria é o mais perto que eles irão chegar na minha sala de cirurgia em um bom tempo — lembrei, dando ombros, a vendo rir.

— Até ano passado, você era uma residente — Lexie disse, me encarando, rolei meus olhos.

— E eles já me odiavam — falei, soltando uma risada — O problema, é que eles querem me odiar por causa das minhas regras, mas eu sou uma cirurgiã pediatria adorável! Quase impossível me odiar, e eles odeiam isso.

— Você sabe que isso não fez sentido algum, certo? — provocou, rindo.

— Cala boca e vem me ajudar a salvar a vida dessa menina — resmunguei, entrando na sala de cirurgia.

Foi uma cirurgia consideravelmente longa. 4 horas. Com uma pequena complicação. Uma hemorragia, que conseguimos controlar muito bem. Saí da sala de cirurgia com um largo sorriso. Deixando para Lexie contar a novidade aos pais, afinal, se eu corresse um pouco, talvez chegasse antes a sobremesa na casa da minha sogra. E, realmente corri, tomando um banho e me trocando novamente ali mesmo no Hospital.

— Ia sair sem nem dar um oi à sua mãe? — ri, assim que a voz da minha mãe soou em meus ouvidos, enquanto eu saía do hospital.

— Desculpe, mãe — me virei, me aproximando para lhe abraçar — Hoje é domingo, que faz aqui?

— Lucy tinha umas consultas de emergência, aproveitei para rever alguns orçamentos — respondeu despreocupada — Como foi sua cirurgia?

— Muito bem, um sucesso — declarei, vendo o seu sorriso orgulhoso — Agora, eu estou indo jantar na casa dos meus sogros, aproveitar e ver minha sobrinha.

— Então vai lá, e mande um beijo para os meus netos — pediu, e eu concordei, lhe dando um beijo na bochecha, já me afastando.

Fui para meu carro, dando partida e dirigindo para a mesma casa que eu costumava ir durante a adolescência. Deixei o carro em frente à casa dos meus sogros, logo atrás do carro da minha esposa. E, nem bati, apenas entrei na casa.

— Tiaaaa! — Hayley foi a primeira a me ver, assim que entrei na cozinha, já se levantando e correndo até mim.

— Ei meu amor — a peguei no colo, enchendo seu rostinho sorridente de beijos — Estava morrendo de saudades da minha princesinha já — a apertei em meus braços, ouvindo sua risada.
— Mama! — a voz de Dimitre soou um pouco irritada, enquanto ele tentava se levantar para ficar em pé na cadeira e Lauren o impedia.

Sorri, negando com a cabeça, colocando Hayley de volta na cadeira dela, e me aproximando do meu filho, enchendo seu rosto de beijinhos também, o fazendo rir.

— É muito lindo ver que você só dá oi para as crianças — a voz da minha sogra soou divertida e eu ri.

— Oi Clara, Oi Michael, e aí Chris — cumprimentei meus sogros e meu cunhado, e olhando minha esposa, lhe dando um selinho rápido — E Oi para você — ela sorriu, enquanto eu pegava Dimitre no colo e me sentava na cadeira onde ele estava, deixando ele em minhas pernas.

— Achei que não viria — Chris comentou, dando ombros.

— E perder a chance de ver essa gracinha aqui? — me estiquei, para apertar as bochechas da minha sobrinha, que riu.

— Lauren disse que estava em cirurgia — Clara disse e eu assenti, em concordância.

— Sim, e foi um sucesso — declarei feliz.

— Não vai comer? — Lauren perguntou, franzindo o cenho e só então lembrei que estava com fome.

— Acho que sim, vou pegar um prato — empurrei a cadeira para trás, mas meu sogro levantou antes de mim.

— Eu vou pegar uma cerveja, te trago o prato — ofereceu e eu sorri agradecida, voltando a me ajeitar na cadeira.

Michael logo voltou, me estendendo o prato e eu não demorei a me servir, tomando cuidado apenas com Dimitre que ainda estava em meu colo, o que fez na verdade, Lauren fazer meu prato e me entregar. Comi ouvindo a conversa de todos, os pais da minha esposa queriam saber sobre seu próximo livro, mas acho que Lauren estava mais enrolando eles do que falando algo de verdade.

— Tia, eu e o Dimmy pode brincar no meu quarto? — Hayley perguntou baixo para mim, não querendo atrapalhar a conversa dos avós com minha esposa.

— Claro, vai lá Dimitre — deixei meu filho descer do meu colo — Só tomem cuidado na escada.

— Eu cuido dele, tia! — Hayley disse, se achando a adulta e eu sorri.

— No, eu cudo — Dimi respondeu, cruzando os braços, apenas ri baixinho.

— Um cuida do outro então, pode ser — sugeri, vendo os dois assentirem e já começaram a sair da cozinha.

— Ei, Hay, não vai querer sobremesa? — Chris perguntou alto, antes que os dois saíssem.

— Eu como no quarto, papai — deu ombros.

— Nós já conversamos sobre isso, Hayley, nada de comer no quarto — Chris disse, o tom sério em sua voz, e logo vi a cara feia que minha sobrinha fez.

