💜 LUNA

By IsabelaMiller

109K 8.5K 3.4K

SÉRIE NINFAS: LUNA - CONCLUÍDO TAYLA - EM BREVE MAYA - EM BREVE KYARA - EM BREVE KAYLA - EM BREVE PETRA - E... More

Sinopse
Capítulo 1 - O tempo
Capítulo 2 - Au Pair
Capítulo 3 - Olha a cobra!
Capítulo 4 - Cupcake ou Et?
Capítulo 5 - Pressuposto
Capítulo 6 - De chocolate...
Capítulo 7 - Abalada na balada
Capítulo 8 - Presença Vip
Capítulo 09 - Déjà Vu
Capítulo 10 - Prova de fogo!
Capítulo 11 - De conchinha no meio fio
Capítulo 12 - Invasão francesa
Capítulo Bônus - Rod
Capítulo 13 -Pau de Pau-lo
Capítulo 14 - Problemas com o Cox
Capítulo 15 - Senhora Dona de si
Capítulo 16 - R.e.c.a.l.c.a.d.o
OLHA ELA!
Capítulo Bônus - Melina Michelini Cartier!
Capítulo 17 - Todo mundo odeia o Chris
Capítulo 18 - No amor e na guerra
Capítulo 19 - Perigótica
Capítulo 2O - Flores
Capítulo 21 - Hot
Capítulo 22 - O mar
Capítulo 23 - De porta e ❤ aberto
Capítulo 24 - I Hate you, I love you
Capítulo 25 - Gabi, mais pura que dez virgens impuras.
Capítulo 26 - O povo de Marselha
Capítulo 27 - Lendo os sinais...
Capítulo 28 - As aparências enganam
Capítulo 29 - Mais perto da verdade.
Capítulo 29 - Continuação...
Povs - As mães das filhas de Alpha
Capítulo 30 - Uma herança fwolfinha
Capítulo 31 - Reino de Luna
Capítulo 32 - Malandramente
Capítulo 33 - Eu vou roubar você pra mim
Capítulo 34 - Uma manobra arriscada
Capítulo 35 - Olha a mãe dela...
Capítulo 36 - Dia 'D'
Capítulo 37 - Por Luna Michelini!
Capítulo 38 - Sensível demais
Capítulo 39 - Minha clareza
Capítulo 40 - Tiro certo!
Capítulo 41 - Fogo e paixão
Capítulo 42 - Relaxa e goza
Um conto de amor 💞🔥
Capítulo 44 - Que comecem as batalhas!
Toda história merece um final!
Capítulo 45 - Os segredos de "La Luna"!
Cap 45 Parte 2 - Mais segredos de "La Luna"
POVs - Reta final!
Capítulo 46 - Após um furação...
Capítulo 47 - Vem o Arco-íris!
Epílogo
Presente Grego e Agradecimentos
"Q" de quero mais - 2° Livro

Capítulo 43 - Existe este lugar...

1.8K 122 79
By IsabelaMiller

"Existe um lugar ... Um lugar aonde eles costumavam se amar! "

...

Boa leitura. Enjoy ;D

...

Parte 1 - Luna Michelini

Acordei, olhei para o lado e Theo estava todo Disney, belo e adormecido. Dei um beijinho no rosto dele... Achei pouco um só e beijei seu rosto todinho, mas Theo não acordou, então levantei, tomei banho e roubei uma camisa dele no armário. Elas estavam tão arrumadas e engomadas, que me deu vontade de bagunçar a ordem dele. Retirei todas do cabide e joguei pra cima. Baguncei a ordem rsrsrs , me vesti e saí de fininho. Fui para o meu quarto, lá retirei a camisa de Theo, dobrei e guardei dentro da minha mala. Vesti minhas próprias roupas, procurei o cão fofinho, o encontrei, peguei-o no colo e fomos conversar.

- É, ele me relaxou. – O cão me olha estranho. – Nãoooo é o que você está pensando. Foi relaxamento, sem maldade... – Ele latiu. – Não, não. Eu não fiz sexo. Sexo é quando o membro do parceiro é introduzido na parceira. Eu não fiz sexo com Theo, que absurdo você pensar isso de mim cãozinho. Não transo com meus "amigos"..

- Auuuuuuuuuuuuu Aúuuuuuuuuu – O cão parece discutir comigo.

- Você não sabe de nada. Sexo dos homens, não é igual ao que você faz com as cadelas. Ora essa!

Toc toc toc – Bateram na porta.

Abri e vi o capeta.

- Oi Cassandra! – Cumprimentei educadamente.

Ela passou por mim, praticamente invadindo meu quarto.

- Tudo bem? – Ela me perguntou.

- Tudo ótimo!

Olha pra mim prima, eu não pareço ótima?

Cassandra me encarou por alguns instantes e depois varreu meu quarto com os olhos...

- Posso usar o banheiro? – Perguntou-me.

- Mas é claro. Fique a vontade, pode fazer o número um ou dois, quando tem vontade não pode segurar. – Tento ser o mais natural possível e esse é meu jeito natural de ser.

Ela entrou e saiu de lá sorrindo. Ela é estranha ás vezes.

Será que ela veio do Tibete aqui, só para ver se eu e Theo dormimos juntos? Sim ou com certeza?

Isso me faz rir internamente.

- Você está ótima!

- Sim, eu dormi muito... – Eu ia dizendo, mas Theo entrou pela porta apressado...

Quando nos viu ali juntas, deu aquela freada e dois passos para trás. Ele recuou!

- Acordei toda RELAX, Cassandra.. Esse hotel é maravilhoso, tem massagista 24 horas! Oi Theo, bom diaaaaaaaaa!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAAHAH

Eu me divirto.

Cassandra se virou para Theo e ...

- O que está acontecendo aqui? O que perdi Rod?

- Perdeu a massagem relaxante aqui do hotel, ontem teve de graça... Hoje não sei se terá, por isso vou marcar uma para nós duas imediatamente antes que o massagista fique sem horário para nos antender! – Falo e Theo faz sinal para eu ficar quieta.

HAHAHAHHAHAHAHHAHAHAHAH

Eu me divirto.

Theo abraçou Cassandra e deu um selinho nela. Não foi divertido, mas também não foi normal. Os lábios deles sequer se tocaram...

Que coisa estranha...

- Aconteceu que encontrei Arthur dormindo acompanhado. – Theo ergueu as mãos e elas seguravam minhas roupas.

Depois Theo apontou para o chão e só então eu vi Célio, o cão fofo que não me larga. Ele ia colocar a culpa no pobre cãozinho inocente.

- Vem aqui seu fujão. Como você entrou no quarto do menino Arthur? – Converso com o cão e ignoro os dois.

- Essas roupas são suas Luna? – Theo, o cara de pau pergunta-me.

Pego as roupas, olho, passo para Cassandra, ela olha.

- Isso cheira á piranha! – Falei para Cassandra.

- Não são minhas. – A toupeira falou.

- Muito menos minhas. 212 Sexy, quem ainda usa isso?

- DE QUEM SÃO ROD?

- Pergunte ao cachorro.

Ai, sobrou para o cão intrometido.

- Como se ele soubesse falar a nossa língua. Olha Cassandra, eu não tenho nada com isso, mas essa história está muito mal contada. Concorda comigo?

Ela lançou um olhar metralhadora em Theo, mas não disse nada.

- Vou me vestir e buscar Arthurzinho, espere-nos no restaurante, lá conversamos...

- Não, eu vou com você para a nossa suite.  – Ela fala olhando pra mim.

Sorrio moderadamente para ela, mas minha vontade é gargalhar tiros na cara dessa corna...

- Hummm, hoje tem hem prima! Rsrsrsrs

NÃO TEM NADA. HAHAHHAHAHAHAHAH

Mas ela não sabe que eu sei que Theo está assexuado. Espera, mas ele e eu?

Não... Não foi sexo, foi sessão de relaxamento pré-sono.

- Conversamos melhor depois. – Cassandra disse me abraçando.

Enquanto ela me abraçava, Theo literalmente sequestrou-a dos meus braços.

Nossa, achei agressivo!

Cassandra foi com ele e eu fiquei ali, sozinha e confusa.

- Está vendo Celinho, isso que eu ganho sendo relax e dando beijinhos de bom dia nesse ingrato. Vem pulguento, vamos checar minha agenda e ligar para a Migs. Mas antes bateram na porta, eu abri e era meu assistente.

- Estão falando de você no corredor... – Ele entrou falando.

- Quem?

- Um casal, seu tio...

- Ele não é meu tio tio, ele é de consideração só. Nós...

Porque estou me justificando tanto?

- Tudo bem linda, quem nunca... Se quiser ouvir, se apresse.

Que horror, que mulher bisbilhoteira. Repudio, mas...

Deixei Celinho no colo dela e saí rapidinho. Subi pelas escadas e quando cheguei no andar de Theo ele estava tento uma discussão acalorada com Cassandra no corredor.

- Senhorita.. – Algum funcionário do hotel falou comigo, mas eu estava muito compenetrada naquele barraco e nem respondi ou olhei para ele. – É para a senhorita.

Um livro surgiu na minha frente, peguei e quando me virei para agradecer, o funcionário já estava fazendo seu caminho, de costas para mim.

- VOCÊ NÃO ME FODE! – Essa afirmação de Cassandra tirou-me o foco do livro e voltei a xeretar o barraco dos dois.

- Eu não vou foder uma mulher que me trai até com o jardineiro.

Theo segura ela pelo braço e joga dentro do quarto. Ele entra e bate a porta. Eu me apresso e grudo o ouvido na porta.

- CRETINO. FILHO DE UMA PUTA. EU NUNCA TE TRAÍ.

- Eu só não largo de você, porque eu te amo.

Ei, ei... Não ama não.

Theo deu aquela entortada de pescoço e franziu a testa quando disse eu te amo para ela. Quanto ele entorta pescoço ou franze a testa, é um típico sinal de que está mentindo. Desde pequeno ele se entrega quando mente, fazendo uma dessas duas coisas, e nesse caso aqui, Theo fez os dois ao mesmo tempo.

- VOCÊ NÃO ME AMA!

- Eu te amo, Cass...

- Então faz amor comigo.

- É o que eu mais quero, mas...

- A gente nem tenta. Deixe-me tentar, me deixa te estimular... Nós.

- Você acha que eu não tenho vontade de te foder, de te dar prazer, meu amor? Eu te desejo imensamente, mas meu corpo não responde aos estímulos.

- Me deixa te ajudar, vamos tentar. Se você não consegue chegar lá, eu posso. Use meu corpo, me estimula, me dá prazer.

- Você não entende Cassandra, como isso é frustrante pra mim? Não conseguir fazer amor com você como deve ser.

- Me fode com qualquer coisa, mas me fode.

Meu Deus, ela está muito necessitada.

- Não Caass...

- Me fode com a sua boca, com sua mão... RODDDDD!

Heheheheheheheheehe

- Não. Isso é ridículo. Não vou me prestar á isso. Dê seu jeito, alugue o pau do jardineiro por mais um mês.

HAAHAHAHAHAHAHAH

Eu to rindo dele mandar ela alugar o pau do jardineiro, mas e quanto a massagem que ele me fez ontem? Se ele não se presta á esse papel com ela, porque se prestou comigo?

Hum? Aquilo foi o que? Que papel foi aquele Senhor Theo?

- PELA ULTIMA VEZ, NÃO ESTOU DANDO PARA O NOSSO JARDINEIRO.

- NÃO TEMOS UMA PORRA DE JARDIM, PORQUE TEMOS JARDINEIRO?

Nossa, a discussão está cada vez mais acalorada e reveladora. Que babado!

- NÓS TEMOS PLANTAS DENTRO DE CASA.

- EU CUIDO DELAS, AQUELE JARDINEIRO NÃO PÕE A MÃO NAS MINHAS PLANTAS.

Oi? Ele não gosta de plantas. Vivia reclamando das minhas do apartamento em Sydney, porque quando a cama balançava, elas caiam em cima da gente.

kkkkkkkkkkkkk

- PORQUE TEM TANTO APEGO NAQUELAS TREPADEIRAS HORRIVEIS?

Trepadeiras? Theo não gosta de flores, porque ele está cultivando trepadeiras dentro de casa? Meu Deus, será que desiludi tanto Theozinho que ele mudou de time?

Vamos analisar:

1: Não tem desejo por Michelines loiras e Russas.

2: Foge do coro.

3: Ele paga e manda o jardineiro dar a esposa dele o que ele não dá: Assistência sexual , aquela fodida violenta.

4: Desenvolver amor por plantas e só ele pode cuidar delas.

5: Ele tem uma playlist inteira de lhanlhada com músicas do The weeknd ...

- EU VOU DAR UM FIM NAQUELE MATAGAL! – Ela ameaça Theo.

Se ela matar plantas, á denuncio. Não terei piedade.

- Você está ficando doente outra vez Cass. E eu te avisei... Dessa vez terás que procurar ajuda médica, não vou tolerar seu ciúme doentio outra vez.

- EU NÃO ESTOU COM CIÚME DOENTIO. ESTOU BEM, EU JURO. EU NÃO ESTOU TE PERSEGUINDO. EU NÃO ESTOU MEU AMOR.

- VOCÊ ESTÁ COM CIUMES DE UMA PORRA DE PLANTA!

- VOCÊ OLHA MAIS PRA ELAS DO QUE PRA MIM.

Ow ow ow... Espera lá coleguinha. Que papo maluco é esse.

- Quando Cassandra?

- VOCÊ ME BEIJA, QUANDO BEIJA, OLHANDO PARA ELAS.

Interna, Theo. Interna essa louca.

- NÃO FOGE DE MIM, VOLTE AQUI! – Ela grita e ouço barulho de coisas quebrando.

- Eu já te avisei Cassandra, a próxima vez que você me agredir, vou revidar. CASSANDRA!

- ME BATE, ME BATE. FAZ ALGUMA COISA, MAS ME TOCA...

Ai que dó...

- Senhorita. – Alguém me chamou.

Levantei-me (pois estava sentada escorada na porta) e vi a babá de Arthurzinho.

- Oi...- E antes que ela comentasse algo já me adiantei. – Sim, estou ouvindo atrás da porta. Estou com medo de se matarem.

Ela olhou para os dois lados do corredor e comentou:

- Eu já me acostumei. Eles brigam mesmo.

- Ahhh coitada dela.

Ela novamente olhou para os dois lados do corredor, checou se estávamos sozinhas e comentou:

- Não tenho pena dela, tenho dele. O Senhor Rod é um pai amoroso, presente, está sempre ligando, me perguntando se Arthurzinho precisa de algo. Já ela, passa quase o dia todo em casa e não tem paciência com o menino.

Não sei se quero ouvir isso. Essa babá está apaixonada pelo Theo.

- Bom, eu espero que eles resolvam suas diferenças pelo bem do menino.

- Eu também.

Fofoqueira tarada. Não vou ficar perdendo meu tempo com gente de língua comprida.

- A LUNA VOCÊ FODE? – Ouvi Cassandra gritar e desisti de sair.

- Não delira Cassandra.

- Cassandra? Quando toco no nome da PERFEITA, você começa á falar sério comigo.

- Estou aqui á trabalho. Não vim para perder tempo com a Luna.

ORRA CARA, MAS PERDE.

HAHAHAHAHAH

- SEU TRABALHO É FODER AQUELA CADELINHA. EU SEI DO SEU TRABALHO AQUI.

-CASSANDRA.

ELA ME CHAMOU DE QUE?

- ELA ESTÁ COM CARA DE FODIDA.

- Não vou discutir isso com você.

- VOCÊ FODEU ELA!

- se ela anda transando, não é comigo.

Verdade, porque "aquilo", mesmo que gostoso como sexo, não é sexo.

- MENTIRA ROD! EU TE CONHEÇO, VOCÊ ESTÁ MENTINDO PRA MIM. CONTE-ME: ELA LATE NO SEU OUVIDO?

HÃ? Como é que é?

- É O LATIDO DE CADELA QUE TE EXCITA?

Ô.ô

- CALA A BOCA CASSANDRA.

- O MEU IRMÃO FODEU LUNA EM MARSELHA E DISSE QUE ELA É UMA CADELA FOGOSA NA CAMA. NÃO É SÓ VOCÊ QUE ESTÁ FODENDO ELA!

Abri a porta e entrei. Eu não vou ficar ouvindo os desaforos dessa cretina calada.

- Fala na minha cara! – Só disse e a empurrei.

Cassandra perdeu a cor quando me viu...

- Luna, não se mete. – Theo disse ríspido.

- Eu ouvi meu nome.

- Luna, por favor. Eu resolvo isso. Nos dê licença.

Ele fala comigo e ela fica quietinha ouvindo. Víbora!

- Qual é o seu problema comigo Cassandra? – Insisto. – É insegurança?

- TIRA ESSA ANÃ DAQUI. – Ela disse tremendo, possuída.

Preferiria que tivesse permanecido calada.

- Anã, cadela, cachorra que late! O que mais eu sou que você adoraria ser?

Cassandra avançou em cima de mim e me deu um tapa na cara. Theo a puxa pelo braço e a empurra para bem longe de mim.

- VAGABUNDINHA! VOCÊ NÃO ME ENGANA, EU VOU COSTURAR A SUA BOCETA SE VOCÊ DER OUTRA VEZ PRO MEU HOMEM! – Ela me disse isso.

Isso foi uma ameaça.

Pois Cassandra, não me ameace! Eu não preciso disso!

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAAH – Dou risada... – NÃO ME PROVOCA QUE EU DOU RAZÕES REAIS PARA VOCÊ ME FAZER COISA PIOR...

- LUNA... – Theo me pegou no colo e me carregou para fora.

Cassandra veio atrás, saltando em nós dois como um gato ouriçado. Ela arranhou meus braços, unhou minha pele...

- TIRA AS MÃOS DE CIMA DELA. SOLTA ESSA CADELA. NÃO TOCA NESSA ANÃ. ROD, TIRA A MÃO DELAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...

