Realeza Oculta

By Samantta200

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Meriya Avaglow provavelmente é a princesa mais azarada de todas as gerações da Família Real de Hallenfy. Após... More

REALEZA OCULTA
HALLENFY
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EPÍLOGO

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By Samantta200

Era quase nove da noite quando fomos dispensadas. Acândia fumava um cigarro enquanto me guiava pelo jardim do palácio. Eu conseguia ouvir o barulho da fonte e das árvores balançando com o vento.

– Para onde estamos indo? – perguntei.

– Para a colônia, Meriya...

Colônia. Fazia tanto tempo que eu não ouvia esse nome. 

De longe, avistei a enorme construção. Fiquei boquiaberta. A colônia era maior do que eu me lembrava! 

Três andares e era tão longa e se expandia para todos os lados, era como uma mansão.

– Tem trezentos e oito quartos – Acândia disse, tragando mais uma vez o cigarro quando chegamos na entrada. – Cresceu bastante dês de que você era criança, não é? – Ela sorriu. 

– Muito!

– Tem pelo menos cinquenta quartos desocupados aqui. Boa parte dos criados tem casa e família para onde ir, mas tem uma porcentagem que... Bem – ela coça o queixo –, não. Então, eles usam a colônia.

Acândia empurrou a porta de madeira escura e uma luz poderosíssima tomou conta da minha visão. O candelabro que se estendia pelo teto era enorme. Tinha algumas poltronas espalhadas e pessoas ali estavam sentadas lendo. Lá no final, havia um balcão muito grande. Aquilo tudo era a recepção. Acândia foi até o menino que cuidava do balcão e pediu alguma coisa. O menino olhou pra mim por alguns segundos.

Fiquei constrangida. Era estranho um garoto me encarar. As pessoas não encaravam uma princesa por tanto tempo sem se desculpar depois. Desviei o olhar. 

– Aqui sua chave. – Acândia jogou a chave. Agarrei com as duas mãos. 

Seguimos pelo corredor, ela ia falando sobre os meus "vizinhos de quarto" e eu só ouvia. Finalmente, encarei a porta branca com detalhes dourados que supostamente era a minha. Passei a chave e abri. 

Fiquei estupefata com o que vi. O quarto era pequenino, mas era tão lindo! 

– Eu dei um pouco da sua cara para o quarto. 

Acândia tinha feito aquilo? Decorado meu quarto desse jeito? Só havia espaço para uma cômoda, uma cama de solteiro e um guarda-roupa mas, eu tinha de admitir, era sim a minha cara.

Passei as mãos pela cortina dourada e sorri. Virei para a Acândia e corri abraçá-la. 

– Eu adorei. Obrigada.

Ela riu e então me disse:

– Melhor dormir agora, né? Foi um longo dia e amanhã será outro. 

Ela tinha razão. Bocejei e agradeci mais uma vez. Tirei aquele uniforme e abri o armário. Havia três camisolas ali: uma rosa, outra azul e uma verde. Escolhi a azul e me arrastei para a cama. 

Caí no sono tão rápido que não tive tempo reparar em como aquele lugar parecia solitário.

♔♔♔ 

Acordei por causa de um barulho ensurdecedor. Olhei para o horário: 

5:15 - AM

Suspirei e bati no despertador, virando para o lado da parede e fechando os olhos de novo. 

Cinco minutinhos não farão mal a ninguém.

Escutei alguém batendo na porta e resmunguei. 

– Vamos levantar, Melissa! – Yanna dizia do outro lado, com uma ponta de empolgação. Quem conseguia estar animada às cinco da manhã?

– Não tem ninguém aqui com esse nome! – falei, o que era verdade. 

Ela riu. Fui rastejando até a porta e a abri. Yanna estava com um sorriso radiante no rosto. Tive de admitir: Era admirável estampar um sorriso à essa hora. 

– Ainda não está pronta? – Ela entrou no quarto e abriu meu guarda-roupa. De lá, tirou outro uniforme. Era bem parecido com o de ontem, tirando apenas o fato de que nesse, as mangas iam apenas ate o cotovelo, mas ainda tinha os charmosos babadinhos brancos. – Você não costuma acordar cedo, né? Vista-se que nós precisamos estar no castelo antes das cinco e meia. Vou te esperar lá fora.

Yanna fechou a porta e eu voltei a ficar sozinha. Vesti-me rapidamente, ouvindo Yanna cantarolar no corredor. Estava preste a sair quando lembrei de algo. O cadeado. Me ajoelhei ao lado da cama e puxei debaixo dela o cesto onde tinha posto o vestido que usara ontem. Tirei o cadeado de lá e o coloquei dentro da única gaveta da cômoda. Saí do quarto.

