Amor Interceptado - Série End...

By MariaFernandaRibeir2

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É claro que nenhuma mulher gosta de ser largada na cama após a primeira vez, para o cara te deixar pra sempre... More

Prólogo
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Epílogo
Próximas histórias e avisos - atualização 2018

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By MariaFernandaRibeir2

O amor machuca, o amor deixa cicatrizes, o amor fere.
(Love Hurts - Nazareth)

Sebastian - passado

Percebi que teria problemas sérios quando, faltando dois dias para eu voltar à universidade, a saudade da Marianne e do carinha se instalaram no meu peito.

—Sebs. — a Britt chamou — Você vai me visitar na nossa nova casa, não é?

A Brittainy, minha irmãzinha, era uma nômade junto com os nossos pais. Isso afetava ela demais, ela não fazia amigos porquê sabia que sempre ia embora, e por isso eu era a única companhia dela. Se eu fosse esperto o suficiente, seguiria o exemplo dela, e não me apegaria cada vez mais e mais à minha amiga. Não ficaria tão feliz toda vez que ela sorrisse ou cantasse uma música, ou que visse um filme em outra língua sem legenda, tentando entendê-la na marra — também porquê eu não consegui chegar a ensinar toda a leitura que ela precisava para conseguir ler uma legenda na velocidade com que elas passavam.

—Tenho que conseguir o e-mail dela. — pensei em voz alta, e as sobrancelhas da Britt se juntaram.

—O que é um e-mail?

—Correio eletrônico. — peguei o computador.

—Você vai me visitar? — perguntou novamente, e percebi que viajei nos devaneios e não respondi ela.

—Claro, sempre que eu puder. Moro em outro estado e estou aqui, não é?

—É. — ela sorriu — O Natal com você é sempre melhor, o papai Noel só me acha quando você está comigo, porquê é você que manda minhas cartinhas pra ele.

Mordi minha língua pra não falar que o papai Noel a achará até em Plutão se nosso pai estiver com ela, já que ele é o tal. Ao invés disso, sorri.

—Como você descobriu o meu segredo com o bom velhinho?

Ela apontou a cabeça.

—Eu pensei muito.

—Garota esperta. Vem cá me dar um abraço.

Segurei minha irmãzinha por vários segundos. Ela se afastou um pouco e me olhou nos olhos.

—Adivinha só! A mamãe disse que poderei fazer futebol na middle-school. Você vai me ensinar, não é Sebs?

Lembrei na alegria do olhar do carinha enquanto o ensinei hoje. É claro que eu queria a Brittainy feliz, mas eu tinha medo dela se machucar. O Zack estava cheio de arranhões e alguns hematomas, que fizeram a Marianne ter que inspecioná-lo toda vez que ia tomar banho, para ver se não havia nada mais grave. A mamãe não faria o mesmo com ela.

—No verão, quem sabe?

—Mas o verão é daqui... uma vida!

Ri do drama dela.

—É daqui seis meses, Britt. Meio ano. Você vai aprender um pouco antes dos seus colegas de time. — e assim, talvez, desistir antes de ser parte de um de fato.

Marianne

Esperei que o verão chegasse logo. Arranquei todas as folhas do calendário esperando que isso fizesse o tempo passar mais rápido. Todo santo dia o Zack me perguntava se o Sebastian ia voltar, e eu respondia a mesma coisa. "Não sei, não sei, não sei". Sentir isso era muito ruim, e me fechei no meu mundo para que ninguém mais entrasse em mim e me tirasse do conforto dele. Aqui dentro não tinha dor.

Eu não vou me abrir mais, para ninguém, prometi a mim mesma. Deixei uma frestinha aberta para mais uma pessoa, e ela me machucou.

Não, ela sumiu. É pior. Eu não confio nele mais. Não posso confiar.

—Marianne, querida, você está me ouvindo? — a Leslie, a vizinha, chamou.

—Estou.

—Qual é a cor da blusa que eu disse que estava usando ontem, então?

—Verde. — vi ela usando uma blusa verde.

—Não, foi rosa. O que está te tirando do ar?

—Eu não vou confiar em mais ninguém, Leslie. Não além de você e do Zack.

—Ué, achei que aquele garoto era seu amigo.

—Ele me deixou. Foi embora. Duas vezes.

As sobrancelhas dela se juntaram em uma careta.

—Querida, ele está estudando, assim como você está. E, infelizmente, eu tenho que te lembrar que vocês não tem um relacionamento. No verão você pode falar sobre isso com ele.

O verão... Lincoln enchia no verão, e pensar nas multidões me deixava sem ar. Estar no meio de uma, semanas depois, quase me fez enlouquecer.