Do lado de fora do quarto, no corredorr, os hospedes daquele andar estavam todos para fora de seus quartos. Um bando de curiosos desocupados. Theo me enfiou dentro do elevador, afastou Cassandra da porta e apertou o número do meu andar. Depois ele saiu segurando ela para que não entrasse e me agredisse mais uma vez.

- Meu pai vai saber que você meu rosto! – Ameacei e como em um passe de mágica, ela se recompôs. – Se a cadela aqui quiser, você nunca mais precisa ver o meu rosto e se incomodar com a minha altura de Anã.

Apertei o botão para o elevador fechar, olhei para o livro nas minhas mãos e notei que tinha um envelope. Abri o envelope e dentro havia um papel sobrado. Abri e li:

- Mate-o?

Mate quem?

Desci no meu andar possessa com toda aquela situação. Levei tapa na cara, unhada e ordens de um desconhecido cretino que não tem coragem de falar comigo pessoalmente. Entrei no meu quarto, peguei o celular, busquei na minha memória o número de tio Sasha e disquei.

- A SUA FILHA PERDIDA, ME TIROU SANGUE! – Avisei.

- Quem é?

- É LUNA!

- Luna, o que está dizendo?

- Não estou dizendo, estou reportando uma situação. A sua filha me agrediu sem eu ter feito nada que justificasse merecer essa agressão. O senhor entende? A minha vida está ameaçada e eu como Russa, tenho meus direitos. Coisas estranhas estão acontecendo, eu tenho recebido mensagens estranhas, encontrado livros meus rasgados e a minha única suspeita é Cassandra. O senhor mande buscá-la imediatamente, ou eu vou resolver isso do meu jeito!

- Sobrinha, você está nervosa. Isso não é motivo legitimo para uma interceptação á Cassandra.

- Tome uma providência, se não tomar e logo, o senhor só voltará ver sua filha roxa dentro de um saco preto.

- Luna...

- Não tem Luna, nem Nalu... Tem sangue descendo pelo meu rosto, pelos meus braços – Exagero meu. - Eu não estou blefando tio.

- Evite encontrar Cassandra e...

- NÃO LIGUEI PRA PEDIR CONSELHOS.

- NÃO GRITA COMIGO PIRRALHA.

- VAI TOMAR NO CÚ! – Nunca antes na minha vida tinha dito isso. –ARROMBADO!

Ah meu Deus, me CONTROLAAAA, convoca o Buda. Acalmem-me!

- Deu seu aviso, pirralha!

Eu não tenho medo dele.

- -Ela veio atrás de mim. Sua filha está me perseguindo. Mas ok...

Desliguei, pois ele não ia resolver aquilo pra mim. Então fui até o banheiro, olhei meu rosto e não tinha sangue nenhum, só a marca das mãos dela. Peguei um cotonete e esfreguei aonde a mão dela havia batido. Passei outro pelos arranhões nos meus braços. Fui até minha bolsa e peguei um saco plástico, joguei os cotonetes lá dentro e lacrei a embalagem. Chamei meu assistente e pedi que ela fosse comprar um sapato verde de salto rosa com uma fivela dourada. Ele nunca iria achar e eu teria tempo para ficar sozinha decidindo o que fazer. Liguei para Juliette e contei do incidente, disse que estava indisposta e não poderia acompanhá-la nos compromissos da manhã.

- Leve Theo... Ele ainda está aqui. – Sugeri e ela ficou de conversar com ele.

Paguei meu celular, o cartão micro sd que sempre carrego sempre comigo para casos de emergência, inseri na entrada do celular, conectei no Wifi do hotel e abri o arquivo que precisava. Ativei o GPS do celular e comecei a busca pelo programa. Papai desenvolveu esse programa, ele é capaz de rastrear todos os informantes e colaboradores da máfia Russa por um sinal emitido pelo chip do celular desses. Localizei um mais perto de mim e fiz uma ligação...

- 7777777 – Dei a identificação de papai.

- Á disposição.

- Eu preciso de 10 litros de sangue artificial, uma vaca recém-abatida e 51 cachorros poodle. A vaca tem que ser adulta e gorda. Os vinte cachorros devem ser adultos muito pequenos e magro. – Reforço o pedido.

- Qual é o endereço?

O cara nem discutiu, nem riu do meu pedido. É, a máfia é coisa séria. Vendo que estava muito fácil para ele conseguir aquilo tudo, resolvi exigir um pouco mais dele.

- Ainda não terminei. Também faz parte da encomenda um cacete.

- Um cacete?

- Isso cara. Consiga em um matadouro. Eu quero um cacete, o maior que conseguir.

- Um pênis animal?

- Isso cara. Um pênis animal, com as bolas. E uma língua se possível. De acordo?

- De acordo.

- Agora ouça como deve ser executada a ação. Transporte tudo até o Hotel Hilton, quarto 620, sexto andar e aguarde minhas coordenadas.

- Pra que dia?

- Para daqui no máximo três horas.

Desliguei o telefone e fiquei aguardando um retorno. Duas horas e meia depois o telefone celular tocou.

Número desconhecido.

- Sim...

- Estou dentro do hotel.

- Aonde?

- No subsolo, aguardando comando.

Eles são muito coordenados.

Adoro!

...

Dia seguinte...

- Luna! Luna! – Ouvi papai me chamando, ou melhor, me acordando.

Abri os olhos e um sorriso para ele.

- Peste! –Assim ele me saudou. – O que aprontou minha lunática.

- Ela mexeu com a Anã errada, papai!

- Foi você?

- Foi.

- Como conseguiu ativar os homens dessa área usando meu usuário.

- Eu consegui sozinha, descubra sozinho.

Papai esboçou um sorriso sarcástico. Herdei a inteligência dele, ele não se surpreende.

- O que Cassandra te fez?

- Ela me agrediu. – Disse rolando na cama...

Arrastei-me até conseguir puxar minha bolsa, de dentro dela tirei o saquinho com os cotonetes.

- Ela tentou quebrar meu pescoço e me estapeou. Eu não vou deixar barato!

- Luna. Sem firulas, o que aconteceu?

- Ela me insultou, disse que sou uma cadela anã e me ameaçou usando termos chulos.

- Você ligou para Sasha?

- Liguei para avisar que eu não vou ter misericórdia.

- E o que mais?

- Mandei ele tomar algo no "O" arrombando dele!

- HAHAHAHAHAHAAHAHAHAHA meu doce... – Papai ri, ele não sabe do que sou capaz.

- Ela disse que vai costurar minha cavidade vaginal. Papai, ela planeja coisas nojentas ...

Papai parou de rir.

- Eu exijo que a mantenham trancada em casa, sob vigília 24 horas, até o julgamento.

- Não é assim que funciona, filha.

- É ASSIM QUE EU QUERO! Aqui está a prova e tenho meu testemunho.

- Você já respondeu a agressão dela...

- Quem prova que fui eu? Quero que provem que eu sujei minhas mãos com uma vaca morta, com o cacete de um cavalo...

- Luna, minha filha. Não faz essas coisas!

Ele não é forte o bastante para me ver tratar de "negócios".

- Eu sou má papai, eu sou muito má quando me machucam;

- HAHAHAHAHAHAHAHA

Ele acha engraçado, porque minha imagem angelical não transmite credibilidade no crime.

- Saiba papai, que eu sou perigosa.

- Hahahahahahahaahaha Sim, muito meu anjo.

- EU SOU MUITO PERIGOSA. Ninguém que ameace a integridade da minha cavidade vaginal, sai ileso.

Papai me puxa e me põe no colo.

- É criaturinha?

- É...

- Okay. – Ele diz me abraçando.

- Não duvide de mim.

- Não vou duvidar, mas vou te pedir que me consulte antes de ser "perigosa", outra vez.

- Não fui perigosa, só mandei um aviso do que e faço com vacas no cio.

- Okay, não fale essas coisas pra mim Luna.

- Ué papai. Deixe-me ser eu...

- Ouça-me filha. Não confirme nada. Se alguém te acusar, ria da cara dela, ou deixe a pessoa falando sozinha.

- Mas é lógico papai, eu não sou obrigada á nada. Não devo satisfação á ninguém. Isso é assunto meu.

- Se insistirem, se te acusarem, se aquela bastarda te ameaçar... Avise-me e ele receberá uma mensagem mais severa.

Eu fiquei com medo por ela. Porque eu não passo credibilidade e papai passa.

- Poxa pai, eu sou sua cria e não assusto nem criancinha. O senhor tinha que me ensinar.

Papai beijou meu rosto e riu.

- Eu te amo, criança.

Só papai pode me chamar de criança.

- Obrigada papai, também te amo.

Papai me deu mais algumas orientações e eu entreguei para ele o livro com o envelope e o bilhete que o funcionário do hotel me entregou.

- Papai, o senhor conseguiu pegar o bandido que atacou Theozinho?

- Sim, não se preocupe com isso.

Será? Ele não me passou verdade nesse sim.

- O que fez com ele?

- Está aonde deve estar.

- O senhor tem conversado com mamãe?

- Por quê?

Papai sabe onde mamãe está.

- Ela está bem?

- Por quê?

- Porque o que papai?

- Porque pergunta de sua mãe? Alguém te procurou para falar dela?

Nossa, como ele sabe?

- Não. Por quê?

- Porque o que , minha filha?

- Nossa, nada...

Se ele queria me confundir, conseguiu. Papai se despediu de mim dizendo que estaria por perto.

- Miah também. – Ele me avisou. – Não confie em ninguém, mas a deixe fazer o trabalho dela. Entendeu?

- Como o senhor sabe que eu sei?

- Não prejudique o disfarce dela.

- Entendido. Ok!

Papai saiu e Miah entrou. Assim que bateu a porta correu em minha direção e me abraçou.

- Arrasou garota!

Fingi demência.

- Não sei do que fala!

- Rod me contou.

- CONTOU O QUE? – Grito me entregando.

- A lição que deu em Cassandra.

- Eu?

Dou os ombros e começo a arrumar minha mala. Quando terminei peguei meu telefone liguei para Natinha.

- Natinha...

- Oi, aonde eu to, quem morreu? Que horas são?

- É hora de acordar.

- Tudo bem? – Ela pergunta meio grog.

- Sim, vê a foto que te mandei...

- Não me conta... – Ela fica calada, deve estar pensando. - TREPOU?

- Eu?

- Eu conheço sua carinha de quem fez danadice... Você transou?

- Digamos que Theo me relaxou.

- Theo? ROD? - Ela fica calada novamente. - Ascenderam a tocha da paixão, uhuuuu migs ... – Ela comemora.

- É você que está dizendo? Menos Natinha, bem menos. Não foi nada demais...

- Ai migs, não reprima sua alegria.

É, ressuscitamos a Gina. Rsrsrs , ela não deve ser reprimida.

Conversei por duas horas com a Migs e quando contei do escândalo de Cassandra ela me fez ligar para Speed. Ela me passou o número, desliguei nossa ligação e liguei para ele. Papo vai papo vem mandei a real para ele.

- Você contou para sua irmã que fizemos sexo dos cães?

- O que ? Rsrsrsrs....

- Ela gritou para quem quisesse ouvir que nós transamos em Marselha e que você disse que eu lati como uma cadela.

- Não dê credibilidade á nada que Cassandra diz.

- Como ela sabe que você dormiu do meu quarto?

- Ela não sabe de nada, Prin. Cassandra é dissimulada, ela inventa história de acordo com a necessidade dela.

- Será Speed?

- Você me conhece Prin, o que acontece entre nós, é só nosso.

É, ele é assim, romântico.

- Sim...

- Ela nos viu indo embora juntos e logo fantasiou com a situação.

- É. Pode ser.

- Nós não transamos, o que é uma pena.

- Ahhh Speed, para.

- Quando você volta?

- No final da jornada que Papavih inventou.

- Preciso te encontrar.

Que estranha essa urgência de Speed.

- Sim. Você pode vir me encontrar quando quiser...

- Nos vemos em breve então.

- Sim.

- Tchau.

- Tchau.

Desliguei e Miah perguntou quem era. Falei que era Speed.

- Estou em um relacionamento sério com ele. – Ela me contou sem fazer a menor cerimônia.

- Hã?

- Você disse que ele é passado.

- Eu disse, mas daí vocês...

- Estou muito envolvida, não se oponha.

- Eu não oponho. Mas ele? Namoro?

- Não é namoro. É sexo, por enquanto.

- Sexo? Ele deu conta de você?

Mal dava de mim.

Miah revirou os olhos, os fechou, suspirou e disse:

- Ele é meu garanhão.

Tentei segurar, mas...

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHAAH

- É...

- NÃO É NÃO!

- Ele é.

- Não é. Speed é básico.

- Não é.

- Ele é rapidinho.

- Não é.

- Ele é.

- Ele não é.

- O que você está fazendo com o Speed? Ele não é cavalo para ficar chamando ele de garanhão.

- Ele é um cavalo na cama.

- NÃO É MIAH.

- ELE É.

- Só se ...

Só se os atributos equinos dela despertaram um outro lado dele que eu não cheguei conhecer.

O telefone do quarto tocou, atendi e a portaria avisou que Cauê (Speed) estava lá para me ver. Pensei que ele chegou muito rápido, mas então olhei para Miah e conclui que ele havia vindo com ela. Liberei a visita dele e logo Speed bateu na porta do meu quarto. Miah abriu e atacou o rapaz.

Speed tentou se esquivar, mas Miah queria marcar território para me mostrar que ela era a mina da vez.

- Oi Speed. – Disse.

- Precisamos conversar. – Ele disse fugindo de Miah.

- SAI MIAH. – Mandei e ela saiu rebolando. - Tudo bem Speed? Ela te estuprou?

- Rssrsrs, não... Não é sobre Miah que vim conversar.

- Não vai me dar satisfação?

- Posso transar com sua amiga?

- Pode.

- Eu sabia. – Ele disse...

- E o amor, e o discurso de nunca te esqueci?

- Miah meche comigo.

-Entendi. Bom, de qualquer forma, fico feliz por você.

Speed também meche com Miah. Mais um casal formado e eu sem par.

- Obrigado por não fazer drama.

- Eu? Drama? Imagina. Rsrsrs... Então é sobre o que o seu assunto comigo?

- Cassandra.

- Sim, fale.

- Eu vi em Marselha, vocês conversando...

- Sim...

- Gabi... – Ele me chamou de Gabi, foi estranho.

- É Luna, Speed...

- Luna, desculpe. Eu ia dizer que...

- Fala, estou ficando nervosa.

- Cassandra é possessiva. Não deixe Cassandra pensar que vocês são amigas.

- Hum? Por quê?

- Quando ela gosta muito de alguém e fica muito próxima dela. Cass tem por essa pessoa um amor em demasia pode se tornar uma obsessão...

- Sei, mas ...

- Se agrava para uma grave doença com o tempo.

- Ela é louca?

- Não. Ela é muito dependente das pessoas com quem desenvolve laços afetivos.

- Hummm sei...

- Minha mãe é psicóloga, você sabe.

- Sei.

- Ela trabalhou isso em Cass, mas não da forma como deveria ser.

- O que está tentando me dizer Speed?

- Joana trabalhou isso de forma inversa na cabeça de Cass. Ela não tem culpa de ser como ela é.

Meu Deus, que horror. O que ele está tentando me dizer. Será que eu entendi?

- Ela submetia Cass á terapia, 7 dias por semana. Cass nunca me disse o que acontecia durante as sessões, mas aconteceu uma coisa muito grave e eu passei á desconfiar do que acontecia naquelas reuniãos entre as duas.

- Eu preciso que você seja mais claro Speed, estou ficando assustada.

- Joana testava métodos de análise invertida em Cass. Eu pensei que fosse alguma pesquisa para a faculdade, ou qualquer outra coisa...

- Sei. Mas...

- Mas agora, depois de descobrir que Cassandra foi sequestrada, acho que Joana fazia aquilo para apagar as memórias dela e criar algum bloqueio na mente, para que ela não fugisse e procurasse as autoridades.

- Isso desde quando?

- Desde que eu me lembro dela em casa.

- Desde criança?

- Sim. Cass tem um terrível sentimento de posse sobre tudo que ela ama.

- Tudo?

- Tudo. De pessoas á uma roupa. Quando se sente ameaçada, ela entra em crise. Aqueles que não sabem, acham que ela sofre com ciúme do parceiro, acham que esse comportamento faz parte do jeito de ser dela, porém não fazem ideia de que isso é um sintoma de uma doença.

- Isso é muito grave.

- Ela não sabe ter amigos, ter namorado, ter um irmão, ter um empregado... Foi plantado na cabeça dela que se ela não pode perder o controle sobre as pessoas que a amam, porque se não elas a abandonam.

- Meu Deus. Ela é caso clinico... Eu preciso avisar Theo.

- Ele sabe.

- Mas não faz nada?

Ele está contando mentiras para ela. Está alimentando a loucura dela com falso comprometimento.

- Se afaste dela, Luna.

- Speed, ela me liga todo dia ás 2 horas da manhã. - Que é minha hora sagrada do sexo. - Porra nem me masturbar eu posso mais porque ela me liga bem na hora. Você sabe, eu tenho minhas manias.

- Eu sei e se ela te liga todo dia essa hora, não duvido que saiba disso.

- Hã? Você está dizendo que ela tem ciúme da minha masturbação.

- Ou de você estar pensando em Rod nesse horário.

- Não rsrsrsrrsrs

Aí já é muita loucura.

- Sim, não divide.

- Obrigada por me alertar.

- Ela é perigosa quando está em crise Prin e eu tenho notado que ela não está bem.

- Não?

- Não, mas perto de mim ela disfarça, pois sabe que eu a conheço melhor que vocês.

- Speed, minha família inteira tem dado atenção á ela. Se Cassandra, se apegar á todo mundo, não terá tempo nem para ela. Passará o dia vigiando todos.

- Por isso eu atormentei Rod, pedindo que ele á levasse para longe de todos e a isolasse.

- Ele fez isso?

- Está fazendo.

- Ai, coitado do Theo. Que barra!

E Arthurzinho? Como será que ela é com ele?

Que medo dessa pessoa!

...

