Bruto ***Degustação***

By kycrossfire

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Sou Carolina Ferraz, beirando meus trinta anos. Vivo para meu trabalho, advocacia é minha vida. Viver no Cam... More

Elenco
PRÓLOGO
Carolina Oliveira
Henrique Brandão
Faíscas
Amigos Perto Inimigos mais perto
Confusão
A sós
TRETA
PRIMITIVO
Help
presente para as Malévolas!

O almoço

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By kycrossfire

CAPÍTULO 4 O Almoço

 Henrique Brandão

A doutora potranca saiu rebolando e pisando firme antes de bater a porta de meu quarto. Apesar de gostosa aquela mulher era uma diaba, mas não aguentaria muito tempo aqui na fazenda, ainda mais com os luxos que ela deve estar acostumada na cidade grande. Eu não a queria bisbilhotando por tudo e daria um jeito te tira-la daqui o quanto antes, mas não sem antes dar uma boa f0dida naquele traseiro.

Fui até a cozinha. Algumas panelas borbulhavam no fogo. Zira terminava de tirar as últimas penas da galinha, minha mãe cortava alguns temperos sobre a pia. Eu vi a preocupação em seu olhar, mas ela não disse nada sobre a doutora.

— O que vai ter para o almoço? — Indago com a irritação ainda na voz.

—Arroz campeiro e galinha caipira. — Minha mãe responde sem interromper os movimentos de corte. — A moça vai ficar pra comer.

Bufo e concordo balançando a cabeça. Olho no relógio de pulso , é quase meio dia.

— Mãe, quero que prepare aquele mondogo e o ensopado de língua que você ia fazer a noite.

Zira larga o frango pelado dentro de uma bacia.

— Ah não. Agora que eu consegui arrancar todas as penas. Se você está querendo um almoço especial para a doutora. Acho que ela não deve gostar desse tipo de comida, fez cara de nojo até para o bolo da dona Isaura.

Minha mãe retrucou ofendida.

— Alguém com uma bunda daquele tamanho não deve ter muita frescura para comer.

Dei uma risada.

É... ela tinha um belo rabo.

— Zira, cala boca, quando um burro fala o outro baixa as orelhas.

Ela fez uma careta e se calou.

Fui para a varanda do chalé e deitei na rede. De olhos fechados aproveitei o balanço da rede. Havia passado quase uma hora desde que a doutora potranca havia se trancado. E o silêncio dela lá não era uma coisa boa.

— Ziraaaaaaa — ouvi a voz de Carolina ressoar em um grito alto. — Ziiiiiiiiiraaaaaaa!

—Já vou. — A menina respondeu aos gritos.

Diacho de mulher berrona!

Assim ficava impossível dormir!

Levantei da rede. E eu mesma fui ver o motivo da gritaria.

— Menina, me alcança a nécessaire que deixei perto da porta.

Zira balança a cabeça e concorda.

—Não Zira, a doutora aqui precisa aprender que aqui ela não tem empregados. — Interrompo. — Agora vá para a cozinha ajudar minha mãe a terminar o almoço.

A diaba me espia por uma fresta na porta e grunhi como uma onça brava.

Um perfume de rosas vem de sua direção.

Ela revira os olhos e afasta o cabelo molhado do rosto.

— Senhor Henrique, por gentileza pode alcançar uma pequena mala que tem próximo a porta de entrada? Eu ficaria imensamente grata.

A danada tinha o tom sarcástico.

Chego mais perto da porta de onde ela está.

— Não. — Respondo empurrando a porta e ela até tenta me impedir, mas uma das mãos está segurando o vestido na frente do corpo ainda úmido.

Meu pau lateja na calça.

— O que você está fazendo? — Ela xinga. — Não está vendo que estou nua? Não estou acostumada a ficar andando pelada por aí como o povo da fazenda.

Dou uma boa olhada no pedaço de pano que ela puxa contra seus seios e olho para a bagunça em meu quarto, as roupas na cômoda reviradas. Ela se justifica.

— Eu estava procurando uma toalha seca.

Afasto seus sapatos de salto com um chute e me atiro na cama deitando de bruços.

— Esses saltos valem mais do que você.—Ela rosna indignada.

— Doutora, tente gritar um pouco menos, estou tentando dormir um pouco antes do almoço. Tive uma noitada daquelas. — Fecho os olhos, e ainda sinto o perfume dela espalhado pelo quarto.

O cheiro até que é bom.

Ela bufa alto e eu a ouço se afastar retrucando algo...

