Amor Interceptado - Série End...

By MariaFernandaRibeir2

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É claro que nenhuma mulher gosta de ser largada na cama após a primeira vez, para o cara te deixar pra sempre... More

Prólogo
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Epílogo
Próximas histórias e avisos - atualização 2018

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By MariaFernandaRibeir2

O fato de você ter visto o mundo, afetou todas as suas decisões.
(How To Love - Lil Wayne||Artista do vídeo - Mark Isaiah)

Sebastian

Acumulamos vitórias nos jogos seguintes. Eu amo estar em campo, amo a sensação de ganhar um jogo, mas sempre achei a sensação de voltar pra casa melhor. Ter uma família agora só deixa tudo mais bonito. Hoje estou chegando em casa após o maior tempo fora desde que a Emily nasceu, dois meses atrás. Foram só quatro dias, mas que a saudade transformou num martírio parecido com quatro meses.

—Marianne? — chamei. Não obtive resposta.

Abri a porta do quarto da Emily, e lá estavam as duas se divertindo no banho dela.

—Olha quem chegou, Emily! — a Marianne falou, e sentei ao lado dela.

—Ei bagunceira. Você deu trabalho para a mamãe?

Ela olhou pra mim e sorriu. Meu coração derreteu.

—Isso é um sorriso, Emy? Você tá feliz pelo papai estar de volta? — minha mulher sorriu pra mim, e a beijei.

—Como você passou essa semana?

—Muito bem. Levei a Emily para tomar as vacinas que precisava, e adivinhe só? Ela não chorou, pelo contrário, ela sorriu para o Juan. Ele está vindo aqui uma vez no mês me checar e dar uma olhada nela, porque nasceu prematura e tudo mais, e eles se amam.

—Oh, ela já tem um amigo então! Bem docinho, meu próximo jogo é aqui na cidade, e tenho um ingresso. Quer ir?

A cara que ela fez me deixou curioso.

—Acho melhor não.

—Posso saber o porquê ou você só não quer ir?

Eu sabia que a segunda opção era mentira.

—No último jogo que fui percebi que não conheço nada do mundo do futebol. Não quero te envergonhar.

Escutei isso mesmo? Deus, me diga que estou ficando louco.

—Escuta aqui mocinha, você nunca me envergonhará, nem se acabar no YouTube em um viral onde todos riem de você escorregando numa poça de água. Você não tem que conhecer nada, sua presença é o que quero. Poxa Marianne, quando vai entender que gosto de você do jeito que é? Com cada problema, cada dificuldade, cada sorriso na hora errada? Quando jurei ao pastor que amaria você para o resto da minha vida, não estava brincando. Você vai ter que me aguentar por muito tempo

—Mas...

—Shh. — toquei os lábios dela — Sem mas, cada palavra do que eu disse é verdade. Seu celular está tocando, vá atender que termino o banho da Emily.

—Tudo bem, aceito seus argumentos. — ela mordeu meu dedo, e foi.

Minha menininha parou de se agitar quando segurei as costas dela. Relaxou tanto que dormiu. Enrolei a toalha em volta dela, e fomos procurar a Marianne, a Emy semi acordada e reclamando já, eu sabia que era fome e sono.

—Juan, eu não sei o que dizer. — falou abalada.

Encostei a mão nas costas dela, que suspirou com o toque. Deixei a ligação encerrar para perguntar:

—O que aconteceu?

—A Gwen sofreu um acidente. O Zack não sabe ainda, e não sei como contar.

O Zack ama aquela menina como se fosse a filha dele. Entendo o receio dela.

—Quer que eu conte pra ele? Você veste a Emy.

—Não, é melhor ligar pra Brittainy, o carro que ela estava... é o do Peter.

Senti minhas entranhas se revoltarem. Como, no inferno, alguém pode odiar tanto um filho?

—Já o prenderam? — perguntei, protegendo minha filha de um monstro imaginário.

—Ele está foragido. E ao que tudo indica, isso é uma reabertura do caso onde o Zack foi incriminado injustamente. Se a justiça funcionar, o Peter será incriminado por falsa acusação, agressão, uso de substâncias proibidas e invasão de domicílio.

—Invasão de domicílio?

—Como você acha que ele descobriu que a Gwen era o ponto fraco do Zack?

