How to save a life ~ ABO ~ l.s

lourrystt

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Amelia e Louis tiveram uma ligação instantânea, imediata. Ninguém saberia dizer porque, mas, o que importava... Еще

Meet Amelia
It feels like fate
Taking care of you
Home
The A Team
The Magic Song
Brotherhood
The death of the past and a new life
The Solution
Jealous
First touch, first kiss
Meet Baby Bear
Only Angel
Date night
Naked
For I can't help falling in love with you
Intensity
Heaven
The One
Changing
Arlo
Meet Richard Alexander Payne
Soulbond
Falling apart
Protection
He's gone
Finding Louis
Pain
Strong
Family love
Epílogo: Meet Violet, Aaron and Morgan
Agradecimentos, notas e rasgação de seda

Trip routine

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lourrystt

N/A

Vcs têm playlist de leitura? Eu tenho as músicas q eu ouço qnd escrevo cada capítulo e depois eu vou ler, eu lembro da música, é mágico. N sei pq eu disse isso, acho q quis prosar aleatoriamente com vcs pra tentar me redimir.

P.S.: A tradução da música vai estar lá nas notas finais ok? Só da parte que eu citei, o nome dela e da banda também, pra quem quiser procurar.

P.S.S.: Cheio de rotina, algumas pessoas podem achar chato, mas, eu acho importante pro andamento da história.

All the love.

Enjoy e desculpa a demora <3

***

Na manhã seguinte Harry ainda tinha alguns problemas pendentes no hospital, além de precisar ir à escola de Amelia, tinha que deixar tudo organizado antes de viajar. Niall precisava dos prontuários dos seus pacientes, já que ficaria com eles, além os nomes dos residentes pelos quais era responsável - Liam sendo um deles - os relatórios ainda incompletos e os dados para completá-los, além de novas informações para que o alfa irlandês começasse os que ele mesmo ainda não havia começado. Havia bastante coisa para organizar e pouquíssimo tempo.

- Lou! Lou! Lou! Lou! ACORDA LOU! - Amelia entrou eufórica no quarto do ômega, frustrando-se quando não o encontrou na cama. - LOU! A GENTE PRECISA FAZER AS MALAS! - bateu na porta do banheiro freneticamente.

- Ame, são seis e meia da manhã, você devia estar dormindo! - Louis abriu a porta apressado, enquanto tentava prender a toalha desajeitadamente nos quadris.

- O papai disse que eu não preciso ir pra aula hoje, mas, que eu tenho que ajudar você a fazer as malas e... - a menina se calou quando prestou atenção nos desenhos no tórax e braços expostos do ômega. - Uau... Você tem muitas dessas... Coisas... O papai também tem! - ela disse animada.

- O papai também tem... - Louis repetiu a informação que a menina acabara de lhe fornecer, porque ele recordava-se de sua primeira manhã naquela casa, recordava-se dos desenhos no tronco desenhado do alfa.

Cuidadosamente Louis afastou aqueles pensamentos e pôs Amelia sentada na cama, sussurrando um "espera eu me vestir", ordem que ela prontamente obedeceu, juntando as duas mãos sobre os joelhos e encarando o ômega que caminhou até a cômoda. Com as roupas em mãos, trancou-se de volta no banheiro pensando consigo que ele realmente precisava de roupas novas, suas regatas e moletons não condiziam com seu local de trabalho.

E, vamos comentar um fato importante, ele não tinha muitas.

Harry já estava dentro do carro quando, ao tocar em seus bolsos, percebeu que havia esquecido sua carteira. Já dentro de casa, ouviu as risadas de Louis e Amelia, os dois conversavam sobre "figurinhas na pele" e ele lembrou-se de como o ômega havia chegado ao hospital e de que ele tinha algumas tatuagens, mas, nem por um decreto podia imaginar o que o aguardava dentro daquele cômodo.

Empurrou cuidadosamente a porta que estava encostada, tentando passar despercebido, a primeira figura a surgir foi a de Amelia, seu sorriso era largo e bonito, não pôde evitar senão sorrir também, principalmente por saber que aquele ômega era quem causava as gargalhadas dela, mas, assim que pôs os olhos em Louis, seu sorriso desapareceu.

