O Homem Fantasma

By chaienesantoswriter

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DUOLOGIA COMPLETA - Segundo a profecia, Phillip é um jovem bruxo impetuoso que nasce para salvar o mundo da d... More

I - O Passeio
II - O Mago
III - O Conclave de Magia
IV - Os Ausentes
V - A Criatura do Mal
VI - A Lenda
VII - O Livro das Almas
VIII - O Espião
IX - A Emboscada
X - A Fuga
XI - A Criança
XII - Perigo nas Sombras
XIII - Traição
XIV - Imortal
XV - O Renascimento
XVI - A Alegria do Rei
XVII - Visita Cabulosa
XVIII - O Encontro
XIX - A Luta
XX - O Poder Sombrio
XXI - O Castelo dos Ausentes
XXII - O Ritual
XXIII - O Príncipe Guerreiro
XXIV - O Primeiro Amor
XXV - A Festa da Morte
XXVI - O Mau Cheiro da Sorte
XXVII - Revelação
XXVIII - A Descoberta da Magia
XXIX - Sobrenatural
XXX - O Mentor de Magia
XXXII - O Sequestro
XXXIII - De Volta ao Castelo
XXXIV - O Resgate
XXXV - O Castelo Fantasma
XXXVI - Perdido
Outras Obras do Autor
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XXXI - A Caçada

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By chaienesantoswriter

No Castelo dos Ausentes, Klaus se preparava para a viagem em busca do último mago que respirava na Europa.

— Vamos nos preparar, Fratello. Quer saber? Fico até contente de ainda haver mais algum bruxo vivo e, que aquele velho vidente tenha mentido. Assim saio um pouco do marasmo proporcionado aos vencedores — comentou Klaus, o sorriso tenebroso em seu rosto encarquilhado.

O bruxo sombrio pegou sua espada, o cajado que pegara de Juan na luta da caverna, um cantil cheio de água e meia garrafa de rum para as noites frias da Germânia. Ele e seu servo entraram por um portal e apareceram na caverna de Juan.

— Aqui é um bom abrigo para ficarmos, na caverna do velho mago fedido. Pelo menos por enquanto — o feiticeiro comentou, olhando com desprezo o lugar vazio que não visitava há anos. — Ainda me lembro do cheiro horrível que aqueles três desgraçados tinham quando morreram! Se fechar os olhos ainda sinto aquele odor de pus e carne podre... — Chacoalhou a cabeça para que a lembrança sumisse antes de continuar, com uma cara de desagrado. — Mas esqueçamos aquele mago que já deve estar no inferno a esta hora. Vamos ao que interessa — O Doppelgänger o ouvia atentamente — assim que você sentir novamente a magia da qual me falou, vamos atrás de quem a está utilizando. Pelo que me disse, a pessoa deve estar perto daqui — parou por um momento, de olhos fechados. Algo estava diferente naquela área, fazendo-o se arrepiar. — Também sinto uma forte onda de energia se aproximando de nós. Vá agora, Névoa Escura da Morte! Procure o bruxo ou bruxa que ainda vive, onde quer que esteja! Voe por toda a parte e rastreie nos céus deste país onde a magia se manifesta para que eu destrua o seu dono.

A criatura assentiu e se transformou em uma ave negra para sobrevoar a região onde sentira o encantamento, em busca de pistas. O monstro saiu voando... Um vulto em meio às sombras, deixando o feiticeiro sozinho com seus pensamentos.

— Poder... Como é bom senti-lo em minhas veias!

O bruxo começou a gargalhar, já cheio de expectativas, o som do riso ecoando solitário na gruta, enquanto maquinava suas ideias malignas. Pensava com fome de poder na próxima vítima de quem iria sugar a energia mágica.

Vários dias se passaram para a frustração do bruxo. O que Klaus não sabia era que Juan, já prevendo isso, fizera um feitiço que deixara a magia de Phillip indetectável para outras fontes sobrenaturais. Só que o poder de Klaus só aumentara em todos aqueles anos, se tornando mais forte que o mago imaginara. Sendo assim, mesmo que não pudesse localizar os dois com precisão, sentia que havia algo mágico nas redondezas pelo qual valia a pena continuar procurando.

