O Ceifador de Anjos: A Última...

By JulieteVasconcelos

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O Ceifador de Anjos está descontrolado e sedento por vingança. Seu modus operandi mudou e a escolha das vítim... More

Sejam bem-vindos!
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 1.1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 4.1
Capítulo 5
Capítulo 5.1
Agradecimentos

Capítulo 3

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By JulieteVasconcelos

— Meu Deus, Chris! — falou Olivia ao assistir ao vivo na TV uma perseguição policial, onde Christopher e Ramona corriam atrás de um suspeito de estupro e assassinato, enquanto a polícia organizava um cerco.

Levou alguns minutos para findar a reportagem, ela aguardou ansiosa, esperando um momento oportuno para ligar para o marido e comprovar que tudo acabara realmente bem, conforme fora dito na matéria, onde vira apenas o carro da polícia sair levando para a delegacia o suspeito.

Sabia que ao chegar na unidade de homicídios, demoraria algum tempo para ele poder atender uma ligação sua, já que precisaria interrogar o rapaz. Considerando que os vinte minutos que passaram fossem suficiente para que o marido atendesse, ligou.

— Olivia, tá tudo bem? — perguntou ao atender.

— Eu que te pergunto, querido, eu vi a perseguição na TV.

— Está tudo bem, não se preocupe! A Ramona precisou fazer um curativo, estou esperando ela para...

— O que aconteceu com ela? — indagou preocupada.

— Ela o alcançou antes de mim, ele reagiu, acertou-a no rosto com um canivete, mas por sorte não foi um corte profundo! — contou.

— Meu Deus!

— Ela está bem, está melhor que ele na verdade!

— A Ramona o feriu também?

— Na verdade fui eu... quebrei o maxilar dele! — falou sorrindo.

— Chris!

— Precisei desarmá-lo, não tive escolha, fora que ele feriu a Ramona!

— Sim, eu sei, m-mas...

— O que foi, Olivia?

— Fico preocupada! Vocês se arriscam tanto nesse trabalho, hoje a Ramona se feriu, podia ser você... podia ser mais grave! — disse aflita.

— Meu amor, não pense nisso, eu sei me cuidar!

— Não quero te perder, precisamos de você, Chris!

— Vocês não vão me perder, meu amor! Está tudo bem. E a Khristin, o que está fazendo?

— Está dormindo, faz quase uma hora!

— Que bom, dá um beijo nela por mim!

— Darei, amor!

— Olivia, vou desligar.

— Ok, amor, só queria mesmo confirmar se acabou tudo bem.

— Sim, fique tranquila. Nos vemos no jantar. Te amo!

— Também te amo. — Desligou o telefone.

Olivia ficou mais tranquila em saber que tudo acabou bem apesar do ferimento da detetive, mas não estava em paz com aquela situação. Antes de Khristin, a preocupação com a segurança do marido já existia, mas agora, parecia que aumentara e muito, pois o simples pensamento de que elas podiam perdê-lo, a assustava em demasia.

Christopher sempre fora um bom marido e agora, um bom pai, mas a profissão exigia muito dele, isso a preocupava.

Para tentar esquecer o assunto, Olivia foi para o quarto da pequena, parou de fronte ao berço e olhou-a dormir um sono tranquilo, sua filha estava cada vez mais linda. Só ao contemplá-la, é que o aperto em seu coração passou.

Donna acabara de pousar no Aeroporto Internacional de N'Djamena, capital de Chade, assim, após apanhar sua bagagem da esteira, seguiu para o saguão onde combinou de encontrar a pessoa que contratara para ser sua guia e auxiliar enquanto estivesse no país, já que não falava nenhum dos idiomas locais.

