Como Escrever Histórias de Re...

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Esse livro é para você que é encantado por história de realeza e sempre quis escrever uma, só não sabia por o... More

Introdução
Como Ter uma Ideia
Como Criar Personagens de uma Corte
Como Criar uma Dinastia
Como Entender Títulos Nobiliárquicos
Como Organizar a sua História
Como Tornar seu País mais Real

Como Criar um País

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Por LauraaMachado

Existem gêneros de histórias que não exigem uma localização muito específica da trama. Dependendo do assunto do seu livro, você pode escrevê-lo inteiro sem nem falar o nome da cidade onde os personagens vivem. Mas, quando vamos escrever uma história de realeza, esse é um ponto obrigatório. Você precisa falar a cidade, o país e ainda explicar um pouco da cutura.

Isso, porque realeza não é algo que acontece por acaso ou em qualquer lugar, nem sempre do mesmo jeito. Você precisa ter uma boa razão para fazer um país ainda ter realeza, mesmo que essa razão seja apenas tradição, e uma melhor ainda para transformar uma república em monarquia. Suas opções ainda são várias, usar um país existente que ainda tem rei ou rainha e estudar muito sua cultura; pegar um país sem monarquia e transformá-lo para um tempo futuro (muito cuidado aqui!); ou simplesmente criar seu próprio país.

Nesse capítulo, vou ensiná-los a seguir o terceiro caminho.

Localização

A primeira coisa que você precisa decidir é onde você quer que seu país fique. Antes de escolher, você precisa levar alguns detalhes em consideração como, por exemplo, o clima. Você quer que seu país tenha neve? Então ele não pode ficar próximo à linha do equador. Também precisa considerar geografia. Se quer que seu país tenha praia, precisa lembrar de colocá-lo à costa. Mas as partes mais importantes para serem pensadas são a cultura e a história.

História e Cultura

Aqui, você vai precisar entender um pouco de história mundial sim, talvez pesquisar quase tanto quanto se estivesse usando um país existente. Quando você vai criar o seu, precisa considerar que ele também fez parte da história do mundo. Se ele é na Europa, por exemplo, passou pela Idade Média, pelas várias guerras de território e até as Grandes Guerras do século vinte. Se ele fica na América, precisa ter sido descoberto depois de 1500 e você vai ter que criar uma ótima razão para um país colonizado ter um monarca. E, se você quer colocá-lo no Oriente ou na África, precisa entender muito da cultura do local, pois a Ásia e o continente Africano são enormes e muito antigos, com culturas dentro deles extremamente diferentes umas das outras e das nossas.

Se é a sua primeira história e você só quer criar um país para ser só seu, eu aconselho não se aventurar muito por territórios inabitados que exigirão muito estudo. Faça algo mais perto do que você gosta e conhece.

Ainda que isso não exclua seus estudos sobre a história do mundo e dos arredores do seu país, existe uma última opção de localização, que é a que eu uso para meu livro A Herdeira do Trono: seu país pode ser uma ilha totalmente criada por você.

A minha, por exemplo, tem a metade do tamanho da Austrália e fica entre a América do Norte e a Europa, mas mais perto do Reino Unido. Criando um país-ilha, você pode colocá-lo praticamente onde quiser do mapa, fazê-lo falar a língua que lhe interessar e criar a cultura que tiver vontade. Essa é uma bela liberdade.

Mas, se você prefere 'roubar' território, como eu fiz na série A Princesa Escondida, também precisa roubar uma bela quantidade de cultura. Por exemplo, meu país dessa série chama Parforce e, para abrir espaço para ele, eu peguei uma parte da Alemanha e uma da Polônia. Nele, o povo fala inglês, além de um dialeto exclusivo (é importante colocar dialetos em países da Europa, pois, quanto mais velho for o país, mais a língua se desenvolveu em cada lugar dele), e, por isso, eu tive que criar uma relação do país com a Inglaterra.

Como a Inglaterra costumava até ter monarcas 'donos' de pedaços de terra na França, eu simplesmente expliquei que o território do meu país pertencia a ela e que, quando Henrique oitavo criou a Igreja Anglicana e separou o país do Vaticano, o povo do meu fez uma revolução com o apoio do Papa para se tornar independente. E o membro principal dos rebeldes que conseguiram a independência se tornou o primeiro rei do país.

Como falei, criei essa relação por causa da língua, mas ela também me obriga a deixar a religião nacional como católica (não que me incomode), além de que eu só pude criar uma monarquia em seguida, porque todos os países em volta eram reinos e ninguém nem sabia o que era república.