Calma aí. Não basta o Peterson ter zoado com a própria filha, jogado a culpa em outra pessoa, causado a ira desta e ser a única vítima de uma acusação de agressão — onde ele causou um estrago no olho do Marcus, que tentou defender o Zack, que posteriormente partiu pra cima pra defender o treinador? Ele ainda invadiu a casa de alguém para armar tudo? A casa da minha mulher?

—Foi na sua casa?

—Sim. Eu estava chegando do trabalho de manhã, e o encontrei coletando digitais nos pertences do Zack. Assustou tanto com a minha presença que deixou as dele numa bola de baseball e no beiral. A polícia disse que poderiam ser de outra situação, apesar do meu relato, que não foi acatado por eu ter estado sem dormir há mais de 30 horas. Disseram que foi uma alucinação.

—Certo, vamos resolver isso depois que eu telefonar para a Britt. Você alimenta esse monstrinho faminto enquanto isso.

Marianne

Pude ouvir a guerra acontecendo. Meu marido pedia para o meu irmão se acalmar todo segundo depois de contar. Enquanto a guerra ocorria, eu e a Emily trocávamos olhares cúmplices; eu tramando um modo de fazer o Zack não matar o Peter, a Emily provavelmente só agradecida por ser alimentada.

—Britt. — o ouvi dizer — Acalma ele, e diz que vamos achá-lo. Nem que eu tenha que espalhar cartazes com o rosto dele nos quatro cantos do mundo, ele vai ser encontrado. A Gwen está viva sim, só com um braço quebrado e a perna direita meio esfolada. — essas eram informações do Juan — Irmãzinha, não sei te dizer. Dá uma ligada pro papai, ele está lá, vai responder melhor.

A ligação encerrou, e logo ele estava no portal do quarto.

—A Brittainy estava ao lado do Zack, ele me ouviu contando, e agora quer matar o Peter. Pra ser sincero, eu também quero.

—Mas vocês dois tem uma vida, que não vai ser passada na prisão por causa de um idiota. Acertei?

—Sim pra mim. Pro Zack, eu não sei, ele soou bem irritado. Furioso, pra ser honesto. Como ele se apegou tanto à ela?

—Ah, ela era a única menininha da família, você sabe como é. Achou o máximo aquele bolinho cor de rosa, e disse que queria amá-la como o Peter nunca faria. Não por competição, ele sabe o que é não ter um pai, então... Aconteceu.

—Como é que sua tia acabou na cama com ele? Eu não entendo, honestamente, não entendo.

Não falei que quase fui eu, a fogueira já estava muito grande, jogar mais lenha causaria um grande estrago.

—Eles estavam em uma festa, e ele jogou charme até conseguir. Só esqueceu que nem todas as mulheres tomam pílula.

Um resumo daquele dia: nós duas estávamos em uma festa, aproveitando as noites de folga combinadas. Ele estava conversando comigo — e com isso quero dizer com meu decote — e eu fui ao banheiro. Encontrei minha tia lá, ela tinha sujado a blusa e não queria sair do cômodo. Troquei de blusa com ela, ela fez um rabo de cavalo como o meu já que a blusa era quente, e ele abordou ela na saída do banheiro. Somos um pouco parecidas e ele estava drogado, então ele levou ela pra cima, querendo mostrar para o Zack "quem é que manda", ela não conhecia ele. Ele só percebeu o erro na manhã seguinte, mas já era tarde, a Gwen já estava a caminho.

—Ele não merece a Gwen. Nem um pouco. Agora que tenho a Emily percebo isso mais ainda. Aquele cara não merece nem ele mesmo. Me conta desse dia que ele entrou na sua casa.

—Estava revirando o quarto do Zack, procurando algo além das digitais. Atrás de quê não sei, mas não tirou nada, conferi depois. — contei.

—DNA. Ele devia estar atrás de alguma coisa com o DNA do Zack. Não fez nada com você, né?

—Claro que fez, estamos falando do Peter. Disse que eu deveria conhecer a realidade antes de denunciá-lo, seja lá o que isso signifique. Estava cansada demais pra me importar.

—Queria entender o que ele tem na cabeça.