O rapaz vestia uma camisa regata e uma calça de moletom. Apenas. E o alfa esqueceu o que havia ido fazer em casa. Ele e Amelia estavam sentados lado a lado, ela admirava atenta e contornava a figura de um cervo que ele tinha tatuado no braço, prestava atenção enquanto o ômega explicava o significado do desenho.

Era abominável o fato de que ele não podia tirar os olhos da cena, de que acompanhava os dedos pequenos e magros de Amelia fazerem todo o contorno da tatuagem, de que não perdia nada. Piscou diversas vezes e deu alguns passos para trás, forçando-se a sair dali e fazer o que devia. Foi até o seu quarto e por alguns segundos não lembrou o que havia ido buscar.

A carteira. Pegou o objeto em cima da cama e o colocou em seu bolso. Inspirou profundamente por diversas vezes, o cheiro de flores e docinhos do seu filhote já não era o único ali. O de Louis se sobrepunha, era forte, marcante, mas, ele não sabia a que poderia compara-lo. Algo cítrico, ainda assim doce, era algo... Ele não saberia dizer, não era como nenhum outro que já houvesse sentido. Nem mesmo o de Alex.

Droga, ele já estava comparando os dois. Deu uma bronca silenciosa em si mesmo e voltou ao quarto do ômega.

- Papai! - Amelia exclamou animada quando viu o alfa na porta.

- Hey... - sorriu um pouco sem graça. - Louis, eu posso falar com você um minuto?

O ômega assentiu, levantando-se e deixando Amelia meio confusa, ainda sentada. Harry tinha uma expressão conhecida da menina, "o olhar de bronca" e ela sabia que não devia tentar nada. Os dois foram para os corredores e Louis se sentiu envergonhado, cobrindo o máximo do próprio corpo que conseguiu. Aquele alfa o intimidava sem nem tentar.

- Louis, eu não quero parecer rude, mas, como nós vamos viajar eu acho que você deveria, você sabe, comprar algumas roupas. Roupas novas. É um pouco estranho que você fique perambulando pela casa vestido... - ele fez uma pausa encarando descaradamente o corpo do ômega - ...Desse jeito.

- Não... Err... - apertou os braços em volta de si mesmo - Tudo bem, eu já tinha pensado em algo assim, mas, não tive tempo e, bom, não tenho nenhum dinheiro comigo.

O alfa retirou a carteira do bolso, entregando ao ômega uma razoável quantia em dinheiro, tudo que havia dentro dela na verdade, em torno de seiscentas libras.

- Eu acho que isso deve ser suficiente, entenda como um adiantamento, ok? Você pode ir com a Amelia hoje mesmo, talvez... Agora mesmo. - o ômega assentiu. - Ok. Tudo bem então. Até mais tarde.

Harry voltou ao quarto para se despedir de seu filhote, beijando o topo da cabeça da menina e deixando a casa imediatamente. E somente quando já havia dado partida no veículo percebeu que havia deixado com o ômega uma gorda soma em dinheiro. Um ômega que ele conhecia há, não sei, uma semana? Mas, que diabos.

Foi até a escola de Amelia apenas para informar o motivo da ausência da menina, não foi algo demorado e talvez ele não precisasse fazer, mas, achou melhor dessa forma. Mesmo assim, sempre que se deixava levar, seus pensamentos, ainda um tanto confusos, voltavam para sua casa, com Louis e Amelia. Havia tanta coisa que ele não sabia sobre aquele ômega, mas, de uma coisa ele tinha certeza: ele era capaz de tirá-lo dos eixos, fosse pela forma como tratava seu filhote, fosse pelas curvas pecaminosas e acentuadas. Típicas de ômegas. Típicas de ômegas grávidos.

Louis parecia ter sido perfeitamente moldado para desequilibrar seu precioso equilíbrio. O suficiente para fazer com que o alfa o deixasse sozinho com seiscentas libras e o seu filhote.

Seus devaneios somente foram interrompidos pelo barulho estridente do seu celular.

- Hey Chezz... - o alfa atendeu a ligação mesmo sabendo que não deveria fazê-lo enquanto dirigia.

- Onde você tá? - ela perguntou, parecia aflita, um tanto manhosa ele diria.