Depois que Speed saiu, liguei para Ariele, prima de mamãe. Ela atendeu e contei tudo á ela.

- Sua mãe entrou em contato, pediu-me para te dizer que está orgulhosa de você.

- Ela disse isso?

- Disse. Ela está acompanhando a ação promovida pelo Instituto Cartier pelos noticiários.

- Ah sim. Que bom. Essa é um ótima noticia.

- Sim, mas tenho outra não tão boa.

- Qual?

- Sua tia Maluma, ela não consegue nos dizer quem a sequestrou.

- Hum... E é a mesma pessoa que tentou matar Theo.

- Sim.

- Vocês têm suspeitas?

- Não.

- E meu pai?

- Também não.

- Theo está em perigo?

- Não. Mudaram o alvo.

- Quem é agora?

- Um policial da policia Federal brasileira.

- Qual é o nome dele?

- Otávio Silva.

Essa pessoa está tentando machucar Theo. Meu pai tem que fazer alguma coisa.

1 mês depois...

-DE VOLTA Á MARSELHA-

Eu evitei reencontrar Theo nas nossas conversas por chamada de vídeo, evitei o assunto "massagem". Eu e ele agimos como se nada tivesse acontecido. Até porque Theo só fala de Cassandra e no quanto está preocupado com ela. Eu tento ajudá-lo com palavras, mas depois do que Speed me contou, ficou difícil ajudar de qualquer forma. Theo faz análise, desde que mamãe exigiu isso dele e eu tenho certeza que esse profissional está o orientando no caso de Cassandra.

- Theo, cuida dela viu. – Peço.

- Sim. Deixa comigo.

- Você ama ela?

- Amo. – Ele responde com palavras e com o pescoço.

Ele não ama ela coisa nenhuma. Olha o pescoço do mentiroso.

- Tenha paciência com ela.

- Estou tentando.

- Que bom.

- Estou com saudade de você, sabia? – Ele me diz isso todos os dias.

- Sei, também estou.

- Eu tenho uma série de visitas para fazer, em alguns empreendimentos que fazem parte do roteiro de um novo pacote de viagens que a agência vai lançar.

- Ah , que legal.

- O mais legal é que quem aprova e testa todos os hotéis, passeios e serviço incluídos no pacote, sou eu.

- Humm, viajadinho hem.

- E um acompanhante.

Ok, entendi... Já abri um sorriso gigante.

- Sim! Pode contar comigo. – Confirmei minha presença, antes mesmo de receber o convite oficial.

- Vou no próximo final de semana, e no seguinte é a viagem.

- Combinado.

Ele ficou sorrindo pra mim e eu pra ele. Dois bobões...

- Como está Arthurzinho?

- Ele está bem. Minha mãe está aqui passando os dias conosco.

- Vovó Deinha? Não acredito. Ela só se hospeda em hotel, duvido que está na sua casa.

- Falo de Miriam.

- Quem?

- É minha outra mãe.

- Ah sim. Eu gostaria de conhecê-la.

Theo não responde.

- Eu não posso conhecê-la?

- Pode. Luna, Arthur vai me acompanhar na viagem.

- Ah sim.

- Você quer levar alguém?

- Uma babá pra ele?

- Hahahaha ela também irá.

- Sei.

- Assim como um grupo de gerentes de todas as agências da Ricco.

Entendi, não vamos sozinhos e isso é trabalho.

- Ok. Eu levo Miah, ou Natinha. Não... Natinha não, porque agora que ela engrenou aqui na administração das terras do Biso.

- Será que ela não está tendo alguma ajuda externa?

- Como?

- Como...

Tio Aaron?

- Nãum. O Tio Aaron não tem tempo pra isso.

- Eu pensei em mim.

- VOCÊ ESTÁ AJUDANDO ELA?

Ela me traiu, eu pedi para ela não ocupar nenhum Cartier com isso.

- Só tiro algumas dúvidas.

- Sei. Mas então, leve Miah...

- E Speed. Levo os dois.

- Ele não tem ocupação?

Theo está se opondo á presença de Speed?

- Ele tem. É meu amigo.

- Seu ex.

- Também. Sou amiga de todos os meus ex. Faz parte do...

- Do seu jogo. – Ele finaliza minha fala por mim.

- Nossa Theo, calma. Tem Luna para todo mundo. Hehehehehehehe

Eu ri, mas ele não riu. Então eu parei de deboche, me despedi dele e saí para resolver assuntos mais urgentes. Fui à propriedade do Biso a quantas andava as obras nos Chateaux. Lá encontrei Natinha em um dos Chateaux da propriedade, que ela transformou em escritório.

- Natinhaa!!! – Entrei no grau.

- ESTOU AQUI... EM CIMAAAAAAAAAAAAAAAAA!

- Oi...Oi...Oi...Oi...Tudo bem?...Olá... – Cumprimentei as pessoas com quem esbarrei subindo as escadas....

- Natinha!

- Oi Luna - Ela disse meio sem jeito. - Senhores, Luna Michelini.

Encontrei-a cercada de homens, ela me apresentou formalmente. Eu acenei evitando que eles se aproximassem de mim. Então eles me cumprimentaram com acenos de mão, olhos curiosos e sorrisos gentis. 

- Não quero atrapalhar.

Natinha sorriu gentilmente para os "senhores" e os dispensou. Eles saíram, eu entrei.

- O que eu perdi aqui? – Perguntei olhando pra ela. - Que plantação de pênis é essa que nasceu aqui? Que roupas são essas?

Ela ri, ta se achando...

- Ué Migs, calma. Uma coisa de cada vez. São roupas de trabalho, e aquelas pirocas são trabalhadoras. Agora me dá um abraço?

Dou dois passos para frente e deixo ela me abraçar.

- Saudadeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee! – Ela me esmaga e eu deixo.

- Eu também migssssssssssss.

- Então! Conte-me, como foi?

- Foi muito bacana.

- Conheceu muitos lugares diferentes?

- Já conhecia todos, mas as palestras foram muuuuito bacanas. Fazia muito tempo que eu não fazia aquilo.

- Estou feliz por você. Está até diferente.

- Diferente como?

- Mais iluminada, solta.

- Ah sim. Você tem razão. Estou me sentindo mais leve.

- Foi o trabalho ou a massagem que fez isso com você?

Demorou muito para ela chegar no assunto "Theo".

- Pelo seu sorriso, já sei a resposta.

- Então não preciso nem dizer nada né.

- Não. Você está feliz.

- Estou.

- Ele vai largar da sua prima?

- É complicado. Ela é muito dependente dele.

- HAHAHAHAHAHA... – Ela ri exageradamente. – E você? Não é?

Admito que durante toda minha vida, fui dependente da atenção de Theo, mas não da mesma forma que Cassandra.

- Ela é doente, eu não sou.

- Percebi pelas minhas conversas com ela. Migs, ela é possessiva.

Até Natinha percebeu.

- Então. Aconteceu que não vi mais o Theo depois do dia que ele me relaxou.

- Que vocês transaram.

- Relaxamos.

- Transaram.

- Não ouve sexo.

- Boca naquilo, dedo acolá é o que?

- Carinho.

- Carinho na pepeka migs!

Ela chama Vagina de pepeka, que vulgar.

Dou os ombros e mudo de assunto.

- Então, vamos ao que interessa... Atualize-me. Quem é toda essa gente circulando aqui?

- São funcionários. A Senhora Leon esteve aqui enquanto você estava fora. Ela liberou as contas da empresa para que eu pudesse estudar as finanças.

- E?

- E havia dinheiro em caixa. Seu bisavô não estava falido, aliás, não está nada falido.

- Meu biso não é falido Natinha. Ele só abandonou a administração das terras e as construções. Biso foi embora.

- Você não me disse isso.

- Porque é um presente meu pra ele. Meu Biso é idoso, está doente e Natinha ele ama esse lugar. Ele não quis deixar tudo na mão de um administrador qualquer, preferiu ir embora a ficar e ver tudo se acabar aos poucos, sem poder fazer nada.Penso que ele se sentiria inútil, inválido.

- Entendo Migs.

- É. Mas então minha Bisa esteve aqui e ela injetou dinheiro nas contas. Porque acesso você já tinha e não tinha um centavo naquelas contas. O papo ficou sério.

Não mente pra mim Renata.

- Sim, ela injetou dinheiro na conta da presidência. Eles tinham uma hierarquia aqui, mas muito ultrapassada, Luna.

- Nenhuma decisão deve ser tomada sem me consultar. Você encheu esse lugar de gente estranha e ocupou um dos prédios. O que está pensando?

- Você me jogou nisso, caí de paraquedas e toda responsabilidade cai sobre as minhas costas. Nós não tínhamos dinheiro em caixa, não tínhamos investidores, só a minha mão de obra barata. Eu sozinha. Você só queria saber de cuidar de jardim e reforma. O notebook que comprou para uso da empresa, era usado e sistema Linux.

Hehehehehehehehehe

- Linux é ótimo.

- Ninguém usa isso. Eu fiz o que pude. Montei um plano de negócio com a ajuda de Miah e Rod. Reestruturamos o corpo da empresa e quando a Senhora Leon esteve aqui, viu minhas dificuldades, valorizou meu empenho e deu-me condições dignas para continuar com meu trabalho.

- Você me deu uma rasteira Renata?

Heheheheheheheheheheheh

Quero deixá-la nervosa. Obvio que ela não me deu rasteira nenhuma. Eu deixei a administração de tudo com ela, até das obras.

- Rasteira? EU TRABALHO DE GRAÇA!

- Vendo lá na frente.

- Você não está falando sério.

- Claro que não.

- EU VOU TE MATAR MIGS.

- Relaxa e para de gritar. Mostre-me o que você fez, para eu ver se está tudo certo.

Ela me mostrou alguns organogramas antigos e os reestruturados. Os dela são muito mais funcional, mas...

- A hierarquia deve ser nessa ordem: Assembleia geral, Conselho fiscal, Conselho administrativo, Presidência, Diretoria comercial, Diretoria de Cooperativas. Segue abaixo desses setores: Gerência Financeira, Gerência Administrativa, Gerência de insumos, Gerência de Produção, Gerência comercial.

Mudei tudo, acrescentei três setores acima da presidência.

- Vagabundinha. – Ela me ofende rindo. – porque não fez isso desde o começo.

- Porque não trabalho para os outros.

- Você é má.

- Pois é. Eu falei para meu pai: Pai, eu sou má. Ele riu! Ninguém deveria duvidar que eu posso ser má.

Natinha me abraça cutuca minha costela.

- Aiii, bruta! – Reclamo.

- Obrigada. Mesmo sendo maçante trabalhar sem receber um centavo por isso, você não tem noção do bem que está fazendo pra mim. Aprendi tanto, ralei tanto pra aprender... Agora está tudo se concretizando e eu me sinto responsável por tudo.

- Ahhh migs... De nada!

- Migs, quando meu Biso voltar pra casa. Vou me reunir com ele, nós vamos eleger os membros da Assombreia, os do conselho fiscal e administrativo. Deverão ser pessoas da confiança do meu Biso. Depois disso, discutiremos seu salário e pagaremos os atrasados. Ok?

Já recebi a noticia que meu Biso terá alta e não vê a hora de voltar para Marselha.

- Não estou cobrando, mas seria bom receber.

- Lógico que é e mais que isso, é justo. Eu nunca te usaria assim. De dei casa e comida poxa rsrsrsrs.

- Não estou reclamando. Estou refazendo minha vida aqui. Você me deu com esse trabalho "escravo", uma bagagem enorme de experiência, que eu levaria anos para obter em outro lugar.

- Só eu mesmo pra te botar de presidente. Só eu, me ama!

- Te amo muuuuito!

- Está bem. Agora você diga aos funcionários que você contratou que eles estão em período de experiência e passarão por novas entrevistas no final do período. Eu, meu biso e aqueles que escolhermos para fazer parte dos conselhos, iremos avaliar o serviço prestado e decidir a permanência deles ou não neste empreendimento.

- Você fica medonha quando fala de negócios.

- É a vida do meu Biso e ele é medonho. Esteja preparada para tudo, o senhorzinho lá, é foda!

- Ok. Preciso voltar ao trabalho.

- Estou saindo. Vou regar o jardim.

Natinha fecha a cara.

- Tchau amiga!

Ela fica puta. Rsrsrsrsrs

Saí de lá e fui direto falar com o mestre de obras. Quase tudo pronto na parte da reforma, só estava faltando à mobília que estava sendo descarregada de containers.

- Deve ficar tudo igual, no lugar exato. – Falei para Thompson, o mordomo da minha avó Deinha, que veio ajudar na reposição da mobília. – Por favor, Thompson.

- Sim senhorita.

A casa principal é um elefante branco. É uma construção gigantesca. Considerada a maior propriedade privada da França. Biso se orgulhava desse fato, mas "quase" tudo acabar por conta do sua incapacidade de transferir (dividir) responsabilidades.

- Hey!

Levo um susto quando Theo me abraça por trás.

- THEO!

Viro e é Otávio. Que decepção. Não só minha, ele também ficou cabisbaixo por eu ter o confundido com Theo.

- A voz de vocês são parecidas. Desculpe Otávio. Tudo bem Otávio?

- Tudo bem. – Ele me diz tentando um abraço. – E você.

- Tudo bem. – Respondi deixando-o me abraçar.

Rapidamente me separei dele.

- Mesmo? Eu soube que sofreu uma tentativa de assassinato. Você está bem?

- Exerço uma profissão de risco, estou sempre na linha de tiro de alguém.

- Ai, credo. Sai dessa Otavio. Já ouviu falar da máfia vermelha?

Faço uma piadinha, mas acho que não pegou bem.

- Estou aqui á trabalho.

- Sim.

- Vim ouvir alguns algumas pessoas para um caso.

- Sim.

- Você é uma delas. Podemos?

- Claro...

Procurei uma sombra debaixo de uma árvore e lá eu respondi as perguntas de Otávio. Ele basicamente me perguntou sobre minha viagem de trem da Rússia para Marselha, no dia que antecedeu o casamento (que não aconteceu) de Lina e Theo. Dei todos os detalhes, passo á passo, até o momento em que passei mal.

- Eu senti falta de ar, palpitação e depois não me recordo de mais nada. Acordei em uma delegacia, sentada em uma cadeira de rodas, segurando uma bolsa de soro nas mãos.

- Ok. Obrigada por colaborar.

- Disponha. Mas é sobre o que mesmo essa investigação?

- É confidencial.

- Entendo.

- Após o cumprimento da sua pena, algo fora da normalidade foi-lhe imposto?

Hã?

Sempre! Hahahahahah

- Não.

Ele deve saber que Theo sofreu uma tentativa de morte, afinal, são irmãos. Eles tem a mesma voz, o mesmo sorriso, o mesmo pau.

- Luna?

Oi! Estou olhando as calças dele, que mico!

- Sim. – Falo encarando seu rosto.

Otávio está vermelho e confuso. Faço careta e o convido para conhecer o Chateaux.

- Sim, eu gostaria.Isso é incrível!

- Á cerca de 5 quilômetros de Chateau Lion-le-Franc ou Palácio do Leão Francês. Também chamado de castelo ou, no original em francês, "château", considerada a maior propriedade privada com o título de "Monument Historique" (monumento histórico) na França, exaltando o melhor da arte francesa da época. – Exibo com orgulho a propriedade do Biso. - O castelo foi construído no estilo barroco entre 1658 e 1661, pelo Superintendente das Finanças do Rei da França, que usou os talentos dos melhores artistas da época.

Enquanto mostrava tudo á Otávio, ele me jogava uma pergunta aqui, outra ali.

- E Nicolas, como está? Nunca mais o vi ou tive noticias dele Otávio.

Otávio desconversou e encerrou a conversa, pois ainda tinha que "conversar" com Renatinha.

(...)

Dias depois...

Recebi uma ligação de Paris, biso me ligou, no telefone da casa dele. A voz dele estava fraca, mas conseguimos conversar. Ele me pediu para esperá-lo em Marselha, pois tem um presente para mim. Por coincidência ou não, eu também tenho presentes para ele. Aquela ligação me emocionou e me deixou extremamente grata á Deus por me mandar para essa família peculiar, mas extremamente amorosa e especial.

Desde que voltei para Marselha não voltei pisar no apartamento que alugo. Eu e Natinha nos mudamos provisoriamente para o Chateau para trabalhar naquela bagunça. Havia muito trabalho, eu e Natinha viramos noites e noites orientando a equipe de organização e não parava de chegar mais coisa.

- Não estamos nem na metade. Não vamos conseguir colocar aquela tralha toda dentro dessa casa, nunca. É muita coisa. Tem um container só de armadura medieval. – Natinha reclama.

- Eu sei. – Concordo. – Estou exausta. - Não vou conseguir terminar.

Não vou poder viajar com o Theo. Biso estava para ter alta, por voltar á Marselha e não tinha nem 20% das coisas no lugar, dentro daquelas casas gigantescas. Senti a pressão e liguei para Theo.

- Theo, eu não vou poder viajar com você. Sinto muito. Desculpa-me, eu queria ir, mas...

- Eu passo o recado para ele, prima.

Foi Cassandra quem atendeu ao telefone dele. Ela estava com ele. Não tinha o direito de me sentir traída, mas me senti, pois pensei que Theo não estava mais morando com ela.

Porque pensei isso? Nem sei, pois ele não me disse. Acho que sonhei e para confortar meu coração, resolvi acreditar no que me convém. Tenho esse péssimo defeito de transformar tudo de ruim em algo bom para não sofrer.

Desanimada com o resultado da minha ligação para Theo, voltei ao trabalho. Me juntei á Natinha e Miah, que de vez em quando se dispõe ajudar.

- Ele está com ela. – Reclamo.

- Ele quem? – Natinha pergunta.

- Rod! – Miah respondeu.

- Você sabe e não me fala nada.

- Tenho uma teoria. – Miah me atormenta.

- Quaaaaaal?

- Ele está usando ela para te fazer ciúmes, mas não está com ela.

- Também acho. – Natinha concorda com a teoria de Miah. – Pelas minhas conversas com ela, não há nada entre eles.