— Pois a mamãe deixa! A mamãe até come comigo no meu quarto! — Hayley exclamou cruzando os braços, vi meu filho fazer uma careta, aparentemente impaciente.

— Aqui não é a casa da sua mãe, Hayley, é a casa dos seus avós e do seu pai, e eu digo que não pode comer lá e...

— Deixa a menina, Chris — Clara interrompeu o filho, o fazendo bufar, enquanto minha sobrinha sorria vitoriosa — Vai brincar com teu primo, Hayley, depois eu levo uns doces para vocês — disse carinhosa, e logo os dois desapareceram da cozinha.

— Mãe! Não pode me interromper assim na frente da minha filha, minha autoridade acaba — Chris reclamou, enquanto eu apenas brincava um pouco com a comida em meu prato.

Sempre momentos tensos jantando aqui.

— Se a mãe dela deixa, por que você não pode deixar, também? — Clara retrucou.

— É bem claro que Sofia e eu temos idéias bem distintas, já deveria ter se acostumado com isso — Ele resmungou.

— Sabe esse molho? Esse molho está divino, Clara, como você fez? — questionei minha sogra, numa tentativa de mudar de assunto.

Que funcionou muito bem, porque ela começou a me explicar como escolheu os tomates e até a cebola antes de fazer, e etc. Vi um olhar agradecido de Lauren, e apenas dei ombros. Terminamos de jantar, e após a sobremesa, não demoramos muito a ir embora.

— Minha mãe mima demais a Hayley — Lauren resmungou quando entrei em casa, ela tinha chegado primeiro, porque saiu antes, eu fiquei conversando um pouco com meu sogro.

— Acho que já estava na hora do Chris ter a própria casa — comentei, deixando meus tênis na porta, e seguindo para sala — Cadê o Dimi?

— No quarto, esperando você o colocar para dormir — respondeu, despreocupada — E, Chris acha que não consegue cuidar da Hayley sozinho.

— Ah não, ele e Sofia dividem por semana a guarda dela, e ela já tem cinco anos! Nos primeiros meses, eu até entendo, Sofia ficou na casa das nossas mães até Hay ter um ano — lembrei — Mas agora, isso não é necessário, Chris é um bom pai, só que Clara faz todas as vontades da menina.

— Vou falar isso com ele — Lauren murmurou, soltando um suspiro cansado.

— Eu vou colocar nosso filho para dormir, e depois vou pro quarto — avisei, e ela apenas assentiu.

Subi as escadas, até o quarto do pequeno. Não evitei o sorriso largo ao ver ele sentado na cama de super heróis, o pijama azul e vermelho com o logo da mulher maravilha - a heroína preferida dele -, brincando com um caminhãozinho que fazia uns barulhos esquisitos, mas que, aparentemente, o fazia rir.

— Hora de dormir, campeão — avisei, o vendo sorrir em minha direção, deixando o brinquedo de lado para erguer os braços — Vem cá — o peguei no colo, deixando ele abraçar meu pescoço, pegando algumas mechas de cabelo meu para brincar.

Ele ainda era tão pequeno, e adorável.

— Canta, mama? — pediu baixinho e eu sorri, segurando seu corpo com mais delicadeza, andando devagar pelo quarto espaçoso.

Peguei o pequeno iPod que sempre estava ali, e conectei nas caixas de som, deixando uma das únicas músicas que o faziam dormir. Mesmo que a música fosse de antes mesmo de eu nascer.

Admito que ele havia gostado tanto após assistirmos um dos filmes de heróis de quando eu ainda estava na faculdade.

It's not time to make a change
(Não é tempo de fazer uma mudança)
Just relax, take it easy
(Só relaxe, vá com calma)
You're still young, that's your fault
(Você ainda é jovem, isso é sua culpa)
There's so much you have to know
(Há tanto que você deve saber)
Find a girl, settle down
(Encontre uma garota, estabilize-se)
If you want, you can marry
(Se quiser, pode casar)
Look at me, I am old
(Me olhe eu sou velho)
But I'm happy
(Mas sou feliz)

A música continuou, e cantei só mais um estrofe e antes da metade, ele já estava dormindo tranquilo em meus braços.

— Ele dormiu? — Lauren perguntou, parada na porta do quarto e eu concordei.

O coloquei debaixo das cobertas, deixando um beijo em sua testa, me afastando e vendo Lauren fazer o mesmo. Apaguei a luz, vendo as estrelas fluorescentes no teto clarearem um pouco ali, deixei a porta entreaberta e saí dali com Lauren.

Quase me joguei em minha cama, ouvindo a risada da minha esposa que se deitou logo depois de mim.

— Vai colocar seu pijama — praticamente mandou, quase me expulsando da cama e eu rolei meus olhos.

— Pra que levantar se eu posso só fazer isso? — questionei, tirando a camisa, jogando no chão e fazendo o mesmo com a calça, ficando apenas de lingerie.

— Achei que com o passar dos anos, essa sua mania iria embora — Lauren murmurou e eu ri, me aproximando dela.

— Nem vem, você adora isso — coloquei meu corpo acima do dela, a vendo sorrir me olhando de cima a baixo.

— Não posso negar — disse, antes que eu a beijasse, sentindo suas mãos irem até minha cintura, me puxando ainda mais para perto.

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