Mais Que Amigos {Finalizada}�...

By Pann_doraa

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Tudo o que ela não queria era ser notada. Até Tyler Black a notar. E Tyler Black nunca passa despercebido! An... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 36
Epílogo
HISTÓRIAS NOVAS 🔞‼️
Novidade

Capítulo 35

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By Pann_doraa

                                             Sam

Seu cabelo ruivo exatamente como o meu é a primeira coisa que consigo enxergar quando finalmente aceito a mão do papai e saio. Em jeans e suéter ela parece muito bem. A pele bem dourada, realçando as sardas. Os olhos azuis celeste também como os meus. Não sei o que mudou, mas não consigo achá-la mais parecida comigo como sempre achei vendo fotos e os poucos dias que ficamos juntas durante e após o transplante. Talvez seja por estar aqui sorrindo como se apenas estivéssemos indo para uma temporada de férias em Miami. Exatamente como fez com o dinheiro que papai lhe deu pelo pedaço de seu fígado. Preciso de um pouco de sol. De paz! Me recuperar!

- Olá, queridos! – saltita alegremente em nossa direção.

- Você fez o que pedi? – pergunta papai, frio.

- Credo, Samuel. Bom dia para você também! Sim, eu fiz – responde, enrolando um cacho no dedo – Olá, Sam! Você está mais alta do que lembro – diz sorridente, ignorando o braço de papai em meu ombro e me abraçando. Ela cheira a algum perfume caro e doce.

- E você mais estranha do que lembro – murmuro, devolvendo o abraço.

- Senhor! Mau humor deve ser paternal. Porque a mim que você não puxou – reclama.

- Graças á Deus! – murmuro.

- Vou fingir que não ouvi, mocinha – retruca zangada – Posso não ter passado muito tempo perto, mas tenho todo o direito de lhe dar umas palmadas quando necessário.

Fico realmente de boca aberta com sua audácia. Nem mesmo tia Claire e tio Martin quem basicamente me criaram me ameaçaram bater.

- Chega! – corta papai.

Eu iria responder.

- Você a mimou demais – diz, fazendo bico.

- Eu disse: Chega! – repete entre dentes – Vamos. O quanto mais rápido chegarmos melhor.

Melhor pra quem?

                                                      (...)

- Charlotte realmente nunca se comportou como adulta – sussurra Samuel. A mulher parece estar a ponto de saltar pela janela do carro alugado quando passamos pela ponte de São Francisco – Até tentou quando descobrimos a gravidez. Mas, não deu muito certo – sua voz torna-se um fiasco com as últimas palavras.

- Sinto muito!

Ele olha-me sem entender.

- Por estragar as coisas entre vocês. Eu via as fotos. Vocês dois eram... – dou de ombros.

Eles eram como um casal de comercial. Apaixonados e felizes.

Ele sorrir tentando esconder a tristeza e sacode a cabeça.

- Nunca daríamos certos. Somos o oposto um do outro. E essas coisas de opostos se atraem só funcionou no início. Ela queria ir a festas, viagens e comprar tudo o que via pela frente. Já eu, não via problema algum em piqueniques e idas à praia.

- Mas... Nós poderíamos ter isso – murmuro sem entender.

- Quando descobri que estava grávida, foi como perder o chão. Não me entenda mal – Charlotte nos assusta, totalmente séria. Os olhos perdidos nas lembranças do passado – Seu pai e eu já não estávamos muito bem. Mas nos convencemos do contrário. Samuel estava muito empolgado com a casa nova na praia, os negócios em vento em polpa. Então você. Eu te amei. Do meu jeito. Para mim você era como uma bonequinha. Aí surgiram as regras, os cuidados, os limites. Nunca nos demos muito bem. Vendo Claire com os gêmeos me dei conta que nunca seria boa o suficiente para você. Seu pai sim – sorri para ele. Agarrando sua mão – Ele encontraria alguém que mereceria vocês dois. Me desculpem! Eu realmente não imaginei o homem frio e solitário que ele se tornaria. Deveria ter tentado mais – murmura.

Fico sem palavras, e dessa vez choro não pelo medo da morte, mas pelos meus pais. Eles se sentiam tão culpados como eu. Ao menos, eu tinha meus tios, meus primos. Depois o Tyler.

Tyler!

- Se por acaso, o açougue ambulante que é seu corpo tiver algo que me sirva, você pode usar o dinheiro que o papai vai te dar com outra viagem. Experimente o Brasil. Sempre quis ir pra lá antes de dar uma passada em Machu Picchu - digo, tentando levantar o humor.

Ela sorri.

Papai deixa sua carranca surgir.