- Beijos e carinhos, ela só recebe em público. Certo Renata?

- Correto. É tudo encenação.

- Theo não faria isso. Ele sabe que ela é doente. Minha prima foi exposta á tortura psicológica por toda sua vida.

Acabei de contar o que me pediram segredo. Mas Miah está com Speed, então certamente sabe.

- Tem isso. – Miah concorda comigo. – Mas Luna, tenho certeza que entre eles não acontece nada e a disfunção erétil de Rod é conversa...

- É lenda! – Natinha concorda.

- Não é.

- Ele é rico, comprou um laudo médico.

- Mas ele não arma MAAAAAISSSS...

- Está tomando algo! – Miah diz impaciente.

- Tipo, pomada anestésica? – Sugiro.

- Pode ser.

- Pode ser.

As duas concordam.

- Acho agressivo. – Comento.

- Acho nojento. – Natinha comenta.

- Acho lamentável ele se prestar á isso, só para te fazer acreditar que está apaixonado por aquela lá.

- Ele só não conta que ela conta tudo para mim. – Natinha diz.

- E você conta tudo para nós. – Miah conclui. – É o seguinte, tem alguma coisa que não se encaixa nessa história e eu vou descobrir.

- Pode ser a tentativa de assassinato que ele sofreu.

- Quem sofreu? – Miah pergunta.

- Theo.

- ROD? – Ela se assusta.

- Aham.

- QUANDO? – Miah fica atônica.

- JESUS. QUANDO GABI..LUAAA! – Natinha fica assustada.

- Aquele dia na mansão. Vocês não ficaram sabendo?

- VOCÊ NÃO CONTOU. – As duas gritam comigo.

- Foi mal. Tipo, Robert bateu no Theo e saiu. Alguém entrou depois dele, trancou a porta e tentou matá-lo.

- Agora entendi porque apareceu tanta gente ao mesmo tempo naquela casa. – Natinha diz.

- Como tentaram matá-lo? Você sabe?

- Não.

- CRIATURA! – Miah se desespera. – VOCÊ NÃO TEVE INTERESSE? TENTARAM MATAR SEU THEO.

- Ai, que gritaria. Cala a boca, ele não morreu.

- O que mais sabe. FALA!

O que mais sei, não sei se posso dizer, mas...

- Ele tem cicatrizes que parecem ter sido feitas com faca. E eu recebi um bilhete anônimo na Suíça com a frase: Mate-o.

Miah pega a bolsa e sai procurando a porta...

- Miah, aonde você vai? – Natinha pergunta.

- Eu preciso ir. - Ela diz que precisa ir, mas volta e me segura pelos braços. – Cassandra está metida nisso até os dentes. É por isso que Rod está te evitando, para te proteger. Arrume sua mala e vá viajar com ele.

- É migs, deixe a vida te levar: Lembra?

As duas me encostam contra a parede.

E agora, o que eu faço?

(...)

EM ALGUM LUGAR, NA VIDA.

...

Eu vim. Deixei tudo para trás e embarquei naquela viagem com Theo. Na mala eu trouxe o básico: Roupas, sapatos, maquiagem, acessórios, produtos de higiene pessoal, o cão fofinho e Speed (para fazer Theo provar do próprio veneno). Não rolou o lance de provar do próprio veneno durante toda a viagem, porque eu não passo nenhum tempo longe de Theo, desde o quinto dia de viagem. Nos primeiros cinco dias ele trabalhou muito e nas horas vagas se dedicou ao Arthurzinho. Ele com o menino não me incomodou em nada, pois acho muito linda a relação dos dois. Theo é apaixonado pelo menino e o menino idolatra o pai. Era até gostoso ficar fazendo nada, só assistindo os dois juntos. Mas aí no sexto dia, eu resolvi apelar para Speed. Avisei para Theo que nós iríamos nos separar do grupo, pois a rotina estava maçante para nós.

Arrumei minhas malas, alugamos um carro e quando íamos deixar o hotel, Theo apareceu e pediu para que Speed fosse embora sozinho (rsrsrs) que ele cuidava de me dar atenção daquele dia em diante até o final da viagem. Feito, Speed que já só reclamava da falta e Miah, foi embora e me deixou sob os cuidados de Theo.

A rotina é, dormir e acordar juntos "amigos". Theo acorda cedo,tipo 6 horas da manhã caindo de sono. Eu durmo até as 15 horas, levanto, faço o que tenho que fazer, espero Theo. Ele chega ás 16 horas em ponto e diz: Vamos?

E nós vamos! Fazemos nosso passeio preferido: PRAIA! Passamos o restinho do dia na praia, com o cão fofinho sempre á tiracolo. Quando não fomos á praia, fomos fazer passeios nas montanhas. Lógico que Theo levou os equipamentos para prática de esportes radicais em todos esses lugares. Quando a noite caia, estacionávamos o carro em algum ponto alto da cidade aonde estávamos aquele dia e ficávamos lá...

- Quantas contou? – Theo me pergunta.

Ele quer saber quantas estrelas contei naquela noite. Olhei para o lado e só via a luz daquelas estrelas iluminando o sorriso dele enquanto eu continuava juntando forças para não dizer: Ok, estou arrependida. Podemos voltar?

Mas não, eu sou muito orgulhosa para dizer e admitir pra ele que preciso urgentemente do meu Ursinho por inteiro de volto. Espero ele me dizer: Te quero de volta. Seja minha ursinha.

Mas Theo não fala, sempre que estamos muito próximos disso, ele pega o telefone e diz que tem que fazer uma ligação. Ele sempre tem que falar com alguém quando estamos no clima.

Após o momento olhando estrelas no meio do nada, voltamos para o hotel e nos deitamos juntos. Nós nos abraçamos, nos cuidamos, trocamos carinhos, toques de mão, elogios sussurrados no ouvido, afagos...

Mas escolhemos ser diferentes... Eu sei que tem algo o impedindo de se abrir comigo e resolvi que dessa vez não vou pressioná-lo, não vou me meter nos problemas dele.

- Theo...

- Humm...

Encosto meus lábios nos dele e sorrio.

- Boa noite.

Sinto seus lábios sorrindo, as mãos dele circulando minha cintura e me puxando pra mais perto dele.

- Boa noite...

- Me beija devagar até eu dormir?

Cada noite peço uma coisa.

Theo selou seus lábios nos meus, e as mesmas sensações que eu senti em novo primeiro beijo voltaram, elas sempre voltam. É sempre o mesmo friozinho na barriga, seguido de um calor escaldante que me preenche toda e acelera meu coração.

- Eu te amo. – Ele sussurrou nos meus lábios.

- Porque você ama mais a Cassandra do que eu?

Ele sorriu, acho que foi um sorriso irônico. Eu sei que ele não ama ela como me ama. Ele nunca vai amar aquela doida como ele ama essa ursinha aqui.

- Eu... eu... – Ele gagueja e não consegue me responder. - Eu não posso... – Falou sem se distanciar um só centímetro de mim.

- Você gosta da pensar que somos bons amigos, como eu penso?

- Luna...

- Você gosta? Assim não está traindo a mulher que você ama.

- Eu te amo, Luna. É só isso, eu te amo muito baixinha.

- Além dessa vida?

- Dessa e da outra. Mas....

Eu não queria olhar para ele, não queria ver seus lindos olhos, não queria ver que ele estava frustrado por não poder me corresponder. Então eu parei com aquela conversa, separei um pouco meus lábios e lambi seus lábios.

Ele abriu a boca e aprofundou nosso beijo.

- Eu te adoro. – Falei e ele parou de me beijar.

- Eu te amo Luna, não aguento... Eu não posso fazer isso com você... Vamos dormir.

- Fazer o que?

- O tempo vai te dizer. Agora vamos dormir, amanhã saio cedo.

O tempo vai me dizer, espero mesmo que diga. Espero que esse tempo se refira ao que ele estamos fingindo que não estamos juntos, pois estamos. Nós namoramos como dois adolescentes que estão prestes a terem a sua primeira vez na cama. Como adolescentes que sentem um tesão absurdo um pelo outro, mas um nessa relação ainda não está pronto e eles precisam esperar. No caso quem está esperando sou eu, mas nem assim estou brava ou triste, eu estou feliz por estar feliz...

- Bom dia, boa tarde! – Theo me acordou.

- Oi. – O puxei e ele caiu em cima de mim.

Beijou todos os cantos do meu rosto, menos minha boca, quando nossas bocas se aproximam, rimos e nos afastamos. Ele gosta tanto quanto eu desse tesão que se acumula entre nós a cada vez que evitamos um beijo, ou um carinho mais intimo.

- Sabe para onde vamos hoje? – Pergunta-me.

- Não.

- Começa com Sy e termina com...

- DINEI! – Grito animada.

Pulo no colo dele e o encho de beijos e esses foram em todo seu rosto, inclusive na boca.

Quando minha boca grudou na dele, não soltei mais e ele não me afastou.

- Feliz?

- Meu coração está pulando de tanta alegria.

O beijei de olhos abertos, para ele ter certeza de que eu estava consciente dos meus atos. Theo correspondeu meu beijo, nossas línguas se tocaram, nosso beijo aprofundou, fechei os olhos e falei pra mim mesma: Eu escolho ser feliz!

À medida que o tempo passava, nosso beijo se tornava mais intenso, suave e carinhoso. Theo me carregou e quando ia me colocar na cama, protestei.

- Chega! Vamos perder o voo.

- Sim... Eu... – Ele disse confuso, tocando os lábios com o polegar.

Fiquei na ponta do pé e beijei seu queixo.

- Pode me beijar quando quiser, não precisa esperar eu te beijar.

Dito isso, uma mão dele puxo-me pela cintura e outra pela nuca. A boca dele tomou a minha mais uma vez. Meu corpo flutuou, meus pés deixaram o chão, cruzei minhas pernas em sua cintura e ele deitou em cima mim. Quando seu corpo chocou contra o meu, empurrou-me para o centro da cama, nessa hora pude sentir o que á muito tempo não sentia. O senti super excitado e ele se esfregou em mim sem nenhum pudor que havia tendo antes. Levei minhas mãos por debaixo de sua camisa e as subi arranhando suas costas. Theo se moveu em sobre mim como se fizéssemos sexo.

- Hummm... – Eu gemi como se ele estivesse fazendo amor comigo. – Theo... – Disse sem ar.

- Luna... – Ele disse com a língua cravada na minha garganta.

Eu mal conseguia respirar. Sua boca ficou ágil, sua língua invasiva. Fiquei perdida, totalmente á deriva. Tive vontade de sentir o pau dele na minha mão outra vez, então levei minha mão entre nossos corpos e o acariciei.

- Caralho! – Ele disse isso, me segurou e me colocou sentada no colo dele.

Nós nos olhamos nos olhos, ficamos assim, sem ação nenhuma mais. Minhas mãos soltaram o que seguravam, Theo me puxou para um abraço, deitei minha cabeça em seu ombro e o abracei com toda minha força.

- Vamos perder o voo?

- Rsrsrsrs vamos... – Ele disse.

Eu estava sentindo o pau dele ali e eu não queria me desgrudar ele.

- Aiiiiiiiiiiiii gostoso! Como que faz pra soltar você? – Perguntei dando um murro em seu peito.

Saltei do colo dele e saí procurando minha mala.

(...)

Sydney – Austrália

- Dor no pé, Luna?

- Simmm....

- O quanto dói?

- Muito!

Theo sorri. Estou o fazendo me carregar no colo desde que descemos do avião.

- Dói muito?

- Não, mas incomoda. Ainda não posso andar.

Ele sorriu-me amarelo.

- Você é muito gentil.

Theo me olhou com aquele olhar de quem quer dizer algo, mas nada diz.

- Para onde me carrega?

- Você está cheia de graça hoje...

- Só hoje? – O provoco.

Ele sorriu e beijou meu rosto. Ele é tão mal, porque beija meu rosto sem pressa nenhuma?

(...)

- UHUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU

Theo me levou para fazer o que ele e eu mais gostamos de fazer desde sempre: Saltar, sem nada á dever, sem nada á temer...

Ele me leva, eu confio nele, ele me empurra, eu caio de um precipício sem saber ao certo meu destino. Nunca questionei o destino, nunca me preocupei se havia ou não perigo, apenas confiei que ele nunca me empurraria se não tivesse certeza de que eu voltaria para ele no final da aventura.

O elástico me joga para o alto e me puxa para baixo, aos poucos vai parando e eu estou afogando em minhas lágrimas.

- LUNAAAAA.... – Theo me grita. – TUDO CERTO?

Ergo meu braço direito e o agito de um lado para o outro. Eu nego que está tudo bem. Porque eu nego? Porque quero que ele se preocupe e venha até mim de uma forma ou de outra.

Poucos minutos depois estou á salvo (de nada) , sã e salva nos braços de Theo. Ele me olha preocupado, leva-me até uma ambulância, eu finjo fragilidade.

- O que sente? Consegue falar?

- Nummm... – Faço drama, ele se desespera.

Eu gosto de ver os olhos dele aflitos, denunciando sua preocupação excessiva comigo.

A enfermeira da ambulância, prestou-me os primeiros socorros.

- Ele goza de perfeita saúde.

A vaca disse. Como ela ousa falar "goza" para uma criatura que não consuma uma gozada legitima á anos.

- Vagabunda! – Falei baixinho.

Theo ergueu a sobrancelha direita e soltou um "irônico" sorrisinho. Ele sacou tudo. Obvio que sacou, eu faço isso desde que dividíamos mamadeiras e ele sempre caiu, mas também sempre descobriu. Tardiamente ele descobria, sempre descobre.

- Fuck you Theodore Cartier. – Mostro-lhe o dedo do meio e sento-me na maca.

Levantei, e desci daquele veiculo que cheirava água sanitária. Uma coisa horrível de se aspirar.

- Eiiii... Ei... – Ele me para, segura-me pela cintura.

Ele está me abraça por trás. Bom saber, bom de sentir, bom de se viver esse momento.

- Meus sapatos Theozinho, aonde estão? – Pergunto, notando que estou descalça e meus pés estão queimando.

- Colin, traga os pertences de Luna...

Colin, o assistente de Theo, sai apressado e volta com nossas coisas. Theo pega meus calçados e me ajuda calçar. Colin, o assistente olha-me com estranheza.

- Sim, Colin, eu sou a super profissional de Rh que te deu a chance de ser assistente pessoal desse Cartier exibido.

- Sim. – Ele apenas concorda.

- Sim, Colin. Eu sou Luna Michelini, e eu falsifiquei os documentos de Gabriele da Silva Santos que é bandida.

- Ele não tem opinião. – Theo fala fitando Colin, que abaixou a cabeça e concordou. - Desista. - Theo me desencoraja.

- Me deixa ter uma conversa. Dá licença Theo, me dá espaço.

- Sim Colin, nós estávamos envolvidos quando eu te indiquei como assistente e você só foi escolhido por ser homem. – Theo se coloca entre nós dois e tenta me afastar de Colin. - Eu não queria piranhas de saia lápis, empinando seus rabos robustos na direção dos órgãos genitais fartos do seu chefe.

- Luna. – Theo me repreende, mas não aguenta e ri.

- Sim Colin, eu sei que é farto, porque já transamos gostoso no passado.

- Theo me soltaaaaaaaaaaaa. Colinnnnnnnnn, nós não transamos gostoso maissssssssssssssssssssssssssssssssssss... – Eu grito e Theo quase tem um ataque cardíaco.

Ele não gostou de ouvir verdades.

Hhehehehehehhehehehehehhehe

Esse Thozinho me faz feliz.

Ele só me colocou no chão quando chegamos ao carro. Entrei, passei o sinto e fingi que nada constrangedor eu tinha dito. Theo fez a mesma linha "sonso" e saiu com o carro em alta velocidade.

Em 15 minutos estávamos na portaria da Ricco.

- Vou pedir para o motorista te deixar em casa, nos vemos á noite. – Ele disse sem me olhar.

Theo desceu do carro e um senhor grisalho entrou e assumiu o volante.

- Estou profundamente ofendida. – Gritei para ele.

Theo voltou, enfiou a cabeça dentro do carro pela janela e beijou meus lábios.

- O quanto mais rápido finalizar o que vim fazer, mais tempo livre terei para estar com você.

Ok, ele voltou ser príncipe.

Sorri e soprei um beijinho. Apertei o botão na porta do carro e o vídeo fechou. Acenei e Theo se afastou.

- O seu nome senhor. – Pedi.

- Garcia.

- Pois bem Garcia, eu sou a viúva de Christiano Castilho, estive presa dois anos e sou russa de terras não demarcadas no mapa. – Avisei. – Antes de tentar qualquer gracinha, processe todas essas informações. EU pareço um Elfo fofo, mas sou um satã calçando salto agulha numero 20.

Ele não esboçou nenhuma reação, positiva ou negativa. Acho que captou a mensagem.

...

Entrei na casa Theo disse que o senhor me levaria, a casa deveria ser dele, mas naquele momento eu vi que a vida me colocava de frente com Rod novamente. Theo e Rod no mesmo tempo e espaço.

- Ai que tesão. – Falei achando muito engraçada aquela situação.

Se um dia Theo ser Rod me ofendeu profundamente, hoje já não ofende mais. Subi as escadas da casa e me lembrei dos poucos dias que passei ali. Não foram bons, foi logo depois da morte de Wolfinho, Suri e Lyh. Eu estava brigada com Rod e já nem me lembro mais a razão. Só sei que meu coração estava fora do prumo naqueles dias que passei aqui.

Agora recuperada, ou melhor, conformada com toda aquela desgraça que devastou meu coração, aproveitei o momento á sós com a casa e parti como um raio analisando tudo, cada detalhe, cada cantinho. Meu modo furação curioso ativou. Eu revirei todos os cômodos... Encontrei muitaaas coisas interessantes.

Que fofinho,nem me lembrava de ter tirado essa foto. É muita antiga, de quando eu cheguei em Sydney, da época em trabalhava para a Dona Paola. 

- Haháaaa Te encontrei. - Theo me dá um baita susto. - Eu sabia! – Theo chegou e me pegou no pulo.