—Pum de vaca, porquê é nojento como ele e polui o mundo, novamente como ele. Coloca ela no berço, não consigo levantar com ela no colo. — pedi, e ele me ajudou. Ela não fez um sonzinho sequer quando foi deixada no colchão.

—Pum de vaca? De onde você tirou isso?

—Li na internet que polui o mundo, e coube direitinho na descrição do que ele é.

Ganhei um beijo suave, e ele olhou nos meus olhos.

—Você é a única pessoa que usa isso como argumento sem parecer uma criança ou um adulto sem argumentos. E eu te amo mais por isso.

A Emily espirrou, e o Sebastian pulou.

—O que foi isso? Ela está bem? Você está bem, Emy? — foi pro lado dela, assustado.

—Isso foi uma emissão brusca e ruidosa do ar pela fossa nasal e boca, por irritação da mucosa. — eu me divertia muito explicando a visão científica das coisas pra ele.

—Soa grave. Por quê você tá aí tão calma? Ela está aqui morrendo.

—Aula de anatomia do ensino médio, nariz, tenta lembrar.

Ele fez uma careta, mas logo o rosto se iluminou.

—Por que você não disse que era só um espirro antes?

—Porquê é divertido ver você tentando salvá-la dessas coisas.

—Você se diverte conosco? Se eu soubesse disso teria arranjado uma criança para quando te conheci, seria bem mais fácil te conquistar. Você se dá bem com bebês e gosta de me ver sofrer tentando cuidar de um.

—Oh, eu gosto, mas é a interação pai-filha que me encanta. E uma gravidez na adolescência não é lá a coisa mais legal do mundo. Ela veio na hora certa.

—Na hora certíssima. — piscou, ele sabia que se eu não estivesse grávida, nunca iria para o casamento.

Como a Emily dormiu sozinha depois do espirro, ele pegou um livro pra ler comigo. A paciência que sempre teve com a minha dislexia é admirável.

—Tenta ler esse capítulo sozinha, são só essas duas páginas.

No meu tempo, eu li. Perguntei o significado de algumas palavras que eu tinha esquecido.

—No contexto, console é aquela parte entre os bancos do carro, a mesma onde jogo minhas chaves sempre que vou dirigir, entendeu?

—Perfeitamente.

Era engraçado como ele gostava de me ajudar a ler, e isso me levava a imaginar como ele ensinaria a Emily.

—Nessa parte, a personagem principal vira uma Marianne, e larga o mocinho sem dar nenhuma explicação. Ela é muita má, por sinal. As duas são.

Cutuquei a barriga dele.

—As duas tiveram motivos.

—Eu sei, e odeio os motivos de vocês. Mas o mesmo motivo trás as duas de volta. Ela está grá... — ele percebeu o spoiler tarde demais. — Ai Jesus.

Ele pulou do sofá e saiu correndo.

—Tá no capítulo seguinte, Marianne, tenha piedade de mim!

—Você me deu um spoiler! Sorte a sua que já ouvi a série toda em audiobook. — sorri plena. Ele arfou.

—Você o quê? — perguntou ofendido.

—Gostei do que uma colega disse sobre o livro, e depois do primeiro, ouvi todos.

Sebastian

Eu ia responder esse disparate, mas nossos celulares tocaram ao mesmo tempo.

—É o Zack. — falou.

No meu era a Brittainy. Atendi preocupado com ela.

—Britt? Você tá bem?

—Eu, sim. A Gwen não. O Peter sequestrou ela e capotou o carro. A tia do Zack tá desesperada.

—Droga. O Peter está onde?

—Foragido. Não sei se a Gwen está bem, ele não prestou socorro para ela, só fugiu.

—É claro, Britt, você achou que ele ia dar uma de paizão do ano agora?

—Vê se a Marianne consegue alguma informação sobre a Gwen, o Zack está focado em mandar o Peter pra prisão, já que não conhece ninguém no hospital.

—Depois que ela desligar com o Zack eu falo com ela e te mando uma mensagem.

Me despedi, e vi que a Marianne não ia desligar tão rápido, então fiz o que pude pela Emily, pela Gwen, pela Britt, e por todas as garotas do mundo: reuni as provas que juntei ao longo dos anos enquanto esperava uma oportunidade pra apresentá-las e me sentei pra organizar, antes de levá-las à polícia.

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