Realeza Oculta

By Samantta200

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Meriya Avaglow provavelmente é a princesa mais azarada de todas as gerações da Família Real de Hallenfy. Após... More

REALEZA OCULTA
HALLENFY
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EPÍLOGO

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By Samantta200

Vinte anos é uma idade muito importante quando se é membro da realeza. Principalmente, quando você é herdeira de um trono.

É seu último ano apenas como princesa.

Não consegui dormir aquela noite pensando nisso e pensando na invasão, e em minha identidade falsa e em tudo mais. Minha cabeça estava simplesmente carregada demais. Tentei me levantar da cama, mas senti os braços de Allen me puxando. Deixei que me puxassem e mergulhei no aroma da pele quente dele. Primeiramente, pensei que estivesse dormindo mas ele murmura o meu (falso) nome.

Gostaria de dormir assim com ele. Todos os dias.

Embora preferisse que chamasse meu nome verdadeiro.

A cama do meu quartinho era minúscula, mas ele deu um jeito de nos encaixar ali. Era tão bom.

Observava seu rosto enquanto passava minhas mãos por sua bochecha, por seu nariz, sua boca, seu queixo...

E então, ele dá um sorriso preguiçoso.

E mundo inteiro pareceu estar onde deveria estar. 

Suspirei. Vou contar a ele hoje.

Hoje sem falta.

Definitivamente

Hoje.

Era sete de maio e eu estava planejando um piquenique ou algo do tipo. Mas, eu estava quase desistindo da ideia. Não era mais fácil apenas dizer?

Não. Não era. Talvez eu estivesse só adiantando isso por medo.

Allen vai deixar você, sua imbecil. – Uma vozinha dentro da minha cabeça sussurrava.

– Bom dia. – Allen murmura pra mim. Reparando meu rosto preocupado, pergunta: – Aconteceu alguma coisa?

Dou um sorriso fraco e nego. Meu sorriso vacila, então preciso dizer:

– É claro que não. Eu estou bem.

Ele acaricia meu cabelo e eu o beijo. Fecho os olhos e tento me perder em seu toque e nas sensações.

Só que eu começo a chorar. 

Ele se afasta imediatamente e limpa o meu olho:

– Ei, calma. – Beijou a ponta do meu nariz. – Melissa, me diga o que está acontecendo. 

Fiz que não. Estava nervosa e sentia que não era o momento certo. 

Seco minhas lágrimas rapidamente e tento controlar a respiração. 

– Estou bem. Estou bem. – Me sentei na cama e ele continuou deitado, encarando o meu rosto. Sua expressão estava pensativa. 

Ele estendeu a mão para mim e eu a apertei. 

– Sua família deve estar sentindo sua falta, Allen – falei, com a voz rouca de choro. – Você pode ir visitar eles, eu não me importo. De verdade.

– Eu posso ficar aqui com você. – Se senta ao meu lado e eu encosto minha cabeça em seu ombro. – Não tente se livrar de mim assim. Não é tão fácil, minha dama. – Ele me envolve em seus braços e beija o topo da minha cabeça.

♔♔♔ 

Burra, estupida, idiota, imbecil... – repetia para mim mesma enquanto ouvia a porta do meu quarto se fechar.

Por que eu não contei para ele quando ele estava bem aqui? Qual era o meu problema? 

 Eu tinha que parar com esse medo bobo! Não era algo que eu poderia mentir pra sempre! Eu não aguentaria mentir pra sempre! 

Olhei para a carta em cima da escrivaninha com o meu dinheiro. Estava escrito "primeiro salário" nela. Prendi o fôlego e desejei mentalmente que Allen saísse pela porta da frente da colônia. Abri a janela e fiquei esperando. Quando finalmente o vi, abrindo a porta da frente e saindo, chamei ele da janela:

– Vamos sair mais tarde? Beber um café ou algo do tipo? 

Ele sorri e sei que vai aceitar. 

– Que tal às 4? – perguntou. – Eu venho te buscar. 

Confirmei.

Com um suspiro, fechei a janela. 

Me joguei na cama e abracei o meu travesseiro, revisando mais uma vez tudo o que eu iria dizer para ele. 

Mas, de alguma forma, o que eu tinha em mente parecia não se fixar mais.

♔♔♔  

Poucas semanas atrás, Rennê tinha feito dois novos trajes para mim: o primeiro era um suéter branco muito fofo que fazia par com uma legging preta e um par de botas (que eram tão deliciosamente confortáveis!). O segundo era uma blusa florida de manga curta e seu par era um macacão jeans. Escolhi a segunda opção porque não era todo dia que eu poderia usar um macacão como aquele. 