Isso é importante. Porque, pensa bem, se fizerem uma revolução agora em algum país da América e da Europa, ninguém vai pensar 'ao invés de só tomar o poder, vamos virar monarquia!'. Não. A ambição hoje em dia é outra. Na verdade, desde o iluminismo no século dezoito que as pessoas não transformam repúblicas em monarquias.

Ou seja, isso não faria sentido. Você teria que dar ótimas razões e eu lhe garanto que praticamente nenhuma vai ter força o suficiente para convencer mesmo pessoas que entendem minimamente sobre isso.

O que não fazer

E é aqui que eu vou falar da série A Seleção, da Kiera Cass. Antes de mais nada, preciso dizer que não tenho nada pessoal contra ela e a série. Na verdade, se tivesse acabado em A Escolha, eu estaria bem feliz até com a trilogia. Meus problemas de verdade com a história começaram em A Herdeira.

Mas nós estamos aqui para falar sobre criar países e a Kiera fez isso muito mal.

Primeiro, para quem não sabe, o país dela, Illéa, leva o território inteiro da América do Norte e Central. Ou seja, ela pegou dois dos maiores países do mundo (Canadá e Estados Unidos) e ligou até aqui embaixo, até o Panamá. Além de explicações levianas dela de uma Terceira Guerra Mundial que levou a isso (em que ela desconsiderou completamente explicar que tipo de armamento que foi usado - pensa bem, se for nuclear, nem deveria ter sobrado nada direito), ela decidiu juntar tantos países diferentes (são 23, sem contar ainda com as várias dependências) e os dividiu em trinta e cinco províncias.

Trinta e cinco. Quando os Estados Unidos sozinhos já tem cinquenta estados (muitos deles bem grandes), ela juntou eles a outros 22 países e 16 dependências (pequenas, mas vale) e dividiu em menos quantidade ainda. Além de que, quando as descrevia, dava a impressão de serem praticamente como uma cidade!

Aqui, eu já tenho certeza absoluta de que ela não tem a menor noção de espaço. E, de novo, de geopolítica.

Não sei se vocês são muito ligados nisso, mas a tendência daqui para o futuro é que os países fiquem cada vez menores. Catalunia, Texas, Rio Grande do Sul, sempre tem uma parte de um país que quer ser independente. Ainda que leve muito tempo para que isso aconteça (ou talvez só fique na teoria), é essa a tendência do futuro. Países menores e acordos de união entre eles. E a Kiera fez o contrário, sem dar muita razão para isso.

E ela foi mais além ainda e fez Illéa se tornar uma monarquia (que é a razão para ela ser um exemplo nesse capítulo). Aliás, uma monarquia absolutista.

Alguém aqui tem noção de quanto isso é lúdico e beira o ridículo? Os Estados Unidos foram o primeiro país a se libertar e virar independente, usando como base o iluminismo. Eles roubaram o momento da França, de onde realmente saía esse pensamento, e viraram uma república antes (com bem menos guilhotina). Por que e em que situação caricata e absurda esse país, com um povo tão fanático em se dizer livre e insistir que a terra deles é a da liberdade e da oportunidade (ou seja, onde não existe hierarquia fixa em que as pessoas não podem evoluir durante a vida), se transformaria em uma monarquia absolutista? E ainda com castas, sistema que vai contra exatamente essas oportunidades que eles vivem enfiando na cabeça das pessoas do resto do mundo que só tem lá.

É o que eu falei, ainda que você dê várias razões (e a Kiera não deu), nenhuma vai ser boa o suficiente. Existe um limite do que você pode criar e ainda assim manter sua história realista.

Eu, por exemplo, quando fui ler A Seleção, só relevei todos esses detalhes, porque a história em si tem vários outros buracos, e fingi que era como um conto de fadas, sem a necessidade de ser realista. Mas, se você quer criar um país que dê a sensação aos leitores de ser tão real, que eles vão até pesquisar no Wikipédia, precisa evitar cometer esses erros infantis dela.

Bandeira, moeda, entre outras coisas

Agora vem a parte mais divertida! Já escolheu onde colocar seu país, que tipo de cultura ele vai ter? Já se baseou nos países vizinhos para saber se o povo vai ser alto ou baixo, loiro ou negro? Já deu uma estudada na história do local e criou uma razão para o seu país ainda ser monarquia? Já até decidiu qual religião ele vai ter? (Isso depende bastante da cultura e da história, hein.) Então agora é hora de você brincar um pouco!

Começando pelo desenho do mapa. Sempre desenhe seu mapa logo antes de começar a escrever sua história. Usando a Kiera Cass outra vez como 'o que não fazer', não deixe seus leitores perdidos até o último livro da trilogia (ou até depois). Desenhe seu mapa, separe em condados, províncias, estados (você escolhe! Eu preferi condados para um país, para que houvesse conde de cada um!), dê nome para eles e escolha qual cidade vai ser a capital! Também acho válido você criar nomes de outras cidades, não só os condados, para poder mencionar aleatoriamente durante a história.

