Princesa Segundo o Coração de...

By IaraCristinaWJ

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Em um reino distante coberto por idolatria e pecado, Clementine vivia em segredo. Apesar da morte cruel de se... More

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Final

♕ VI ♕

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By IaraCristinaWJ

Acordo com uma enorme claridão no meu rosto, impedindo-me de ver algo de primeira. Fecho e abro novamente os olhos empenhada em saber onde estou, e meus olhos avistam muitas árvores, uma ao lado da outra em uma distância pequena e estreita.

- Bom que já acordou. - Ouvi a voz de Akira a uns dois metros atrás de mim.

Tentei levantar, mas não havia firmeza suficiente em meus pés. Voltei para o chão tentando controlar a vertigem que vinha em minha cabeça mais uma vez.

- Estamos seguros aqui, pelo menos dos camponeses. - Dissera em uma voz áspera.

Me viro para ele e nossos olhares se cruzam.

- Me perdoe por te meter nisso.

Akira cortava lenha com uma adaga, como ele conseguia fazer aquilo.

- Não precisa pedir perdão princesa. - Ele enfatizou "Princesa" me dando um belo susto.

- Como disse?

Aquilo realmente foi uma pancada para mim.

- Eu vi sua marca de nascença. - Continuava a cortar alguns galhos secos que estavam no chão com muita raiva.

- Como você viu? Você...

- Não, eu não tirei seu vestido, apenas puxei o zíper das costas para limpar o ferimento, você se machucou muito ontem.

Meu olhar corre em minha volta e posso vê um pano sujo com sangue, e algumas plantas machucadas ele usou para me limpar sem dúvidas.

- Me perdoe Akira.

- Como pôde esconder isso de nós todo esse tempo? - Ele gritava. - Por que diabos nos escondeu uma coisa dessa Clementine? Estava nos pondo em perigo também!

Olhei para uma das árvores corpulenta que estava ao meu lado, me apoiei com uma das mãos e levantei.

O olhar furioso de Akira definitivamente me assustava, eu não sabia o que ele estava prestes a fazer e nem o que passava em sua cabeça.

- Me perdoa... - Encosto-me ao tronco da árvore.

- Eu não sei o que pensar de você. - Perfurou uma árvore com a adaga deixando-a lá.

O silêncio da floresta invadem nossos ouvidos em fração de segundos.

- Irá me delatar ao rei?

Temia sua resposta.

- Devo fazer isso? - Questionava duramente.

- Akira, eu estava sem saída...

- Os deuses irão mata-la antes do rei. - Disse em um ar de convicção.

- Ainda acredita nisso? Deuses? Deuses não existem! Apenas um Deus reina.

- Cale-se! - Gritou apontando seu dedo indicador para mim.

- Irei provar para todos que existe apenas um Deus. - Disse forçando a voz, sentia muita dor para gritar.

E antes que Akira pudesse falar algo ouvimos um ruído vindo do mato.
Ele caminha sorrateiro até onde havíamos ouvido o ruído.

- Pode ser eles. - Alertei. Mas não me deu ouvidos.

Ao afastar algumas folhas o ouço gemer.

- O que foi?

- Uma cobra, uma cobra coral... - Ele tentava falar. - Ela me picou.

Balbuciei por um instante e caminhei com dificuldade até ele.

- Meu Deus, Akira...

- Não blasfeme. - Relutava.

- Pelo amor de Deus não fale isso.

Ssu corpo foi se indo para o chão.

- Akira! - Gritei e corri com dificuldade em sua direção.

O seguro em meus braços sem saber o que fazer.

- Não consigo respirar. - Disse buscando ar.

- Não... - Minhas lágrimas rolavam e molhava sua vestimenta.

- Clem... - Ele respirava pela boca buscando o ar com toda a força. - Fuja, não deixe que a peguem...

Como era possível pensar em mim em uma hora como aquela?
Por que queria que eu me salva-se? Achava que ele mesmo me entregaria. Mas talvez houvesse uma certa confiança em mim dentro dele, quem sabe dúvida sobre o que crer. Mas de uma coisa eu tinha certeza ele queria mesmo que eu me salvasse.

Eu não podia deixa-lo morrer, precisava fazer alguma coisa, mas o que deteria o veneno de uma cobra coral? Uma das cobras mais peçonhentas e extremamente venenosas que existe.

- Akira não... - Era tudo que saia da minha boca ao vê-lo tremer todo. Sua pele estava pálida e seu corpo gelado. - Socorro! Alguém me ajuda, socorro! - Gritava enquanto o abraçava forte. - Não me deixa por favor, não me deixa Akira. - Chorava.