Neste período, Phillip aperfeiçoava sua arte como bruxo e namorava Verena todos os dias, logo após o treinamento. Ele preferiu manter sigilo sobre o assunto com ela, pois tinha medo de prejudicá-la e a si próprio.

Um dia, no começo da tarde, Juan levara o príncipe para a Floresta Sombria para ensiná-lo novos feitiços.

— Aqui estamos no lugar onde as forças mágicas se manifestam em todo o seu esplendor. Temos em um mesmo lugar a água, a terra, o ar. O fogo, por sua natureza majestosa e incontrolável, pode ser fabricado unindo os outros elementos da natureza com o poder da magia.

Phillip prestava toda a atenção possível nas palavras e movimentos do mago. Ele se sentia bem ao lidar com o poder guardado dentro de si. Lá no fundo do seu ser já sabia que nascera para ser um mago, ou mais que isso, o príncipe dos magos, como Juan tanto insistia em dizer.

— Quero aprender tudo, Juan!

— Siga os seus instintos, garoto. Há muito poder guardado em você pronto para eclodir. Um filho de dois magos poderosos pode absorver muita energia. Além disso, somente alguém como você, um mago hereditário, pode realizar os feitiços mais poderosos. Mas precisa empregar seu poder com sabedoria. Agora, observe a força da água.

Ambos olharam para o rio e o mago disse as palavras:

— Wasser! Zeigen Sie Ihre Stärke ... (Água! Mostre a sua força...)

A água começou a levantar-se e formar um grande redemoinho que foi subindo, se transformando em um tornado, saindo do rio e bailando no ar. Eles se molharam com a força do vento e o garoto se afastou, com medo de tamanho fenômeno. Depois o mago fez a água voltar ao seu normal e se virou para o rapaz, dizendo:

— Agora é a sua vez!

Phillip ficou meio acanhado e levantou a mão, tentando fazer a água se mover. Repetiu as palavras de Juan, mas nada aconteceu.

— Eu não consigo, mestre. Não tenho este poder.

— Concentre-se, garoto. A magia está em todos os lugares, mas o domínio dela permanece em nossa mente. Você é mais forte do que pensa.

Phillip fixou os olhos na água e, dizendo as palavras mágicas, fez com que a água girasse em um movimento débil.

— Não posso! Não sou um mago de verdade.

— Você é o príncipe dos magos! Capaz de realizar as mais poderosas magias. Nasceu com o propósito de salvar a humanidade. Sinta o poder que habita em sua alma e concentre-se na água. Olhe para ela e a domine!

O jovem mirou a água e estendeu o braço para frente. Como se criasse uma conexão com o elemento vital, fez com que um redemoinho se erguesse do rio ainda maior do que Juan havia criado. Logo, o vórtice começou a se transformar em um furacão, que assustou o próprio Juan. O vento começou a puxar os galhos das árvores próximas e as pedras começaram a sair do chão, indo em direção ao turbilhão.

— Calma filho! Não precisa exagerar... Pare, senão chamaremos a atenção de todo o continente.

Juan segurou o braço de Phillip, fazendo-o abaixar e retroceder o poder utilizado. Aos poucos tudo voltou ao normal.

— Você está bem?

— Sim, Juan. Acho que me empolguei um pouco.

— Bem mais do que você imagina! Pelo menos agora sabemos do que você é capaz. Os elementos se combinam para formar a vida e tudo o que você vê. Mas dentre eles, o mais forte é a água. Ela apaga o fogo, empurra o ar e inunda a terra. Dominá-la é o caminho para comandar os outros elementos.

— Agora sei porque meus pais lhe pediram para que o senhor me ensinasse a magia. Além de um mago, o senhor também é um sábio.

