Estou no jardim conversando com Maurício sobre essa história toda e ele me aconselha a conversar com ela, para descobrir se ela realmente sente algo por mim ou se está apenas encenando, apenas fingindo o nosso namoro como foi o combinado.
— Conversa com ela, cara, se abre pra ela e conta o que você está sentindo, todo mundo já percebeu que vocês estão apaixonados só falta vocês assumirem isso. — Maurício me encara atento.
— Eu não sei se é uma boa ideia, Maurício. Eu quero essa mulher pra mim, mas e se ela não quiser deixar de ser garota de programa pra ficar comigo? Eu não vou conseguir aceitar outros homens tocando nela, cara, isso é demais pra mim... Porra, só de pensar que daqui alguns dias ela vai voltar a atender aos clientes dela eu fico para morrer, Maurício — digo meio aflito, frustrado por ter deixado as coisas chegarem a esse ponto.
— Você nunca vai saber se você não falar com ela, Ryan. Tenta a sorte, cara, você não tem nada a perder só a ganhar, pensa nisso. — Ele se levanta, deixando-me pensativo com essa situação toda.
— Você tem razão, Maurício. Irei falar com ela ainda essa noite, eu preciso descobrir se ela sente algo por mim. Preciso saber se ela está disposta a deixar essa vida pra ficar comigo — digo esperançoso que ela diga sim, então também me levanto decidido.
— Tudo bem, meu irmão, mas enquanto você não fala com ela, vamos dar umas voltas por aí, eu preciso resolver umas coisas — diz ele enquanto entramos na mansão.
Já que a Elisa está ajudando a Sarah a organizar o jantar da mamãe, eu vou aproveitar para sair com o Maurício, preciso mesmo comprar o presente da mamãe, pois com essa confusão toda na minha mente, acabei me esquecendo de fazer isso antes.
Depois de comprar o que eu queria e bater pernas com o Maurício por aí, ele foi pra casa se arrumar para o jantar e eu voltei para mansão, ansioso para conversar com a Elisa, preciso resolver logo essa questão, porque isso já está me tirando o sono.
Cheguei em casa e fui direto para o quarto. Minha mãe disse que a Elisa está no quarto da Sarah, elas estão se arrumando para o jantar, e com isso eu aproveito que estou sozinho para pensar em uma melhor maneira de conversar com ela. Estou nervoso e não sei por onde começar essa conversa.
Depois de um tempo, termino de me arrumar e desço esperando encontrar Elisa, mas ela e Sarah ainda não desceram, já é tarde e a maioria dos convidados já chegaram, então fui cumprimentar alguns dos amigos do papai e de longe vi a Melissa me encarando de cima a baixo. Só espero que ela não venha falar comigo, porque eu ainda não esqueci o que ela me fez, e toda vez que eu me lembro do passado, minha raiva por ela aumenta um pouco mais. Depois de falar com algumas pessoas, eu vou até a mamãe entregar a ela o seu presente.
— Parabéns por mais um ano de vida, mamãe, eu te desejo tudo de bom, porque você merece, mas desejo acima de tudo que possamos comemorar essa data por muitos e muitos anos ainda... Eu só quero dizer que eu te amo... Que você é a melhor mãe do mundo — declaro, abraçando-a forte e rapidamente ela retribui emocionada. — Esse é o meu presente pra você, espero que goste. — Entrego um pacote e rapidamente ela o abre curiosa.
Comprei para ela um conjunto de brincos e um colar de ouro, que também acompanha um belo relógio feminino e ela parece ter gostado, isso me faz respirar aliviado.
— Minha nossa, filho, é lindo... Eu adorei, meu querido, mas não precisava ter se incomodado com isso, porque o melhor presente que você poderia me dar você já me deu — diz emocionada, deixando-me confuso.
— Como assim, mamãe? De que presente você está falando? — pergunto ainda confuso e ao mesmo tempo curioso.
