How to save a life ~ ABO ~ l.s

Por lourrystt

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Amelia e Louis tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava... Más

Meet Amelia
It feels like fate
Taking care of you
Home
The A Team
The Magic Song
Brotherhood
The death of the past and a new life
The Solution
Trip routine
First touch, first kiss
Meet Baby Bear
Only Angel
Date night
Naked
For I can't help falling in love with you
Intensity
Heaven
The One
Changing
Arlo
Meet Richard Alexander Payne
Soulbond
Falling apart
Protection
He's gone
Finding Louis
Pain
Strong
Family love
Epílogo: Meet Violet, Aaron and Morgan
Agradecimentos, notas e rasgação de seda

Jealous

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Por lourrystt

N/A

Eu devia fazer uma att tripla ou quádrupla pra me redimir com vocês, vou atualizando assim pra poder compensar o tempo perdido.

Gostei tanto desse capítulo que eu vou chamar ele de chocolate.

Enjoy <3

***

A casa dos Styles não era enorme, mas também não era minúscula, era adorável. À primeira vista, era decorada em tons de bege e branco, os móveis pareciam de modelos antigos. O corredor entre a porta de entrada e a sala de estar era precariamente iluminado, mas, segundo Robin - que era arquiteto - propositalmente, para que o imóvel não perdesse seu caráter intimista, até mesmo um pouco colonial.

A sala de jantar era separada da sala de estar por um pequeno desnível, apenas dois degraus dividiam o espaço que não era muito grande, mas, ainda assim era amplo. O carpete, o sofá e as poltronas, assim como as cortinas e as paredes, tudo era claro, destoando da pouca iluminação do hall de entrada. Robin ia explicando suas ideias à Louis, que ouvia a tudo, gostando da atenção que recebia, mas, pouco interessado nos pormenores da decoração.

Já o escritório de Robin era decorado em tons de preto e cinza, era sóbrio, elegante e imponente, assim como ele. O sofá de couro vinho era a única coisa que se destacava, segundo Anne, seu toque pessoal no espaço para que Robin não se esquecesse dela nem mesmo enquanto trabalhava.

- Como se fosse possível. - Louis o ouviu comentar, admirando o olhar apaixonado que ele direcionava à ômega.

Quando passaram pela cozinha, Harry e Amelia já haviam subido para o andar de cima, deixando Robin, Anne e Louis sozinhos. O cômodo em tons de chumbo e metal fazia o tipo moderno, Anne sempre gostou de cozinhar, por isso Gemma e Harry lhe deram de presente todo aparato necessário para que ela pudesse fazer o que amava. Todos os utensílios e eletrodomésticos eram de última geração.

Robin apontou orgulhoso para o refrigerador, nele, além de todos os imãs que provavelmente haviam sido quinquilharias compradas em alguma viagem, três desenhos se sobressaíam. Dois deles feitos por Gemma e Harry, e um deles feito por Amelia, os três estavam assinados e plastificados.

- Nós não queríamos que os desenhos das nossas crianças ficassem deteriorados com o tempo, queremos guardá-los e, se possível, mantê-los aí. - Anne comentou sorridente.

Louis achou adorável o fato de a ômega incluir Gemma e Harry quando se referiu às "nossas crianças". Robin pretendia continuar a pequena tour no andar de cima do imóvel, porém, foi interrompido pelo barulho da porta da frente sendo aberta.

- Michal, em nome de Jesus, me deixa em paz. - uma voz feminina e nervosa preencheu a casa fazendo com que o casal sorrisse um pouco mais largo e o ômega juntasse as sobrancelhas, confuso.

- Venha, querido. Vamos conhecer a irmã do Harry. - Anne se aproximou do ômega envolvendo-lhe pelos ombros e puxando-o para sala.

- Gemma, em nome de Jesus, nós viemos passar dez dias, por que você trouxe tanta mala? - a voz do alfa parecia ofegante e Louis pôde ouvir a risada gostosa de Robin logo atrás de si.