- VOCÊ GUARDA OS LIVROS QUE EU TE MANDAVA. E TEM FOTOS DE PAPARAZZI!

Saltei do meio dos livros, papéis, fotos e abracei Theo. Ele me segurou e me abraçou com carinho.

- Hummm, fofinho. – Declarei encantada com tudo relacionado á mim que encontrei na casa dele.

- Através de um deles que descobri que você estava aqui, tão perto de mim...

- JURA?

- Juro.

- COMO?

Theo puxou um livro na prateleira e abriu. Ele se sentou e me puxou para sentar com ele. Nós nos sentamos e ele começou a foliar o livro.

- Eu não sou Catherine, eu não acredito em conto de fadas, eu não quero viver um amor, eu não quero ter filhos, eu quero ser o que Pierre me mandar ser. – Theo leu. – Ele é a única pessoa que me entende e ele sabe o que é bom pra mim. Aonde eu estiver, ele estará dois passos á minha frente. Tudo estará bem, eu serei outra pessoa e ele também. Ninguém pode me assustar, ninguém pode me envenenar, ninguém pode me atingir. Eu me chamarei Ana, Bianca, Claudia, Daiane, Elaine... Enfim, todos os nomes que Peter sugeriu, mas eu nunca serei aquele que é minha segurança. Se um dia eu usar o nome que começa com a letra G, eu não estarei mais obedecendo a ordem dos fatos que Peter me sugeriu, eu estarei assustada tentando ir para algum lugar longe dele, aonde ninguém pode me encontrar. Se isso acontecer, eu terei me igualado a Catherine e suponho que não terei um final diferente do dela.

Theo termina a leitura e eu o olho perdida, finjo não estar ligada aquelas palavras.

- Quem é Catherine, Luna?

Catherine é a personagem do livro (nada romântico) pelo qual eu e Peter éramos obcecados. Eu amava a história, ela era intrigante. Já Peter usava-a para fazer lavagem cerebral em toda garota que ele queria foder o cérebro.

- Eu não sei.

- É a sua letra. Foi o ultimo livro que você me mandou pelo correio antes de desaparecer. Porque me escreveu isso de trás pra frente e em Chinês.

- HEHEHEHEHEHEHEHE

- Não há nada de engraçado Luna.

Fico séria em respeito á indignação dele.

- Era só uma brincadeira. Não vai me dizer que você aprendeu chinês só para traduzir isso.

- Eu já fiz muita coisa por você, coisas que você não pode nem imaginar.

Nossa, o que ele fez?

- Ai, Theo. É só uma história tola de infância. Não sei como isso te ajudou descobrir que eu era Gabriele.

- A letra G, mais uma imagem do Bezerra da Silva e outra do Silvio Santos.

- HEHEHEHEHHEHEHEHE

Que adolescente bizarra eu fui.

- Luna! Que livro é esse?

- Deixa pra lá. Isso não importa.

- Você ainda tem contato com Peter?

Que pergunta ingrata.

- Eu não falo desse assunto.

- Sabe ou não? Fala Luna. – Ele exige.

- Sei.

- O que acontece no final desse livro?

- O que sempre acontece em histórias nada românticas. Pessoas são enterradas vivas no fundo de um poço. O poço pega fogo acidentalmente e tudo se transforma em cinzas.

- Peter usa esse livro pra te manipular. Ainda te manipula?

- Obvio que não. Eu e Pepê já nos resolvemos. Ele me encontrou á 3 anos anos atrás e me pediu perdão. Ele encontrou outra pessoa para chamar de Catherine e se alguém vai terminar em cinzas, é ela. Eu to fora!

- Luna, você tem certeza?

- Ele é meu irmão. Peter nunca mais fez mal pra mim.

- Isso significa que ele já fez!

Fico quieta.

- Ele te machucou? O que ele fez?

- Nada! Nossa, que obsessivo. Esquece isso.

Pego o livro e jogo longe.

- Isso é idiotice. Que saco! Peter sabe do futuro dele, tanto quanto eu sei do meu.

- Do que está falando Luna?

- Que ninguém vai tirar minha vida, vou morrer de morte natural.

- Rsrsrs. Você tem tanta certeza.

- Meu avô Hades disse e se ele disse, é assim que vai ser. Eu sou resultado de um eclipse, minha mãe é o sol e meu pai a escuridão. Isso tudo significa que eu sou especial e nada nem ninguém pode me atingir. Aquele que tentar me atingir, vai cair! – Reproduzo as palavras de meu avô. – Muitos cairão aos meus pés, eu chorarei por eles, lamentarei pela petulância que tiveram ao tentar me fazer cair.

Theo franze a testa e não diz nada. Eu imito sua careta e o encaro.

- Invocadadinha. – Ele me provoca.

- Rum...

- Marrentinha. – Ele continua.

Sim, eu sei que ele me ama assim, toda metida e mandona, mas cheia de graça.

- Eu sou uma graça! Admita.

- Eu admito. Você é encantadora.

- O que mais?

Quero muito ouvir.

- Meiga...

- E o que mais?

- E abusada?

Isso é letra da cantora inspiração do meu pônei (ex unicórnio) brasileira?!

OMG, Theo está rindo de mim.

- E quem foi que disse que eu estava apaixonada por você, não é Rod Theodore...

- DiCello Cartier. – Ele está impossível no dia de hoje.

- Haaaaaa Theo!

Não me provoca.

- O que eu fiz, dona da porra toda?

- PARA DE ME ZUAR!

- HAHAHAHAHHAHAHAHA.

- PARA THEO. PARAAA!

- Eclipse, imortal... E o que mais? Eu não posso levar isso á sério. Desculpe-me, mas não posso.

- Eu deveria te rogar uma praga para você ver se não pega! Não brinca comigo...

- E esse seu avô que ninguém nunca viu.

- Ei ei. Meu avô é um homem reservado, seletivo, ele não se mistura com gentalha.

- Ele é mexicano, trabalha no "Chaves", é contratado do Silvio Santos?

- Não! NÃO! Porque diz isso? Pare de provocar meu avô. Se ele vier se entender com você, eu não te defendo, não defendo.

- E o que um velho pode me fazer?

- Você saberá quando botar os olhos no tamanho do cajado Xamã dele. Seu otário maluco.

- Espere Luna. – Agora ele fala mais sério. Parece tenso.

- Sim?

- Cajado?

- Exato.

- Não brinca com isso. Você sabe que desde moleque eu sou fissurado nas histórias do senhor dos anéis.

- CALA A BOCA THEOO, SEU BABACA!

- HAHAHAHHAHAHAHHAHA

Theo adora me atormentar com suas piadinhas sem graça. O pior é que eu sempre caio.

- Meu avô não é o velho de cabelo branco do senhor dos anéis. Meu Deus, Theodore, nós já estamos próximos de completar 30 anos e você não cresce.

Ele me olha dos pés á cabeça me medindo. Sem graça.

- Nem fala...

Theo me abraça apertado e beija diversas vezes partes aleatórias do meu rosto.

- As minhas noites preferidas, as mais gostosas que já vivi, foram as raras aonde aconteceu o fenomenal eclipse Lunar.

Ok, isso foi quase uma declaração de amor, mas em resposta em sublinhas subliminares ao meu "sim, a gente transava gostoso", que confidenciei á Colin (olhos de coruja, curioso pra caramba).

- Hummmm... – Fiquei sem graça.

- Você está corando? – Ele me julga envergonhada.

- Eu sinto falta das noites fenomenais em que você sentiu o poder do eclipse...

Olho para ele e mordo os lábios, os olhos dele fixam nos meus e já posso sentir o gosto da boca dele na minha.

- Eu te amo Luna. Desculpa ter sido rude mais cedo, prometo te recompensar.

- Você não foi rude. Não se desculpe. Estou feliz pelos últimos dias...

Eu sinto que nada nem ninguém pode ficar entre nós dois.

- Sim... Tudo tem sido quase perfeito.

Eu gostei do quase no meio da frase, pois ficamos sempre no "quase" na cama.

- O que falta para ficar tudo perfeito?

Theo sobe a mão esquerda pelo meu braço direito e alcança meu rosto. Ele olha nos fundos dos meus olhos, espero pelo que vem: Uma palavra ou um beijo?

Eu quero os dois! Quero tudo que ele pode me oferecer.

Mas o telefone dele toca.

- Não atende... – Peço segurando sua mão para que ela não deixe meu rosto.

- Nada é permanente... Eu não vou te decepcionar Luna. Eu prometo que tudo que estiver ao meu alcance e fora dele, vou fazer para não te decepcionar.

-Quando?

Não aguento mais...

- Quando o que? - Ele sorri.

Theo joga comigo, esse cretino.

- Filho de uma puta. – Falo empurrando sua mão para longe do meu rosto.

- Minha mãe é sua avó.

- ELA NÃO TE PARIU! VAI PRA PUTA QUE TE PARIU.

- Ei, olha essa boca suja...

- VAI ATENDER SUA MULHER E O FILHO QUE VOCÊ PLANTOU NA MERDA DO ÚTERO DELA E ME DEIXA EM PAZ.

Atiro livros na cabeça dele e o cretino só sabe desviar e rir a cada vez que erro o alvo.

- NÃO ME PROVOCA ROD! EU TE MATO COM TRAUMATISMO CLANIANO! – Grito, lançando mais livros.

Ele ficou paralisado, não desviou do livro e eu atingi o alvo. Bateu na cabeça dele, mas creio que não machucou, pois ele fez uma pequena careta e logo voltou ao normal.

- Sem graça! Finja que doeu.

- Ai que dor Gabriele.

Ele me chamou de que?

Espera, ok, eu chamei ele de Rod primeiro.

- Saiu sem querer, nem começa. Não fica de ironia comigo. Droga, eu me sinto presa em um quadro televisivo estilo "de volta para minha terra", isso é nostálgico, eu quero dar...

- Quando você fica nervosa e agitada diz coisas perigosas, sabe disso?

Eu disse "quero dar"???

Ai, estou me complicando, mas nem ligo. Quero dar mesmo e muito. Dar muita coisa para ele, tipo:

- DAR UM MURRO NA SUA CARA!

Saio e o deixo lá rindo da minha confusão nervosa e mental.

- FIQUE BONITA, VAMOS SAIR.

O que ele disse?

Volto, subo na mesa e aponto o dedo na fuça dele.

- Fique bonita?

Chamou-me de feia?

- Se arrume, vamos sair. – Ele diz pausadamente.

- Transferiu o titulo de linda para sua esposinha? – Pergunto e ele ri.

Ele ri de tudo que eu falo.

- Você chama ela de linda, Theo? Ela é mais bonita do que eu? – Pergunto magoada.

Theo para de rir.

- As mulheres da sua família são todas muito bonitas. – Ele desconversa.

- Desconversa Theo, você está cada dia mais covarde.

- Não sei do que está falando Luna.

- Não? Você é um cretino. Não vou sair com você, vá sozinho. Nenhum homem manda eu me arrumar como se eu precisasse urgentemente de um trato. Sou a pessoa mais vaidosa da minha família, ninguém fala assim comigo. Eu não preciso disso, minha avó que você chama de mãe, me ensinou ser uma moça vaidosa e bem apresentável SEMPRE, desde pequena.

- Você se ofende por nada, Luna.

Olho de lado para ele e o amaldiçoo.

(...)

3 horas depois...

- DE VOLTA AO CASTELO, QUEEN!

Ops, as BI's me pegaram tentando entrar na balada delas sem chamar atenção porque sinto-me envergonhada...

- Sinto-me envergonhada, mas eu queria muito vê-las. Vocês aceitam minhas desculpas.

- BIUNIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII AAAAAAA BICHINHA! – Elas gritam juntas (parecem ensaiadas).

Fui esmagadas por 4 mulheres com a força de 6 homens enormes. Elas são enormes.

- Que rosa poderoso! – Shiva observa.

- É, eu consegui esse Fendi ali da esquina.

- Ta grifada. – Pam disse me dando as costas e logo em seguida dando meia volta.

Elas são engraçadas. Nós entramos e fomos direto para o camarote de sempre, o das donas da balada. Como de costume, me encharcaram de champanhe Rose, o meu preferido. Mesmo com álcool circulando pelas minhas veias, eu estava contida, não conseguia me soltar.

- Rod! – Candy disse quase gemendo. – Ohhhhh – Aí ela gemeu com vontade. – O lobo mal voltou.

Isso foi tosco.

Olhei para onde ela olhava e o vi procurando alguém, sorri e logo fiquei soltinha. Puxei um rapaz qualquer pela camisa, o arrastei até a mesa mais próxima, subi nela e comecei a dançar para ele. Não demorou muito para sentir as mãos de Theo em mim. Ele me chamou e me fez sinal para descer. Eu não desci. Ele me cutucou novamente e me pediu gentilmente para que eu descesse. Não desci da mesa, mas fui até o chão rebolando.

- Luna, desce!

- Não!

- Eu vou falar com você.

- Já está falando.

Eu não desci, mas ele subiu na mesa e começou uma dança contida do meu lado, logo mais solto estava em frente á mim. Logo mais ainda mais soltinho, estava com os braços em torno de mim.

- Não saia mais sem dizer aonde vai quando estiver comigo. – Ele disse gritando no meu ouvido.

- Eu pensei que você havia me trago aqui para finalizar nossa viagem da maneira mais especial, mas eu me enganei. Eu só quero me divertir com as minhas amigas, você pode ir embora, não se preocupe comigo, volte para os seus assuntos. Estarei no aeroporto, pela manhã, na hora que o piloto disse que nos levaria para Marselha.

- Eu poderia ter vindo e voltado no mesmo dia sem te dizer nada, mas eu quis vir com você. Eu te convidei e você aceitou. Achei que seria fácil passar o dia com você aqui, mas há muita coisa nesse lugar que não dá pra ignorar. – Ele diz chegando mais perto e meu corpo reage pegando fogo...

Que calor...

- Eu não posso mais errar com você...

- Eu só quero me divertir. Relaxe e aproveite comigo, se não puder, vai embora e me deixa encontrar uma forma de aproveitar sem você.

Theo me apertou em seus braços, mas eu não o abracei de volta.

- Vamos nos divertir essa noite. – Ele diz em tom de promessa.

- Você parece uma donzela sendo desvirginada. É patético Theodore! Eu me sinto uma prostituta tentando aliciar um menor de idade. Vá se fuder. – O empurro para fora da minha mesa.

Ele subiu de volta e tentou se aproximar. Eu me afastei bruscamente e logo as quatro bichas amigas estavam me resgatando.

- ELA DISSE QUE É UMA PROSTITUTA, ENTÃO ELA VAI SE DIVERTIR E NÃO É COM QUALQUER UM, MENOS COM VOCÊ. ENTENDEU DONZELA! – Shiva fala grosso com Theo.

- Shavana, menos! Esse lugar é tanto seu quanto meu. Abaixa a bola ou eu te chuto para fora daqui.

- TENTA!

Eu faço o que?

Pego meu champanhe rose e saio de fininho.

(...)

-------------------------------------

Parte 2 – Rod DiCello

- Senhor Rod. – Meu assistente pessoal chama-me no radio.

Recuso a chamada.

- Senhor Rod, é urgente.

Recuso novamente a chamada.

- Senhor Rod, há uma vaca morta em sua suíte.

Que brincadeira de mau gosto é esta. .

- Collin! 

- Senhor Rod, sua companheira foi atacada por uma vaca.

Colin me dá a noticia de forma séria, mas eu não consigo levá-lo á sério.

- Colin, dessa vez passa, mas não terá próxima. Não volte me chamar no rádio no seu dia de folga.

Ele deve estar devidamente alcoolizado. É impossível alguém ser atacado por uma vaca no oitavo andar de um hotel 5 estrelas em qualquer lugar do mundo.

- Senhor, eu insisto. Estou em uma ambulância á caminho do hospital, acompanhando a senhorita Cassandra.

Começo acreditar, pois ouvi a voz Cassandra ao fundo.

- Qual a gravidade de 1 á 10?

- 11 senhor. É grave. O que devo fazer?

Meu filho, Arthurzinho estava sob os cuidados de Cassandra e da babá quando saí.

- Colin, á mais alguém ferido. – Pergunto com medo da resposta.

- Não senhor. Arthur e a Babá estão com Gabi.

- GABI? – Grito ouvindo aquilo.

- Desculpe Senhor, eu quis dizer a senhorita Luna Michilini.

Colin á conheceu como Gabriele, ainda em Sydney, ela é responsável pela contratação dele. Ela trabalhou poucas semanas no RH da Ricco em um processo seletivo. Propositalmente ela selecionou somente Colin para a vaga de meu assistente pessoal.

Eu estava jantando com Juliette e ela me olhava com curiosidade..

- Julliete, surgiu um imprevisto. Cassandra sofreu algum tipo de acidente – Bizarro, eu penso. – E terei que interromper nosso jantar verificar meu filho.

- Sem problemas Theozinho. Onde ela está?

- Á caminho de algum hospital.

- Ok querido, então sugiro que leve documentos, roupas e o objetos de uso pessoal...

Bem lembrado. Eu deveria me preocupar com Cassandra, mas estou curioso para saber por que Luna saiu com meu filho e sua babá.

- Colin, mantenha-me informado.

- Sim Senhor.

Desligo e subo para os quartos com Juliette. Não pude entrar na suíte que eu ocupava, os seguranças do hotel e alguns policias estavam lá e impediram minha entrada.

- O que aconteceu aqui? – Perguntei á um segurança.

- Aparentemente nada grave senhor. Uma hospede ficou muito louca. – Ele faz um sinal assinalando que ela abusou de drogas. – Caiu, se machucou e saiu inventando histórias.

- Que tipo de histórias?

- Ela disse que foi atacada por uma vaca e cachorros. Dá pra imaginar? A mulher estava muito chapada.

Com certeza, ela estava alucinando, ou em surto.

- Vou pegar meu filho, ele está com Luna. – Falei para Juliette.

- Eu pego as coisas da moça. Dou um jeito de entrar. Vá ver seu filho.

