O Ceifador de Anjos: A Última...

Galing kay JulieteVasconcelos

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O Ceifador de Anjos está descontrolado e sedento por vingança. Seu modus operandi mudou e a escolha das vítim... Higit pa

Sejam bem-vindos!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 1.1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4.1
Capítulo 5
Capítulo 5.1
Agradecimentos

Capítulo 4

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Galing kay JulieteVasconcelos

— Filha, cadê você? — gritava, Donna a procurava por horas, mas sem sucesso. — Onde uma criança de colo poderia se enfiar? — perguntava para si, tentando pensar em lugares da casa em que ainda não a tinha procurado.

Donna já tinha passado nos quartos, na cozinha e agora na sala. Sua filha não estava em lugar algum. A preocupação já a colocara em desespero, algo de ruim havia acontecido, ela tinha certeza.

Danna nem engatinhava, e babá, sua mãe não quis contratar. Os cuidados da pequena cabiam a ela e ao marido, que aliás saíra muito cedo depois de passar horas trabalhando no porão.

O porão! — lembrou ela. Caso Vincent se esqueceu de fechar a porta, a menina poderia ter rolado a escada. Mas Danna nem sequer engatinhava, como poderia ter ido até lá? As coisas pareciam não fazer mais sentido em sua cabeça, talvez fosse o cansaço, típico de mães de primeira viagem desacostumadas a ter tanto trabalho.

Donna seguiu para o porão, como imaginou, a porta estava aberta. Vincent se esqueceu de fechar. Ela acendeu as luzes e desceu os degraus, o coração aos pulos, receando ver a menina desacordada caída lá embaixo em meio a tantas caixas.

— Danna, querida! — chamou, mas nada havia ali além do silêncio, sua filha deveria estar em outro lugar.

Donna, por instinto, olhou para a grande estante que Vincent mantinha no porão, mas estranhamente, já não haviam livros, tudo que via, em apenas uma das muitas prateleiras, era um pequeno amontoado, alguma coisa pequena estava coberta por um tecido escuro ali. Sem pensar, correu para lá, curiosa e receosa ao mesmo tempo. Aquilo não devia estar ali!

Deu a volta na mesa e empurrou a cadeira, em seguida, rapidamente puxou o tecido, revelando para Donna a visão mais macabra que poderia ter.

Donna levou as mãos à cabeça em desespero, puxando o próprio cabelo, gritou aterrorizada ao ver sua garotinha de cachinhos loiros esvoaçando em meio ao formol, seus olhinhos azuis estavam abertos e pareciam brilhar, a boquinha bem desenhada exibia um sorriso suave, enquanto as perninhas jaziam dobradas em frente ao seu tronco arqueado. Danna era um anjinho grande demais para o pequeno frasco.

Donna não sabia dizer se foi o choque daquela visão monstruosa ou se fora seus próprios gritos que a despertou. Mas acordara em prantos, pois a dor que sentira por uma criação de sua mente, era profunda demais, além de ser o reflexo daquilo que ela mais temia.

Donna despertou de um pesadelo irreal, para perceber-se numa realidade tão monstruosa quanto.

E as lágrimas que por vezes achou que secaram, caíram abundantes, enquanto se mantinha debruçada na cama encharcando o travesseiro. Sabia que vivia um verdadeiro pesadelo, sabia que poderia não ter um final feliz!

Assim, sem qualquer ânimo para levantar, mas também sem sono para voltar a dormir, Donna ficou ali, remexendo-se, relembrando dos inúmeros pesadelos que tivera com a filha e com seu ex-marido. Vincent a assombrava, sentia como se ainda estivesse presa a ele, pois em alguns de seus pesadelos, Donna via-o ainda como o homem perfeito que acreditou que ele fosse, enquanto em outros, com a filha nos braços ela corria e corria, enquanto Vince a seguia com um bisturi nas mãos.

Eram 5 horas da manhã quando decidiu levantar, tomou um banho demorado e se vestiu. Combinara com Neila que a encontraria às 8 horas no restaurante do hotel para tomarem café juntas e programarem os passeios do dia.

Neila ficara, ainda, de trazer algumas informações que Donna solicitara, algo que a nova amiga daria conta de fazer sozinha e que sua presença seria totalmente dispensável. Donna relatou o tipo de caso pelo qual ela procurava, mulheres grávidas que tiveram seus bebês extraídos de suas barrigas e levado pelo seu agressor, não precisava de mais detalhes, era o suficiente para a guia sondar entre os conhecidos que tinha na polícia e nos jornais, sobre a ocorrência de tais fatalidades. Neila garantiu que tinha muitos amigos que poderiam lhe informar, afinal, ela foi policial e por vezes, prestava serviços à polícia estrangeira e até local.

