Hurricane

By raiperosini

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Huracán, o deus das tempestades segundo a mitologia maia. Furacões, no entanto, são as tempestades mais forte... More

Preface
Ett • Casino Night
Två • Dirty laundry
Tre • eLIAR
Fyra • Beauty and the Beast
Fem • Hotter than hell
Sex • Tacos
Sju • Until dawn (part I)
Sju • Until dawn (part II)
Atta • Here to create
Nio • Losing Sleep
Tio • Dark was the night, cold was the ground
Elva • My side of your story
Tolv • Indigo blue
Tretton • Passionfruit
Fjorton • Spanish guitar
Femton • Tre Kronor
Sexton • Paris
Sjutton • Hurricane Love

Prologue

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By raiperosini

Past

Elias observava de longe enquanto Joan treinava com alguma outra colega do clube. Acompanhava atentamente o quanto a morena era ágil e não parecia saber o que era errar, mas precisava confessar que se perdia nas curvas do seu corpo muito fácil. Ele analisava atento cada movimento e em poucos minutos se achava o entendedor de tênis.

– Ela é muito boa no que faz. – Uma mulher se sentou ao lado dele e ele apenas acenou em concordância. – Você é o namorado? – perguntou e o loiro olhou para ela tentando adivinhar quem era a mulher. – Sou a treinadora.

– Ah – ele limpou a garganta. – Não sou o namorado... Ainda.

– Ainda? – A treinadora cerrou os olhos e ele só pode responder com outra pergunta.

– Por que?

– Do jeito que ela fala de você, parece que já são namorados – esclareceu.

Elias olhou novamente para Joan, já tinha perdido a conta da pontuação, mas ela continuava no mesmo ritmo, como se não cansasse. Passou a língua sobre os lábios, logo voltando a sua atenção para a mulher ao seu lado.

– Na verdade já somos um casal, mas sem os rótulos. Eu sei que ela aceitaria se eu a pedisse em namoro, só que... E se as coisas mudarem? – terminou de falar e por um instante se surpreendeu por estar confessando seus pensamentos a uma pessoa que mal conhecia.

– Acredito que não vá mudar – ela disse, olhando para o relógio de pulso e se levantou em seguida. – Como você disse, é só um rótulo.

Era só um rótulo, porém quando se entra em um relacionamento as coisas realmente mudam e Elias não sabia direito o que mudaria, já que nunca esteve em um. Gostava da sua liberdade, gostava de fazer o que lhe desse na cabeça sem precisar dar satisfação a mais ninguém, mas também gostava de ter alguém que se importava com ele e gostava do carinho que recebia. Elias gostava muito de Joan e tinha medo de entrar em um relacionamento, não por ele, mas por ela. Tinha medo de acabar decepcionando-a de alguma forma e não estava pronto para aquilo, talvez nunca estivesse.

Observou enquanto a adversária de Joan se jogou no chão sujo da quadra e a outra comemorava, até que a mais velha chegou e ficou alguns minutos conversando com a morena. Vez ou outra Joan piscava para ele e sorria, mas teve certeza que ele era o assunto principal quando as duas olharam em sua direção e a garota riu alto, saindo da quadra e se aproximando dele.

– Você veio mesmo – alegou ao chegar mais perto e ele a surpreendeu lhe cumprimentando com um beijo inesperado, que a fez sorrir em seguida. – Eu tô toda suada.

– Eu não ligo – Elias disse, abraçando a cintura dela e lhe dando outro beijo, dessa vez um mais demorado.

– Gayle falou que achou curioso a forma como você coloca a língua de lado e eu expliquei que isso acontece quando você está concentrado demais – Joan contou assim que se separaram com vários selinhos.

Elias pegou a sua mochila e ela foi caminhando ao lado dele até a saída do clube com as suas mãos entrelaçadas, tomaria seu banho em casa.

– Curioso? – Ele franziu a testa. – Engraçado como todo mundo cisma com isso.

– Ah, eu brinquei falando que a sua língua ficava muito melhor na minha boca e ela só disse "jovens" – a garota imitou a voz da mais velha e Elias riu.