- Obrigada Julie...

Ela sorriu em resposta e eu saí dali. Saí nervoso para encontrar meu filho e ansioso em me encontrar com Luna. Bati na porta do quarto dela e Iggor abriu a porta. Achei muito estranho vê-lo ali. A ultima vez que o vi, fui quase morto por um bandido que invadiu a casa do penhasco.

- Tudo bem com Luna? – Foi minha primeira reação ao vê-lo ali.

- Seu filho e a babá estão em um quarto, em uma ala isolada do hotel. Luna também está lá.

- O que está acontecendo aqui?

- Eu estava esperando você. Entre.

- Vou ver meu filho.

Iggor me puxou para dentro do quarto e fechou a porta.

- Há duas realidades aqui, um que você pode ver e outra de onde eu venho e que você nunca vai compreender. Luna é minha garota, ela sabe se virar nos dois. Cassandra é filha de um cara chamado Alexandr Sergey. Ele vem da onde eu vim, as duas são primas e filhas dois caras criados no submundo. Elas vão ficar bem, você... Você deve se preocupar com você. Luna e Cassandra têm a vantagem de pertencerem á um lugar aonde as leis são diferentes das do seu "lugar". Nada acontecerá á nenhuma das duas á menos que uma comece atacar á outra. Cassandra está sobe ameaça de alguém e não pode mais parar o que começou.

- Baseado no fato de que nunca o ouvi falar tanto, estou assustado.

- Você deve levar essa porra mais á sério, ou elas vão se matar. Se a cadela da sua namorada fizer algo contra minha filha...

- Você vem atrás de mim! – É obvio.

Não é a primeira vez que ele me ameaça.

Mas dessa vez Iggor, esboça um sorriso irônico no rosto. Ele me olha de forma debochada e assopra um suspiro que parece um lamento.

- De onde eu venho, se me ferem eu firo quem me feriu. Se fodem a minha mãe, eu fodo á mãe do desgraçado. Quando minha filha é ferida, eu fodo com a vida do filho do desgraçado.

Ele está ameaçando meu filho.

- Iggor, deixe meu filho fora disso. Eu amo a sua filha, eu nunca vou permitir que Cassandra machuque-a.

- HÁ PESSOAS MANIPULANDO A DESGRAÇADA. A SUA NAMORADA É DOENTE, TEM A MENTE MANIPULADA POR QUALQUER MERDA QUE QUEIRA MANIPULÁ-LA. VOCÊ NÃO TEM QUE PERMITIR. ESTÁ FORA CARA, VOCÊ ESTÁ FORA DESSA MERDA.

Iggor me empurra, eu o empurro de volta. Ele me empurra mais forte, eu me seguro e vou pra cima dele.

- EU ESTOU CUIDANDO DA SUA FILHA E ESTOU CONTROLANDO CASSANDRA. NADA ACONTECERÁ Á LUNA.

- LUNA NÃO PODE SER CUIDADA. ELA ESTÁ SOBE O CONTROLE DE TUDO.

-ELA NÃO SABE O QUE ESTÁ ACONTECENDO. ESTAMOS PRESERVANDO ELA.

- RSRSRS... . Você pensa que conhece minha filha... NÃO CONHECE. – Ele vira o punho no meu rosto, consigo desviar do primeiro golpe. Ele virou outro logo em seguida, foi tão rápido que não consegui desvirar do segundo.

Segurei-me para não ira ao chão. Afastei-me dele, ele veio atrás.

- Rod, você é um cara bacana, eu simpatizo com você, mas só porque a minha filha é ferrada de sentimentos por você. Só por isso!

O que ele realmente quer me dizer?

- Mas Luna não tem sentimentos só por você. Ela é igual a mãe, ela perdoa toda mundo, ela protege todo mundo. O jeito dela proteger é ficando calada. Luna nunca vai te dizer tudo que sabe sobre as pessoas e o mundo. Ela é egoísta e egocêntrica igual a desgraçada da Melina. Ela vai foder com vida da prima dela, com a do seu filho, com a sua, com a das amigas dela... Ela está fazendo isso neste momento...

- Luna não é capaz de fazer mal á ninguém.

- SE VOCÊ NÃO COMEÇAR OLHAR LUNA COM OUTROS OLHOS, SE NÃO TOMAR UMA PROVIDÊNCIA QUANTO Á SUA CEGUEIRA, ELA VAI ARRASTAR SEU FILHO JUNTO COM CASSANDRA PARA O INFERNO QUE AGUARDA TODOS.

- TODOS? O QUE ESTÁ ME ESCONDENDO... FALE DE UMA VEZ. FALE IGGOR.

- Separe Luna de Cassandra, mantenha-as milhas de distância uma da outra.

- Obrigado pelo conselho, mas...

- NÃO É UM CONSELHO. VOCÊ VAI PEGAR A VAGABUNDA DA SUA NAMORADA E VAI SE MANDAR COM ELA E SEU FILHO, PARA A PUTA QUE PARIU.

Engulo meu orgulho e fico calado. Sou obrigado concordar com ele. Pelo que a equipe de meu pai e eu temos, Cassandra é perigosa se quiser. Ela já insinuou algumas vezes que pode desaparecer comigo e Luna quando quiser sem se comprometer. Poucos dias após me ameaçar, fui atacado em Marselha. Ela deu o recado e alguém o executou. Alguém tão preparado que driblou a três equipes de segurança: A minha, a de meu pai e a da mansão. Além das equipes, conseguiu também fugir ileso de Iggor. Essa pessoa ainda sequestrou Maluma e a manteve refém dentro de minha própria casa. Ninguém viu, as câmeras de segurança não captaram nada. Seja quem forem essas pessoas, são extremante profissionais e bem preparadas.

- Você fará isso! – Iggor reforça.

Noto que ele está nervoso e seus olhos lacrimejam.

- Nada acontecerá á Luna.

- Já está acontecendo. Luna é uma filha da puta. Logo descobrirá o quão filha da mãe dela, ela pode ser.

- Iggor, estranha-me te ver falar assim de Melina.

Aonde ela está? O que fez á ele?

- Você tem muito dinheiro, certo Rod?

- É certo.

- Você apostaria dinheiro comigo?

Não.

- Não aposto dinheiro.

- Aposta uma luta.

- Aposto.

- A sua preocupação principal era Cassandra levar seu moleque pra Russia, certo?

- Não só isso. Há outras razões.

- Eu sei. Há a morte do seu irmão.

- Acredito que ela tem respostas...

Ela está envolvida e eu vou botá-la na cadeia. Cassandra vai pagar pelo que mau que trouxe para minha família.

- Eu neguei a entrada dela no território dominado pela máfia. Alexandr ainda é influente, mas no momento eu estou no comando de tudo por lá. Então, ela tentou, mas não vai ter a proteção de nenhum Russo.

Desgraçada. Ela não ficou só na ameaça. Cassandra realmente tentou ir embora com Arthur.

- Ela não terá apoio lá enquanto estiver um alerta meu, aonde eu emiti um comunicado avisando á todos os aliados que Cassandra, filha de Alexandr foi aliada de um traidor da causa da máfia: De Christiano Castilho.

Que porra é essa que ele está dizendo?

- Cassandra esteve envolvida com Christiano Castilho?

- Como acha que a prima desaparecida de Luna foi parar na mesma merda de país, de cidade, de bairro que a minha filha?

- Eu sei que não foi coincidência. Mas não podia imaginar ela e Castilho.

Conheci Cassandra em um bar, na ocasião quem me mostrou ela e uma amiga foi Christino. Faz sentido e Iggor não se enganaria.

- Aposto com você que Melina está em algum lugar rindo da sua cara.

Ele ri. Não teve graça.

- Eu não sou o tolo que você vê Iggor. Nesses meses eu não tenho "namorado" Cassandra, eu tenho reunido provas. Com o que tenho, ela já estaria na cadeia. Só não fizemos isso ainda, porque ela está amparada por pessoas que não sabemos quem são. Elas á ajudaram matar meu irmão e a ajudaram tentar matar á mim e Otávio. Eu tenho família no Brasil, eles são simples, acessíveis. Minha precaução maior é com eles, com Arthur. – Falo ... – E com Luna, obvio.

- Dê alguma atenção á vadia, cuide dela e das costelas quebradas que ... – Ele estrala o pescoço. – Que me deu algum prazer em anos.

- Você atacou Cassandra? Hoje?

Obvio, por isso ele está aqui.

- Se incomoda?

- Não, mas porque fez isso agora?

- Porque ela precisa passar algum tempo de repouso absoluto casa, sobe os cuidados da família, você e seu moleque, enquanto eu finalizo meu serviço com a "gente" que é do seu conhecimento, amparam a vadia.

Eu já havia dito á meu pai que precisava passar mais tempo em casa com Cassandra para obter mais gravações e ter mais acesso ás contas pessoal em celulares, notebook e tablet dela. Meu pai concordou comigo, mas ao mesmo tempo lembrou-me que eu não posso ficar muito tempo sem ver Luna. O Senhor Cartier nunca me deixa esquecer que quando ele deu espaço á Melina ela se apaixonou pelo pai de Luna. Não temo só que ela se apaixone por outro, meu único medo é que ela me odeie por não estar presente tanto quanto ela deseja e eu gostaria de poder estar.

Hoje não era para eu estar na Suiça, eu vim sem necessidade nenhuma relacionada á trabalho. Estou aqui, pois não suportava mais ver Luna e ter noticias dela só pelas noticias que têm saído dela em sites de noticia, jornais e revistas. A cada imagem que eu via e entrevista que dela que lia, mais falta de estar por perto sentia. Ela está tão diferente e eu não quero perder nenhuma mudança pessoal que ela venha á ter. Quero estar presente, saber se é o que ela quer, ou se estão obrigando-a se vestir diferente, se portar diferente... Eu vim e fiquei aliviado em ver que a mudança partiu dela. Luna está mais madura após esta tarefa dada á ela por meu pai. Ela está feliz, radiante, motivada, mais linda do que nunca. Vê-la se entendendo, se encontrando longe de mim é duro, mas eu preciso ser menos egoísta em relação á ela. Minha meta é que em um ou dois meses no máximo, eu possa ouvir dela todas suas novas experiências e quais levaram-lhe mudar, amadurecer.

Minha garota está amadurecendo, nunca pensei que ela abandonaria sua filosofia do Peter Pan. Por todo minha infância ouvi ela me confidenciar escondido, que leu Peter Pan escondido de Melina e que ela fez uma promessa á sua alma de que nunca se tornaria uma adulta madura. Luna pratica seu lado infantil, ela é imatura em muitos aspectos porque acha isso uma grande qualidade.

Eu acho que faz parte do charme dela seu jeito de menina. Mas Luna é madura quando precisa, e quando ela é assusta á todos com sua mudança repentina de atitude. Ninguém espera nada maduro vindo dela, nunca. Então quando vem, é completamente inesperado e integrante.

...

Saí em busca de meu filho. Encontrei Arthur dormindo abraçado em um macaco de pelúcia.

- Luna deu para ele. – A babá me disse. – Tem o seu perfume, senhor.

Essa babá não cansa de tentar ser "agradável" comigo.

- Babá. – Chamo-a.

- Sim senhor, deseja algo.

- Você é gostosa. – Falo e os olhos dela crescem carregados de desejo para cima de mim. – Mas já passei da fase "fodo qualquer uma". Entendeu?

- Sim senhor.

- Que bonito, chamando a babá de gostosa! – Luna diz em algum lugar.

Saio procurando-a e não á encontro mais.

- Ela está sempre ouvindo atrás de portas e paredes, senhor. – A babá dedura Luna.

- Rsrsrs. – Sorrio, meu riso é sobre Luna.

Só sobre ela. Minha linda nunca perdeu o costume de querer saber de tudo.

Não desisti de encontrá-la. Visto que Arthur estava seguro e repousava tranquilo e sereno, parti em busca daquela linda chamada Luna Michelini. Mas fui interrompido pelo choro de Arthur. Voltei para o quarto e dormi com meu garoto.

No dia seguinte, procurei Luna e ela simplesmente desapareceu do hotel. Passei a manhã com Arthur no hotel mesmo, á tarde eu pretendia ir ao hospital fazer meu papel de "namorado", quando deixava o hotel, já na garagem do hotel fui abordado por Sasha, o empresário do rival de Robert no MMA.

- Rod DiCello Cartier? – Ele pergunta-me mal encarado.

Seu sotaque é carregado.

- É comigo?

- Você vai ver minha filha agora, seu desgraçado!

Filha? Foi o que ele disse? Não posso entender com clareza o que ele tenta falar.

- Olha cara, eu não sei quem é sua filha...

- Você conhece Cassandra. Entre no carro e dirija.

Se ele é quem diz, é o Russo Alexandr á quem Iggor se referiu ontem. Acho que terei que fazer o papel de genro dedicado e preocupado com o pai da minha "namorada".

- Sim, vamos. Eu estava mesmo indo para o hospital.

Ele entrou no meu carro e ficou calado todo caminho até lá. Me permitiram ver Cassandra, encontrei Colin no corredor e ele me colocou a par de tudo que se passou com ela ali.

Cassandra tinha ferimentos no rosto, braços e pernas.

- Arranhões senhor, nada grave. O grave mesmo foi interno. Ela teve uma perna e três costelas quebradas. Ela está bastante abalada, agitada e chama muito pelo senhor.

- Obrigado Colin.

- Disponha Senhor.

- Serei generoso com as horas extras que fez trabalhando na sua folga.

- Eu agradeço e acho justo senhor.

- Ok Colin, vá logo embora antes que eu o encontre algo para ocupar seu tempo.

- Tchau Senhor.

Ele saiu e eu entrei no quarto.

- ONDE VOCÊ ESTAVA? – Ela me recebeu com gritos.

- Calma Cass, estou aqui agora.

Ela se acalma e fica calada.

- Cass, eu tive que ficar com Arthurzinho. Nosso filho estava muito agitado á noite.

- Dormiu com ele?

- Sim.

- Só com ele.

- Obvio Cass.

Cassandra mantêm os olhos fixos em mim.

- Rod, ela quer guerra.

- Ela quem ?

- Luna declarou guerra.

- Como você se sente?

Tento mudar de assunto.

- Não quer saber o que ela fez comigo? Você já sabe não é? Vocês dois planejaram isso juntos e passaram a noite comemorando.

- Você está em recuperação, pare de pensar, de se preocupar com Luna. Pelo menos aqui, pare com essa obsessão. Luna não está nem aí para nós dois.

- Vocês dormiram juntos. A calcinha dela estava no quarto.

- Você está vendo coisas Cass.

- Ela dormiu com você!

- Não. – Nego.

Cassandra começa a chorar e tenta erguer os braços. Seguro-os e tento contê-la.

- Eu saí do banho, ouvi Luna rindo. Fui ao quarto de Arthur e ele estava brincando com a babá. Ele queria correr no corredor e eu pedi que ela o levasse no playground para que ele queimasse alguma energia lá. Eles saíram, eu ouvi a voz de Luna dentro do quarto.

- Cassandra, nada disso aconteceu. Você pensa tanto em Luna, que já está até ouvindo a voz dela.

- ME DEIXE FALAR. ME DEIXE FALAR.

Ela se desespera, como de costume.

- Fale.

- Eu senti algo molhado gotejando na minha pele. Eu olhei para cima e tinha um animal morto, suspenso sobre a minha cabeça. Eu gritei por socorro e o pesadelo começou. Cães invadiram o quarto, o animal começou a jorrar sangue por todo quarto. Eu tentei correr, duas pessoas entraram no quarto e me seguraram. Elas me amarraram no pé da cama, desamarraram o animal morto. Ele despencou do teto, os cachorros começaram a latir e á subir em cima do animal...

Hahahahahahahahahahahahahahahaha ela estava mesmo muito louca.

- VOCÊ ESTÁ RINDO?

- Não. – Seguro o riso. – Continue...

- Eles me falaram: É isso que putinha faz com vaca intrometida.

Cassandra havia chamado Luna de putinha no dia anterior ao ocorrido que ela está me relatando.

- Eles falaram que aquilo era uma amostra grátis do valor que o sangue de uma putinha tem...

Cassandra arranhou Luna, fez um pequeno corte e sangrou na hora. Depois quando conversei com Luna, ela disse-me que estava bem e iria tirar o dia de folga para se recuperar do susto.

- FINJA QUE SE IMPORTA.

- Eu estou tentando entender o que te aconteceu, meu amor.

Toda vez que tenho que chamar essa vagabunda de amor, a sensação é de suicídio. Sinto que estou traindo Luna, mas preciso mentir para Cassandra... É por nós dois, por mim e por Luna que ajo dessa forma.

- ELA MANDOU AQUELAS PESSOAS ME ASSUSTAREM. ELA ME MANDOU UM RECADO.

- Calma Cass, a policia está lá no hotel e eles estão investigando o que aconteceu. Se for Luna, eles irão descobrir.

- Ela ouviu nossa briga, ela mandou eles me falarem baixarias sobre o jardineiro e eles ... – Ela chora mais intensamente. – Eles me entregaram uma coisa nojenta que ela mandou.

- O que?

O que Luna aprontou?

- Eles falaram que eu era uma vaca sonsa e morta igual aquela naquele quarto. Disserem que o companheiro dela não era broxa como o você e que a pessoa por trás daquela "surpresa" pra mim, mandou-me o pau duro do boi. Eles comparavam ele com o seu e faziam piadas e ameaçaram me matar se eu não enfiasse aquilo na vaca para que ela fosse enterrada com "honras" do companheiro dela.

- Puta que pariu.

O que Luna tem naquela cabeça...Rsrsrsrs

Levantei-me e fiquei de costas para Cassandra, para poder rir. Não, eu não duvido que Luna foi capaz disso. Eu estive em um colégio interno com ela e lá ela fez coisas parecidas –porém mais leves - com as meninas com quem eu ficava.

- Isso não vai ficar assim, Cass. – Dou algum retorno á Cassandra.

Ainda de costas, continuo rindo disfarçadamente da ultima proeza de Luna.