Donna sabia que se o Ceifador atacou em Chade ou nas redondezas, Neila iria descobrir. Então, finalmente, teriam por onde começar.

— Lamento não ter conseguido muita coisa! — falou Neila decepcionada, enquanto Donna apanhava o que ela colocara sobre a mesa em que ambas tomavam o café da manhã. — Falei com uma amiga que trabalha no IML, é assistente legista já faz alguns anos, e das nove mulheres grávidas assassinadas que você me falou, ela só me confirmou dois casos. Com meu amigo da polícia, não consegui absolutamente nada, ao que parece, eles atenderam apenas esses dois casos mesmo! Também pedi uma ajudinha para um conhecido no hospital, não teve nenhuma entrada de grávida que tenha sofrido algum atentado do tipo, isso referente aos casos antigos.

— Está brincando? Você conseguiu exatamente o que eu precisava! Essas são as garotas? — perguntou segurando imagens dos cadáveres com a barriga à mostra, onde se via algumas incisões, possivelmente feitas pelo legista.

— Sim, das garotas, Zara Alkhabir e Fari Youssouf, ambas de quinze anos, consegui essas cópias no necrotério!

— Meu Deus, eu me lembro de ter lido esses nomes — disse relembrando dos fetos que encontrou. — A polícia não recolheu as fotos?

— Não acharam necessário! De qualquer forma, consegui bem poucas informações!

— Bem, isso foi dois anos atrás, não tinha como ser fácil! De qualquer forma, eu já imaginava que não teriam casos aqui na capital, até mesmo aqui, seria arriscado para ele! Estou surpresa que tenha conseguido informações sobre esses dois assassinatos. Não houve nenhuma investigação? Não achei nada na internet sobre esses casos, saiu alguma coisa nos jornais daqui?

— Não para as duas perguntas, eram mulheres muito pobres, os jornais noticiaram o que foi dito pela polícia, que provavelmente essas mulheres venderam os seus bebês para traficantes ou quem sabe para alguma seita.

— Claro, faz todo sentido, elas até foram deixadas com a barriga aberta, devia fazer parte do pagamento! — Donna ironizou.

— Ninguém se importa, Donna! — Neila falou em tom de lamento.

— Eu sei, é mais fácil culpá-las pelo que aconteceu do que fazer justiça para as suas famílias!

— Pois é.

— Você perguntou sobre casos recentes?

— Sim, não houve nenhum por aqui, se aconteceu, não foi na capital!

— Como eu imaginava — disse sem tirar os olhos dos arquivos. — O que são essas anotações?

— Os nomes das duas aldeias em que viviam essas mulheres!

— Então é onde vivem suas famílias?

— Acredito que sim, são pobres, mesmo que os assassinatos tenham acontecido nas proximidades de suas casas, não acredito que teriam como se mudar de lá.

— Elas ficam perto daqui?

— Do centro urbano de N'Djamena? Não mesmo! São bem distantes, cada uma delas fica num extremo da cidade. O que está pensando em fazer?

— Ir nessas aldeias, depois, ir em todas as cidades próximas, e a princípio, buscar informações em necrotérios. Quero procurar as famílias de cada uma dessas mulheres assassinadas há dois anos atrás e das que acredito que foram mortas recentemente — falou baixo. — Dá para irmos no mesmo dia nessas duas aldeias?

— Improvável, são distantes e acredito que não terá como ser rápido em cada uma dessas aldeias.

— Entendi. Tudo bem para você se irmos hoje para uma dessas aldeias?

— Donna...

— O que foi? Você não pode ir hoje?

— Não, eu posso sim. É que você não precisa ir, posso ir sozinha e perguntar tudo o que quer saber, tirar fotos e...

— Não!

— Donna...

— Neila, não vim até aqui para ficar trancada num hotel enquanto você faz o trabalho pesado por mim!

— Estou sendo muito bem paga para...

— Para agir com discrição e se manter ao meu lado, e não para fazer tudo por mim — Donna respondeu com firmeza.

— É que essas aldeias... olha, é uma realidade com a qual você não está acostumada, entende?