- Porque nós temos um filhote recém-nascido que costuma golfar e fazer cocô regularmente o que significa que ele precisa de muitas roupas, fora o fato de que ele precisa de mamadeiras, chupetas, fraldas descartáveis, lenços umedecidos, pomada pra assadura... Não vamos esquecer que a casa da minha mãe não tem mais nenhum filhote recém-nascido então nós precisamos do carrinho dele e... - a ômega parou de reclamar assim que viu a mãe surgir na entrada da cozinha - Mãe! - apertou o passo até Anne abraçando-a com cuidado, já que segurava o pequeno Thomas nos braços.

- Querida, por favor, pare de reclamar. - ela ouviu a mãe dizer risonha.

- Fala com ele pra parar de reclamar comigo, eu acabei de parir o filhote dele, ele precisa ter paciência. - ela choramingou ainda nos braços de Anne.

Robin e Michal se cumprimentaram com um abraço amigável, o alfa mais velho sorriu cúmplice para o mais jovem, sabendo exatamente como uma ômega Styles se comportava em situações como aquela, afinal de contas, ele mesmo havia lidado com isso duas vezes.

- Pai... - Gemma se aproximou do alfa, abraçando-o apertado, já que o pequeno Thomas havia ficado nos braços da avó.

- Como vai a minha gatinha brigona? - o alfa comentou apertando-a contra si.

Louis estava um pouco deslocado ali, de pé feito um poste já que ninguém o havia apresentado ao jovem casal e ele não se sentia íntimo o suficiente para fazê-lo por si mesmo. Então deu apenas alguns passos para longe, aguardando que Anne ou Robin o fizesse, mas, antes disso, Gemma notou sua presença ali.

- E quem é você? - ela perguntou sem rodeios, assustando Louis.

- Gem, esse é o Louis, ele veio com Harry e Amelia... Ele é... - Anne não soube bem como apresentá-lo, ficando alguns segundos em silêncio encarando o ômega.

- Eu sou a babá. - ele completou educadamente. - O Sr. Styles me pediu que viesse pra ajudar vocês, me disse que a senhora também tinha um filhote e que eu seria de grande ajuda se viesse.

- Oh sim... SIM! - Gemma disse aliviada se aproximou do ômega puxando-o para um abraço - Seria muito bom ter algum tipo de ajuda...

- Mas que diabo de ômega difícil, eu te ajudo sim! - Michal rosnou irritado.

- Blá-blá-blá vejo seus lábios se movendo, porém, não vejo suas ações. - ela bufou irritada e soltou o ômega logo em seguida que ainda estava um pouco atônito pelo gesto de "carinho" repentino - É um prazer conhecer você, Louis.

O rapaz de olhos azuis sorriu agradecido, logo em seguida, Gemma o soltou e se aproximou da escada, sabendo que provavelmente Harry e Amelia estavam no andar de cima se preparando para assustá-la assim que ela subisse. Parou no último degrau, pondo as mãos na cintura e encarando desconfiada o topo da escada.

- Mas, onde será que a minha ursinha se meteu...? - ouviu o conhecido ronronar de Amelia e logo em seguida um sonoro BUUUUUU quando a menina surgiu em seu campo de visão, arrancando da ômega um sorriso largo.

Ame desceu as escadas correndo pulando no colo da tia que a recebeu em seu abraço. O alfa cacheado desceu em seguida, aproximando-se da irmã e beijando-lhe a testa de modo carinhoso.

Perto da hora do jantar estavam todos reunidos na sala, Harry monopolizou o pequeno Thomas sob a justificativa de que estava criando uma profunda ligação tio-sobrinho com o filhote recém-nascido. Louis permanecia um pouco aéreo, mal participando da conversa, sua mente permanecia dividida em sua própria família, no quanto sentia falta de seus irmãos mais novos e em Zayn, se o alfa estava bem, se estava seguro, se os Malik estavam seguros.

Percebendo o quanto estava distante, Harry se aproximou do ômega, que permanecia fisicamente afastado de todos, apenas admirando o momento em família. Sentou-se ao lado dele embalando o sobrinho.

- Você está bem? - ele perguntou preocupado.

- Sim... É só que não há muito o que fazer aqui, estou um pouco perdido. - mentiu.

- Você pode conversar com a gente. Minha família é meio louca, mas, somos bem legais. - sorriu sincero. Louis assentiu, sorrindo timidamente em resposta. - Essa foi uma das roupas que você comprou com a Cheryl?