- Você acredita em mim, amor?

Sou obrigado voltar para o lado dela, faz parte da cena.

- Obvio, querida. Eu conheço Luna, sei do que ela é capaz.

- Você foi o único que acreditou em mim.

- Eu nunca duvidaria de você.

Ela sorriu e ao mesmo tempo fez uma careta de dor.

- Dói?

- Sim. Aquele homem, Iggor, ele invadiu o quarto. Não sei de onde ele saiu, ele apareceu lá do nada. Eu pensei que ele fosse me ajudar, mas ele só mandou os outros limparem aquilo tudo. Eles obedeceram Iggor e eu percebi que ele não estava lá para me ajudar. Ele me enforcou, me jogou em cima do animal morto, me deu um canivete e me mandou abrir. Eu tentei usar o canivete para ameaça-lo...

Burra...

- Não funcionou. Ele segurou meu punho, levou até o pescoço do animal e me mandou esquartejá-la.

Meu Deus, Luna tem para quem puxar com essas ideias malucas dela.

- Cass, eu sinto muito. Se não quiser falar mais sobre isso, podemos parar...

Não sinto nada. Eu quero ouvir mais.

- Não, eu quero falar. Porque você foi o único que acreditou em mim. Nem meu pai acreditou em mim e ele sabe do que aquela putinha é capaz.

É melhor você parar de chamá-la assim. Como Luna diz: Eu sou perigosa.

HAHAHAH

- Ela é perigosa, meu amor. Demonstrou isso.

- Ela é ridícula. Isso não vai ficar assim. Iggor me fez esquartejar aquele animal enorme, depois ele disse que íamos jantar. Ele me fez tomar banho, me vestir, me maquiar. Ele me fez sair do hotel com ele.

- Ele te amarrou em algum momento? Ele te obrigou?

Eu não via em seus punhos nenhum sinal de violência.

- Não. Eu fui de livre vontade, porque eu senti muito medo. Ele me deu muito medo. Eu tentei correr dele, eu tentei conversar com ele. Mas ele é muito rápido e muito convincente. Hora eu sentia medo, hora eu confiava nele.

- Para onde ele te levou?

- Para um terreno abandonado, lá tinha uma mesa improvisada com uma cadeira só. Ele me fez comer um ensopado preparado com os restos do animal e .... Aaaaaaaaaaaaaa – Ela grita chorando.

Cassandra abriu os braços, me pedindo para confortá-la. Eu a abracei e esperei ela terminar a história.

- Ele me perguntou se eu gostava mais dos meus braços, ou das minhas pernas. Eu não respondi, então ele se levantou, segurou a cadeira onde eu estava sentada e me mandou levantar. Levantei e ele me disse: "Vou te dar um presente. Eu perguntei o que e ele me disse que me daria o direito de saber antecipadamente o que ele iria fazer comigo. Ele disse: Minha perna direita vai te dar uma rasteira pegando na sua perna esquerda. Você vai cair de costas, com esquerdo vou pisar nas suas costas mantendo-a imobilizada. Eu vou erguer meu pé direito e vou voltar esmagando suas costelas com dois golpes. Você vai ouvir Crek Crek, serão duas costelas se partindo...

Caralho...

- Cass, você disse á policia?

- ELE É A POLICIA. ELE ESTAVA COM OS POLICIAIS.

- Calma, nós vamos fazer algo.

- Não, eu vou fazer, você não fazer nada. Se algo acontecer comigo, você tem que estar de fora para cuidar do nosso filho.

Ela é filha de uma puta, mas ama nosso filho. Pelo menos isso, no meio de sua insanidade, ela pensa e se preocupa com o futuro dele.

- Rod, eu preciso dizer tudo. Eu preciso desabafar.

- Desabafe meu amor.

- Você está do meu lado?

- Sempre. Mesmo que você duvide algumas vezes, eu estou com você pra tudo, querida.

Conte-me algo que te comprometa mais ainda Cassandra. Vamos "querida", "meu amor", dê-me mais.

- Ele me deu a vantagem de meia hora. Eu sabia que ele queria me cansar, então eu não corri, ele ficou furioso. Disse que eu era uma ingrata e executou o que havia prometido anteriormente. Ele me agrediu e depois me levou de volta ao hotel. Ele obrigou eu me drogar, com a ameaça de fazer mal ao nosso Arthur. Eu me droguei, ele me obrigou tocar em alguns objetos do quarto e depois ele os quebrou. Aquele homem é perverso, ele é frio, ele é UM MONSTRO!

Já ouvi dizer que ele é muito pior que isso, "querida". Nunca fui testemunha de nenhuma vitima dele. Muito se fala de Iggor, mas as vitimas apareceram para contar as histórias.

- Ele só não me matou, porque meu pai é amigo dele. Se não fosse por isso, ele teria me matado.

Engana-se Cassandra. Iggor não te matou, porque ele não faz mais isso. Luna conta que quando Iggor á conheceu, prometeu abandonar o crime e ele nunca mais fez nenhuma vitima fatal. Então se Cassandra está viva, é por causa dessa promessa que ele não quebra.

(...)

Um mês depois...

Cassandra está sobe controle em casa, eu passei o ultimo mês dando-lhe "atenção" em casa, em Paris. Ela está cada dia mais segura do meu "amor" por ela e menos desconfiada em relação a veracidade desse sentimento.

Nesse mês ela aceitou passar por acompanhamento psicológico e eu a convenci de que Otávio irá levar o caso á policia novamente para que seja reaberto o caso do sequestro do avião da Ricco. Tudo isso para "vingar" o ataque de Luna á Cassandra na Suiça.

Cassandra caiu nessa e eu consegui 15 dias com a minha linda, longe de qualquer suspeita de Cassandra. Ela acredita cegamente que eu "odeio" a minha ursinha e que estou fazendo de um tudo para fazê-la pagar pelo que fez á ela.

Consegui os 15 dias e consegui trazer Arthur comigo. Cassandra está na fase final do tratamento, mas ainda não pode percorrer longas distâncias caminhando, então não pode cuidar de Arthur sozinha. Ela vai começar a fisioterapia e eu prometi á ela que volto com boas noticias sobre a volta de Luna á prisão. Só que ela não imagina que quem vai para a prisão é ela.

Deixei-a com minha avó e a mãe dela Alana. Liguei para Luna, propus a viagem e ela confirmou. No dia marcado ela me mandou um recado dizendo que ela tinha coisas mais importantes para fazer do que ficar servindo de babá do meu filho em uma viagem de negócios minha.

A viagem serviria para 5 coisas:

Primeira: Estar perto da minha linda.

Segunda: Aproximá-la de Arthur.

Terceira: Afastar ela e Arthur do olho do furação, pois está tudo prestes a se resolver e o que eu , meu pai, Maluma e Iggor concordamos em preservá-los independente de qualquer coisa. Nossa precaução é para que eles percebam e não sofram pelo que vai acontecer quando Cassandra e seus comparsas forem confrontados.

Quarto: Tê-la só pra mim novamente, sem ter ninguém por perto nos vigiando ou julgando.

Quinto: Fazê-la sentir saudade de tudo que vivemos e de tudo que ainda temos para viver juntos...

Mas Luna cancelou a viagem, eu ainda tinha a companhia de Arthur, então segui viagem sem Luna. Miah me avisou que estava tudo sobe controle com ela e que Melina havia mandado Jay á Marselha. Então Melina sabia o que estava prestes á acontecer e assegurou que Jay estivesse com Luna.

(...)

Dias depois...

Partilhamos de dias incríveis e inesquecíveis .

Ela apareceu no segundo dia de viagem, com um cachorro nos braços e uma mala vazia dizendo que gostaria de voltar para casa com ela cheia de lembranças dos lugares em que iríamos passar.  A tira colo ela trouxe também seu ex, irmão de Cassandra. Eu soube no mesmo instante que ela queria me provocar levando-o em nossa viagem e não dei motivos para ela cantar vitória. Ignorei completamente o ex de Luna e me apeguei no fato de hoje ele ser o atual namorado de Miah. Luna quis usar o ex, mas não funcionou, pois Miah chegou e acabou com os planos dela. Dessa forma, tudo passou a correr como eu havia pensado para nós.

Passamos por muitos lugares diferentes. Muito tem se passado entre nós. Muita amizade, companheirismo, cumplicidade, discussões tolas, brincadeiras tolas, carinhos mal intencionadas, mãos que não se largam, abraços fora de hora -olhares e sorrisos também- , beijos fora de contexto (hora no rosto, hora no pescoço, hora nos braços, hora no canto da boca, hora na boca toda.) ... Tudo que se passa, é intenso e é a dois. Eu nunca me senti tão dela, como sinto agora. E o mais importante, eu recuperei seu sorriso. Meu pai  estava errado, eu nunca o perdi, ele só estava guardado em algum lugar esperando por esse momento em que nos reencontramos e nos redescobrimos.

Luna não diz, mas também não esconde que superou a situação "tio". Ela se insinua pra mim as 16 horas do dia que passamos juntos, nas outras 7 restantes, ela dorme e eu tenho algum tempo sozinho com Arthurzinho. Tudo funciona, tudo se encaixa. Arthur e Luna começam a se dar bem, já não têm mais ciúmes um do outro como antes. Ás vezes que alguém reconheceu á mim e Luna como "familiares", ela ficou irritadíssima com essas pessoas. Ela não quer ser vista com parentesco nenhum comigo. Minha Luna está completamente livre das amarras do passado, ela está completamente resolvida com o que a impedia de se entregar completamente pra mim.

- Você não é filho da minha avó. Você é usurpador de colo. Eu abri mão do colo da minha avó, para você, seu fedelho. Ora essa, nem dela você é... Você não é da família... – Ela me diz e não é a primeira vez que ela deixa transparecer sua mudança de opinião em relação ao nosso "parentesco".

Ela me deixa bem claro, que para ela, agora, ele também não existe. Para mim nunca existiu, nem quando eu ainda não sabia disso. Eu sempre tive sentimentos de um homem por Luna, nunca a olhei de outra forma que não fosse desejando passar o resto da minha vida ao lado dela. Por mais irritante, curiosa, resmungona, mandona e carente que ela fosse, minha maior necessidade sempre foi encontrar formas de estar perto dela, de viver a minha vida ao lado dela. Os anos que passei distante de Luna, foram os mais difíceis da minha vida, eu a odiava por ter imposto essa condição á mim e a todos da família. Por anos, eu trabalhei no meu coração o ódio que queria sentir dela, mas foi só ela aparecer, mesmo com nome e aparência de outra, que eu caí novamente de amores por ela. Caí literalmente de quatro, á perdi novamente, desisti de lutar por ela em algum momento, entendi que era impossível desistir, fui obrigado adiar meus planos em função da situação Cassandra. Ironicamente, minha desistência reaproximou Luna de forma natural. Nós passamos esses meses todos conversando, ela flertando comigo, eu fingindo desinteresse. Agora estamos aqui, meses depois, prontos para viver nosso amor e completamente loucos de desejo um pelo outro.

Mas ainda tento manter Luna longe de tudo e o quanto mais longe de casa. Longe de todos, mais próximos ficamos. Luna voltou á ser minha linda, minha mandona cheia de caprichos, cheia de querer, cheia de sorrisos e cheia de assunto. Eu não me canso de pensar no quanto ela ainda é a mesma, mas de uma forma diferente. Ela está decidida, sabe o que quer e não esconde de mim o que ela quer para nós dois. Eu quero o mesmo com ela e dou sinais para que ela saiba que "nós" é real e que vai acontecer.

Por onde passamos nesses mais de 15 dias, quem nos viu, enxergou em nós um casal de namorados. Luna não tira as mãos de mim e eu cansei de tentar afastá-las. Por onde passamos, nenhum julgamento e olhares desconfiados nos inibiram como aconteceria em "casa". Eu só quero uma noite de amor com ela, a primeira de muitas que teremos e eu sei que só isso o que falta para estarmos definitivamente, oficialmente, escancaradamente juntos novamente. Falta fazer amor!

E é tudo que eu mais desejo, mas pela segurança dela, minha e do meu filho, não consumamos o nosso amor (por enquanto). Luna já percebeu que há uma razão para ainda não ter acontecido depois de tantas noites dormindo e acordando juntos. Não tem sido fácil, mas há muito em jogo e não posso dar esse passo com Luna sem ter certeza que no dia que voltarmos para casa, continuaremos neste mesmo clima. Eu não posso e não vou ferir os sentimentos dela novamente. Nunca mais irei fazer minha linda chorar ou sofrer por um situação que eu tenha causado.

- Que cena, atrapalho a Happy family? Sua esposa fez um book?

Luna me pega vendo fotos que Cassandra me enviou. O mais engraçado é que ela tem certeza absoluta que sou casado com Cassandra. Não sei de onde ela tirou isso, mas é melhor que continue acreditando. O quanto mais ela pensar que estou comprometido com Cassandra melhor. Eu não nego nem confirmo, fico neutro e Luna com toda sua certeza nem cogita me cobrar a verdade.

- Vem aqui! – Chamo e ela nega. – Vem Luna!

Ela nega. Então me levanto e ando até ela. Luna tenta disfarçar sua ansiedade, ela olha para os lados e tenta ficar alheia á mim.

- Você aqui, como eu vou conseguir trabalhar?

- Trabalhar? O seu trabalho é testar serviço de hotel e dos passeios turísticos que eles oferecem.

Isso é o que ela pensa. Meu trabalho aqui é mantê-la entretida enquanto a situação em casa se resolve. Meu serviço aqui é fazê-la me querer mais e mais, tanto que nunca mais vai conseguir passar um só dia de sua vida longe de mim.

- Sabe o que realmente me interessa nesse trabalho?

- Não.

- Saber se você está satisfeita com os serviços prestados.

- Não. Eu não estou.

Luna está tensa, ela quer transar. Minha linda não disfarça que está louca pra fazer amor comigo.

- O que te falta, temos tudo nessa viagem...

- Temos infra-instrutura e seu filho gritando PAPAI ás 5 horas da manhã. Minha nossa, Theo, ele é jovem, porque não dorme até meio-dia enquanto não tem compromisso nenhum na vida?

- Ele tem uma rotina.

- Ele é um pivetinho exibido igual á você. Odeio admitir, mas ele é seu.

- Não gostaria que ele fosse meu?

Ela dá os ombros.

- Faria diferença pra você se eu não tivesse Arthur como meu filho?

- Saudade de quando sua boca só me beijava e não falava tanta asneira.

Gostosa, como eu gostaria de te foder beijando a sua boca. Luna, se você soubesse tudo que sinto e não posso demonstrar pra você.

- Desta vida não levamos nada Luna, só as experiências. Arthur é uma das melhores experiências da minha vida. Eu gostaria que você fosse mais compreensiva em relação á ele.

- Mais do que já sou? Eu cataloguei todos os planetas pra ele. Eu ensinei pra ele a importância de abraçar uma árvore todo dia pela manhã.

- Rsrsrsrsrsrsrs

- Pode rir... O santo do seu filho que não bate com o meu, eu não tenho nada contra ele. Para mim ele é como um menino qualquer.

- Não deveria ser assim.

- Porque não?

- Porque ele é meu filho.

- E daí?

- E daí que eu sou a pessoa mais importante da sua vida.

- HAHAHAHAHAHAHA ... Quem disse?

- Você.

- Eu nunca disse isso.

Abraço Luna e colo minha boca em seu pescoço, não beijo, não faço nenhum carinho, só sinto seu cheiro.

- Você vai pagar essa língua, Luna.

- Pode passar sua língua no meu pescoço se quiser, é só nele que vai rolar língua nessa conversa.

Ela se vira pra mim, suas mãos sobem até meu pescoço e fazem pressão ali para que eu me abaixe ficando no nível dela. Me curvo, ela fica na ponta dos pés e começa beijar meu pescoço.

- Luna...

Não brinca com meu pau, se não posso metê-lo em você...

- O que? Quer que eu pare.

Não. Não para!

- Eu duvido que você tenha algum parâmetro de referência para comparar isso aqui – Ela chupa meu pescoço e sobe lambendo o contorno do meu rosto até parar a boca no canto da minha. – Á outra Michelini ou Vaz qualquer. Tem?

Aperto meus braços em torno da sua cintura e a balanço no ar... Não preciso responder, á jogo na cama e fico em cima dela. Em baixo de mim vejo uma Luna sorridente, com os olhos fechados ela comemora o poder que exerce sobre mim.

- Você gosta de me complicar, não é? – Falo enquanto passo minhas mãos pelo cós do seu short.

Ela olha para as minhas mãos, morde os lábios e lança o quadril para cima me dando acesso aos botões do short.Desabotoo um por um.

- Eu gosto , fico louquinha quando você se complica...

(...)

Trocamos carinhos, masturbei Luna algumas vezes, ouvi ela gemer completamente louca com meu toque, mantive meu amor fora da razão á noite toda. E mais uma noite ela riu do meu pau que não fica duro. Tomo os relaxantes musculares toda noite. Manter Luna pensando que não sinto tesão por ela, é o que me convêm no momento. Ela já não fica ofendida com o estado "mole" do meu pau. Não sei o que ela pensa á respeito, mas já não fica olhando para ele com ódio do seu estado. Hoje seu olhar está mais para pena do que para ódio.

- Hummmmmmmm – Ela desperta de um sono de dez horas ás dezesseis horas da tarde.

- Boa tarde!

Ela sorri, pisca e me chama com as mãos. Deito ao lado dela, roço minha boca na dela, nós dois sorrimos e logo estamos abraçados com braços e pernas entrelaçados.

- Muito boa. Oi, ai, eu dormi muito beeeemmmm. – Ela conta toda manhosa. – Eu sonhei, sonhos bons.

- Eu fico feliz que alguém dormiu.

- Rsrsrsrs... Aonde está Arthur? Vamos brincar com ele?

- Não... Hoje seremos só nós dois.

- Jura? – Ela pergunta um tanto espantada.

- Porque o espanto.

- Não sei quando comi brigadeiro sem ter que dividir,é emocionante. – Ela diz esfregando a palma de sua mão no meu pau.