- Eu posso ajudar. - Disse uma voz masculina

Me virei para quem fosse e meus olhos batem em um homem bem estranho, tinha uma vestimenta esquisita, diria que se veste como mago, usa uma capa creme e seus cabelos são negros e longos, passando um pouco dos ombros, rosto quadrado, o nariz um pouco avantajado, seria o mago ruim que todos falavam nas aldeias? Ele não parece ser uma pessoa ruim. Seu olhar é sincero.

- Por favor, ajude-me.

Ele respondeu pegando Akira nos braços e caminhou em direção a uma trilha. Logo á frente avisto uma caverna, confirmando que este é o mago que todos falavam mal.

O sigo com dificuldade para andar. Mas me empenhava a acompanha-lo com rapidez.

- Por favor não o deixe morrer. - Disse antes que entrássemos na caverna.

O homem o coloca sobre uma espécie de "cama" feita de uma rocha lisa. Se ele dormia ali aposto que sentia dores nas costas no dia seguinte. O homem pega uma adaga, parecida com a de Akira.

- O que vai fazer? - Seguro sua mão temendo o pior.

- Sugiro que saia, não vai querer vê isso.

- Não, eu vou ficar. - Disse insegura.

O mago corta o braço de Akira, exatamente no local onde a cobra havia picado, e meu estômago embrulha. Encosto-me em uma rocha de maneira que não visse nada.

- Vá até a trilha e pegue uma erva como esta. - Ele pegou uma erva que estava no chão.

Assenti e caminhei até a trilha com uma certa dificuldade para andar.

- Assuma que precisa da minha ajuda. - Uma voz grave e alta o bastante para me assustar soa atrás de mim. Era ele, eu podia sentir.

Me virei para ele.

- O que você quer?

- Ajuda-la, um ente querido seu está entre a vida e a morte, ele me pertence, eu sou o deus dele! E se depender de mim morrerá.

- Eu não preciso da sua ajuda. - Digo firme nas palavras.

- Acho que você não entendeu. A vida daquele inútil está nas minhas mãos, me adore, prostre-se diante de mim e eu o deixo viver.

- Isso nunca.

- Acha mesmo que aquele mago imprestável irá salva-lo? Pobre tola. - Ele gargalhou. - Sugiro que prostre-se. - Ordenou.

- Se ele morrer é porque Deus permitiu e não você! Não tem autoridade nenhuma sobre nós.

Ficou sério.

- Olha para você! - Me avaliou dos pés a cabeça. - Olha! - Gritou e eu o fiz.

Olho para minhas vestes surradas no corpo e rasgada um canto ou outros, sem falar nos meus cabelos, com certeza estavam piores que um ninho de passarinho. Me sentia um trapo.

- Deus permitiu isso? Será que ele existe mesmo? Não seria uma lenda?

- Cala a boca. - Levei minhas duas mãos para os ouvidos. E ainda sim pude ouvi-lo gargalhar. - Me deixa em paz!

Ele sumiu no ar me deixando confusa, por um momento quase caí nas suas palavras. Ele existe e eu sou a prova disso, Deus me salvou inúmeras vezes, me ajudou, me mostrou o caminho. Eu não posso jamais duvidar da sua existência. Me apressei a pegar a erva que Akira precisa e corri para a caverna, minhas costas ainda doíam mas era o de menos, a vida do meu irmão estava em jogo.

- Aqui está.

- Custou a vim. - Pegou as folhas e assim como havia feito com as outras tampou a ferida. Pude vê Akira abrir os olhos.

- Bendito seja o nome do Senhor! Você acordou. - Sorri contente.

- Quem é você? - Questionou me olhando estranho.

- Como, quem sou eu? Clementine, sua irmã.

- Não, não, uma cobra, ela me picou, me picou. - Gritava sem controle.

- Akira...

- A minha irmã, cadê ela? Onde ela está? Ela está ali, ali, está endemoniada, ajudem-na! - Olhava para um canto da caverna aos berros.

Seu estado era deplorável, falava uma coisa depois outra, gritava, suava tentava levantar e eu me afastei amedrontada.

- O que está havendo com ele?

- Alucinações, o veneno da cobra ainda está em seu organismo, será expelido aos pouco, e até que isso aconteça às alucinações continuarão. - Disse sereno.

- Meu Deus. - Levei minhas mãos para a boca. Foi inevitável não chorar, era difícil para mim vê-lo naquele estado, e o pior, eu me sentia culpada.

Cambaleei até uma rocha que estava a um metro e distância e sentei cabisbaixa.

- Você não teve culpa. - Disse e caminhou até mim.

- Você lê pensamentos por acaso?

- Eu leio o olhar das pessoas. - Disse sentando em uma outra rocha que estava próxima.