– Minha língua fica melhor só dentro da sua boca? – se ela podia brincar com aquilo, ele também podia.

Jovens. – Joan revirou os olhos e ele se inclinou para dar um beijo na bochecha dela.

– O que você acha de irmos naquela lanchonete onde foi o nosso segundo encontro de novo? – perguntou e ela concordou.

– Estou morrendo de fome, mas antes preciso passar em casa e tomar um banho.

Os dois andaram até o carro de Elias e foram até a casa da tenista primeiro para que ela pudesse enfim tirar o suor do corpo, se arrumando para irem comer na famosa Sunshine Diner, onde foi o primeiro beijo deles e rendeu ao sueco o apelido de sunshine.

Dessa vez eles tentaram ser o mais discretos possíveis e assim que chegaram na lanchonete escolheram a mesa mais afastada. Como um casal, se sentaram um ao lado do outro e o pedido foi o mesmo de sempre.

Quando terminaram de discutir sobre o que fariam na próxima folga, Joan encarou o celular e pareceu compenetrada ao rolar a timeline do Twitter. Elias até tinha pegado o seu também, mas olhava para ela de canto de olho, observando o quanto ela parecia uma menininha em um corpo de mulherona. Após conhecê-la sabia bem como ela era vulnerável mesmo tendo uma força impressionante, sabia que ela tinha um coração enorme e era geniosa, era sensível e paciente, mas ainda assim viva e exuberante. Brant brincava que ele era o seu raio de sol, mas tinha certeza que ele não seria nada sem ela.

– Psiu – Lindholm chamou a atenção dela e ela o encarou da mesma forma. – Damn girl, você já parou pra pensar o quanto é bonita? – perguntou e se virou de frente para ela, colocando uma mexa de seu cabelo atrás da orelha, voltando a fixar seus olhos nos dois mares negros que eram os dela. – Eu tenho uma proposta.

– Que proposta seria essa? – Ela semicerrou os olhos, elogios sempre vinham com pedidos de favores, pelo menos com as pessoas que convivia era sempre assim.

– Eu estava pensando no que você significava pra mim, tem uns dias já, e eu decidi que vou deixar de ser medroso em relação a isso e tentar. Porque Jo, você é muito mais do que o melhor passatempo no meu dia de folga, e eu queria tornar as coisas oficiais. Então a proposta é a seguinte... – Elias parou para respirar e Joan mal piscava diante das palavras dele, sabia bem o que estava por vir, sabia bem qual seria a resposta, mas tudo ainda parecia tão surreal que quase se beliscou para saber se não tinha dormido na mesa da lanchonete. – Se você me disser que sim – fez suspense novamente, rindo da forma como ela olhou para o teto e soltou o ar fazendo o mesmo –, eu vou poder cantar aquela música do Supertramp, take a look at my girlfriend, she's the only one I got.

Elias cantarolou e Joan teve um ataque de risos, fazendo com que ele risse mais da crise dela do que qualquer outra coisa. A risada dela, por outro lado, era um dos seus sons preferidos.

– E quem seria essa sua namorada, caso eu dissesse sim? – Joan ergueu uma sobrancelha e Elias riu.

– Minha namorada é muito bonita... E gostosa – respondeu. – Mas também se tornou uma das minhas melhores amigas em menos tempo do que achei que fosse possível e eu não consigo mais me ver sem – confessou e Joan dessa vez sorriu compreensiva, entendia tudo o que ele dizia porque também sentia o mesmo.

– Eu te amo – disse, por fim, tendo certeza que não era nem de longe uma declaração vazia. – E o sim já saiu da minha boca...

Present

Era a primeira vez que Joan assistia a um jogo do Hurricanes como wag oficial. Dessa vez, não só o irmão como o cunhado a acompanhava. Ela quase não entendia o que Oliver falava em sueco durante o jogo, na verdade não entendia nada, mas não desviava o olhar nem por um segundo do que acontecia na pista de gelo.