— Não fale bobagens, rapaz. Já estou velho e estou cumprindo minha última missão neste mundo. Depois irei embora para sempre.

— Eu disse a verdade que está na frente dos meus olhos. O senhor é um ser do bem. Sinto isso...

— Pare de me chamar assim desse jeito. Já chega eu me sentir tão velho. Pode me chamar de Juan. Vamos continuar nossa lição de hoje.

O príncipe continuou aprendendo a lutar, só que agora usando a magia que o mago lhe ensinava. Aos poucos se tornara um grande espadachim e assimilou o conhecimento das poções mágicas. Juan também o ensinou a dominar o fogo e a controlar o poder que tinha em seus olhos de eliminar as criaturas espirituais do mal. Phillip agora sabia praticamente toda a magia que o velho possuía e o mago decidiu que daria a espada Fúria da Noite no dia seguinte.

A noite estava chegando e era hora de voltarem. Phillip ansiava encontrar Verena que também já o esperava perto da árvore, próxima à vila onde morava. Terminada a aula de magia daquele dia, eles entraram pelo portal e saíram na tenda perto do mercado nos arredores do palácio. Phillip já ia embora para se encontrar com a namorada.

Quando Juan saiu da tenda, para se despedir de Phillip, a criatura das sombras de Klaus, que voava pela região, o viu. Desceu um pouco mais para conferir se era verdade e o identificou, junto ao jovem príncipe. Juan sentiu a criatura antes de vê-la e ao confirmar que tinha sido descoberto, se colocou em posição de ataque, mas antes que fizesse algo, o Doppelgänger desapareceu no céu. Por um lado, foi bom que ele não tivesse lutado com a criatura porque as pessoas o veriam e as consequências seriam imprevisíveis. Mas sabia agora que o seu tempo havia acabado.

A ave negra voou em direção ao seu criador. Materializou-se em sua forma de Doppelgänger, com os olhos vermelhos e brilhantes envoltos por sua capa negra, e contou a Klaus o que vira.

— Muito bom trabalho, Fratello. Então o mago Juan está vivo e na companhia de um garoto. Eu bem que desconfiava de que eles haviam armado para mim. Os três morreram juntos, de forma rápida e parecida... Odeio ser ludibriado! — Esbravejou furioso. — Devem ter arquitetado tudo juntos. Malditos dos infernos. Conseguiram me enganar! — Klaus socava as paredes de pedra da caverna, enfurecido, até que viu sangue na pele dos seus metacarpos. Fitando sua mão ferida continuou a destilar o ódio — Depois darei um jeito neles, um a um. Mas primeiro quero o mago Juan. Aquele desgraçado! Hora de agir...

O bruxo ainda tinha planos para Juan. Existiam antigas magias que ele não conseguia decifrar no livro, como a criação de portais de viagem temporal. Sempre desejou aprender como voltar ao passado, ou caminhar no futuro, em busca de segredos que aumentariam seu poder. Assim que o capturasse novamente, ele o obrigaria a instrui-lo sobre como fazer tal feitiço e sua força seria infinita, podendo chegar ao passado das pessoas que quisesse destruir, atacando-as quando fossem bem jovens e nem soubessem que futuro a vida lhes reservava.

— Vamos descobrir quem é este jovem que acompanha o velho mago e, se houver laços de amizade com ele, poderemos sequestrar o garoto e usá-lo como isca. Finalmente, terei o velho Juan de novo em minhas mãos. Siga o garoto, Fratello. Quero que saiba tudo sobre ele e se tiver uma oportunidade, quero que o traga para mim!

A Névoa da Escuridão saiu pela janela, ganhando o ar e se transformou de novo na ave maldita que, veloz, cortou os céus.

O bruxo fechou as mãos com esperança nos olhos. Seu desejo era aprisionar o mago e faria qualquer coisa para realizá-lo. Ele confiava muito no poder da sua cria espiritual e sabia que ela faria tudo que estivesse ao seu alcance para agradá-lo. Afinal de contas, era parte dele.

O cerco estava se fechando...

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