- Indo para o hospital, tá tudo bem? - o alfa alarmou-se por alguns instantes

- Sim, tá tudo bem, eu só... Você pode vir aqui em casa, por favor? - a ômega parecia ainda mais dengosa a cada nova palavra.

- Aconteceu alguma coisa? - juntou as sobrancelhas um pouco menos alarmado, mas, ainda desconfiado.

- Você pode vir aqui, sim ou não? - soou impaciente.

- Claro eu só...

- Não, você não pode avisar ao Liam... Harry, por favor. - ela choramingou do outro lado da linha.

- Ok ok calma.

O alfa seguiu preocupado para a casa de Liam, Cheryl estava muito perto de dar à luz ao filhote deles e ele imaginou que ela provavelmente estava sozinha naquele momento, o que não era bom. Dirigiu o mais rápido que pôde, porque, considerando que ele era um alfa naturalmente protetor, seus instintos gritavam que devia proteção à ômega do seu melhor amigo e cunhado.

Estacionou em frente à casa e ela já estava à sua espera. Uma ômega enorme e grávida, de pé, do lado de fora, olhando diretamente para seu carro. Seria adorável se não fosse cômico. Ele desceu veículo rindo as custas da expressão desolada que a ômega tinha no rosto. Mas, ao menos, ela não havia entrado em trabalho de parto. Ainda...

- Certo, o que houve? - ele perguntou aproximando-se dela - Você não parece estar prestes a ter o filhote... - ponderou.

- Eu estou sozinha aqui, meu irmão não me atende, minha mãe foi fazer compras e o Liam tá no hospital, o filhote não para de mexer, eu não consigo dormir... E... E eu estou sozinha... - parecia uma metralhadora, falou rápido, sem pausas e o alfa se perguntou se ela respirou enquanto dizia tudo isso.

- Você me ligou porque estava se sentindo sozinha?

- EU ESTOU GRÁVIDA ??? VOCÊS SE LEMBRAM DISSO? Eu acho que vocês não se lembram disso. Eu estou grávida e sozinha. Ninguém tem tempo pra ficar comigo, e agora você vai viajar e o Liam vai passar mais tempo no hospital. Eu preciso de atenção também sabia? Vocês estão...

- Chezz, calma... - Harry riu do desespero dela, os hormônios do final da gravidez realmente mudaram aquela ômega.

- Não me olha desse jeito. - ela cruzou os braços apoiando-os sobre a barriga, bufou irritada. - Esses hormônios vão acabar comigo. É sério...

A ômega choramingou mais um pouco e o alfa rolou os olhos, acabou sorrindo do biquinho adorável que se formou nos lábios da moça e puxou-a para um abraço. Cheryl envolveu o torso de Harry com os braços gordinhos, abraçando-o meio de lado considerando a barriga imensa que a impedia de abraçá-lo com o corpo inteiro.

- Você precisa se ocupar... - algo lhe ocorreu - O que você acha de acompanhar minha nova babá nas compras?

- Compras? - a ômega ergueu os olhos desconfiada e esperançosa.

- É, o Louis precisa de roupas novas, nós vamos viajar e... Bom ele precisa de roupas novas. Ele realmente precisa...

- FINALMENTE! - ela comemorou animada.

Os dois entraram na casa da família Payne, a ômega passou pela babá contratada por Liam, porque sim, eles já tinham uma babá mesmo sem ter um filhote nascido, pedindo que ela avisasse ao motorista que ela precisaria sair, porque sim, o alfa também havia contratado um motorista para levá-la onde ela precisasse ir. Subiu as escadas deixando Harry à sua espera.

- Vocês têm um motorista? - ele perguntou assim que viu a ômega preparando-se para descer novamente.

- Não vem fazendo o indignado pra mim não, amor. Isso claramente não foi ideia minha. - Cheryl reclamou descendo as escadas - A babá também não, mas, aparentemente, ômegas grávidas sofrem de um caso gravíssimo de invalidez.

- Também, olha o seu tamanho... Não deve ser capaz de fazer muita coisa sem ajuda.

- Comédia não é o seu forte. Então vamos calando a boquinha. - Harry riu baixinho ouvindo-a bufar irritada.