Foi quando notei a ausência de um dos meus uniformes. Era aquele com uma manchinha de ketshup na barra, mas não liguei muito na hora. 

Coloquei a blusa. Enquanto botava o macacão, me peguei pensando se Allen acharia meu visual infantil. 

Yanna estranhava muito as minhas roupas. Ela as achava lindas de morrer, mas uma vez a peguei encarando o tecido da saia preta.

– Esse tecido é muito caro – Yanna disse pra mim. Eu dei uma risada tensa e disse que comprei em uma loja em promoção quando estava em Suspy. Ela franziu a testa.

Mas não é a primeira vez que observa meu comportamento.

Uma vez, estávamos tomando café na cozinha quando ela fez um comentário sem prestar muita atenção:

– É engraçado ver você comer. É como se você tivesse aprendido a fazer isso.

Olhei pra ela, confusa.

– E nós todos não aprendemos? – perguntei.

Ela mastigou um pedaço de pão e limpou a boca com o guardanapo, negando com a cabeça.

– Quer dizer, aprendemos. Mas você faz isso com certa elegância. – Parei de comer e olhei pra ela. – Não sei explicar. Talvez seja porque a família real te conhece. Isso fez sentido?

– Fez, claro – continuo. – Quando se é amiga da família real, você começa a ser mais cuidadosa com cada movimento.

Ninguém jamais tinha dito que eu comia de um jeito elegante. Eu não percebia esse tipo de coisa!

Allen apareceu às quatro e dez na frente da colônia.

Ele me impressionou quando me levou até uma cafeteria que – milagrosamente – abre aos sábados e domingos.

Durante o encontro, fiquei com a sensação ruim na minha barriga e quase não toquei no meu café.

Ele me perguntou duas vezes se eu estava bem, no passo que eu respondia que sim e sorria fraco sempre.

Quando eu tomava coragem para abrir a boca, eu travava. Era uma sensação horrível.

Estávamos no final do encontro, quando finalmente seguro a mão de Allen e começo:

– Allen, eu preciso te contar uma coisa. Eu realmente – respirei fundo – realmente preciso falar isso pra você. Mas você vai ter que me jurar segredo.

Allen ficou sério e fez que sim, apertando minha mão.

– Juro.

Então, as palavras se atropelam em minha língua e eu vacilo. Ele suspira desanimado e puxa levemente a mão de volta, mas eu seguro.

– Eu sou...

E o celular dele vibrou. Suspirei aliviada enquanto ele tirava o celular do bolso e observava o número na tela, levemente impaciente.

Franziu a testa. 

– É minha irmã mais nova, Twila. Isso é estranho, ela normalmente não me liga pelo próprio celular.

Fiz um sinal para ele atender.

Allen leva o celular ao ouvido e eu consigo ouvir a voz da irmã dele do outro lado, porque ela está gritando.

E então não ouço mais nada após isso.

As coisas que aconteceram a seguir foram rápidas. Os olhos de Allen se arregalaram e uma expressão de dor dominava o rosto dele. Depois, a mão que não apoiava o celular sustentou  sua cabeça na mesa. Enquanto ele,  cabisbaixo, murmurava.

Então, ele levantou o rosto rapidamente e berrou ao celular, furioso: 

– ENTÃO CHAME A AMBULÂNCIA AGORA.

Ele começou a respirar pesadamente e desligou o celular.

Allen piscou algumas vezes e me olhou.

Senti saudade do sorriso dele naquele momento. Doía em mim ver Allen daquele jeito.

Perguntei o que aconteceu.

– É a minha mãe. – explicou tão rapidamente que quase não entendi. – Alpha foi à uma festa e não atende o celular. Keito está do outro lado do mundo com a esposa. Twila só tem nove anos e estava sozinha com ela quando minha mãe... Twila não sabe o que houve, estou com medo que ela possa ter tido um AVC. 

Coloquei a mão no rosto, horrorizada.

– Eu não entendo. – Allen sussurra, com a expressão perdida nas emoções. – Ela estava ótima quando fui embora hoje cedo... Ela...

Ele parecia não saber como reagir.  

Sem pensar duas vezes, falei:

– Vá, Allen. Não sei porque está perdendo tempo me explicando. Vá!

E ele foi. Correndo.

Não consigo mais pensar em meus problemas depois daquilo. Só rezo baixinho para que tudo fique bem.

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