— Peão idiota.

Viro a cabeça na direção de sua voz, e a vejo se afastar, o vestido agora cobrindo pouco mais da metade de seu traseiro. A pele branca e nua de suas costas exposta.

Caralho eu estava duro só de olhar para ela. Carolina se abaixou e pude ver a polpa de sua bunda, e logo imaginei eu enterrando meu pau naquela delícia. Pouco antes dela ir embora, é claro.

Quando ela se virou e voltou para o quarto, tinha no rosto a expressão de uma mulher furiosa.

Não escondi o sorriso, era engraçado vê-la irritada daquela jeito.

— Você não ia dormir? — Resmunga me fuzilando com o olhar.

Eu sorrio.

— Vou. Só estou esperando a doutora entrar no banheiro. Não consegui ver a distância a tatuagem logo acima da bunda.

Ela arregalou os olhos e bradou andando de lado até a cortina.

— Vá se ferrar , seu nojento.

— Já te disse antes doutora... a porta da rua é a serventia da casa. — Volto a fechar os olhos, e desta vez o sono não demora a vir.

Não muito tempo depois sou despertada pelo zunido mecânico de um motor. Levanto de sobressalto na cama. Vejo o reflexo da doutora sorrindo por ter interrompido meu descanso, com a porra de um secador de cabelo.

Diaba.

A dor de cabeça volta com mais força dessa vez, vem e a infeliz tem nome de Carolina. Ela usa um vestido verde, com algumas flores estampadas, marca sua cintura e traseiro, a roupa é um pouco mais curta do que a outra, parando pouco acima das grossas coxas que se equilibram em um salto fino.

—Te acordei? — Ela grita em um deboche. — Sinceras desculpas, prometo ser mais cuidadosa enquanto estiver aqui.

Peste de mulher gostosa!

Levanto da cama e saio do quarto. Zira passa por mim carregando alguns pratos.

— O almoço já está pronto. — ela avisa. — Ah... e o veterinário ligou, disse que vai passar aqui a tarde.

Na varanda dos fundos as panelas fumegam ainda quentes. Zira e minha mãe já estão sentadas cochichando algo, mas param logo que percebem quem vem logo atrás de mim.

Puxo a cadeira de madeira e me sento de frente para minha mãe. Carolina afasta a cadeira e espana com a palma antes de se sentar.

—Fique a vontade doutora. Sinta-se em casa, afinal a casa também é sua.

— Obrigada pela gentileza Henrique. — Ela sorri, e me encara. — E é exatamente por isso que estou aqui.

Seus lábios bem desenhados e grossos estão pintados com um batom rosa claro.

Uma pena que a boca dessa peste seja tão gostosa, eu poderia dar outra utilidade a ela, talvez isso a deixasse menos teimosa.

— A comida é simples viu dona Carolina. — Minha mãe interrompe nossa guerra de olhares.

Ela olha para as três panelas de ferro dispostas no centro da mesa e força um sorriso.

— Não sou de comer muito. — Ela responde fingindo simpatia.

Dou uma risada e sou o primeiro a servir.

— Ah mas hoje você vai. — Sirvo uma concha generosa do primeiro ensopado. — Esse é o melhor ensopado de língua da cidade. Quando sentir a carne mole desmanchando nessa sua boca...

Ela me fulmina com o olhar, mas eu continuo a servindo, desta vez da segunda panela.

— Depois de provar esse mondongo aqui, você nunca mais vai querer ir embora.

—Mondongo? — ela repete sem entender.

— Sim doutora, mondongo, são as tripas, da vaca. — Digo com uma pontada de divertimento.

Zira ri da careta que ela faz, mas minha mãe não acha graça e observa tudo quieta.

—Dona Isaura, o que é isso em cima do arroz. — Carolina pergunta.

— Amendoim, é uma receita especial de arroz tropeiro.

Ela segura meu braço antes que eu encha a concha de arroz para servi-la.

— Não! — Diz com certa urgência. — Não posso comer amendoim. Sou alérgica.

Eu olho para sua mão sobre meu braço e ela a retira.

— A não ser que queira me matar. — Provoca num tom sarcástico.

— Não me dê ideias, doutora. — Retruco e lhe entrego o prato quase transbordando de comida.

Depois de servir minha mãe e Zira, me sirvo. Claro que a doutora ainda não tinha tocado na comida.

— Algum problema?

Dou uma garfada. A comida está deliciosa.