A ômega pendurou a bolsa no ombro e digitou uma mensagem para seu alfa, avisando que faria um favor a Harry, considerando o quanto ele estava psicótico com aquela gravidez, se tivesse que reclamar com alguém, então que fosse com ele, não com ela. Saíram juntos e o carro já a aguardava em frente a casa.

- Isso é...

- Ridículo.

Harry completou a frase de Cheryl vendo-a concordar em silêncio. Sorriu de modo carinhoso porque aquela era a forma que Liam havia encontrado de proteger sua ômega quando não estivesse por perto e isso ele com certeza havia herdade de Alex. O alfa cacheado se aproximou o suficiente beijando a têmpora da moça, fazendo-a fechar os olhos e aproveitar o carinho.

- Você tem certeza que está bem pra fazer isso? - ele ponderou, não queria acontecesse nada à ela ou ao seu sobrinho.

- Eu estou bem. Se eu ficasse mais um minuto presa nessa casa, eu provavelmente definharia até minha morte. - ele assentiu, despedindo-se com um aceno. A ômega se aproximou do carro sendo ajudada por Anthony a acomodar-se no banco de trás.

Liam e Harry não moravam muito distantes um do outro, por isso, em pouco mais de quinze minutos ela já havia chegado ao seu destino. O motorista ajudou-a novamente a descer do veículo e talvez, só talvez, naquele momento ela agradecesse pela presença dele. Entrar e sair de carros havia se tornado um trabalho árduo.

Louis havia terminado de vestir Amelia para que os dois pudessem ir às compras quando ouviu a campainha. Apressou-se em atender. Arregalou os olhos, assustado com a presença da ômega ali.

- Uh... Olá! - ela o cumprimentou sorridente - Eu vim oferecer meus serviços de acompanhante para essa manhã. - fez uma pausa quando viu a expressão confusa de Louis. - Não, não esse tipo de acompanhante. Vim ajudar nas suas compras, o Harry me pediu que viesse.

- Tia Chezz!!! - Amelia surgiu atrás de Louis, empurrando-o um pouco para se aproximar da ômega.

- Hey ursinha! - envolveu a pequena nos braços, mas, mantendo-a no chão.

- Ele procurou você? - o rapaz de olhos azuis perguntou desconfiado.

- Na verdade, foi mais como... Eu o procurei, implorando algum tipo de ajuda, do contrário morreria de tédio na minha casa. Ele me disse que você e a Amelia pretendiam fazer compras e me perguntou se eu não gostaria de acompanha-los. - Amelia estava distraída com a barriga imensa da tia, não prestava muita atenção no que estava sendo dito. - Se você não se importar, é claro. E eu, realmente, espero que você não se importe. Por favorzinho...

Louis acabou concordando, mesmo que ainda estivesse intrigado com o fato de Harry ter pedido que alguém o acompanhasse. Dessa forma, os três foram juntos ao shopping. Pouco a pouco ele passou a sentir-se menos intimidado pela presença de outra ômega enquanto Cheryl se esforçava genuinamente para que ele pudesse relaxar ao seu lado.

Naquela família, Amelia era o termômetro de pessoas que valiam ou não à pena. A forma naturalmente carinhosa com que ela e Louis se tratavam fez com que todos esquecessem instantaneamente de que não sabiam absolutamente nada sobre ele. De onde ele vinha, o que fez antes trabalhar ali. Ame havia dado aquele voto de confiança, então todos fizeram o mesmo.

- Você devia investir mais em jeans skinny. - ponderou com a boca cheia de Pretzels. - Isso é a melhor coisa que eu já comi na vida...

- Você acha? - Louis perguntou admirando a própria silhueta no espelho do provador. - Meu corpo ainda vai mudar tanto...

- Não vai se encher de jeans de grávida e esconder seus atributos. - olhou de soslaio para Amelia que estava sentada bem ao seu lado, distraída com o próprio doce. - O que você acha Ame?

- O LouLou tá lindão. - havia açúcar espalhado pelo rosto e cabelos da menina, ela sorriu largo quando olhou o ômega e ele retribuiu o sorriso.

- Viu? Você devia levar uns três desses... - apontou para a peça que se agarrava perfeitamente ao corpo curvilíneo de Louis - Outros três de grávida e...

- Ow, calma aí. O Harry me adiantou 600 libras do meu salário, não posso torrar tudo. - ralhou com a ômega que rolou os olhos entediada.