- Sim... - puxou as mangas do suéter cobrindo os dedos, era algo que fazia quando ficava nervoso.

- Está bonito, Louis.

Louis piscou os grandes olhos azuis sem saber como responder àquilo. Harry sorriu sapeca, meio de lado, exibindo apenas uma covinha deixando o ômega ainda mais confuso. Não sabia se agradecia ou se devia ignorar e se manter em silêncio. O alfa cacheado se levantou fazendo um leve sinal com a cabeça para que ele viesse também e se juntasse aquela barulhenta roda de conversa.

Pouco a pouco ele foi introduzido no espaço físico da família Styles o suficiente para voltar aquela sensação confortável que se apresentou no aeroporto, mas, o elogio proferido por Harry e o modo que seus lábios se curvaram em um sorriso que Louis ainda não havia visto, iam e voltavam em sua mente e mesmo muitas horas depois ele ainda não sabia como reagir, ficando atônito sempre que se recordava.

Decidiram jantar em casa e finalmente Louis decidiu se juntar á família e sentar-se a mesa com eles para fazer sua refeição. Provavelmente devia-se a forma carinhosa com que Anne o tratara ou às piadas de Robin que o fizeram sentir-se como se estivesse com sua própria família. No fim da noite ele e Gemma lavaram a louça juntos, e puderam se conhecer melhor.

Louis invejou a gloriosa marca que ela exibia em seu pescoço e desejou internamente que pudesse pertencer à alguém, que algum alfa sentisse a necessidade de reclamá-lo como seu para amá-lo, cuidar dele e de seu filhote. Gemma era tão bonita, tinha tanta sorte por crescer em uma família cheia de amor e por ter encontrado Michal - um alfa que praticamente a venerava. Tomlinson ansiava por algo que jamais teria.

Contou à ela que esperava um filhote, mas, que havia sido um descuido, que o alfa não o assumira, nem se interessava por aquela gravidez, o que não era de todo uma mentira. A ômega o entregou um olhar cheio de compaixão, seguido de uma promessa de que o ajudaria em qualquer coisa que precisasse, que se Harry o havia acolhido então ele agora era um Styles e os Styles se ajudavam. Era assim que funcionava.

Deus, ele não merecia aquela família.

Pouco depois das nove os filhotes já dormiam, assim como Gemma e Michal. No andar de cima havia apenas três quartos, então Anne arrumou o sofá do escritório para que Louis dormisse e só então ele percebeu que se tratava de um sofá-cama. Vários travesseiros foram colocados lá, lençóis e cobertas para deixá-lo o mais confortável e aquecido possível. Logo depois ela se recolheu, despedindo-se do ômega e beijando o ombro do filho antes de subir.

Louis estava dentro do escritório enquanto Harry o olhava com os braços cruzados, recostado no batente da porta. Por alguma razão o alfa gostaria de passar mais tempo admirando aquele ômega, que, mesmo rodeado por sua mãe e sua irmã, conseguia sobressair-se com seu cheiro inconfundível. Era... inebriante.

- Louis, eu gostaria de me desculpar pelo modo como falei com você sobre as suas roupas...

- Tudo bem, você estava certo, eu não poderia trabalhar com aquelas roupas... Elas eram inapropriadas de qualquer forma.

- Eu fui rude e grosseiro, me perdoe.

- Não me senti ofendido, mesmo assim, obrigado por suas desculpas.

O alfa assentiu. Queria ficar mais tempo admirando o ômega dos olhos bonitos, sentindo-se cada vez mais atraído por eles, sem saber muito bem o porquê. Havia um peso, algo escondido por trás daquela imensidão azul e Harry se sentia cada vez mais instigado a descobrir o que era.

Louis era como o iceberg no meio do oceano atlântico e Harry era como o Titanic. Tudo que ele podia ver sobre a superfície não era o tudo o que havia para se saber sobre ele, o alfa precisava chegar mais perto para conhecê-lo, literalmente, mergulhar a uma profundidade arriscada.

Harry Styles não sabia se seria possível afastar-se a tempo de evitar a colisão e talvez, só talvez, ele estivesse disposto a lidar com as consequências do naufrágio.