Depois do mapa, está na hora de você criar a bandeira! Aqui, você tem mais liberdade para fazer como quiser. Eu escolhi duas cores das quais gosto e coloquei um dragão no meio para um país (bem no estilo País de Gales), porque era o símbolo que eu queria para Parforce. É importante ter um animal símbolo, principalmente em países da Europa, porque eles costumavam ser usados em bandeiras de navios e do exército, além de brasões. Você pode escolher entre dragão, leão, águia, lobo ou qualquer outro que quiser. E, não, o animal não precisa estar na bandeira (sim, eu tenho total noção de que dragões não existem!).

No país do meu livro A Herdeira do Trono, o animal símbolo é a fênix. Existem mil razões por trás disso. Como eu falei, o país é uma ilha entre a América do Norte e a Europa e, por isso, tem bastante vulcões (quem sabe um pouco sobre placas tectônicas sabe que seria impossível existir um pedaço de terra ali sem vulcões e uma longa cordilheira). Então, a cultura do país gira em torno de fogo. Por exemplo, o nome dele é Ashland, ash significa cinza em inglês (cinza de fogo, não a cor) e land é terra, território. A fênix é o animal que renasce do fogo. Muitos dos costumes e tradições do país são ligados e esse elemento e essa característica única dele.

Todas as informações do seu país precisam se interligar de um jeito ou de outro, nem que seja só sem se contradizer. Quanto mais elas forem ligadas, quanto mais você tiver de razões lógicas para elas existirem, mais realista vai ficar seu país.

Outra coisa bem diverdida de decidir é a moeda do seu país! Como ele é uma monarquia, você pode fazer como eu e chamar sua moeda de Coroa (e a nacionalidade do país). Por exemplo, em A Princesa Escondida, apesar do país fazer parte da União Européia, a moeda se chama Coroa Parforcense (como na Dinamarca, em que é Coroa Dinamarquesa). Você pode ter Dólar do seu país (como o Canadá), entre outras. Esse também um tópico com bastante liberdade, mas você precisa dar uma razão para sua moeda ter nome parecido a outra ou, se você quiser, simplesmente colocá-la, por exemplo, como Euro também (se ficar dentro da Europa).

Além disso, é legal você criar curiosidades sobre o país. Por exemplo, portos antigos, comidas típicas, costumes diferentes dos outros, lema, esporte favorito do povo, festas e feriados que só existem nele, coisas assim. Aproveite para se divertir, porque, depois de tanto trabalho para criar essa monarquia, você merece!

Família, costumes e títulos nobres e reais

A melhor parte de criar seu próprio país é que você pode modificar muitas das tradições comuns dos outros para o que você quiser. Por exemplo, no meu país Parforce, os príncipes e as princesas são coroados também. Isso acontece em outros? Até onde eu sei, não. Mas não existe o menor problema de acontecer no meu. Todas as tradições da monarquia em cada país foram criadas pelas razões mais diversas e banais. Eu posso dar uma desculpa se quiser, posso dizer que é porque um rei antigo tinha medo de que seu filho tentasse matá-lo e roubasse o trono e, uma vez coroado príncipe, ele estaria jurando que viveria a sua vida só como príncipe ou qualquer coisa assim. Ou também poderia dizer que criaram isso durante uma época em que o povo estava muito desanimado da monarquia e a celebração começou a valer para que eles vissem mais de uma coroação em sua vida e ajudasse a manter o 'brilho' de realeza (que sempre é necessário para que ela sobreviva hoje em dia). Tanto faz. A tradição é minha e eu crio como quiser.

Existem várias regras de etiqueta real de monarquias atuais que eu roubo um pouco (meus leitores vão ver no livro A Princesa Famosa, quarto da série), mas tem também aqueles que eu mesma crio ou modifico porque quero. Muitas vezes, não tem nem razão ou necessidade específicas. Crio só porque quero que meu país seja único.

Uma coisa importante para estabelecer desde o começo é se seu país é daqueles em que o herdeiro homem tem prioridade ou quem nascer primeiro que tem. E, como as outras tradições, essa é livre para você escolher o que melhor te beneficiar. Lembrando que, uma vez que você decidir a regra, ela precisa encaixar na trama!

Quando você vai pensar na família real, é bom pelo menos fazer uma árvore genealógica até os avós do monarca, mais para você se organizar mesmo. Lembre de colocar datas de nascimento de cada um para que você possa voltar depois e consultar e nunca se contradizer.