Já passava do meio dia quando Louis, Amelia e Cheryl saíram da última loja. No fim das contas, Louis acabou com três pares de jeans, três suéteres e um par de vans novos, presente da ômega, escolha de Ame. Havia sobrado pouco mais de cem libras que ele guardaria e enviaria para Charlotte.

- Eu ainda não acredito que passou tão rápido e eu já preciso voltar pra minha prisão. - a ômega choramingou.

- Obrigado pela ajuda, Cheryl. - Louis agradeceu sincero.

- Nós poderíamos almoçar aqui, uh? O que você acha? Ir ao cinema depois? - a ômega implorava com um bico adorável. - Por minha conta! - ela juntou as mãos suplicante.

- Eu adoraria ficar, mas, eu e a Ame precisamos terminar de arrumar as malas. - encarou a menina que rapidamente formou uma carranca. - Vamos Ame, você pode vir outro dia com a sua tia.

- E você também. - a ômega completou e Louis sorriu agradecido, assentindo silenciosamente.

Louis despediu-se de Cheryl ainda no carro, acenando uma última vez pouco antes de Anthony deixar o local. Ele e Amelia entraram em casa e a menina atirou-se no sofá ronronando cansada. Murmurou e choramingou, mas, não conseguiu se livrar da arrumação.

Como sempre, a refeição de Amelia já estava preparada, Louis só precisou aquecer. Ele achava estranho que aquela mulher - que ele sequer lembrava como se chamava - viesse apenas cozinhar toda manhã e fosse embora, eles ainda não haviam se encontrado uma única vez. De qualquer forma, ambos almoçaram e subiram juntos.

- Ame, escolhe os brinquedos que você vai levar e põe naquela mala... - apontou o objeto sobre a cama da menina - Eu vou pegar as suas roupas.

Em algumas horas, as malas de Amelia já estavam arrumadas, encostadas à parede em um dos cantos do quarto, a roupa que ela viajaria também já havia sido separada. Então, depois de cuidar das atividades da menina e coloca-la na cama para o seu cochilo da tarde, decidiu arrumar suas próprias coisas.

Louis estava muito orgulhoso das suas compras e muito grato à Cheryl pela ajuda, voltou a provar as peças apenas para se certificar de que elas haviam ficado realmente boas. Ele estava certo sobre as mudanças no próprio corpo e no mês seguinte trataria de comprar alguns jeans de grávida ou, pelo menos, alguns adaptadores para os seus.

De qualquer forma, não levou muito tempo para preparar a própria mala, o grande problema residia nas malas de Harry, o alfa havia deixado duas delas abertas sobre a a própria cama e havia pedido que o ômega fizesse o favor de arruma-las para ele, temia chegar tarde e não ter tempo de fazê-lo. Na teoria não deveria ser um problema, na prática, era um problemão.

O ômega não estava certo sobre entrar no quarto do alfa, mesmo que ele tivesse pedido diretamente que o fizesse. Ele estava constrangido. Mas, uma vez dentro do cômodo, viu que algumas peças já haviam sido separadas, mas, não o suficiente, ele teria que abrir o closet de Harry, mexer em seus objetos pessoais. Não, ele não estava nem um pouco tranquilo.

Era cedo demais para dizer que ele se sentia atraído por aquele alfa? Talvez ele estivesse confundindo, talvez só estivesse grato, afinal de contas, Harry o havia aceitado em sua casa sem perguntar de onde ele vinha, não sabia nada sobre ele e ainda assim dera abrigo, alimento e um voto de confiança.

Enquanto ele dobrava o restante das peças e as colocava dentro da mala, Louis se demorava um pouco demais admirando cada estampa diferente, cada corte único. Ele não imaginava o alfa naquelas roupas, mesmo porque estava acostumado a vê-lo de jaleco, jeans, camiseta branca e tênis - ou botas, mas, havia descoberto que gostaria muito de vê-lo vestido com estampas cor-de-rosa.

Assim que fechou a última mala, ouviu o choramingo de Amelia no quarto, sorriu vitorioso por ter tido tempo suficiente para organizar tudo antes que ela acordasse. Passou o restante do dia com a menina. Brincaram, assistiram alguns dos filmes preferidos dela. A rotina da menina era muito fechada e Louis já havia entendido isso, então exatamente às nove da noite ela já havia jantado, tomado banho e estava pronta para dormir.