- O que acha de levarmos a Amelia ao parque amanhã? - Louis estranhou, por que ele lhe perguntaria aquilo?

- Erm... Uma boa ideia... Eu acho... - o que importava o que ele achava? Ele era só a babá.

- Tudo bem então. Até amanhã, Louis.

- Até amanhã, Harry.

Já em sua cama, o alfa sentiu seu filhote aconchegar-se mais ao seu corpo e a abraçou, já que eles dividiam sua antiga cama, beijou-lhe os cabelos cheirosos, mas, não tinha jeito de arrancar o cheiro de Louis, parecia impregnado em suas narinas. Aquilo não podia ser bom. O ômega estava à poucos degraus de distância e ele já sentia falta da sua presença. Aquilo, definitivamente, não era bom.

***

- Ele é bonito... - Gemma comentou, chamando a atenção do irmão.

- Perdão...? - Harry respondeu sem encarar a irmã, ao contrário da ômega que o olhava boquiaberta, finalmente ela o cutucou com o cotovelo fazendo-o virar-se para ela confuso, só então iniciando uma sessão de gargalhadas quase interminável.

- Para de ser ridículo, você não tira os olhos dele. - ela comentou com dificuldade, ainda rindo da reação indignada de Harry.

- Não tiro os olhos da minha filha, que, por coincidência, está com o Louis. - apressou-se em dizer em sua defesa.

- É? É mesmo? Porque ele tá sentado sozinho ali... Meio que... A Amelia tá do outro lado do parquinho.

O alfa piscou os olhos rapidamente e os arregalou, tentando se acostumar que, sim, Louis estava sentado sozinho e Amelia estava praticamente em outra dimensão - talvez em Nárnia. Tomlinson mantinha sua atenção completamente voltada para o filhote, ria e acenava animadamente para a menina, mas, não era para a garotinha que Harry olhava.

- Não te culpo, ele é muito bonito. Eu não fiquei daquele jeito quando estava grávida... - ela deu de ombros, voltando seus olhos para seu filhote que dormia calmamente no carrinho ao seu lado.

- Não... Eu não... Não estava olhando pra ele Gem... Eu acho que eu só me distraí. - o alfa já havia voltado a olhar para Louis, era como se o ômega tivesse algum tipo de imã invisível que o mantinha sempre atento à ele.

- Sei... Sei mesmo... - Gemma rolou os olhos porque Harry já estava encarando o ômega de novo - Você não acha que... - iniciou mas foi imediatamente interrompida pelo irmão que voltou a olhá-la e rosnou irritado.

- Não... Essa conversa de novo não... - os olhos verdes brilhando de raiva - Não tenho tempo pra isso. Nem vontade.

- Você nem sabe o que eu ia dizer! - defendeu-se, fingindo indignação.

- Faz de conta que eu não te conheço. - ela rolou os olhos novamente, mas, desistiu, pelo menos por enquanto, daquele assunto.

Nesse momento o cacheado voltou toda a sua atenção ao pequeno ômega à sua frente. Gemma o encarou incrédula porque ele havia acabado de negar que estivesse encarando Louis, mas, já estava com os olhos psicoticamente sobre ele. Uma ruga se formou entre suas sobrancelhas juntas, seu rosto se fechou em uma carranca e ele começou a rosnar baixinho.

- Mas o que... - virou-se e finalmente entendeu do que se tratava. - Certo, isso já é estranho Harry, aquele ômega não é seu, pare de rosnar.

- Não sei do que você está falando. - disse firme sem desviar seu olhar do ômega.

Tomlinson havia acabado de ser abordado por um alfa e estava, deliberadamente, flertando com ele. As narinas de Harry começaram a tremelicar e ele, a se mexer agoniado. Aquele alfa estranho havia acabado de curvar-ser e tocar o ombro de Louis, que sorria abertamente. Ah não, aquilo já era demais.

- Ele está tocando no Louis. - Styles disse baixo.

- Você quer parar? - Gemma virou-se para ele.

- Por que ele está tocando no Louis? - ele pareceu ignorar o que a irmã acabara de dizer.