Não foi difícil identificar a guia, já que logo a viu acenando para chamar a sua atenção. Donna percebeu que ela estava vestida como havia avisado antes do embarque, com um vestido longo de capulana estampada com formas tribais nas cores laranja, amarelo e verde, que iam até seus pés, deixando apenas parte das sandálias pretas à mostra. O cabelo estava cuidadosamente coberto com um turbante de cor laranja, enquanto o rosto belo e negro ostentava uma maquiagem leve nos olhos, contrastando com o batom roxo que trazia nos lábios carnudos.

— Neila Dupont? — confirmou retirando os óculos escuros ao se aproximar da mulher que lhe direcionava um sorriso largo e simpático.

— Muito prazer, senhorita Dixon! — Neila falou em inglês ao mesmo tempo em que estendeu a mão, exibindo algumas pulseiras coloridas no pulso.

— Me chame de Donna, por favor! O prazer é meu! — respondeu apertando a mão da guia sorrindo. — Estou mais tranquila por te ver aqui! Estava preocupada, como eu disse, meu francês é horrível e não falo absolutamente nada em árabe!

— Eu disse que estaria, sei bem como é estar num lugar desconhecido com pessoas desconhecidas — falou gentil.

— Imagino, pelo que me disse, já viajou o mundo!

— Eu diria quase... — Riu. — Venha, você deve estar com fome, já passou do horário de almoço. Vamos comer aqui pertinho e aí te deixo no hotel para você descansar! Eu te ajudo com a bagagem, será mais fácil para você desviar das outras pessoas — falou puxando a mala de carrinho para si.

— Obrigada! Neila, na verdade estou sem fome, mas vou aceitar o convite para nos conhecermos melhor! — disse enquanto seguia a guia a passos largos.

— Fico contente! Ah, te olhando agora, acho que suas medidas são basicamente as minhas, então vou separar algumas peças de roupa para você, porque se está pensando em usar o que usaria na Califórnia, não irá aguentar o calor! — falou olhando rapidamente para Donna dos pés à cabeça, que trajava uma calça jeans apertada e uma jaqueta preta.

— Neila, não sabe como agradeço, mal pousamos, eu senti mesmo a mudança de temperatura. Nessa época do ano, faz frio em Los Angeles. — Sorriu.

— Aqui é simples, mas é limpo, a comida é boa e o atendimento é muito bom — falou para Donna ao se aproximar da porta do restaurante. — Vamos nos sentar naquele canto, é a mesa mais afastada, então teremos mais privacidade! — Apontou para a mesa vazia e Donna assentiu em silêncio.

Logo que Neila e Donna sentaram, um rapaz miúdo se aproximou com um cardápio em mãos, parecia não ter mais de doze anos.

— Aqui eles começam a trabalhar muito cedo — Neila falou em inglês ao perceber o olhar assustado de Donna para o garoto. — Ele tem sorte de trabalhar num estabelecimento como esse! Muitos, mais novos ainda, estão lá fora, embaixo de sol, fazendo serviços pesados, com pouca remuneração ou nenhuma! — O rapaz não entendeu nada, mas como já conhecia Neila e o seu trabalho como guia de estrangeiros, imaginou que ela estava explicando algo para a mulher que a acompanhava.

— Eu lamento — respondeu Donna perplexa.

— Eu também! — comentou a guia demonstrando tristeza.

Neila ajudou Donna a escolher um prato leve e fez o pedido para o garçom, que logo saiu deixando-as sozinhas.

— Quantos idiomas você fala? — Donna perguntou curiosa.

— Com fluência, seis! Mas me viro em outros cinco. — Sorriu orgulhosa.

— Incrível!

— Obrigada!

— Seu sobrenome não me parece africano — observou.

— Não é. — Sorriu. — Sou filha de uma chadiana com um francês, o sobrenome é do meu pai!

— Entendo — falou.

— Donna, você pode ir direto ao assunto, pode confiar em mim! Sei que veio fazer uma investigação, você é detetive?

— Não. — Riu sem jeito. — Talvez!

— Não entendi — falou.

— Digamos que eu seja uma espécie de detetive particular!

— Não trabalha para a polícia — observou a guia.