Caminhávamos juntas pelo jardim. O barulho dos pássaros e a brisa que batia no meu rosto eram de fortalecer qualquer um. Quando tinha sido a ultima vez que caminhei despreocupada assim? 

Virei-me para Yanna e tentei puxar assunto: 

– Ei, como é a sua família? – perguntei.

Yanna piscou algumas vezes, surpresa com a pergunta. Depois, deu um sorrisinho e começou a contar, olhando para a grama verde: 

– Não temos muito dinheiro mas somos muito felizes. Minha mãe se aposentou não faz muito tempo. Eu tenho uma irmãzinha de quatorze anos e é isso. 

– E o seu pai? O que ele faz?

Ela fez uma cara de desgosto. 

– Não sei. Não lembro muito bem. Ele abandonou mamãe assim que Tuesday, a minha irmã, nasceu. – Yanna pareceu se perder um pouco em seus pensamentos após isso, mas então balançou a cabeça. – A maior parte do dinheiro que recebo vai para a minha família. E é isso. E você? Como é sua família?

Pensei no que ia dizer. Lembrei de Acândia me passando as informações, mas mordi os lábios. Não queria mentir para Yanna. 

Ia contar meias-verdades. 

  – Tenho dois irmãos, um de quatorze e o outro de quinze e meus pais trabalham juntos. Nós somos bem unidos, na verdade. – Yanna sorriu e começamos a discutir assuntos mais cotidianos enquanto entrávamos no palácio.  

Mal entramos e Onda já estava em cima da gente, nos enchendo de serviços. 

– Yanna, estão te chamando na cozinha. Querem ajuda para organizar o estoque. E, Mel, você pode lavar isso? – Ela me entregou um balde enorme, estava cheio de roupas sujas. Quando caiu nos meus braços, eu tive de prender o fôlego. Que pesado! O que a minha família usava nas roupas? Uma âncora? E a pior parte é que Onda não parecia estar sentindo nada enquanto carregava aquele balde! – Você sabe onde fica, né?

Tinha um pequeno problema. Eu não sabia lavar roupa. Mas não deve ser tão difícil, certo?

– Sei sim. – Onda sorriu para mim e eu sorri de volta. Segui meu caminho. 

Eu conhecia alguns atalhos pelo castelo, o que era bom. Isso facilitou meu trabalho carregando aquele chumbo. 

Andei apressadamente pelos corredores. Não estava acostumada a carregar coisas tão pesadas assim! Só queria chegar logo até à lavanderia e largar aquilo. No entanto, aquilo estava muito pesado e meu braço não aguentou por muito tempo.

Eu acabei derrubando o balde. Suspirei, exausta e me agachei para começar a arrumar as roupas que tinham caído. 

– Precisa de ajuda? – Ouvi alguém atrás de mim dizer. 

– Ah, não. Tudo bem, eu posso fazer isso sozinha. – Não fui eu que disse isso, juro. Foi meu orgulho. 

Me virei para trás e percebi que era o garoto de ontem à noite, em quem eu dei um encontrão. Ele também parecia ter me reconhecido. Abaixei a cabeça e continuei realizando meu trabalho. Já havia recolhido tudo, agora só faltava levantar. 

E essa foi a parte difícil. Tentei puxar o cesto. Nem se mexeu do lugar. Tentei de novo, e dessa vez, ele se levantou alguns centímetros mas logo me cansei e ele voltou ao chão. 

Ouvi uma risadinha atrás de mim. 

– Você ainda está aí? – perguntei, recuperando o fôlego e o olhando de canto, com os cabelos caindo sobre o rosto. 

Porcaria de franja. 

Ele veio até mim e se agachou, puxando o cesto. Agora estávamos ambos de pé e ele segurava o balde. 

– Isso estava bem pesado mesmo! – exclamou. Fiquei boquiaberta. Como ele se atrevia a dizer que aquilo estava pesado carregando o balde como se fosse uma folha de papel? Ele seguiu na frente. Não sabia bem o que falar. Ou se deveria o seguir. 

– Você vem? – O guarda olhou para trás. Me perguntei por um segundo se ele estava falando comigo e me dei conta que sim, era comigo. Fui para perto dele e sorri. 

 – Obrigada.

Parece que o agradecimento foi um incentivo para ele se apresentar:

– Eu me chamo Allen – começou, sorridente. – E você é...? 

Alguma coisa nele me impedia de olhar para outra coisa que não para aquele par de íris de um verde tão gritante. Era como se Allen tivesse um tipo de imã natural, que atraía os olhares para ele e os impedisse de se afastar.

– Melissa – murmurei, acanhada de repente. – Eu me chamo Melissa. 

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