- Porque o Louis é um ômega solteiro e muito bonito. - ela disse baixinho, segurando o antebraço do irmão, percebendo que ele estava prestes a se levantar e fazer uma cena. - Preciso lembrar que o Louis não é seu? Ele não é seu ômega. Harry, ELE NÃO É SEU. Pode conversar com quem quiser, ser tocado por quem ele permitir.

Ele estava sentado sobre os joelhos, enquanto sorria de modo... Provocante. Ele era mesmo muito bonito, os cabelos super lisos possuíam uma franja acastanhada que praticamente cobria os olhos azuis. Ele havia feito a barba e sua pele aparentava tamanha maciez que os dedos de Harry literalmente coçavam para tocar seu rosto.

Tinha a silhueta curvilínea que se tornava cada vez mais a medida que a gestação avançava, ele era pequeno, a barriga ainda não havia começado a aparecer completamente, mas, uma tímida protuberância se fazia presente sob as camisas que ele usava. As coxas eram grossas e a bunda era grande.

E aquele alfa não tirava os olhos dele. Mantinha as patas imundas sobre os ombros do ômega bonito e se aproximava furtivamente para falar com ele.

- Eles estão flertando... - Harry disse baixo e rosnado, a raiva impregnada em sua voz, era como se estivessem invadindo seu território.

- É claro que eles estão flertando, eu flertaria com o Louis se fosse um alfa. - o cacheado virou-se rapidamente encarando o rosto da irmã - O Louis não é seu. - ela repetiu, enfática.

O cacheado levantou-se irritado e caminhou até onde Amelia estava. Passou como um raio por Louis que o encarou assustado, assim como o alfa que estava ao seu lado. Aproximou-se do balanço onde a filha estava sentada, tirando a menina dali e prendendo-a em seus braços, ela o encarou ainda mais assustada, o olhar de bronca estava lá de novo.

- Papai... - ela disse baixinho, receosa.

- Vamos pra casa, a vovó está esperando a gente pra almoçar. - disse firme, caminhando para fora do parque com a menina no colo.

- Mas, e o Louis?

- Ele vai ficar com a sua tia.

Amelia parou com o interrogatório porque conhecia bem aquele olhar e aquela voz, apenas abraçou o pai, deitando a cabeça em seu ombro, deixando-se ser levada. O parque não ficava muito longe por isso ele foi caminhando com a menina no colo, que embolou os dedos pequenos nos cachos espalhados.

Louis se levantou de onde estava, despedindo-se do alfa e correndo até Gemma, a ômega havia acabado de se levantar e ajeitava a bolsa de Thomas sobre o ombro.

- O que aconteceu? - Tomlinson perguntou apreensivo.

- Vamos pra casa, Lou. - ela disse simples, mesmo que um sorriso vitorioso brincasse em seu rosto.

Louis decidiu não fazer mais perguntas, já que Gemma parecia não estar disposta a respondê-las e os dois caminharam de volta para casa. Será que ele havia feito alguma coisa para deixar o alfai irritado? Ele não queria isso, por Deus, não podia perder aquele emprego e... Não queria se afastar de Amelia. Não ainda.

Assim que chegaram a casa de Anne, Robin e Harry haviam saído e Louis guardou suas dúvidas para tirá-las depois com o alfa cacheado. Se havia algo errado, então ele perguntaria e mudaria o que fosse necessário.

Mas, o dia chegou ao fim e nenhum dos dois havia voltado para casa. Anne disse que eles decidiram almoçar juntos e passar algum "tempo de qualidade" entre pai e filho, algo que ela não havia entendido bem, nas palavras da ômega: alguma bobagem entre machos alfa, nada de importante.

Ainda assim, Louis sabia que havia algo errado.

Passou-se a hora do jantar. Então a hora do banho dos filhotes. Louis ajudou Gemma a colocar Thomas na cama, já que ela e Michal sairiam para jantar, fez o mesmo com Amelia que também não entendia bem o que havia acontecido e estava um pouco assustada com o comportamento do pai, mas, nenhum dos dois tocou no assunto. Não diretamente, pelo menos.

- Louis, querido, você não vai dormir? - Anne perguntou assim que passou pela sala e encontrou o ômega sentado no sofá.

- Não estou com sono, tem algum problema se eu ficar aqui e assistir um pouco de TV? - ele encarou a ômega mais velha.