— Entendo, Neila. — Suspirou. — Mas eu preciso ir, preciso ver as famílias dessas duas garotas, essas pessoas também foram vítimas dele. Não posso ficar aqui esperando!

— Está bem! Só me diga uma coisa, tomou suas vacinas?

— Todas que me foram orientadas na agência!

— Ótimo, porque aonde iremos, estaremos expostas há muita miséria e doenças. Não estou me referindo somente a essas duas aldeias, mas também a algumas das cidades em que você quer ir.

— Eu agradeço a preocupação, Neila, mas vim consciente disso! Podemos ir hoje?

— Agora mesmo, se você estiver pronta!

— Eu estou.

Christopher teve um dia longo e exaustivo, pela primeira vez estava tendo que trabalhar sozinho, pois Ramona recebera férias, que há muito estavam atrasadas, de forma que ela já não podia adiá-las, mesmo não querendo deixar o parceiro na mão. O corte de gastos não permitiu a contratação, mesmo que temporária, de um novo detetive, assim, seus colegas de trabalho quando não estavam ocupados com outros casos, o acompanhavam nos seus, mas especialmente hoje, ninguém conseguiu uma pausa na unidade de homicídios, todos atarefados em demasia com as monstruosidades típicas de cidades grandes.

Não bastasse o dia atribulado, sua filha adoecera, de forma que a madrugada anterior, ele e Olivia passaram parte da noite no hospital, já que a menina demonstrava ter fome, mas não comia, e chorava angustiada pela dor. Não demorou para que fosse atendida e diagnosticada, para a felicidade do casal, não era nada grave, apenas foi acometida por uma dupla infecção, em um dos ouvidos e na garganta.

Ao chegar em casa, Christopher foi direto para o quarto, ia tomar um banho para depois descer e comer alguma coisa, já que no trabalho não teve tempo nem sequer para almoçar, estava realmente faminto.

No quarto, sentiu a ausência da esposa, deduziu que ela estava fazendo companhia para Khristin, assim, antes de se banhar, decidiu ir vê-las no dormitório da pequena.

— Boa noite, amor! — cumprimentou ao entrar e se deparar com Olivia sentada na poltrona, rosto abatido e com enormes olheiras denunciando que não dormira desde que retornaram do hospital para casa.

— Boa noite, Chris! — cumprimentou após ser beijada pelo marido.

— Como ela está?

— Ela estava um pouco febril, mas agora está dormindo — respondeu. — É a quarta vez que ela teve febre hoje, mesmo com os medicamentos que o doutor receitou!

— É por causa da infecção, não se preocupe tanto amor, ela está bem! — falou acariciando o rosto da esposa. — Você estava chorando? — perguntou ao perceber um leve inchaço nos olhos dela.

— Um pouquinho — respondeu sem graça. — Ela estava chorando tanto e eu não sabia o que fazer, não gosto de vê-la sofrendo, Chris! — confessou.

— Eu sei, amor, mas isso é normal em crianças! Elas adoecem, se machucam, mas são fortes também, isso vai passar!

— Eu sei — disse com um leve sorriso. — E seu trabalho, como foi?

— Ramona está me fazendo muita falta! — declarou, ao que Olivia sorriu. — Eu fui para o quarto tomar um banho, como não te vi, imaginei que estivesse aqui com a Khristin.

— É, eu não saí daqui hoje — contou. — Mas vá tomar seu banho, vou descer e esquentar sua janta!

— Não se preocupe, eu mesmo esquento, mas vá tomar um banho também, Olivia, você também precisa descansar.

— Não quero deixar Khristin sozinha, se ela acordar com dor, ou tiver febre, quero estar por perto.

— Vamos fazer o seguinte — Christopher falou olhando para o berço. — E se a levarmos para o nosso quarto? Eu posso levar o berço para perto da nossa cama, ela fica conosco até melhorar.

— Jura? — perguntou animada.

— Você não pode passar a noite aqui, amor, amanhã eu saio cedo e você não conseguirá cuidar dela estando tão cansada! No nosso quarto podemos ficar atendendo ela durante a noite.

— Obrigada, Chris, acho ótima a sua ideia.

— Então vou levar o berço para lá, agora. Depois vou descer para jantar, enquanto isso, você toma um banho, aí deita e descansa, ok? Depois eu subo e tomo um banho também.

— Certo, amor. Só deixa eu pegar a Khristin — Olivia falou se aproximando do berço para tirar a filha. — Se você empurrar o berço com ela dentro, ela pode acordar.

— Claro. — Christopher sorriu.

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