A Casa das Hostesses - ENCONT...

Door DehFelipe

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O que você faria se tudo o que você planejou pra sua vida desmoronasse em um segundo? Pra onde iria quando s... Meer

Notas da Autora <3
Capítulo 2 - Amigos de Infância
Capítulo 3 - Segunda Noite - Parte 1
Capítulo 4 - Segunda Noite - Parte 2
Capítulo 5 - Segunda Noite - Parte 3
Dama da Lua Solitária
Agradecimento e Notas Finais

Capítulo 1 - Primeira Noite

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Door DehFelipe


A noite estava fresca e graciosa. As ruas pouco movimentadas davam uma deliciosa sensação de solidão. Dois homens altos e não muito corpulentos andavam em seus ternos bem alinhados, carregando pastas de escritório em suas mãos rumo a uma boate muito agitada no auge da noite. Um deles era moreno, de olhos bem escuros como as trevas dos becos sem iluminação, tinha os lábios cheios e um andar sensual. O outro era loiro, um pouco mais alto, pele muito alva, parecia nervoso, olhando para todos os lados, inseguro.

O moreno atravessou a porta, seguido de perto pelo loiro. A música estava alta e as luzes piscavam loucamente.

– Yusuke – o loiro puxou o braço do amigo, fazendo-o virar para encará-lo – Não foi uma boa ideia vir até aqui. Eu vou embora.

– Souji! Só por hoje, você vai esquecer que é você, ta? Hoje, você vai se jogar na noite e que se danem as consequências, ta?

O loiro mordeu o lábio inferior, ainda hesitante, mas não teve tempo de contestar, foi sendo puxado pelo mais velho pela escada que levava ao andar superior. Lá embaixo, as pessoas dançavam animadamente. Souji parou, olhando-as. Aquele lugar o asfixiava.

– Oi Yusuke – uma moça de cabelos loiros abraçou o moreno por trás e beijou-lhe o pescoço sensualmente, fazendo-o sorrir.

– Oi Marina – ele respondeu ofegante, fechando os olhos.

– Teve reunião hoje, teve? – ela falou manhosa no ouvido dele, afrouxando o nó de sua gravata e retirando a pasta de sua mão.

– Tive sim. Foi um dia bem difícil – ele sussurrou, sentindo as mãos dela massageando seus ombros.

– Estou vendo. Vai me dar trabalho hoje – ela deslizou a mão pelo peito dele, fazendo-o estremecer e soltar um gemido de prazer.

– A Selina está aí? – ele perguntou, ainda deliciado pelas carícias que recebia, mas a garota parou de tocá-lo no mesmo segundo.

– Vai dispensar meus serviços? – ela perguntou e seu tom de voz era magoado.

Yusuke deu risada e virou-se para encará-la, puxou sua cintura, mas Marina desviou o rosto. O moreno beijou o pescoço da garota, fazendo-a suspirar.

– Dispensar você? – ele sussurrou em seu ouvido. – Mas é claro que não, meu amor. Eu trouxe meu amigo – ele indicou Souji com a cabeça – e ele está precisando de seus melhores serviços!

Marina analisou Souji por um momento. Ele permanecia calado, sem conectar seus olhos aos olhos azuis da hostess, segurando a pasta como uma criança do jardim de infância, encostado à grade no canto do aposento.

– O que houve? – ela perguntou, voltando a encarar Yusuke, enlaçando o pescoço dele.

– Ele pegou a noiva com o pai dele – o moreno explicou e Souji fez uma cara de espanto e indignação.

– Entendi. Bom, eu vou buscar a Selina – a loira selou os lábios aos do moreno e se afastou.

Yusuke se jogou numa das poltronas próximas e retirou o paletó. Souji ainda o encarava enfurecido.

– O que foi? – o mais velho perguntou percebendo o olhar do outro.

– Não é pra você sair contando da minha vida pra qualquer um não!

– Marina não é qualquer uma! – o moreno respondeu enraivecido.

Souji se jogou na poltrona em frente ao moreno.

– Mas pra ela você é! – ele disse cruelmente. – Pra ela, você não passa de um cliente!

Yusuke abriu a boca para responder, mas a fechou em seguida.

– Você teve um dia difícil! Está falando isso porque está destruído...

Antes que Souji respondesse Marina voltou e sentou no colo do moreno.

– A Selina já está vindo – ela disse, se dirigindo a Souji e virou o rosto sorridente pra Yusuke, mas ele parecia triste. – O que foi? – ela perguntou preocupada, segurando o rosto dele nas mãos.

– Souji disse que você me vê só como um cliente.

A loira se aconchegou mais no colo dele.

– Ele teve um dia difícil. Perdoe-o.

– É só por isso que ele ainda está inteiro bem ali.

– Você não teria coragem de machucá-lo. Preocupa-se com ele. Ou não o teria trazido aqui hoje... E solicitado a Selina pra ele.