- Claro que não meu bem, caso você fique por tempo suficiente para ver meus alfas aparecerem, por favor me acorde, eles provavelmente vão chegar um pouco bêbados. - rolou os olhos se aproximando do móvel. - Boa noite, doce. - beijou-lhe o topo da cabeça fazendo um suave carinho logo em seguida.

- Boa noite pra senhora também.

A verdade é que Louis gostaria de esperar o alfa para conversar com ele, mas, considerando o andar da carruagem, passadas as onze da noite ele desistiu, acordaria cedo no dia seguinte. Precisava de um banho quente, precisava relaxar, estava tão tenso que acabou esquecendo de levar alguma peça de roupa para se trocar no banheiro, mas, considerando que estavam todos dormindo e que provavelmente os alfas só chegariam de madrugada, não havia problema.

Mas, Tomlinson levou tempo demais sob o chuveiro, a água quente lavava seu corpo, mas, era como se levasse embora toda a tensão daquele dia estranho. Não que ele e Harry fizessem o tipo melhores amigos da vida, mas, o ômega não queria ser a causa de qualquer rusga entre eles, não gostava de deixa-lo irritado. Por alguma razão desconhecida.

Quando se deu conta, já ouvia a porta de entrada ser aberta, arregalou os olhos ao reconhecer as vozes de Harry e Robin, estava dentro do banheiro, com uma toalha enrolada no quadril e mais nada.

- Merda. - ralhou baixinho consigo mesmo.

Sem saber muito bem o que fazer, decidiu continuar onde estava até que os dois resolvessem ir dormir, talvez não demorassem muito. As vozes não pareciam tão diferentes do normal, então provavelmente não estavam bêbados como Anne temia, mas, mesmo assim, Harry soava um pouco arrastado e mais lento... Bom, talvez ele tivesse bebido um pouco.

- Você tem razão Harry, aquele ômega... Uhh... Eu não me surpreendo. - Louis encostou-se a porta para ouvir melhor, será que Robin estava se referindo a ele?

- Pai, é totalmente absurdo o quanto ele já toma dos meus pensamentos. - não, definitivamente não era sobre ele que estavam falando, era sobre algum ômega em quem Harry estava interessado e por algum motivo, seu estômago revirou.

- Tomaria de qualquer alfa, não toma dos meus porque tenho sua mãe e não me interessaria por mais ninguém... - maldito seja quem quer que fosse esse ômega.

- É a primeira vez desde o Alex. Quer dizer, eu tive o Nick, o senhor sabe mas... Não foi nada comparado à... Isso. - Louis rosnou baixinho amaldiçoando em todos os idiomas possíveis o ômega que havia chamado a atenção de Harry daquela forma.

- Você está há muito tempo sozinho Harry. É perfeitamente normal você se interessar por alguém... Você precisa recomeçar. - tocou o ombro do filho de modo carinhoso.

- Eu não sei pai, me assusta a intensidade... O senhor acha que...

Foi interrompido pelo barulho de algo caindo. Louis acabara de deixar seu celular cair no chão chamando a atenção de Robin e Harry que conversavam na sala. Os dois terminaram aquele assunto imediatamente e o alfa mais velho subiu as escadas deixando o filho sozinho. O ômega se certificou de que estava tudo em silêncio e, imaginando que os dois tivessem subido decidiu sair do banheiro.

Assim que pôs seus dois pezinhos no corredor, Harry o esperava encostado à parede bem em frente. Nenhum dos dois esperava encontrar o outro da forma que encontraram, mas, pode-se dizer que ambos tinham visões privilegiadas e não estavam reclamando.

Louis engoliu o seco, o alfa estava vestido com uma das camisas que ele havia desejado internamente vê-lo usando, uma maldita estampa de bolinhas brancas num tecido rosa, frouxamente abotoada, apenas o suficiente para deixar grande parte do tórax ao relento. Ele podia pegar um resfriado daquele jeito.

Harry prendeu a respiração. O cheiro do ômega o afetava tanto que se não o fizesse, provavelmente pularia no pescoço dele e esfregaria o nariz naquele pedaço de pele por pelo menos oito horas seguidas - com o relógio parado. Cruzou os braços e desceu os olhos pelo peito descoberto do ômega, parando sobre os dedos que seguravam a toalha ao redor do quadril.

