Amor Interceptado - Série End...

By MariaFernandaRibeir2

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É claro que nenhuma mulher gosta de ser largada na cama após a primeira vez, para o cara te deixar pra sempre... More

Prólogo
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Epílogo
Próximas histórias e avisos - atualização 2018

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By MariaFernandaRibeir2

Não se preocupe criança, veja, o céu tem um plano pra você.
(Don't You Worry Child - Swedish House Mafia)
Sebastian

Me chamem de louco, de desmiolado, do que vocês quiserem, mas se eu não beijasse ela agora, tão linda dançando, não dormiria em paz nunca mais. De um jeito bem Marianne, ela aproveitou o beijo, se afastou, me deu um tapa no rosto e sumiu. Com o rosto ardendo e um sorriso confuso, fui para o bar.

—Você sabe, Sebastian,   — o barman, o mesmo cara há mais de dez anos, falou  — se eu fosse ela nem olharia na sua cara. O que você fez, filho, foi muito errado. Há muita razão para essa mão estar estampando sua cara.

—Eu tentei fazer o certo, de maneira errada.

  —Você tá falando do passado ou de agora?   — vendo minha careta, ele continuou  — Você vai se casar. Ninguém quer ser a outra. Pode até ser justo para você e pra sua noiva, mas pra Marianne não é. Toma cuidado com ela, a garota já mostrou que não é um brinquedinho pra você só mastigar quando quer. Nenhuma garota é, vocês garotos é que não percebem isso.

—Não estou mastigando ela.

—Como um maldito chiclete saboroso, está sim. Você cospe quando não quer mais, e pega outro da caixa quando sente falta do sabor. Ela jogou a caixa fora quando você a abandonou, e agora você está usando os que tem nos bolsos. Quantos restam, garoto?

—Para com isso.

  —Não paro não. Você que tem que parar de brincar com o coração da moça, porquê quando ela o fechar pra você, não será ela quem sofrerá. Olhe lá, estou dizendo.

Me virei para ver o que ele viu, e um frio de ódio soprou meu corpo quando vi ela e o Bryan Filho da Mãe Johnson dançando juntos. O Johnson é um idiota que foi meu rival na escola, e adora furar o olho dos jogadores da liga, cujo ele também faz parte. Já o peguei com a Indiana duas vezes, mas o que senti ao vê-lo com minha noiva nem se compara à queimação que se apossou do meu corpo com essa imagem dele segurando a cintura da Mary-Ann e a beijando.

—Garoto, você tem que se resolver com ela, ou vai quebrar muito mais do que meus copos.  — apontou os cacos do que estava na minha mão. Por sorte não me machuquei.

—Mande a conta do copo para o Kansas, estou indo embora.

  —Filho, você não pode dirigir bravo desse jeito. Principalmente na interestadual.

O ignorei. Passei em casa para pegar minha mochila e entrei no carro, remoendo a imagem que não saía da minha cabeça. Quando alcancei todas as milhas possíveis de distância dela, na minha casa, liguei para a Indiana e a chamei pra vir aqui. Ao contrário do que todo mundo pensa, eu e ela somos bons amigos, nem um casal apaixonado e nem duas pessoas que se odeiam. Ela chegou em dez minutos.

—Que diabos aconteceu pra você me ligar à uma da manhã querendo colo?

  —A Marianne.

  —A da sua escola?

  —Você conhece outra Marianne?

  —Não precisa ser grosso, grandão. Você a encontrou? Onde esteve?

  —Lincoln, visitando minha família. Eu só a vi algumas vezes, e tudo voltou à tona. Ela é enfermeira, e fica tão bonitinha naquele uniforme verde.

—Tenho certeza que a cor do uniforme dela não tem nada a ver com suas lágrimas.

—Eu fui para uma balada, ela estava lá. Ela nunca sai, nunca, e teve que sair no único dia que eu também fui. Ela beijou o Bryan Johnson.

—Eu preciso te lembrar que ela não é nada sua, por sua escolha e culpa? Ou você tá com ciúme do Johnson?

  —Você também vai ficar me lembrando disso?

  —Querido, eu te conheci porquê você quase afundou sua carreira pela sua ressaca pós Marianne. Tenho uma coisa melhor do que álcool pra você.  — tirou dois chocolates da bolsa  — Melhor coisa pra tristeza.

Só chorei mais. A Mary-Ann se entope de chocolate quando está triste.