Donna balançou a cabeça negando.

— O que está investigando? — perguntou séria.

— Um assassino!

— Mas se não é da polícia...

— Vou entregar as provas que eu conseguir para a polícia!

— Entendo. É pessoal?

— É.

— Donna, a agência me recomendou para você exatamente porque já fui policial.

— Sim, eu soube disso. Me disseram que era policial enquanto morou na França.

— Isso! Era meu sonho de menina, meu pai também era policial! — Sorriu orgulhosa. — Mas depois que fui alvejada e quase morri, eu desisti da minha carreira e voltei para Chade para me casar.

— Me disseram que você era solteira, que por isso poderia ficar a minha disposição — Donna interrompeu preocupada.

— Eu sou viúva, na verdade. Larguei tudo por ele, decidimos que eu não ia trabalhar, mas cinco anos depois ele descobriu que tinha uma tuberculose avançada, só com os ganhos dele não tínhamos como o tratar. Ele morreu quase um ano depois que descobrimos a doença. Mas eu prometi a mim mesma e ao meu marido, que não voltaria mais para a polícia, que encontraria uma profissão que eu pudesse amar tanto quanto, mas que eu não corresse o mesmo perigo.

— Lamento o que aconteceu — disse solidária, ao que Neila sorriu. — O agente me disse que você prestava serviços a policiais estrangeiros e auxiliou em outras investigações na África, na Ásia e na Europa.

— Sim, isso porque não consegui cumprir ao pé da letra a minha promessa. — Sorriu. — E ser poliglota ajuda muito nessas horas!

— Imagino que sim. — Donna sorriu.

— O que eu quero dizer é que preciso que seja franca comigo, quero saber o risco que estou correndo, acho que você sabe que poderá contar com minha discrição!

— Você não correrá nenhum risco, nem eu correrei, desde que a pessoa que estou investigando não saiba que estou aqui!

— Ele é influente? Há meios dele saber?

— A resposta é não para as duas perguntas.

— Então temos que ficar na moita? — falou divertida.

— Acho que essa é a expressão perfeita!

— Pois bem, Donna, não precisa me dar detalhes de nada, mas vou precisar de mais informações, como te disse, preciso saber até onde podemos ir sem corrermos riscos!

— Neila, eu vou te contar tudo que precisa saber, até porque vou precisar mesmo da sua ajuda para me comunicar, mas garanto que não há riscos! Tudo que precisamos fazer, como você mesma disse, é ficarmos na moita enquanto recolho provas contra ele!

— Perfeito! Vamos comer — falou ao ver o garçom se aproximar com dois pratos nas mãos.

— Ei, Ruby! Você aqui em pleno dia de folga! — Kathe sorriu maliciosa ao passar pela colega de trabalho, ao sair do laboratório.

— Senti saudades também, Kathe! — respondeu a outra com ironia, entrando no laboratório, onde apenas Vincent estava.

— O que faz aqui? — perguntou ele encarando-a.

— Estou bem, obrigada por se preocupar, querido! — falou se aproximando do biomédico, que permaneceu sentado com alguns papéis nas mãos. — O que está fazendo?

— Trabalhando! — respondeu ríspido. — E você, o que faz aqui? Hoje é seu dia de folga!

— A Kathe já me lembrou disso, você também, não precisa, né! — debochou.

— Diga logo, Ruby! O que você quer?

— Só vim te ver, Vince! Que droga de recepção é essa? Eu, hein!

— Você aqui, no seu dia de folga para me ver? Sério? Qual a parte que você não entendeu, que ninguém pode desconfiar da nossa relação? — perguntou irritado.

— Que preocupação desnecessária, não entendo porque tanto segredo! Estamos juntos, ninguém tem nada a ver com isso! — falou com firmeza.

— Não estamos juntos, Ruby! Trabalhamos juntos, é diferente!

— Sim, sim. Trabalhamos aqui, fazemos extras lá fora e na cama também! Ainda não entendo qual é o problema!

