Amor Interceptado - Série End...

By MariaFernandaRibeir2

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É claro que nenhuma mulher gosta de ser largada na cama após a primeira vez, para o cara te deixar pra sempre... More

Prólogo
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Epílogo
Próximas histórias e avisos - atualização 2018

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By MariaFernandaRibeir2

Quando você está feliz como um idiota, deixe isso te dominar, quando tudo acaba, você tem que aceitar.
(Good Life - One Republic)
Marianne

"Nossa, que ideia ótima não avisar o pai. Realmente Marianne, vai dar muiiito certo", vocês devem estar pensando. Só que está dando. Dança da vitória!

Ok, não estou nem com duas semanas direito. Sim, Murphy, aquele cara bacana que quero afundar na lama do inferno, ajudou para que meu óvulo fosse fecundado e tcharã! Tenho um bebê na minha barriga agora. Não contei para ninguém fora do hospital ainda, nem mesmo pra Leslie. Só que hoje é a formatura do Zack, e ele ir embora sem saber disso não me parece certo. Por isso, com muita relutância, contei. Ele não me deu sermão, não perguntou do pai, só me deu um abraço carinhoso e me tranquilizou.

Meu irmão é o único homem à quem confiarei esse bebê. É o único homem que realmente presta, modéstia à parte.

Enquanto ele estava no baile de noite, eu estava devorando um pote de sorvete e chorando com um filme do Mr. Bean. A gravidez faz coisas estranhas. Ele ama tanto esse ursinho, eu vou amar meu filho assim? Olhei pra minha barriga inchada, e para o pote de sorvete, e constatei que o doce poderia me fazer ter gases que eu estava achando que era o bebê crescendo. Chorei mais e não comi mais sorvete. Alguém bateu na porta.

—Vá embora! O Mr. Bean é só meu!

A Leslie abriu mesmo assim.

—Você tem uma forte oscilação no seu gosto para homens. Como vai o bebê?

—Que tipo de bruxa você é, Leslie? Pode me dar uma poção que me faça acordar do lado de um cara legal na França?

—Porquê sei do bebê? Seu irmão me contou para que eu viesse cuidar de você. Vou ficar quietinha, prometo. Trouxe uma torta!

—Dá gases?

—Não, é sem glúten e sem lactose.

—Então é sem vida, portanto não quero.

—Marianne, você ficou cinco anos na faculdade de enfermagem, e começou medicina! Como pode comer tanta besteira e não comer coisas saudáveis?

—Eu comi arroz, batata cozida e ervilhas no almoço hoje. Pão integral puro no café da tarde. Me desculpa se quero alguma coisa com gosto na janta.

—Tem gosto, eu prometo! Coma só um pouco, você está emagrecendo ao invés de engordar, isso é perigoso.

Provei um pedacinho, e era bom. Comi tudo sozinha. Eu me sentia satisfeita e muito gorda, mas com o estômago feliz.

—Você tem alguma roupa que me sirva para quando eu estiver tão gorda que não conseguirei olhar para os meus pés? Vou poupar dinheiro para o bebê, passarei metade do que ainda tenho na herança pra ele.

—E ele nem mesmo tem um sexo ainda! Querida, você precisa relaxar. A gravidez é um processo lento.

Uma carta voou pelo buraco da porta e a peguei do chão. Só o envelope com as iniciais me disse o que era. Filho da mãe.

—Ele teve a audácia de me convidar para o casamento, Leslie! Nunca mais me deixe me aproximar dele. — joguei o envelope longe.

—Tá bom.

—Eu quero ir no casamento.

—Tá bom.

—Não concorde comigo, me diga que sou burra e devo ficar! Aí você me apresenta um cara legal que vai assumir meu filho e não me deixar fazer isso sozinha.

—Você deve ir, e se eu conhecesse um cara legal ele estaria comigo, não com você. Só conheço caras velhos! E você deve ir! Sim, você deve. Eu tenho o vestido perfeito pra você.

—Eu não quero ir.

—Você disse que quer primeiro, é isso que vai valer. Aí você pode contar pra ele e sair correndo, como a personagem de um livro que li. O rapaz foi atrás dela na ocasião e comprou uma grande cama para ela, mas se não acontecer com você, quem estará perdendo é ele.

—Leslie, você lê Abbi Glines? — perguntei chocada.

—Leio o que aparecer. Ser velha te dá vantagens, como por exemplo não ter que arrumar a casa, porque alguém faz isso pra você, e você pode ler enquanto isso.

—Me mostre o vestido.

Ela saiu e voltou num minuto.

—Direto dos anos 50, portanto recatado o suficiente para um casamento.