Souji desviou os olhos quando os dois na outra poltrona começaram a se beijar, olhando para as pessoas que estavam ali também. Caminhando na sua direção, uma bela moça caminhava sorridente. Ela estava vestindo uma blusa preta com um decote em "v", uma saia de prega curta também preta e uma bota de cano alto.

– Posso me sentar? – ela perguntou em sua voz melodiosa.

– Fique à vontade – ele respondeu sem emoção. – É seu trabalho.

Ela se sentou ao seu lado e cruzou as pernas, ainda com um sorriso no rosto, apesar da resposta mal educada que recebera.

– Vai querer algo pra beber? – ela tornou a perguntar, gentilmente.

– O que tem por aqui? – ele perguntou, um pouco mais interessado, olhando-a de esguelha como se cedesse um pouco.

– O que quer sentir? – Selina perguntou tranquilamente.

– Quero algo que me faça esquecer meu próprio nome. – ele admitiu, jogando a cabeça pra trás.

– Certo. – ela se levantou graciosa e foi até o balcão de bebidas, falou com a garota que preparava os drinques e voltou a se sentar, retirando a pasta de sua mão e colocando-a no canto e entregando um copo nas mãos dele. – No que trabalha, Takeshi-san?

– Pode me chamar de Souji – ele suspirou e ela assentiu sorrindo. – Trabalho como relações públicas na empresa do meu pai.

Ela se aproximou mais do loiro e afrouxou o nó de sua gravata, fazendo-o fechar os olhos e suspirar aliviado.

– Aparentemente, não é no que queria trabalhar – ela constatou, deslizando suas mãos pelas costas do rapaz e retirando-lhe o terno.

– Não foi uma dedução muito surpreendente – ele deu risada.

– Não? – ela perguntou, erguendo as sobrancelhas, espantada.

– É comum que os filhos não gostem de trabalhar nos negócios da família...

– É, tem razão – ela riu. – É muito clichê!

Souji tomou um grande gole de seu copo, sentindo o líquido descer por sua garganta e deixá-lo zonzo momentaneamente.

– Era disso que eu precisava – ele suspirou pesaroso, colocando o copo com gelo na fronte, inspirando profundamente. – O que é isso?

– Bom. Eu lhe diria como se chama. Mas, como é feito pra você esquecer até mesmo seu nome, por que seria necessário?

Ele deu risada novamente e bebeu mais um gole de seu copo.

– Se não é no que queria trabalhar, por que está lá então? – Selina continuou, abrindo alguns dos botões da camisa dele.

– Está querendo me deixar sem roupas ou é impressão minha?

– Só se você permitir – ela sussurrou maliciosa no ouvido dele e Souji não pode controlar suas reações.

As mãos habilidosas da hostess deslizaram pela cintura dele, fazendo-o sentar um pouco de lado, de costas pra ela e Selina começou a fazer massagem em seus ombros fazendo-o relaxar pouco a pouco. Uma das pernas de Souji estava sobre a almofada do sofá de couro preto e ele apoiou o copo no joelho.

– Acho que estou lá por falta de opção – ele respondeu finalmente e ela assentiu, deslizando a mão pela coluna dele.

– Está com fome? Quer que eu lhe peça algo? – ela sussurrou novamente próximo ao ouvido dele, ajoelhando sobre o sofá e colando seu corpo contra as costas dele.

– Sim, por favor – ele respondeu, esvaziando o copo. – E se eu pudesse ter mais disso, seria ótimo. Desculpe, eu não sei seu nome...

– Chamo-me Selina, Takeshi Souji – ela beijou o pescoço dele. – Pode me chamar de Selina.

A garota se levantou com o copo de Souji na mão, foi até o balcão novamente e voltou com alguns aperitivos e mais bebida para ele.

– Isso é tão estranho – Souji murmurou, quando a garota lhe ofereceu o copo e os aperitivos e voltou a massagear suas costas.

– O que é estranho, Souji? – ele deu risada mais uma vez e comeu algumas batatas fritas de uma vez.

– O serviço que vocês fazem – ele desviou os olhos pra onde Yusuke e Marina estavam se acariciando animadamente e fechou os olhos quando Selina pressionou um ponto realmente dolorido em seu pescoço.

– Por que o acha estranho? – ela massageou cuidadosamente o mesmo ponto, tentando relaxá-lo e fazer parar de doer.

– Você me serve, conversa comigo, faz massagem. E, aparentemente, faz parte dos serviços de uma hostess aliviar as tensões extras também – ele indicou Yusuke e Marina se beijando e outros casais nos sofás próximos.

– Bom. Nosso trabalho é fazer com que o cliente se sinta bem acolhido por aqui. Algumas hostesses fazem outro tipo de trabalho – a garota usou um tom de desagrado. – E outras se envolvem com os clientes, como Yusuke e Marina. Mas, tecnicamente, nosso trabalho não tem nada a ver com isso, Souji.