- Então, você também costuma ouvir conversas às escondidas? - Styles limpou a garganta assim que terminou a frase, sua voz havia saído muito rouca.

- Não... Não... Eu só estava tomando banho, eu não ouvi nada... Eu... - o ômega fez uma pausa. - Como assim, também?

- Bom, é que além disso, você parece ser do tipo que flerta com tudo que se move... - não fez esforço para esconder o desdém e a raiva.

- O que... Do que... - Louis o encarou com os olhos arregalados.

- Só espero que você pelo menos respeite a minha filha, por favor. - descruzou os braços afastando-se da parede e se aproximando de Louis.

O ômega deu dois passos para trás, passando a respirar com mais dificuldade, pressionou ainda mais o tecido que era a única coisa que o cobria e encarou os olhos verdes escurecidos. Harry não era absurdamente mais alto do que ele, mesmo assim, ainda era maior e ainda o intimidava.

- Me desculpe. - Louis soltou lentamente o ar que havia prendido e Harry sentiu o sopro aquecido em seu peito. - Não vai se repetir.

- Eu espero mesmo que não se repita, não quero vê-lo com nenhum outro alfa, Louis.

- Sim senhor.

Naquele momento os dois estavam tão perto que a visão ficava embaçada, eles não podiam ver corretamente a expressão do outro, mas, Louis tinha certeza que Harry estava bravo e Harry tinha certeza que Louis estava assustado. Não eram os sentimentos que ambos queriam provocar entre si, mas, por Deus, o alfa tinha certeza que seria capaz de estraçalhar qualquer um que tentasse se aproximar daquele ômega. Ele não permitiria e se para isso tivesse que fazê-lo sentir medo, ele faria, sem pensar duas vezes.

E Louis arrancaria o próprio braço à mordidas antes de se permitir irritar o alfa. Ele não sabia porque, mas, ele detestava a ideia e, tê-lo tão perto deixava-o ainda mais atordoado. Não fique bravo, não fique bravo. Parecia que uma placa de neon cor-de-rosa piscava em sua mente avisando-o daquilo.

Styles estava tão perto que não resistiu ao ímpeto de respirar um pouco mais profundamente, fazendo com que o cheiro do ômega, que começara a suar não se sabe bem quando, precorresse todo seu sistema respiratório ativando locais em seu cérebro que ele nem sabia que existiam, mas, que provavelmente tinham uma conexão direta com seu membro, já que ele o sentiu repuxar em suas calças quase imediatamente.

Ambos fecharam os olhos sem perceber e Harry ergueu suavemente os braços, estava à milímetros de agarrar aquele ômega, ele faria isso, honestamente, ele precisava, tanto quanto precisava respirar, mas, antes que ele pudesse, finalmente, toca-lo, ouviram a porta de entrada ser aberta e se afastaram rapidamente. Gemma e Michal entraram em casa sorridentes, mas, pararam de sorrir assim que os viram.

- Está tudo bem aqui? - Gemma perguntou um pouco aflita, a tensão em volta dos dois deixava o ar tão pesado que era difícil respirar ali dentro e, bom, ela havia visto o estado que seu irmão ficara mais cedo naquele dia.

- Está sim. - Louis respondeu, sua voz saiu tão baixa que mais parecia um sussurro do que uma frase completa. - Eu preciso me trocar... Com licença... - arriscou olhar para Harry - Me desculpe novamente.

E quase tão rápido quanto Barry Allen, Louis sumiu das vistas de Harry, enfiando-se no escritório e fechando a porta. Finalmente o alfa podia respirar corretamente, estava tonto, encostou à parede porque, por um momento, não sabia bem onde estava ou o que havia acabado de acontecer. Gemma se aproximou preocupada, tocando o ombro do irmão.

- Hazz, você está bem? O que aconteceu?

- Essas são ótimas perguntas. Só que sem respostas.

***

N/A

Foram várias horas seguidas revisando isso, acho que n tem erro nenhum, com fé em Odin. Se tiver ces me desculpa.

Bejo na bunda e até a próxima crianças ♥

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