- Você quer que eu leia pra você? - Louis perguntou acariciando os cachos castanhos.

- Não. Eu quero que você cante. Eu gosto quando você canta. - Amelia se aninhou no peito do ômega que estava deitado com ela em sua cama, fechou os olhos apenas para esperar que ele começasse.

- Eu posso escolher? - Amelia murmurou o que Louis entendeu como um sim.

O ômega sorriu carinhoso, virando-se o suficiente para ficar com o queixo apoiado sobre a cabeça da menina. Beijou os cabelos cheirosos apertando-a em seu abraço, começando a cantar baixinho.

- I never understood before. I never knew what love was for. My heart was broke my head was sore, what a feeling... Tied up in ancient history. I didn't believe in destiny. I look up you're standing next to me, what a feeling... What a feeling in my soul love burns brighter than sunshine... It's brighter than sunshine...

Enquanto cantava baixinho, Louis prestava atenção aos movimentos de Amelia, que lentamente pegava no sono. Os dedos que antes se prendiam fortemente em sua camisa, começavam a afrouxar o aperto. Ele podia sentir os batimentos cardíacos dela se acalmarem e sua respiração tornar-se mais profunda. Em pouco tempo ela havia adormecido em seus braços.

***

Louis estava distraído com sua xícara de chá e seu celular, não notou a presença do alfa, tomando conhecimento de que ele havia chegado apenas quando sentiu seu cheiro preencher a cozinha. Levantou-se rapidamente, mas, foi ignorado por Harry que atirou-se de olhos fechados na cadeira bem em frente a sua.

- Eu acho que eu nunca trabalhei tanto quanto trabalhei hoje. - o ômega continuou em silêncio vendo-o abrir os primeiros botões da camisa branca que usava. Percebendo que não houve resposta, o cacheado abriu os olhos e o encarou - E então... Como passou o dia?

- Oh... Tudo bem, a Amelia já está na cama e as malas também já estão prontas. - o alfa assentiu e encarou a xícara sobre a mesa. - Você está com fome? Eu posso preparar alguma coisa...

- Eu não sei se eu quero comer ou dormir, eu ainda estou trabalhando nessa decisão... - resmungou manhoso. - Como foi com a Cheryl?

- Correu tudo bem, ela me ajudou muito e foi uma companhia adorável. - sorriu sincero - Obrigado por pedir que ela me acompanhasse...

- Eu aceitaria um pouco desse chá que você fez... - Harry ponderou.

Louis assentiu, enchendo uma xícara para o alfa. Não sabia se podia continuar onde estava ou se ele preferia ficar sozinho, a verdade é que ele ainda não sabia muito bem como agir na presença de Harry.

Assim que sorveu um pouco do líquido, o alfa soltou um ruído parecido com um suspiro ou um suave ronronar. Louis encarou por tempo demais os lábios de Harry encostarem-se e afastarem-se da xícara até que ele o olhasse novamente e fizesse sinal para que ele se sentasse.

Eles não conversaram muito, algumas bobagens sobre trabalho e Amelia, mas, logo o silêncio desconfortável se instalou e ambos decidiram seguir para seus quartos. Talvez eles precisassem conversar mais.

***

A manhã seguinte foi cheia e apressada. Tanto que eles não tiveram tempo de perceber o quão desconfortáveis deveriam ficar na presença um do outro. Ocorreu exatamente o oposto. Pareciam confortáveis até demais.

Somente quando já estavam na sala de embarque deram-se conta do próprio espaço e o silêncio que Louis classificou como esquisito voltou a se instalar. Amelia permanecia tagarelando sobre como sentia falta dos avós e dos tios, sobre o quanto estava ansiosa para conhecer o primo. Pulava em frente aos dois tão sorridente e saltitante que ambos agradeciam por ela ser tão faladeira, assim eles não precisariam dizer nada.

O voo foi chamado. Os três seguiram para o portão de embarque, com Amelia entre eles, agarrada às mãos dos dois. O mesmo se repetiu dentro da aeronave, o filhote sentou-se entre Louis e Harry.