—Qual é, Sebastian, é chocolate ao leite, pelo menos finja estar feliz. Não? Tudo bem, eu como sozinha.

  —Você é a pior melhor amiga do mundo.

—Ela é sua melhor amiga, não eu. Eu sou sua carrasca.

  —Não me faça rir quando estou triste.

Ela tomou isso como um desafio, e fez cócegas em mim. Ri até voltar a chorar. Ela cruzou os braços irritada.

—Desse jeito terei que ligar para a sua mãe.

  —Não, estou bravo com ela. Ela insinuou que a Marianne era uma garota de programa.

  —Eu não acredito! Aquela vaca chamou a Marianne de quê?

É, não é nenhum sacrifício ter a Indiana na minha vida.

Marianne

Fontes confiáveis (Brittainy) deixaram escapar que o Sebastian voltou pra casa dele no Kansas muito irritado ontem. Eu não poderia estar mais satisfeita. Quem ele acha que sou pra ele me beijar enquanto está comprometido? O Zack notou minha animação pelo fato de eu estar comendo um pote de Nutella e ignorado o que ele disse sobre o açúcar.

—Em quem você deu um pé na bunda dessa vez?  — perguntou.

  —Alguém que ficou muito bravo comigo.

  —Ninguém que eu vá ter que expulsar da porta, certo?

  —Certíssimo.

  —Bem, já que você está tão animada, podia dar uma olhada no meu carro. O freio não está funcionando.

  —Você dirigiu com o carro sem freio?

  —Só descobri quando fui frear ontem. Tive que deixá-lo no ponto morto e usar o freio de mão.

Levantei e fui até o carro dele lá fora com o meu glorioso pijama de gatinhos. Aprendi mecânica em algumas aulas que fiz no ensino médio, e o Zack usa minhas habilidades sempre que precisa. Não é de graça, ele me deixa comer o que eu quiser quando o ajudo nisso. Enfiei a cabeça no capô do carro, e o braço na embreagem. Tive que trocar o platô, o disco e o atuador, o que me rendeu várias manchas de óleo na roupa. A sorte dele é que eu tinha as peças, porque vi que ele ia precisar da última vez que olhei. Quando entrei em casa quase joguei as peças velhas na cabeça dele.

—Você deveria ter trocado isso há mais de um mês.

  —Foi mal, o time tá ocupando muito do meu tempo.

  —Tá me devendo um pijama agora.

—Eu vou comprar um novo pra você amanhã.

—É bom que compre mesmo.

—E, Marianne? Com quem você saiu ontem?

—Com ninguém?

—É que sua blusa, a de festa, está meio rasgada. Achei que você não fez isso sozinha.

Repassei a noite na minha cabeça. Na dança com o Bryan eu perdi o equilíbrio e ele me segurou de qualquer jeito, deve ter sido aí.

—Bryan Johnson. — sorri.

—O Johnson? — os olhos dele quase saltaram da cabeça — Será que terei de fazer a lista dos jogadores ficha suja pra você ficar longe?

Encolhi os ombros.

—O que ele fez?

—Agrediu a namorada. Fique longe dele.

—Eu não sabia, vou ficar. — fui subir as escadas, mas voltei — É uma boa ideia fazer essa lista. Você pode colocar em primeiro lugar, para eu lembrar sempre, o capitão dos Chiefs?

Eu tinha acabado de entregar a cabeça do Sebastian em uma bandeja de prata para o Zack. Ele deu de ombros.

—Tá. O tanto que ele te fez chorar já garantiria uma posição alta mesmo.

—Você lembra? — perguntei horrorizada.

—Sim. Eu vi ele saindo naquele dia. Ele me pediu desculpas e me deu o boné dele. Eu não entendi direito na época, mas não é difícil ligar os pontos. Ele estava mal também, chorando e tudo mais. Só olhe onde você pisa agora, tudo bem? Não quero que você afunde de novo.

E graças à um bom Deus, o assunto Sebastian desapareceu da casa por meses. Eu estava bem. Não, estava ótima. A Leslie chamou essa fase de "quando você finalmente sai do buraco e encontra o Sol".

—É sério menina, você nem parece que vai morar sozinha daqui alguns meses. — ela disse.

Isso tocou fundo na minha ferida.

—Você não ouse chorar pela partida do seu irmão. — me repreendeu — Ao contrário do que você pensa, morar sozinha é ótimo. Você come o que quiser, pode levar quem quiser para dentro de casa, pode andar pelada.