— Seu comportamento é um problema!

Ruby revirou os olhos e desviou o olhar para uma cadeira, onde avistou uma maleta remexida de Vincent, com um passaporte, alguns documentos e fotos à mostra. Ela se aproximou curiosa, enquanto Vincent continuou lendo o relatório que tinha em mãos.

— Onde foram tiradas? Sua filha é mesmo a cara da mãe! — disse segurando algumas fotos, onde viu uma em que a filha de Vincent dormia no berço, outra em que Donna carregava-a em pé e outra na qual a mãe mantinha a pequena no colo sentada em um sofá, além de várias da ex-mulher de Vincent sozinha.

— O que está fazendo? — Vincent falou se levantando e indo na sua direção. — Não mexa nas minhas coisas! — Puxou as fotos das mãos dela e as guardou num envelope dentro da maleta.

— Nunca vi essas fotos!

— Talvez porque não fosse para você ver!

— Essas fotos não foram tiradas no hospital, e como elas não chegaram a ir para sua casa, suponho que foram tiradas na casa do irmão dela, estou certa?

— Sim, foi meu cunhado quem me deu, são as únicas fotos delas após o nascimento da minha filha.

— E por que as mantêm? — Vincent lançou a ela um olhar inquisidor. — Me refiro às fotos da Donna, da menina até entendo!

— Não me importa o que você entende ou deixa de entender, Ruby!

— Vincent! Por que você as têm? Ou melhor, por que as trouxe nessa viagem?

— São fotos da minha mulher e filha, por que eu não traria?

— Da sua ex-mulher, você quer dizer, vocês se divorciaram, lembra? — observou revirando os olhos.

— Não me importa o que diz num papel, Donna sempre será minha mulher!

— Você ainda a quer, Vincent? — perguntou desdenhosa.

— É claro, Donna e Danna são minha família!

— Aquela branquela sem sal se divorciou de você, ela não te quer mais, querido!

— Ela só não entendeu ainda que tudo que fiz foi necessário, mas quando ela me ouvir, vai entender!

— E se ela não entender?

— Ela irá, Ruby, tenho certeza! — disse convicto.

— Eu não apostaria apenas num plano A, querido! Ela pode não entender e até te odiar ainda mais! — falou em tom de deboche.

— Não aposto apenas nisso.

— Então, qual o plano B? — perguntou curiosa.

— Achar minha filha!

— Vai obrigá-la a ficar com você depois que conseguir a menina?

— Se for preciso! Faço qualquer coisa para ter minha família de volta!

— Ridículo! A branquela te dá um ponta pé na bunda e você planejando correr atrás dela! Vire a página, Vince, sua égua da crina amarela deve estar rolando com outro macho agora, não quer nem saber de você! — Vincent grudou no seu pescoço logo que ela concluiu a frase, empurrando-a contra parede.

— Cuidado com o que fala da minha mulher, sua vagabunda! — disse com os dentes cerrados de raiva, enquanto apertava mais o pescoço de Ruby.

— V-vin-vince — falou com suas mãos tentando afastar a dele de seu pescoço.

— Não quero mais que abra sua boca suja para falar da minha família, entendeu?

— S-sim. — Vincent afrouxou o aperto em volta do seu pescoço, permitindo que ela se desvencilhasse dele e se afastasse. — Seu idiota! — disse com as mãos no pescoço. — Você me machucou!

— Você mereceu! Agora saia daqui e me deixe trabalhar em paz!

— Eu vou mesmo, mas antes...

— O que foi?

— A garota que veio acompanhando aquele velho, o voluntário, a que estava grávida de cinco meses.

— Sim, lembro dela, o que tem?

— Marquei o encontro! Vamos vê-la daqui dois dias, é numa cidadezinha há vinte quilômetros daqui!

— Ok, combinamos tudo depois. Agora saia daqui! — Ruby saiu, ainda mais irritada.

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