Na metade da viagem a menina adormeceu no colo do pai, que acabou por pegar no sono também. Louis pensou que aquela fosse, talvez, a imagem mais adorável que ele já havia visto em toda sua vida, perdendo apenas para seus irmãos mais novos. Retirou o próprio celular do bolso e registrou aquilo. Guardou o aparelho e decidiu cochilar também.

O aviso de apertar os cintos despertou o ômega, Amelia e Harry já haviam acordado e ele ficou um pouco envergonhado com isso. O alfa sorriu de modo a confortá-lo. A aeronave pousou e a pequena voltou a ficar elétrica com a possibilidade de reencontrar a família do pai.

Saíram do avião, pegaram as bagagens e rumaram para o portão de desembarque onde Anne e Robin os esperavam sorridentes. Amelia soltou-se dos dedos de Harry e correu até onde os avós estavam.

- Vovô Robin! - a menina correu até o alfa mais velho, sendo imediatamente erguida nos braços dele.

- Ei ursinha, que saudade! - Robin comentou apertando-a em seu abraço.

O alfa cacheado se aproximou da mãe, Anne, que o recebeu em um abraço caloroso, apertado e cheio da falta que ela sentia do filho. Harry ergueu a ômega do chão, prendendo-a em seus braços. Assim que a colocou no chão, o sorriso carinhoso foi substituído por uma carranca e o abraço por vários tapas.

- AH LEMBROU QUE TEM MÃE? LEMBROU? COMO. VOCÊ. SE. ATREVE. A. FICAR. TANTO. TEMPO. SEM. VISITAR. A. SUA. MÃE?

- AI... MÃE... PARA... CHEGA! DESCULPA! - a ômega não tinha força suficiente para machucá-lo, mas, nem por isso deixava de estapear o rapaz que ria sem graça da situação.

- Você por acaso é filho de chocadeira? Foi achado no lixo? Mas que coisa mais absurda, liga uma vez por dia e acha que é suficiente. OLHA. AQUI. VOCÊ. VÊ. SE. NÃO. FAZ. MAIS. ISSO. COMIGO. GAROTO! - ela intercalava as palavras com os tapas - EU. SOU. UMA. ÔMEGA. IDOSA. VÊ. SE. ME. RESPEITA.

- MÃE CHEGA! - Harry segurou os braços de Anne fazendo-a encara-lo boquiaberta.

- Olha aqui eu sou tua mãe, se eu te bato, você tem que apanhar... E apanhar calado! - o alfa rolou os olhos.

- Eu preciso te apresentar alguém... - afastou-se minimamente para que ela visse Louis, que estava parado bem atrás dele sem saber muito bem o que fazer. - Esse é o Louis, ele está me ajudando a cuidar da Ame.

- Oh... - Anne virou-se imediatamente para olhá-lo. - É um prazer conhecê-lo Louis! - ela sorriu sincera, aproximando-se dele.

- O prazer é meu... Sra. Styles. - ergueu a mão para cumprimenta-la, mas, ao invés disso, recebeu um abraço caloroso no lugar.

Foram todos devidamente apresentados. Deixaram o aeroporto juntos e, enquanto conversavam animadamente no trajeto até a casa dos de Harry, Louis pôde finalmente sentir-se seguro e, quem sabe até, feliz. Sorriu um tanto abobado para a pequena discussão que Robin e Anne estavam tendo a respeito de qual seria o prato principal do jantar. Suspirou aliviado e até um pouco culpado.

Depois de sabe-se lá quantos anos, ele estava se sentindo em casa. E talvez não fosse tão errado.

***

N/A

Tradução:

Eu nunca entendi antes. Eu nunca soube o que era o amor. Meu coração estava quebrado, minha cabeça estava dolorida, que sensação... Amarrado na história antiga, eu não acreditava em destino. Eu procuro e você está de pé ao meu lado, que sensação... Que sensação na minha alma, o amor queima mais brilhante do que o sol ... É mais brilhante do que a luz do sol.

O nome da música é Brighter Than Sunshine e a banda se chama Aqualung. Mil mil mil mil mil perdões pela demora, eu prometo que eu vou voltar a atualizar com frequência, me perdoem, de verdade.

Espero que tenham gostado do capítulo

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