- Quem é você? - Limpei as lágrimas com as costas das mãos.

- Othor, Othor Miterbug.

Meus olhos se arregalaram ao ouvir seu sobrenome.

- Othor... Meu Deus... É você?

- Sim Clementine. Felizmente nos encontramos.

Nos abraçamos

- Onde esteve por todos esses anos? - Nos libertamos do abraço.

- Onde acha que eu estava... - Olhou em volta.

- Meu Deus então, você mora aqui?

- Sim Clem, eu moro aqui á nove anos.

Othor era meu amigo, filho do conselheiro Erick, éramos crianças brincávamos juntos, íamos a sinagoga para ouvir a palavra de Deus, ele louvava ao Senhor, era um levita e honrava a Deus assim como eu e minha família. Mas Depois da guerra nunca mais nos vimos.

- Achei que havia sido morto pelos soldados.

- Eu fugi, fugi justamente para cá. Durante esses anos aprendi a viver neste lugar, Deus tem me guardado e me protegido desde então.

- Eu não posso acreditar que nós nos reencontramos...

Othor tinha mudado muito, nunca o reconheceria se não dissesse seu sobrenome e se não tivesse percebido logo após seus olhos, ele tinha um olho verde e o outro castanho, igual quando era criança, como eu não havia percebido isso antes?

- Eu sabia que estava viva Clem. - Seus olhos lacrimejaram. - Deus realmente é comigo.

- Duvidara da soberania de Deus?

- Não, mas por um momento achei que tivesse me abandonado. - Olhava para o céu.

- Como pode dizer uma coisa dessas Othor?

- Eu falhei Clementine, cometi muitos erros, pequei aos olhos de Deus.

- Como pôde pecar neste lugar? - Olhei em minha volta.

- Eu conheci uma mulher. Ela morava na aldeia de lívypis.

- Eu morava lá. - Disse e uma vertigem se passou na minha cabeça por um instante, me fazendo levar a mão para a cabeça instantaneamente.

- Está bem princesa?

- Sim, eu estou, pode continuar com o que falava, e não me chame de princesa.

- Perdão, eu não quero acabar com o seu segredo.

- Não por isso, mas porque somos irmãos. - Segurei firme em sua mão.

- Como havia começado a contar, eu me apaixonei, ela se chamava Estefânia Ramperg, era de família muito humilde, me disse que saiu de casa por apanhar quase todos os dias do pai que chegava quase sempre embriagado. - Ele contava com muita dor no coração, era explícito em seu rosto. - Ela veio para cá e acabamos nos encontrando, eu a protegia, parecia até que éramos feitos um para o outro. Mas o amor foi demais, a carne falou mais alto que a voz do espírito Santo, nós fornicamos, para ela era apenas uma moça desonrada. Mas para mim... Eu havia decepcionado Deus, cuspido no rosto de Jesus! Clem eu mesmo me condenava pelo meu ato.

Mas meu tormento acabou quando Deus tratou de leva-la para longe de mim. Sem mais decidiu me abandonar.

- Eu nem sei o que dizer.

- Não diga nada, apenas ore por mim.

- Todos nas aldeias dizem que você é um mago ruim.

- São uns blasfemadores, eu nunca fiz mal a ninguém Clem.

- E eu acredito. Você é um profeta. Deus está me dizendo. E por todo esse tempo tem estado aqui dentro, quando podia ajudar as pessoas nas aldeias.

- Eu sei Clem. E eu me arrependo de ter me isolado aqui. Sei que não era esse o querer de Deus para a minha vida. Mas ainda sim me protegeu enquanto estive aqui.

- Não, não! - Akira gritava e eu caminhei até ele.

- Calma, tá tudo bem, tá tudo bem. - Seguro sua mão fria .

- Clementine? - Parecia lembrar de mim.

- Sim, sou eu. Eu estou aqui. - Dei um sorriso para mostrar que estava tudo bem.

- O que aconteceu? Onde estamos? - Olhava em volta.

- Um grande amigo conseguiu te curar, você foi picado por uma cobra, mas vai ficar bem. - Passei a mão em sua testa molhada de suor. - Durma, estamos todos bem.

Pedi e ele assentiu apertando minha mão e fechando os olhos.

O dia se passa rápido e o céu logo começa a escurecer.

- Aqui tem algumas lenhas. - Othor começa a unir algumas delas no meio da caverna.

Não sei explicar mas desde quando caí do cavalo com Akira sinto-me estranha, cansada, fadigada, além disso estou fraca, acho que por falta de alimento. Sento-me na areia que forrava o chão da caverna e em questão de segundos não consigo ver mais nada.

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