As alças eram largas, o vestido rodado e acinturado, o decote com o corte perfeito para mostrar só o necessário em um casamento, o comprimento aceitável e a estampa perfeita. Bolinhas pretas iguais num fundo azul bebê, um sonho quase.

—E os sapatos?

—Aquela sandália preta de fivela. Bem anos 50.

—Cabelo?

—Vou te ensinar a fazer um penteado daquela década.

—Maquiagem? Anos 50 também?

—Sim. — sorriu — Se vestir como as mulheres elegantes da época levantará sua autoestima. Ou de pin-up, você que sabe. Vamos lá que vou te ensinar!

Sebastian

Isso não vai dar certo. Apesar de ser minha amiga, a Indiana é insuportável, e acha que sou um inútil que não pode fazer nada sozinho. Quer me ensinar a lavar a louça, a roupa, a casa, os banheiros, passar, cozinhar.

—Você acha que faço o quê aqui dentro? Fico bebendo cerveja e vendo futebol o dia todo?

—Eu tenho TOC.

—E eu tenho CFMC.

—O que é isso? — perguntou curiosa.

—Cai fora da minha casa. Anda, caminho da roça.

—Vamos morar juntos, você terá que aprender a conviver comigo.

—Por duas semanas, pelo amor de Deus. Depois você vai fingir que não deu certo, vai voltar pra sua casa, ficar com seu namorado de verdade por um tempo, vamos forjar uma discussão em público e divórcio. Sai Indiana, se eu ver você tirando mais uma coisa do lugar, vou apertar o botão vermelho e me ejetar disso.

—Eu não tenho culpa se você brigou com a Marianne.

—Eu não briguei com ela, tá bom? Saí pra comprar a pílula do dia seguinte e ela desapareceu. Bloqueou meu número, não aceita cartas do meu endereço e me excluiu de todas as redes sociais. Só me deixa sofrer em paz.

—Eu trouxe filmes comigo. Você vai ver e chorar por eles, não por ser um babaca. Deveria ter saído depois que ela acordasse, seu histórico não contribui para seus atos.

—Foi mal, tá legal?

—Garota errada, bebê. Uma maratona de Nicholas Sparks vai te ajudar a entender isso.

Vimos dois filmes que não tem finais felizes, e me deixaram bastante incomodado. E um que a mulher está fugindo do ex, e me fez fuzilar a Indiana com os olhos. Ela explicou que eu podia me colocar no lugar do Josh Duhamel, porque eu era mais parecido com ele na história, mas eu não fazia ideia de quem era. Um final feliz, aleluia! Depois, finalmente um filme com pessoas que conheço.

—É o irmão do Thor e a Hannah Montana, não é?

—Liam Hemsworth e Miley Cyrus, são eles sim.

Cinco minutos depois, eles já voltaram a ser o irmão do Thor e Hannah Montana, porque não lembrei os nomes. Achei legal a cena das tartarugas. Eu estava cansado quando o filme do cowboy e da estudante começou, e dormi no ombro dela.

Indiana

O Sebastian não é nenhum mocinho perfeito, por isso mostrei esses filmes pra ele. Ele pode ser o herói da Marianne sendo ele mesmo, o que precisa é se abrir e explicar pra ela o que aconteceu nas duas vezes. Se ele fizesse isso, eu poderia ajudá-lo. Mas o prazo estava ficando curto. O casamento estava próximo e ele não procurou ela, e muito menos ela procurou ele. Mexi meus pauzinhos pra fazer eles se encontrarem. Liguei para minha tia avó, Leslie, para me ajudar.

—Só consigo mandar a menina para o casamento. Antes é impossível. Ela está se matando de tanto trabalhar, eu digo que não faz bem pro bebê, mas... — bebê? Estive destruindo uma família esse tempo todo, por capricho?

—Tia, que bebê? Ela é mãe? A criança tem quantos anos?

—Está na barriga dela ainda. Você não conte pro Sebastian, ela vai fazer isso por conta própria!

—Tá, eu não vou contar. Você pode garantir que ela venha confortável? Eu não sei como viajar grávida deve ser.

—Horrível. Mas só posso manda-la de ônibus.

—Pegue a poltrona com mais espaço. Ela precisa estar aqui, estou contando com você.

Era duplamente sujo usar uma grávida para não me casar com o meu único amigo e destruir nossa amizade — e o coração dele. Eu também gosto de outra pessoa, que também estará no casamento, mas pelo menos sabe o porquê dele. Se eu conseguisse fazer dar certo, enganaríamos meus pais forçando o casamento ao máximo, e aí eu fugiria com ele, e ficaria tudo bem entre o Sebastian e a Marianne.