– Desculpe se a ofendi – ele disse, virando um pouco a cabeça para encará-la.

– Não se preocupe. Você não é primeiro e não será o último a ter esse tipo de pensamento. Principalmente quando realmente há hostess que fazem outro tipo de serviço para os clientes – ela bufou desgostosa.

– Yusuke me disse que é a melhor hostess daqui, Selina – ele disse mudando de assunto.

– Ele é muito gentil – a garota sorriu. – Mas não posso dizer que eu seja. Isso é muito relativo. Cada cliente exige um tipo de serviço diferente.

Souji terminou seu copo e pousou-o na mesa, virando seu corpo pra ficar frente a frente com a garota. Selina ia se afastar pra dar-lhe espaço, mas foi impedida.

– Que tipo de artifícios usou comigo? – ele riu, segurando a cintura da garota com os dois braços. – Afinal, não havia ninguém tão determinado quanto eu nesse aposento a ser irredutível e eu pareço agora um dos seus clientes mais antigos...

– Foi a bebida – ela deu risada, apoiando os braços nos ombros dele. – As bebidas da Mari-chan são mágicas!

Ele encostou a cabeça no peito dela e recebeu um afago delicioso nos cabelos.

– Mas eu sinto que, o que o trouxe até aqui, ainda o está incomodando – ela beijou o topo da cabeça dele como faria com uma criança assustada.

Souji soltou lentamente a cintura de Selina e olhou fundo em seus olhos, esticando o braço e tocando o rosto dela. A garota se sentou ao seu lado e foi puxada pra mais perto.

– Não precisa falar nada se não quiser – ela acariciou a nuca dele carinhosamente.

– Marina não lhe contou? – ele perguntou, segurando a cintura dela, afundando o rosto em seu pescoço.

– Contou à Marina? – Selina perguntou espantada.

– Yusuke contou – Souji resmungou.

– Ah – a garota assentiu. – Não, Marina não me contou

– Eu... Estava noivo... – ele começou hesitante. – Hoje, eu tinha saído pra umas negociações pro meu pai. Mas não deu certo e eu voltei antes do esperado. Entrei na sala dele e ele estava com a minha noiva.

Os olhos de Selina se arregalaram e ela abraçou Souji com força. Ele afundou o rosto nos cabelos dela, sentindo o perfume delicioso que emanava da garota. O corpo dela estava colado ao dele, os braços o agarravam com tanto carinho que ele se sentiu acolhido, como se ela tentasse protegê-lo. Num impulso, Souji puxou o corpo da garota e colocou em seu colo, surpreendendo-a.

– Por quê? – ele soluçou e a garota beijou a testa dele, acariciando-lhe os cabelos delicadamente, tentando consolá-lo. – Por acaso eu mereço isso?

– Não – ela sussurrou em seu ouvido. – É claro que não.

Selina beijou o pescoço de Souji, traçando uma linha imaginária até sua bochecha, deslizando os lábios por toda a extensão do rosto do rapaz, beijando o queixo, o maxilar, a testa, as bochechas, o nariz, as pálpebras. Depois ela voltou a beijar o pescoço dele.

Uma lágrima quente escorreu pelos olhos dele e a hostess enxugou-a com a boca, sentindo o sabor salgado. Souji virou o rosto sutilmente e colou os lábios aos da garota, segurando sua nuca gentilmente, pressionando os dois rostos. Selina sentiu todo o seu corpo arrepiar ao sentir a temperatura deliciosa da boca dele na sua e puxou levemente os cabelos do rapaz, comprimindo seus corpos um contra o outro. Ao senti-la retribuir ao beijo, ele separou os lábios e deslizou a língua pelos dela pedindo permissão pra aprofundar o beijo, fazendo-a suspirar e gemer baixinho, imitando-o e convidando-o a explorar o interior de sua boca. Os dois descobriram cada ponto sensível durante aquela carícia labial, sem pressa, sem ansiedade. Ele se tranquilizava nos afagos que recebia.

Quando o ar se fez completamente necessário os dois se soltaram lentamente.

– Desculpe – ele disse ofegante, deitando a cabeça no ombro dela. – Você não gosta de fazer esse tipo de trabalho – ela pressionou os lábios dele com o dedo indicador.

– Você precisa de carinho – ela suspirou sentindo a respiração dele batendo contra seu pescoço. – E eu quero te dar carinho

Souji gemeu em aprovação aos toques delicados que Selina fazia com as pontas dos dedos por sua nuca, adentrando nos seus cabelos. Eles trocaram carícias tímidas durante toda a noite, conversando descontraídos. Quando já passavam das duas da manhã, ele e Yusuke se despediram e foram embora, ambos com os paletós por sobre o ombro, as gravatas frouxas.

– Eu disse que vir aqui ia te fazer bem – Yusuke deu risada e Souji ficou sem graça.

Mas o mais velho tinha razão..

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