— Não, nenhum. — Ela cutuca um pedaço da língua em seu prato, e depois empurra tentando afastar para o lado o mondongo.

Zira e minha mãe trocam olhares mas não falam nada.

— Fiquei curiosa. Você chegou a preparar aquele frango, Zira?

Eu interrompo antes que a menina responda.

— Quando vi que você iria almoçar com a gente, decidi mudar o cardápio.

— Grata pela consideração, cowboy. — Ela sorri e ergue um copo de água gelada o levando aos lábios rosados.

E só então decide dar uma garfada. A carne é mole demais e escapa do garfo. Eu lhe entrego uma colher de sopa.

—Você vai conseguir saborear melhor a língua e o mondongo, com isso.

Carolina estreita o olhar e começa a comer. A cara de nojo da doutora mimadinha é impagável.

Terminamos o almoço em silêncio e a tensão entre nós é tão intensa que pode ser cortada com uma faca.

Jairo aparece na soleira da porta e sorri.

— Tarde! — Ele cumprimenta. — Cheguei na hora boa.

Minha mãe sorri enquanto retira os pratos e panelas, e Zira serve pequenas copos de café preto recém passado.

Carolina o observa e sorri de maneira simpática quando ele estende a mão para cumprimenta-la.

— Vai me apresentar a moça. — Ele flerte, mas ela não dá abertura.

— Carolina Oliveira Ferraz. — a diaba retribui o aperto de mão. — E você?

— Jairo Borges. Veterinário da fazenda.

Ela arqueia apenas uma sobrancelha não muito impressionada e volta se sentar.

Zira serve um copo de café para Jairo que senta do outro lado da mesa de frente para mim, e enquanto a doutora tem o olhar distraído pela vista da fazenda, os olhos do veterinário estão cravados no decote da peste ao meu lado.

— A quanto tempo você trabalha aqui na fazenda? — Ela pergunta o encarando, ele sobe o olhar rapidamente, antes que ela perceba que ele estava prestes a nadar no meio de seus peitos.

— Vai fazer três anos. — Ele responde e bebe um pequeno gole de café depois de assopra-lo.

— Você está de carro?

— Claro. — ele responde largando o copo sobre a mesa.

— ótimo. Então você não vai se importar em me dar uma carona até a cidade, e depois me mostrar a fazenda.

Jairo gagueja pego de surpresa e me olha.

— Acho que po-posso. Só tenho que dar uma passada no celei. — Eu o interrompo antes que possa terminar a resposta.

—Jairo tem compromissos, está em seu horário de trabalho, ele é veterinário e não motorista particular.

Ela bufa contrariada e me ignora. —Por acaso seu celular tem internet?

Jairo ri e tira do bolso um celular preto.

— Até tem, mas o sinal não é grande coisa aqui.

Carolina apanha o celular e passa na barra do vestido , o limpando a tela então digita algo.

— Só preciso mandar uma mensagem. — Explica enquanto seus dedos tocam a tela com habilidade.

— Depois que eu conferir como estão os animais , posso mostrar a fazenda para você. Não é incomodo nenhum.

Eu o fulmino com o olhar e ele faz sinais com as mãos de quem não está entendendo.

— Não se preocupe com isso Jairo, limite-se a fazer o seu trabalho. Eu mostrarei a fazenda a doutora hoje a tarde.

Será um prazer.

Carolina fez um bico, contrariada, mas levantou-se da cadeira e devolveu o celular ao Jairo.

— Que seja. Com licença.

A doutora saiu em um rebolado e nossos olhares acompanharam o movimento de seu traseiro.

Quando ficamos a sós, Jairo se inclinou em minha direção e sorriu me dando um soco no braço.

— Cara que mulher geniosa. Achei que ela usaria o celular pra te acertar na cabeça.

Contenho uma risada...

— Eu sei... ela é uma potranca braba. Só precisa de algumas montarias pra ser amansada direito.

Jairo riu e terminou o café.

— Acho que aquela "potranca" você não vai montar tão cedo.

— A mulher é a peste encarnada, chegou aqui cheia da moral querendo mandar em tudo. Mas eu vou amansar essa fera e mandar ela bem calminha de volta pra cidade.

Ah... se vou...

Hum... o que será que a potranca, ops Carol está tramando, mulher misteriosa é fogo. ahahahaha
Gente é oficial, nosso Bruto foi denunciado e por isso foi excluído do ranking, conto com a ajuda de vocês para poder divulgar a história do nosso cavalão e da potranca braba srsrsrsr <3

Grande Beijo <3 

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