Marianne

Trabalhar. Um esforço feito por indivíduos para alcançar uma meta, no significado normal. No dicionário da Marianne grávida? Cansaço, fome e dor nos pés. Hoje o clima no hospital está mais monótono do que nunca. Quatro horas aqui e nenhum paciente que ficou por mais de uma hora no atendimento. Fico feliz por eles, mas eu preciso de adrenalina!

—Comprei rosquinhas com calda de morango pra vocês. — um médico disse, entrando com a caixa e abrindo ela debaixo do meu nariz.

—Tira isso daqui. — resmunguei para o cheiro, que atiçou meu estômago da pior maneira.

—Ué, não vai comer? São suas preferidas. — me estendeu uma, e devo ter ficado da cor do uniforme, porquê ele sussurrou — Você está grávida?

—Não.

—Está sim. Seus hormônios estão em fúria, garota! As espinhas no rosto não são muito sexy.

—Obrigada. — ironizei.

—Mas a bunda compensa.

—Equipe, acidente com fogo, segundo para terceiro grau, chega em um minuto! — o clínico avisou.

Eram duas pessoas. O cheiro de fuligem e queimadura me fizeram ter que controlar a respiração para não vomitar. Fiz o relatório prendendo o ar, e no meio da falação do médico houve a revolta do meu estômago. Encontrei uma faxineira passando no corredor, e despejei pra fora na lixeira dela.

—Tsc tsc. — a gastroenterologista debochou — Uma enfermeira que não pode lidar com os pacientes. Quer um remedinho para o estômago, bebê?

—Willie, deixa ela em paz. Ela está se sentindo mal hoje, só isso. — o cardiologista me defendeu.

—Na verdade, estou grávida, obrigada pela preocupação dos dois.

Silêncio. Até o cardiologista ajoelhar no chão.

—Eu vou conhecer a nova mãe do filho de Deus! Preciso contar isso pra minha mãe!

—O quê? — ri disso.

—Você não faz sexo há mais de trinta anos, como vai gerar um bebê?

—Ei, eu tenho vinte e seis anos. — aí eu entendi — Não sou uma puritana.

—Você já fez o exame?

—Não.

Ele piscou pra mim e foi até a médica dos exames, no café. Conversou com ela, e ela veio até mim.

—Primeira gravidez?

—Sim.

—Venha comigo, vou te explicar o procedimento.

Uma hora depois, o resultado estava pronto, mas eu estava cuidando de uma convulsão e em seguida de um corte que teve um braço quebrado de companhia, o que tomou o restante do meu tempo aqui. Peguei o resultado na saída pra casa, e o guardei pra alguém ler pra mim. No meu estado de nervosismo para saber a resposta, as palavras virariam uma sopa de letrinhas. Tirei um cochilo, e mais relaxada tentei ler o papel.

O "HCG" foi o que me fez achar. Fechei os olhos e respirei fundo. Segui a linha com o dedo, e só o P no início da palavra me fez largar o papel no chão. Apoiei os cotovelos nas pernas e a cabeça nas mãos.

Talvez ele seja legal, pensei, talvez não seja como o Zack e me deixe dormir à noite toda. Talvez não se suje todo quando for brincar ou comer. Talvez não pule no sofá ou corra na chuva ou não espalhe os brinquedos no chão. A quem quero enganar? Se uma criança não faz essas coisas, não é uma criança. E se vou ter esse bebê, preciso começar a cuidar dele a partir de agora. Vamos começar com a alimentação. Saí para o supermercado e peguei frutas, legumes, verduras...

—Quem vai te visitar para você estar comprando todas essas coisas saudáveis? — a Angela assustou a merda fora de mim.

—Uma pessoa nova.

—Hm. Já esqueceu o Sebastian? — a olhei irritada — Não acho que meu filho te mereça. Eu tentei te alertar o afastando e ele fez o resto, mas você insistiu. O que sua mãe te diria, Marianne? Ao saber que você fica martelando no prego errado. O Sebastian é um erro na sua vida...

—Angela, você não me conhece. Sabe que sou a garotinha com dislexia que teve a ajuda do seu filho, e que perdeu os pais, isso é tudo. Pare de achar coisas sobre mim, pare de tentar controlar seus filhos. Os dois são grandinhos e podem dizer o que querem. Se o Sebastian não quer falar comigo, eu também não quero ouvi-lo.

—Ele vai ficar irritado se você não contar do bebê.

—Como diabos você sabe dele?

—Só há uma situação em que você compraria todas essas coisas saudáveis, com o Zack indo embora. Conte. Agora ou depois, só não demore muito, ou ele vai acabar descobrindo.

Ela se afastou. Sério, não entendo como a Brittainy é aquele anjo com essa mãe esquisitona.

Nem nós entendemos, Marianne. Nem nós.

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