O importante de você escrever todos os primos, irmãos e tio-avós de seu monarca é você saber quem é o próximo na linha de sucessão, principalmente se ele não tiver filhos ou existir bastante intriga na história. E, é claro, para não parecer que eles não têm parentes ou que você esqueceu de pensar nisso. Pessoas da realeza costumam se reproduzir bastante, nem que seja só para assegurar sua posição.

Além de família real, você também pode criar personagens Conde de Alguma Coisa, Duque de Outra Coisa, como quiser (com nomes de lugares do seu país). Títulos nobres são passados de geração para geração (normalmente só de homens, mas você pode criar um país onde é o contrário!), mas eles também são bem flexíveis. Monarcas costumam ter o poder de mudar os títulos quando quiser, e cada um leva uma boa quantidade de terra junto. Se você quiser saber qual é a hierarquia dos títulos, procure no Google: Título nobiliárquico Wikipédia. Mas, lembrando, você também pode criar um especialmente para a sua história (só é importante explicar acima de quais ele fica).

O exército de cada país é ainda mais maleável do que os títulos da nobreza. Você pode criar títulos novos, usar os mesmos em ordem diferente, fazer como quiser. Mas, se não entende nada do assunto, aconselho a se basear no de outro país.

Parlamento e Ministros

Esse vai ser meu último tópico aqui, principalmente porque eu sei que muita gente nem está mais lendo e já desistiu de criar um país por pura preguiça (estou certa?). Quando você vai criar uma monarquia, precisa decidir se ela vai ser absolutista ou constitucional e, se for constitucional, se o monarca vai ser regente ou vai ter um primeiro ministro criando um governo no seu lugar.

Não se engane. Ter um primeiro ministro não significa que seu monarca vai passar o dia inteiro não fazendo nada, sem responsabilidades verdadeiras, escolhendo perucas e sapatos à la Marie Antoinette. Mas significa que ele não pode ter um partido e que não lida com questões tão cotidianas (aconselho a assistir a The Crown para entender um pouco). Mas, é claro, se ele for o regente, ele vai ter que trabalhar e muito, ter ainda menos tempo com a família e viver no parlamento praticamente.

De qualquer jeito, você precisa distribuir ministérios. Para vocês terem uma noção, nos meus países, eu tenho ministros de Relações Internacionais, Economia, Cultura, Transporte, Relações Domésticas, Comércio, Exército, Saúde, Comunicação, Trabalho, Educação, Meio-Ambiente, Energia, Turismo, Fazenda (dinheiro), Agricultura e Pecuária, Justiça, Tecnologia e Pesquisa, Finanças e Proteção Civil.

Além disso, você precisa saber como se cria e passa uma lei. Se o país for absolutista, é mais fácil. O monarca diz que é assim e é assim. Senão, precisa ter um processo. Pode criar deputados, claro, mas precisa entender que os títulos da nobreza em monarquias normalmente significavam que essas pessoas participariam de momentos de decisões importantes, como criar e passar uma lei.

Em Parforce, meu país de A Princesa Escondida, eu fiz bem parecido com o Reino Unido. Lá, eles se separam entre Casa dos Comuns e Casa dos Lordes. No meu, entre Casa dos Lordes e Casa dos Deputados. Os deputados são votados pela população, os Lordes são pessoas que carregam esse título e passam aos seus filhos.

Ainda que você não vá falar disso especificamente na história, é bom ter uma noção para que não fique esse buraco caso apareça minimamente na trama.

Conclusão

Depois de tudo isso, tenho até medo de ter assustado todo mundo e que ninguém mais vai querer criar um país! Mas espero que o contrário tenha acontecido, que muitas pessoas tenham lido esse capítulo com um caderno e uma caneta em mãos, já fazendo anotações para desenvolverem seus próprios países!

A última coisa que eu preciso lembrar, aliás, é que todos os tópicos daqui dependem da época em que se passa sua história. Isso não significa que você pode fazer o que der na telha (ouviu, Kiera Cass?), mas que muita coisa depende sim da tecnologia existente (tanto de computadores, quanto das mais básicas em fábricas etc) e do tempo que passou em relação a hoje em dia (ou do que existia na época, se você for escrever sobre Ficção Histórica). Precisa ser realista, mas precisa condizer também com o momento histórico. Se você vai escrever no futuro, por exemplo, algumas tradições não vão mais fazer sentido, entende? E, se for no passado, algumas nem teriam sido criadas. Seu enredo vai ditar muito o caminho que você precisa seguir quando estiver criando um país.

 Se alguém tiver alguma dúvida, pode deixar nesse capítulo que eu respondo ao máximo do meu conhecimento. E, se eu tiver falado alguma besteira, me avisem! Não sou doutora em nenhuma dessas questões!

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