O primeiro período foi calmo demais, sem nenhum gol para nenhum dos times e ela estava muito ansiosa. Tinha algum pressentimento bom sobre um resultado positivo e continuava torcendo por isso com a torcida organizada que o cunhado tinha montado.

O cara era insano e talvez por isso tinham se dado bem desde o primeiro instante.

O segundo período começou e logo nos primeiros segundos Staal passou o puck para Aho que encontrou Lindholm em um ângulo certeiro.

Score, o grito do narrador foi ouvido e Joan vibrava ao presenciar o primeiro gol de Elias como seu namorado.

Lindholm agradeceu a Aho da forma que sempre faziam e olhou para cima encontrando Joan, ele sorriu e levantou o stick para ela antes de ser abraçado pelos amigos, cumprimentando os outros e voltando para o banco em seguida para rever o seu gol.

Um fuckin' gol e ele estava muito feliz por isso.

Estava feliz pelo gol. Esteve feliz pela vitória. E estará feliz o tempo que tiver Joan o acompanhando.

Porque aquele dia ele havia decidido que ela lhe dava sorte.

Future

Crise. Em sua livre interpretação é muitas vezes ligada a desequilíbrio, instabilidade, conflito. Em chinês a palavra é escrita por dois ideogramas, sendo o primeiro risco e o segundo oportunidade. Como fora pregado pelo presidente dos Estados Unidos em 1959, John Kennedy, se agora existe uma desordem, posteriormente haverá uma oportunidade e tudo irá se reerguer.

Durante décadas esse mesmo discurso foi propagado por diversos lugares, se não citados, reformulados, mas sempre de forma idêntica e motivacional: está ruim agora, mas uma hora vai melhorar.

No entanto, essa análise sempre esteve errada, pois o ideograma que supostamente significava oportunidade quando escrito sozinho não tem nada de bom e positivo. Crise em mandarim tem por definição "momento crucial de perigo".

Dependendo da situação, a crise poderia ocorrer em um cenário geo-político, médico, familiar e pessoal. Crises de vários tipos, em diversas situações, dispersas por todos os lados. É inevitável, um dia ela vai aparecer e só nos resta saber se a crise afeta de modo geral ou se encontra apenas dentro de nós.

Às vezes as coisas acontecem por uma razão, às vezes não. Talvez as pessoas aparecem em nossa vida por um propósito, seja ele bom ou ruim, ou talvez não. Quem sabe as pessoas são destinadas umas às outras, quem sabe não... O futuro é tão incerto que não cabe a nós viver nele, não importa o que vai acontecer ou quem vai aparecer, não importa o modo como tudo irá acabar. Porque além de incerto, o futuro é inconstante. Em um piscar de olhos tudo pode mudar.

O futuro acima de tudo dava medo e dentre todas as inseguranças que Elias e Joan tinham sobre o que estava por vir, nunca se preocuparam muito com isso porque até aquele exato momento a única certeza que tinham era a que estavam juntos.

Os dois se encontravam em um quarto de hospital, muito diferente dos planos que haviam feito, se é que tinham de fato feito planos. Joan estava com o rosto inchado pelo choro recente e Elias tinha os olhos vermelhos, assim como seu nariz. Os dois se entreolhavam como se pudessem realmente se entender através do olhar e quando o silêncio foi demais para ambos, aquele peso foi enfim findado.

– Isso não tá dando certo.

🏒❤🎾

(08.08.2k17)
Today in canes history... Jeff Skinner só assinou um contrato há exatos 9 anos atrás, mas o objetivo aqui é outro ahahah. A autora já começa colocando fogo nas coisas mesmo porque é assim que a gente gosta, né?! Ou não. Mas me contem, gostaram da definição de Crise? Muahahaha, no aguardo dos próximos capítulos. Lembrando que vocês podem ler mais sobre esses dois no segundo conto dos Clássicos do Hockey e o Instagram da Joan é brant.joan (tem vários spoilers perdidos por lá). O grupo no Facebook pra acompanhar as novidades é Fantasias da Rai e meu ask é raisaperosini.
Beijos e até a próxima ❤

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