A Empregada Extraterrestre

By diogofrade33

694 34 16

Elizabeth Dunn conta neste livro a sua verdadeira história. A sua missão, enquanto habita no planeta Terra... More

Prólogo
1 - A Chegada
2 - Philip Williams
3 - A Discussão
4 - Intrusos
5 - Parte 1: A Consequência
5 - Parte 2: A Tortura
6 - A Revolução
7 - A Mudança
8 - Os Inquilinos
9 - O Avião
10 - O Hotel: Parte 1
10 - O Hotel: Parte 2
11 - O Passar dos Anos
12 - George Clark
13 - O Conto de Um Verameriano
14 - A Visita
15 - Perguntas
16 - O Retorno
17 - Elitrópolis
18 - Perigo
19 - A Cidade
20 - Drama
21 - Confissões
23 - Invasão

22 - Imprevisto

7 0 0
By diogofrade33

Com uma torrada no prato, subo as escadas em direção ao gabinete da galdéria.

— Toma lá seu imprestável monte de ranho — digo eu, atirando o prato à cara da mulher.

— Ai!! Cuidado!

— O que é que queres para o jantar? — pergunto com desdém.

— Da maneira como tens andado, mais vale comer noodles.

Fecho a porta com força, e o pobre cachorro estava à minha frente, com uma carinha tão querida que até apetece morder.

— Anda lá meu lindo, vamos arranjar-te alguma coisa para comer.

Ambos descemos as escadas, e com os meus poderes telepáticos, estabeleci uma ligação com o telemóvel de George.

— Diz, Elizabeth — atende ele com um ar distraído.

— Olá senhor. Estou a ligar-lhe porque estou com dúvidas sobre o que fazer para o jantar.

— Uau, Elizabeth, estás a falar do teu telemóvel? É que estou a ouvir-te tão bem! É como se estivesses à minha frente.

— Estou senhor.

— Bem, acho que podes fazer uma lasanha ou assim. As tuas lasanhas são as melhores.

— Muito bem senhor, vou já começar a tratar disso. Até logo.

Vou ao andar de baixo, coloco a nave no meu bolso, e antes de sair de casa, carrego no intercomunicador ao pé da porta e digo:

— Vou às compras. O George quer comer lasanha.

— Tanto faz — responde ela.

Ando um pouco pelo passeio fora de casa, e quando sei que ela está fora do meu alcance da vista, atiro a nave para a estrada e começo a conduzi-la, com o carro que normalmente levo para o supermercado: um Volkswagen Golf dourado.

Na loja, procuro tudo o que necessito para a lasanha: a massa, o molho de tomate, natas, queijo, carne, e mais umas coisinhas para a sobremesa.

A caminho da caixa, sinto uma mão a puxar-me.

— Larga-me ou arranco-te a garganta!! — grito eu, fazendo toda a gente olhar para nós

— Tia, sou eu.

— Ah, meu querido sobrinho! Como estás tu?

— Eu estou bem, mas o Terry nem por isso. Teve um acidente de mota e agora tem a perna partida.

— Ah — guincho eu — Como é que uma coisa dessas foi acontecer ao teu irmão? Ai, triste destino. Vamos ter com ele agora mesmo.

— Mas tia, tu tens que fazer o jantar para os teus patrões. A viagem para Elitrópolis demora pelo menos 3 horas.

— Oh querido. Vê-se mesmo que não estás habituado a viajar comigo. Vamos imediatamente ter com o teu irmão ao hospital.

Chegamos a Elitrópolis num abrir e fechar de olhos. Eu já estou com o meu disfarce, e o meu sobrinho parece estar a babar-se para mim quando me vê.

— Olha as maneiras, Jonathan. Não te esqueças que sou tua tia. Apesar de ser muito mais nova que tu.

— Ah, Governadora Dunn! — a mulher da recepção parece engasgar — Não esperávamos recebê-la aqui no hospital — levanta-se da cadeira e faz-me uma vénia.

— Deviam estar, eu posso aparecer a qualquer momento — faço um sorriso provocador — O meu sobrinho, onde está?

— O seu sobrinho, Governadora?

— Terry Mark — responde Jonathan ao meu lado.

— Ah sim. Ele está no quarto 413.

Assim que a mulher nos diz o número, seguimos imediatamente, sem sequer ouvirmos o que ela tinha para dizer. Ao chegarmos ao quarto andar, procuramos imediatamente o quarto onde estava o meu sobrinho mais novo.

— Governadora! Peço imensa desculpa, mas o seu sobrinho não está pronto para receber ninguém, no momento.

— Eu posso entrar quando eu quiser. Serei obrigada a dizer quem é que não me deixou entrar?

— Não, governadora, peço imensas desculpas.

— Bem me pareceu — respondo a virar costas.

— Uau — diz Jonathan, enquanto precorremos o corredor dos quartos.

— O que se passa, sobrinho?

— Não estás nada igual. Quero dizer, já não tens aquele estilo envergonhado. Agora és toda "eu faço o que eu quero" e "eu quero, posso e mando".

— Mas isso é porque eu quero, posso e mando. Antigamente eu também queria, mas não podia nem mandava. Toda a gente muda com o poder, Jonathan. É inevitável.