- Pelo menos um pouco do bom humor você puxou de mim – diz puxando um dos meus cachos gentilmente – E pra você desmistificar a mãe interesseira que tem, eu nunca usei aquele cheque com coisas fúteis. Doei para uma entidade que ajuda crianças carentes com câncer. Você ficaria surpresa com o tanto de pessoas que morrem pela falta de tratamento. Nem todos têm a mesma sorte que você.

Isso sim me pega de surpresa. Perdi a conta das intermináveis vezes que tia Claire e Molly endemonizavam Charlotte por ter aceitado o dinheiro de papai quando hesitou ao lhe ligar e contar tudo.

- A princípio eu tive medo. Por mim e por você. Depois de tanto tempo sem vê-la. A encontraria fraca em uma cama de hospital. E se eu não fosse capaz de salvá-la como não fui capaz de ser o suficiente? – diz, suas lágrimas surgindo pela primeira vez.

Isso choca mais ao meu pai do que a mim. Essa viagem está sendo bastante reveladora. De um jeito bom. Talvez eles possam se aproximar novamente. Como amigos pelo menos.

- Eu... Eu nunca imaginei – diz papai.

- Sim, eu sei o que parecia. Eu mal pisei naquela merda de hospital e você e Martin já estava me empurrando um cheque. Senti-me ofendida. Iria rasgá-lo. Mas, todas as noites, pelo menos nas poucas em que você deixava o quarto da Sam enquanto ela dormia, eu ia lá e a observava dormir. Em uma dessas, ouvi uma mãe lamentando pela falta de dinheiro e alguma coisa sobre o tratamento. Desisti na hora de rasgá-lo. Sabia exatamente o que fazer.

- Charlotte...

- Não ouse se desculpar – diz limpando as lágrimas e sorrindo – Chega disso!

- O câncer e seu poder de união – brinco – Au! Isso doeu.

Charlotte beliscou meu braço.

- Isso não é engraçado. Tenha um pouco de respeito pelos seus pais, menina – rosna. O olhar que papai me dá quando corro em busca de ajuda só me deixa saber que se ela não me beliscasse ele faria.

- Tá legal! Piadinhas de mau gosto? Zona proibida – rendo-me

Zona proibida me lembra o Tyler.

- Me empresta o celular? – digo para ninguém específico. Samuel é o primeiro a sacar o seu.

- É bom mesmo você ligar para casa. Eles estão desesperados. Até para mim ligaram – diz Charlotte.

- Espera, você contou a eles?

- Eu contei ao Martin, mas parece que eles já sabiam. A propósito, seu namorado destruiu todo o seu carro – conta papai.

- Tyler fez o quê? – esbravejo.

- Steve me mandou uma mensagem. Não contei por que... – dá de ombros.

Meu Deus! não era pra eles saberem assim. Em algum momento eu iria ligar e me explicar.

                                                    Tyler

Quando um raio de sol me desperta de vez é como se eu tivesse passado toda a noite caído com alguém esmurrando a minha cabeça. Ela lateja e dói como o inferno. Minha boca está seca e amarga, e cheiro como um mendigo alcoólatra. Só falta o cheiro ardido de urina.

- A bela adormecida despertou – cantarola Phill em pé na cozinha – Aqui – joga-me uma garrafa de água. Bebo grato.

Ao redor, minha TV, equipamento de som e tudo mais estão despedaçados no chão. No canto, próximo a porta, identifico restos do meu celular.

Merda! E se a Sam me ligar?

- Até você ter destruído-o sem ligações – Phill diz seguindo meu olhar. Assinto.

Se ela fugiu porque ligaria?

Já faz vinte e quatro horas desde que se foi. Para a polícia isse é realmente o tempo que lhes importam. E, para o seu câncer?

Depois de ter chegado em casa foi sobre isso que passei o tempo pensando enquanto enchia cada vez mais a cara. Será que vão encontrá-la em algum motel na beira da estrada dias depois, após o vencimento do tempo alugado? Ou será que vai sentir tanta dor e não resistirá à ida a um hospital? Sem documentos ficará dias ou até mesmo semanas até que a encontremos. Ou será tão rápido que morrerá em seu sono? Minha mãe sofreu muito, mas no último momento simplesmente fechou os olhos para uma soneca após uma melhora e nunca acordou.

Deus, não a deixe sofrer!

E, eu nem estarei ao seu lado para segurar sua mão. Para dizer o quanto a amo e sempre amarei. Daria tudo para estar ao seu lado novamente, até mesmo perdoá-la sem nem ao menos questioná-la o porquê de se afastar de mim. Se bem que isso está mais que claro.

Ah, Sam, pense um pouco mais apenas em você.

- Tome um banho e se apresse! – Peter entra com tudo em meu apartamento – Rápido, porra! Ela está indo para casa!

Assim como o ar que fica preso em meus pulmões, meu coração por um instante parece parar de bater.

Ela está de volta!

Votem, por favorzinho ☺️

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