Preciso sair daqui, pensei enquanto traçava uma rota de fuga. Quase chegando em casa ouvi meu nome ser chamado, mas balancei a cabeça espantando a loucura. Mãos seguraram minha cintura e gritei alto de susto.

—Ei, calma. Sou eu. — o meu, grande, grande amigo falou.

—O que você está fazendo aqui?

—Vim te visitar, ué. Faz um longo tempo desde que te vi. O carinha está onde?

—Na escola. Ele fica até o início da noite.

—Você fica sozinha em casa? Podemos bater um papo? Eu vou embora amanhã, não consegui te ver antes.

—Não, fico com um fantasma de acompanhante. Somos só eu e o Zack, o que você acha?

—Você não perdeu a essência. — sorriu. — É melhor você entrar, se há um fantasma eu não vou. — brincou — Vai chover.

—O único fantasma que já andou aqui foi o Zack, alguns Halloween atrás. Se tiver algum, eu te protejo. — vi o sorriso dele, antes que eu o puxasse para dentro.

Ele se acomodou na sala e eu sentei na banqueta da cozinha, onde eu podia ver toda a sala. Controle, ele tirava todo o meu, eu precisava ter algum.

—Senti muita falta disso. — confessou.

—De Lincoln?

É uma cidade sem muita movimentação, isso é um pouco irritante às vezes.

—De Lincoln, — de alguma forma ele veio parar atrás de mim — mas, principalmente, de você.

Virei para trás, e me assustei com o que vi nos olhos dele. Paixão, amor? Deus sabe o quanto eu estava errada, mas naquele momento não percebi.

—De mim?

—É, docinho. Você é especial. Eu me segurei durante o ensino médio para não te assustar, e aguentei um tempo longe para ver se passava. Mas não passou, Marianne.

—O que você quer dizer com isso?

Ele sorriu, e tive vontade de sorrir também.

—Quero dizer que estou apaixonado por você.

E ele me beijou. Devagar, fazendo uns sons às vezes, que acenderam partes de mim que eu nem sabia que existiam.

—Você vai mesmo embora amanhã? — perguntei sem ar.

—Sim. Eu tenho que ir.

—Então eu posso te dar uma coisa hoje?

—O que é? — apertou as sobrancelhas.

—Sebastian Moore — respirei fundo, tendo certeza de que queria isso — Você quer ser meu primeiro homem?

Ele me olhou por um longo tempo, tão longo que fiquei envergonhada de ter pedido.

—Então você ainda não...?

—Céus, não. Você não tem que fazer isso. — ri, sem nenhuma graça — Não sei porquê pedi isso.

Eu já sou ótima em arranjar amigos, o único que me resta eu acabo de dar um chute na bunda com um pedido estúpido.

—Quero. Desde que você aceite ser minha primeira mulher. — confessou e o olhei por cima do ombro.

Ele deu de ombros.

—Eu nunca quis ir até lá. — explicou.

Pulei em cima dele. Ele me levou para o quarto. Aconteceu devagar, e ao contrário do que diziam, não doeu nada. Eu estava tão feliz! Ele me abraçou perto dele quando meus olhos ameaçaram se fechar. Dormi embalada no abraço dele, e acordei envolta pelo gelo matinal. Uma mão encostou no meu ombro, e me virei sorrindo para o cara da minha vida... e dei de cara com o Zack. Gritei com todo o ar dos meus pulmões e ele tampou os ouvidos.

—Você dorme assim? — ele arregalou os olhos.

—Não, eu...

Antes que eu dissesse alguma coisa, ele olhou para a mancha de sangue no lençol.

—Você virou mocinha! É um rito de passagem dormir assim? Não, não precisa responder. Garotas são estranhas. E você está atrasada, seu despertador já tocou três vezes.

É um pesadelo. Tem que ser um pesadelo. Quase perguntei para o Zack se ele viu o Sebastian lá embaixo, mas aí vi algo em cima da minha cômoda.

"Obrigado pela noite. Espero que o dinheiro pague os custos."

Tinham duzentos dólares amassados lá. Lágrimas ameaçaram cair. Ele me usou.

Agarrei o dinheiro.

Sim, Sebastian Moore, o dinheiro paga os custos da noite. Mas não das lembranças.

Naquela manhã, depois de dar o dinheiro para um morador de rua que quase me beijou tamanha alegria, fui para a universidade com uma certeza: eu ia morrer solteira, mas nunca mais homem nenhum iria fazer isso comigo. Nunca. Mais.

Sebastian bem filho da mãe, né? O próximo capítulo vamos para a época onde o Zack já é o capitão do Fire Eagles e não uma criança inocente. O próximo sai em breve!

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