Chegamos por fim ao quarto de Terry. Quando olho para ele, vêm-me as lágrimas aos olhos.

— Porque é que ele está com os olhos fechados? — pergunto eu a uma enfermeira que lá estava.

— Ele está em coma induzindo. Quando caiu, o osso da perna saiu quase completamente — diz.

Imediatamente, reparo na sua perna, que está segura por um pêndulo no teto. Paço a minha mão por cima da perna. Ele não reage, como seria de esperar. Fecho os olhos, e umas fortes luzes azuis fazem-se sentir mesmo quando tenho as pálpebras fechadas.

Ao abrir os olhos, reparo que Terry também está a abrir os dele.

— Jonathan? — pergunta ele, por não me reconhecer.

— É a tia, meu querido.

— Doutor, doutor! — grita a enfermeira para de o corredor. O doutor aparece imediatamente.

— Enfermeira, reinicie as máquinas. Alguma coisa correu mal.

— Alguma coisa correu mal? O que raio é que está a dizer? O meu sobrinho está lesionado e acabou de acordar do coma.

— Governadora, é um prazer estar na sua presença — faz-me uma vénia juntamente com a outra enfermeira.

— O prazer é todo seu.

— O que se passa é o seguinte, Governadora: o seu sobrinho estava num coma induzido, que é a única maneira de ele não sofrer.

— Pode estar descansado, ele já não tem dores.

— É verdade — interrompe Terry — É como se a minha perna estivesse novamente no lugar.

— Enfermeira, leve o paciente para o raio-x.

— Eu posso ir — sem mais nem menos, Terry levanta-se da cama, como se a sua perna engessada fosse apenas um adereço. O doutor continua a olhar para mim.

O que é que se passa, vives numa caverna, querido? Eu tenho poderes.

Passado um pouco, o meu sobrinho largou a bata de hospital e está agora com as suas roupas normais.

— O seu sobrinho já tem a alta — responde o médico segurando o ombro de Terry — Governadora, devia considerar vir aqui ao hospital.

— Terei a certeza de que coloco em injeções algum do meu poder para doar ao hospital em situações para os mais necessitados.

— Isso seria fantástico, Governadora. Muito obrigado.

— Eu é que agradeço — apesar de não teres feito nada.

— Tia, obrigado por me teres vindo ajudar. Estás muito bonita.

— Oh querido, eu sei. Bom, vamos lá levar-te a casa. Dêem-me os dois as mãos.

Em menos de nada, estamos em casa do meu sobrinho mais novo, remodelada e completamente diferente.

— Uau, remodelaste o sítio?

— Sim, arranjei um emprego novo — diz ele abrindo as cortinas.

— Sim? Qual é?

— Trabalho na associação de apoio de Intrusos.

O meu coração para.

— O QUÊ?

— Eu sei que és contra isso.

— Eu sou TOTALMENTE contra isso. Nem acredito que um sobrinho meu realmente apoie isso.

— Mas tia, tu não percebes — começa a sussurrar — Eu também sou contra isso.

Faço uma cara do tipo "what the hell"

— A única razão porque estou lá e porque eles pagam incrivelmente bem. Tão bem. Recebo E$8.000 por semana.

— Uau, isso realmente é imenso.

— Eu sei! Consegui dinheiro para remodelar a casa em 2 meses.

— Bem, se dizes que és contra isso... Eu apoio-te.

— Obrigado tia. Para além disso, com 75 anos o que se quer e aproveitar o resto da nossa vida ao máximo.

— Muito bem então. Quando tiver vagar, venho aqui fazer-te uma visita mais proveitosa. Agora tenho de ir, senão a minha assistente descobre que eu estou aqui e vem-me buscar para eu tratar das coisas do governo.

— Está bem então. Fico à espera.

Damos um abraço que me aquece a alma.

— Ah, Jonathan, esqueci-me de ti — digo eu a por a mão na testa. Despeço-me dele, e abano a mão para o levar à sua casa.

Digo adeus mais uma vez ao meu sobrinho mais novo e volto ao supermercado.

Uma das melhores coisas desde que o Mestre me pôs este dispositivo, e poder parar o tempo enquanto estou em Elitrópolis. Por isso, ao voltar à loja, vejo toda a gente parada, ainda a olhar para a comida caída do meu cesto.

Ajeito-me e abano a mão, apagando a memória de toda a gente.

Continue Reading

You'll Also Like

9.4K 1K 37
Após se formar em Imunologia pela Universidade de Columbia, em Nova Iorque, Regina Mills recebeu a proposta de trabalhar em uma das corporações mais...
23.3K 1.9K 9
A Ordem usa um ritual contra a vontade de Harry e Sev. Não produz os resultados desejados que a Ordem deseja. Essa história foi escrita por Elvirakit...
21 2 2
Em um universo vasto e misterioso, oito seres extraordinários, conhecidos como os "Wonders 8", serão reunidos por um propósito divino: proteger as ob...
8 0 1
O povo Athennys morreu após a primeira guerra trolls ,eles lutaram bravamente com o poderoso Merlin , o povo Athennys era um povo de elfos meio dragã...