- Luna, isso não é brigadeiro.

- Não é, mas pelo que me lembro é doce e...

- Sossega Luna.

- Você manda minha prima sossegar também?

Dela eu não passo nem perto.

- Não é preciso.

- Ah é? Nossa Theo, o seu amor pela sua esposa me comove. Quando é que você vai visitar ela? Quando vai lá prestar assistência para ela?

- Hoje não...

Hoje eu só queria ficar em paz o dia todo com Luna, sem ter que discutir a situação Cassandra com ela. Ou melhor, evitar a situação Cassandra.

- Ela é uma daquelas mulheres fenomenais não é? Ela é alta, loira, rabuda.

- Luna!

- Ela é uma versão melhorada minha, eu sei. Eu sou a oferenda e ela a Iemanjá. – Ela fala suas besteiras usuais. - Entendo porque me trocou por ela. Cassandra é uma espécie de Pokémon evoluído de Luna. Você me pegou, me prendeu na sua pokebola, aí apareceu outro PicaLuna, você foi lá capturou ele também e PÁ... O Picaluna evoluiu para um PikaLina, todo alto, cabeludo e vistoso.

- Ela é muito diferente de você.

- Cara, eu aqui falando mil coisas e você só me responde isso? Olha Theo, você já foi mais emocionante no passado.

Não admito que Luna se compare á Cassandra e muito menos que a coloque em posição superior a que ela ocupa na minha vida. Não tem o que comparar, se você soubesse Luna, que: Ninguém se compara a você, minha princesa. Você é única, a única mulher que me faz pensar em um final feliz sem um fim.Eu quero passar o resto da minha vida só olhando pra você, só sentindo você, dormindo e acordando só com você, dividindo alegrias e tristezas só com você, amando você. O seu amor me conduz, é o combustível pra eu viver.

- É, ela é muito. Tão diferente, que te fez de tolo. Você sabe que o amor é a única loucura de um sábio e a única sabedoria de um tolo.

- Você andou lendo romance Shakesperiano, Luna?

Ela citou Shakespeare.

- Ora essa, que afronta, se minha mãe te ouve falando isso, o que vai pensar de mim? Que me tornei ma mulher iludida sonhando com o príncipe encantado?

Se ela está citando, vou usar uma sitação.

- Aquele que é sábio só é sábio porque ama. E aquele que é tolo, só é tolo porque pensa que pode entender o amor.

- Pego o coelho e enfia no rabo do Paulo. Não venha usar citação de autores comigo. Meu Deus, isso é patético. Não faça mais isso comigo.

Dou risada.

- Não tem graça.

- Não?

- Não mesmo! Você é irritante Theo.

Não Luna, a irritante é você meu amor.

- Porque você fica me olhando como se estivesse me respondendo mentalmente?

Além de irritante é telepata. Ela lê pensamentos.

- PARA DE ME OLHAR ASSIM. Fala Theo, porque você fica engasgado de palavras para mim?

Porque você é tão linda e eu quero te amar tanto, quero te...

- Theo... – Ela fala se sentando no meu colo.

- Oi.

- Você ainda está tomando remédio por causa dos seus ferimentos?

- Estou.

- Eu posso ver a bula?

- Para que?

- Eu acho que eles estão relaxando muito seus músculos e até os que não deveriam relaxar.

- Hahahahahahahaha

- É sério. – Ela fala tristinha.

- Você está triste por isso?

- Unhum.. – Ela confirma.

- Por quê? Não fique assim.

- Por que é muito triste isso.

A abraço e peço que não se preocupe.

- Eu tomo porque preciso. Os remédios foram receitados por um médico, está tudo certo com a formula química deles.

-Humm. E você não pode ficar tipo, um dia sem tomar, só um. Hem?

Beijo seu rosto e ela o passa pelo meu fazendo carinho.

Ah Luna, se você soubesse como eu quero te foder, fazer amor gostoso com você minha princesa.

- Ainda não.

- Quando vai poder?

- Você está ansiosa pela minha saúde?

- Muito.

- Muito?

- Muito, muito, muito. Quando vai ver seu médico?

- Quando retornar á Paris.

- ORA ESSA! – Ela salta do meu colo, eu me levanto e a puxo de volta. -Pois é melhor que fique relaxadamente broxa pelo resto da vida.

Ela me abraça apertado e me dá alguns murros nas costas.

- O que espera Luna? – Provoco ainda mais sua fúria.

Ela fica ainda mais linda quando está com tesão e brava ao mesmo tempo.

- Hummm, esperar? Que palavra péssima. Eu odeio esperar, eu vou explodir Paris se voltar para lá. Eu vou explodir você e só vou salvar as partes que me interessam.

- Que parte te interessa?

Mais calma ela abre um sorriso e trás uma mão até meu rosto. Ela acaricia a lateral dele e continua sorrindo sem dizer nada.

- Não vai me dizer?

- Rsrsrsrs... Você quer saber?

- Por isso pergunto, pois quero.

Ela me abraça e deita a cabeça no meu ombro.

- Eu te salvaria inteirinho. Todos os pedacinhos.

- Eu sabia!

- Metido.

- Te amo. – Falo e a ouço sorrir, mas ela não responde. – Seria educado se me respondesse.

- Você fala isso pra todas as evoluções Pokémons minhas, ame-as, eu não preciso desse amor que você tem por qualquer uma.

- Luna, não é assim. Você sabe que não é.

- Rsrsrsrs. Eu sei o que ouço.

- Você é meu primeiro amor, vale mais...

- Vale?

É o único que senti, o único que está valendo desde sempre.

- Eu te amo criaturinha irritante.

- Eu não te amo!

- LUNA!

Ela conseguiu me irritar de verdade.

- Ora essa, que agressivo. EU NÃO SOU OBRIGADA Á NADA.SE VOCÊ AMA A MINHA PRIMA, EU NÃO VOU SER TROUXA DE FICAR TE AMANDO. EU NÃO TE AMO , EU NÃO TE AMO E EU NÃO PRETENDO AMAR NUNCA MAIS. VOCÊ APROVEITE DO AMOR QUE ELA TEM PRA TE DAR, PORQUE EU NÃO TE AMO.. EU NÃO AMO!

(...)

Após mais um dia cheio de altos e baixos ao lado da minha linda, espero um sorriso ou uma reclamação, mas Luna me estuda atentamente. Ela planeja algo e é claro que ela me ama. Fiquei irritado, confuso e ferido na hora que ouvi, mas depois percebi que era só mais uma manifestação escancarada de ciúmes. No ultimo dia da nossa viagem , ela soltou aquilo, Luna queria me deixar louco e conseguiu.

Em meio a isso recebi uma ligação de Rubi, ela queria confirmar minha presença na inauguração do primeiro hotel da Ricco. O hotel fica em Sydney e uni as duas coisas: Luna e Sydney... Após aqueles "Eu não te amo", eu não tinha nada á perder. Eu arrisquei e convidei Luna para ir á Sydney comigo. Ela poderia ter qualquer reação e teve a melhor. Luna ficou em êxtase. Arthur ficou sobe os cuidados da Babá e de Miah, eles o levaram para Marselha, enquanto eu voava com Luna para Sydney.

As primeiras horas na cidade, foram incríveis. Ela me fez carregá-la no colo como se estivéssemos em Lua de Mel. Luna lembrou de algumas passagens na cidade e todas envolviam nós dois. Logo percebi que ela estava á vontade de verdade com o passado e que ele já não a incomodava mais. Á tarde eu fui á empresa e tive uma reunião com Rubi, á noite eu deveria ir á inauguração do hotel. Luna não quis me acompanhar, já no evento Shiva, minha sósia em uma boate na cidade e amiga de Luna, ligou-me. Ela disse: Gabi está esfregando em todas as pirocas do nosso estabelecimento.Isso aqui ta um picrocaaaaaal...

Entendi que Gabi era Luna e fui buscá-la. Ao chegar lá, vi Luna em um micro vestido brilhante, colado, fodido.... Cercada por homens...

- LUNA, QUE PORRA É ESSA! – Gritei enfurecido, mas ela fingiu não ouvir.

Depois de muita discussão com ela, com o "pirocal" que a cercava e com as amigas dela que são mais barraqueiras que ela.

Após muita confusão, Luna cedeu, amoleceu e aceitou que eu não iria embora sem ela. Então nós ficamos, ela se divertiu com as amigas dela e eu fiquei de olho. No final da noite ela levou no bar e começou a pedir tudo que tinha. Nós bebemos um pouco, a coisa esquentou, nós trocamos alguns carinhos intensos ali mesmo. Como ficou muito intenso, fomos para o carro e lá ficamos mais á vontade.

- Eu tenho A.P (apartamento) na cidade, mas talvez ele esteja interditado ou alugado para outra pessoa. Bebe aqui Theo, olha! – Ela me empurra uma garrafa de uma bebida cor de rosa. – Bebe tudo, odeio desperdício. Lembre do meu apartamento? Eu sinto falta dele, lembre dele?

Penso nela encolhida em sua pequena cama branca, observada pelos anjos do teto que a protegem, cercada pelas plantas que me atrapalhavam na hora do sexo, pois ficavam caindo da cabeceira da cama...

- LEMBRA? – Luna pergunta impaciente.

Um pouco zonzo depois de muitas doses de bebidas que tomei, respondo:

- Eu lembro.

- Do que você lembra? – Ela pergunta, sentada no meu colo rebolando a bunda no meu pau.

- Você, nua, rebolando desse jeito no meu pai.

- HEHEHEHEHEHE ... EU?

- Sim, você! – Respondo apertando suas cochas e avançando com as mãos para cima dos eu corpo.

Enfio-as debaixo de seu vestido e o levanto. Ela me ajuda e o sobe até a cintura.

- Sua bunda é perfeita. – Falo puxando-a pelas partes internas da coxa.

- Ahhh. – Luna geme quando minha mão aperta sua boceta e a massageia sobre a calcinha. – Eu to sentindo você. – Ela fala jogando a cabeça pra trás.

- Sentindo o que?

- Seu pauuu. Ahhh.. – Ela gemendo esfregando a bunda nele.

- Eu vou te foder aqui!

- Aqui não. – Ela pulou do meu colo, abaixou o vestido e se sentou no banco do passageiro.

Saí do meu banco e passei para o dela.

- Rsrsrsrs... Safadinho. – Ela disse quando deitei o banco e deitei sobre ela.

Agarrei a barra do seu vestido e o rasguei. Rasguei todo tecido até deixá-la só de calcinha e sutiã embaixo de mim.

- Ahhhhhhhhh não, meu vestido rosa!DROGA THEO! – Ela reclama fazendo biquinho.

- Eu te dou outro. Depois...

Apertei seu seio e ela gemeu abrindo a boca, me inclinei e beijei o lado de sua boca...

- Rsrsrsrs eu aceito outro vestido e outro beijo.

Desci deixando um rastro de beijos de sua mandíbula até o pescoço. Ela riu e me segurou minha cabeça com as duas mãos puxando-me para cima.

- Theo, aqui não.

- Isso não está funcionando. Você me provocou a noite toda baixinha. - Eu disse baixinho;

Minha respiração quente bateu em seu pescoço, ela estremeceu um pouco. Eu sorri e comecei a soprar ar quente em todo seu pescoço. Ela gemeu e empurrou seu quadril para cima o esfregando contra meu abdômen. Eu olhei para ela e sorri. Me afastei um pouco dela, só o espaço de abrir minha camisa e me livrar dela.

- Ai. Ai. Ai. – Luna disse preocupada com o que via.

- Alguém está com tesão. - Eu disse contra seu rosto, ela manteve os olhos fechados e fingiu não ser com ela. Ela abriu a boca um pouco e eu lambi o lado de sua boca, ela sorriu e eu chupei o lábio inferior. Ela gemeu e levou as mãos até meu abdômen e o tocou suavemente percorrendo toda extenção.

- Mhm. - Murmurei e juntei meus lábios ao dela.

Ela arrastou as mãos pra dentro da minha calça e apertou minha bunda suavemente. Eu gemi em sua boca e ela aprofundou nosso beijo, nos beijamos lentamente, como se tivéssemos todo o tempo do mundo só para nos perdermos um no outro. Minha mão correu num ritmo lento até o meio de suas pernas. Ela moveu seu corpo para cima, nossas frentes estavam se esfregando uma contra a outra. Ela abriu as pernas e eu me posicionei entre elas, me movendo contra ela. Eu quebrei o nosso beijo e desci para chupar eu pescoço, queria sentir qual era sua pulsação ali.

Ela empurrou seus quadris para cima para encontrar os meus. Entramos numa sincronia lenta, forte, mas suave e apaixonada, ela arqueou o pescoço para trás me dando mais acesso. Eu mordi ali e depois chupei, ela gemeu alto. Eu coloquei as minhas mãos dentro de seu sutiã apertando seus peitos ligeiramente. Ela começou a ficar mais ofegante e aquecida do que já estava então eu me afastei e dei um lento beijo em seus lábios saí de cima dela.

Não meu amor, eu não vou ter fazer amor com você em um carro com pessoas olhando. Eu te quero só pra mim, só minha, aonde só eu posso te ver, aonde só exista você e eu!

- Theo! Por favor! – Ela implorou me puxando de volta.

Beijei seu rosto e me aproximei de seu ouvido.

- Nós bebemos muito, não vai ser assim... Amanhã quando acordar é essa lembrança que quer ter da nossa ultima noite juntos? – Falei e ela concordou.

- Não... Mas eu quero você.

- Eu também quero você. Mas assim não pode ser...

- Unrum. Não é legal né.

- Pode ser incrível, mas não é como deve ser.

Pode e vai ser muito melhor que isso. Eu te prometo.

Ajudei Luna vestir minha camisa e a levei pra minha casa.

- Plantas são importantíssimas, senhor gerente, elas fornecem oxigênio extra! – Luna discute com Collin, meu assistente pessoal. – Theo, este hotel não é apto á ocupar uma posição de destaque na Ricco, esse gerente é invencível as necessidades de oxigênio extra de seus hospedes.

Não posso imaginá-la em seu novo apartamento, pois não estive lá, mas imagino-o do jeito "Luna". Imagino o quarto onde nós deveríamos estar dormindo juntos. Devo admitir, não tenho uma boa noite de sono desde que perdi Luna para o mim mesmo.

Aproximo-me dela, seguro seus ombros, respiro profundamente inalando o cheiro dela e me preparo para ver um sorriso tomar o lugar da carranca amargurada que ele tem neste momento.

- Ele não está apto!

Ela abre um sorriso, pisca duas vezes e cora.

- Muito bom Senhor dono da Ricco, vê-se que se preocupa com as necessidades de seus clientes.

Ela fecha os olhos e me abraça.

Nestes momentos, eu me esqueço de tudo a minha volta. Quando estamos presos um no outro, não existisse mais nada além de nós dois. Porque eu amo essa mulher complicada, cheia de manias que abomino em outras mulheres, eu não sei, mas quero amá-la e fazê-la se sentir amada.

- Gostaria de outra bebida? – Ela me pergunta.

- Sim...

Ela vai no bar e pega algo.

- Você sabe que estamos em um hotel e que aquele rapaz é o gerente, certo?

Nós estamos na minha casa e aquele rapaz é o meu assistente pessoal, mas não irei contrariá-la.

- Você está certa!

- Tão certo ele é seu gerente, como nós somos um casal quente e apaixonado que um dia habitou esta linda cidade de Sydney?

Não Luna, não é certo que ele gerente, mas é certo que nós formávamos o casal mais foda de Sydney.

- Você me confunde... Vem aqui. - Puxo-a e ela nega se afastando.

Luna mexe o nariz, olha para cima e dá um breve sorriso. Esses são os sinais que ele emite quando está aprontando alguma.

- Que carinha de quem vai aprontar é essa? Diga-me...

- Não.

- Diga ou eu tiro de você.

- Não é nada. Eu só queria saber uma coisa.

- Pergunte.

- Você me diz?

- Sim...

-  Você quer brincar de Rod e Gabi comigo, esta noite, Senhor exibido dono da Ricco?

Ela dá um tiro no meu coração.

-------------------------------------------

Um lugar que só nós conhecemos

Eu andei por uma terra vazia

Eu conhecia o caminho como a palma da minha mão

Eu senti a terra sob meus pés

Eu sentei ao lado do rio e ele me completou

Oh coisa simples, pra onde você foi?

Estou ficando cansada e preciso de alguém para confiar

Eu dei de encontro com uma árvore caida

Eu senti seus galhos olhando para mim

Esse é o lugar que nós costumávamos amar?

Esse é o lugar com que eu tenho sonhado?

Oh coisa simples, pra onde você foi?

Estou ficando velha e preciso de alguma coisa para confiar

E se você tiver um minuto por que não vamos

Conversar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?

Esse pode ser o fim de tudo

Então por que nós não vamos

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?

Oh coisa simples, pra onde você foi?

Estou ficando velha e preciso de alguma coisa para confiar

Então me fale quando você vai me deixar entrar

Estou ficando cansada e preciso de um lugar para começar

E se você tiver um minuto por que não vamos

Conversar sobre isso num lugar que só nós conhecemos?

Pois esse pode ser o fim de tudo

Então por que nós não vamos

Para um lugar que só nós conhecemos?

Para um lugar que só nós conhecemos?

--------------Continua-------------  

Continue Reading

You'll Also Like

7.8K 423 17
=========================================== Nessa história,tudo pode acontecer, Creative Squard... Dois mundos,apenas dois mundos,que deveriam estar...
4.3M 288K 135
AUTORIA PRÓPRIA!⭕OBRA REGISTRADA❌ PLÁGIO É CRIME!!!🚫 (SEM CORREÇÃO ORTOGRÁFICA!! AVISO ANTES!)📵 LIVRO 1 - Saga Homens Fortes - Vol. 1 e 2. Como pod...
103K 8.2K 54
HISTÓRIA ORIGINAL | CONTEÚDO ADULTO +18 O que acontece quando dois universos completamente diferentes colidem? Uma explosão, correto? Correto. Mas...
Wattpad App - Unlock exclusive features