Quase que o chá saiu pelo meu nariz. Afastei as imagens da Leslie pelada da minha mente, e encarei a grama dela.

—Eu sinto falta dele. Do Sebastian.

—Eu também sentiria, vocês eram muito amigos e tiveram um final mal resolvido, mas você já vai ficar um ano mais velha dentro de horas, querida. Sentir falta de alguém não é útil na minha idade, e você estará ficando mais próxima dela. Se resolva com ele. Jogue limpo sobre o que você sente, e o que vier dele ou não vai fazer muita diferença, mas você estará livre de um embuste, ou você vai ser muito feliz com um bonitão. Vai ser fácil.

Eu ia responder que nada era fácil, mas o Zack me ligou.

—Marianne, você pode ir ao hospital?

—O que aconteceu?

—Quebraram o nariz da Brittainy. Eu preciso de você lá para garantir que o negócio vai parar de sangrar.

—Estou indo, é meu dia de folga, mas me parece grave. Chego lá em dois tempos e te mando uma mensagem quando eu souber do diagnóstico. — desliguei — Leslie, minha cunhada quebrou o nariz, tenho que checa-la.

—Oh, pobre garotinha. Vá, vá. Eu guardarei os biscoitos pra você.

Corri para o hospital já vestida de enfermeira. Tive que beber cinco copos d'água para meus pulmões pararem de queimar, corridas de três quilômetros e sedentarismo não combinam nem um pouco. Coloquei a máscara, porque lidaria com sangue, e fui até os pacientes do pronto-socorro, checando o nome dela na lista. Era a segunda, atrás de um senhor que acabou de entrar.

—Brittainy? Vamos olhar esse nariz? — chamei.

O cara do lado dela levantou, e só podia ser quem? Podia ser você Murphy, mas você prefere ser um filho da mãe que insiste em colocar esse homem na minha vida.

—O sangue não para de descer, enfermeira, não é uma hemorragia? — ele perguntou assustado. Tão assustado que nem me reconheceu.

—Não me parece uma hemorragia, senhor. É comum haver sangue no caso de lesão do nariz. — me abracei mentalmente por soar tão profissional.

Eu sabia que o senhor havia me entregado, mas tinha outras prioridades no momento.

—Eu não sou um senhor, Derren. — rosnou pra mim.

Sim, não é ainda. Auxiliei o ortopedista a fazer o procedimento, já que eu sou especializada em ortopedia, e nunca vi a Brittainy tão assustada. Nem mesmo quando o Zack a levou para a piscina. O analgésico fez ela dormir um pouco, e aproveitei para colar o adesivo que ela escolheu na tala.

—Obrigado pela sua ajuda, Marianne. A garota parece gostar de você, te ter aqui foi importante. — o médico falou enquanto eu checava a pressão dela, ciente da presença do irmão.

—Imagina doutor, ela é minha cunhada, tive que vir.

Ele olhou de mim para o Sebastian e de volta.

—Não, ele não tem nada a ver com isso. — cobri a garota, o hospital é frio.

—Por opção dela. — ele disse.

—Minha? Sou eu quem vou casar? Ou quem te afastou?

—Eu vou tomar um café, te vejo de noite, Marianne. — o médico pulou fora, e agora tinha só uma maca entre nós.

—Você quer discutir isso aqui? — perguntei irônica.

—Sim, porque eu não sei quando te encontrarei de novo. É difícil pra caramba sustentar uma fachada e ter que te procurar, sabia?

—Não é problema meu.

—Eu preciso ter uma conversa séria com você. Me encontra na quinta, no LaBamba. Às 20:00.

—Hm, não vai rolar. Quinta tenho plantão. E não vou no LaBamba.

—Quarta, então? Na sexta eu não posso, a Indiana vai vir pra cá. Onde você pode ir?

Ótimo, mas que presente de aniversário perfeito, hein Senhor? A presença da atual do meu único ex.

—Quinta, e só se for no horário de almoço. Que tal em algum lugar onde nunca trabalhei?

O clima ficou tenso.

—Você trabalhou no LaBamba? No pole?

—É, era o único jeito de fazer dinheiro enquanto eu não tinha acesso a herança. O Starbucks está bom pra você? Às 13:00? Te espero lá.

Saí antes que o ouvisse dizer algo sobre o pior trabalho que já tive.

Muito que bem, a história começa a aquecer os motores pra valer no próximo capítulo.

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