— Eu estou falando da Elisa, meu filho. Ela é uma menina de ouro, é a melhor nora que você poderia me dar... E eu estou muito orgulhosa de você e sei que ainda vou viver tempo o suficiente para ver os meus filhos casados, formando as suas famílias... Você não poderia ter escolhido uma mulher melhor, meu filho. — diz toda orgulhosa e eu gelo dos pés à cabeça por ter que decepcioná-la quando descobrir a verdade. — Eu já estou ansiosa para ver vocês casados e me dando muitos netinhos, ouviu? — mamãe repete empolgada e eu me engasgo com a minha própria saliva.
— Mas o que é isso, mamãe? Não seja exagerada... Eu e Elisa ainda estamos nos conhecendo e a senhora já quer nos ver casados e com filhos? Pelo amor de Deus — digo apavorado com tamanha imaginação da minha mãe.
— Não é exagero nenhum, filho. Hoje em dia não há necessidade de se prolongar tanto assim um namoro, nós estamos no século XXI, você se esqueceu disso? — diz séria quase me fazendo cair duro de tão nervoso que fico. Ela só pode estar de brincadeira, essa é a única explicação para essas ideias loucas dela!
Conversei um pouco mais com a mamãe, tentando fazê-la esquecer dessa história de casamento e filhos, mas de repente aparecem Sarah e Elisa na escada. Nossa, elas estão lindas! Enquanto elas descem as escadas todos os olhares se dirigem a elas, automaticamente eu e Vinícius nos dirigimos até o pé da escada para recebê-las. Sarah se dirige até Vinícius e Elisa vem até mim sorrindo daquele seu jeitinho encantador, ela está tão linda, parece que eu não a vejo há séculos. Eu apenas não a vi na parte da tarde e mesmo assim, já estava morrendo de saudades dela. Tomo-a em meus braços e beijo-a com calma, com paixão.
É isso mesmo, eu estou completamente apaixonado por Elisa e não tem mais como negar isso!
Não consigo mais negar o que sinto por ela, não é apenas desejo, é muito mais que isso, é algo que nunca senti com nenhuma outra mulher. É algo que eu nunca desejei com nenhuma outra mulher e estou disposto a tudo para ter essa mulher pra mim. Quando o ar nos falta nos separamos ofegantes.
— Você está linda... Está maravilhosa, meu anjo. — Acaricio o seu rosto e ela sorri de maneira aberta para mim.
— Você também está muito elegante... Está irresistível — diz ainda sorrindo e eu retribuo ao seu sorriso, desejando voltar para o quarto com ela, mas sei que ela não vai permitir.
Olho para o lado e Vinícius e Sarah também estão se beijando, mas logo se separaram com a respiração pesada assim como nós. Nós nos direcionamos até a minha mãe e todos os olhares nos seguem e isso me incomoda bastante, eu não gosto de ter a atenção de tanta gente sobre mim e apesar de sermos muito conhecidos na mídia, saindo em jornais revistas e sites de fofocas, ainda não me acostumei com esse assédio dos curiosos. E isso fica ainda pior quando os curiosos são os nossos conhecidos, parentes e amigos.
Conversamos um pouco com a minha mãe e eu apresento Elisa para algumas pessoas, apenas parentes e amigos. Tudo estava ocorrendo maravilhosamente bem até que finalmente chega a hora de servirem o jantar. Fomos todos para a segunda sala, onde só é usada quando temos muitas visitas em casa, nos acomodamos cada um em seu lugar e o pessoal do Buffet liberou para os convidados começarem a se servir, pouco a pouco todos já estavam se servindo e voltando para os seus lugares.
Deixo Elisa na mesa com o papai mamãe e Sarah, enquanto eu e Vinícius vamos preparar os nossos pratos e o das meninas, enquanto preparamos os pratos eu sinto alguém me abraçar por trás, mas eu tenho certeza de que não é a Elisa, porque eu não sinto as vibrações de quando ela chega perto de mim.
Viro-me para ver quem é, e lá está Melissa me encarando com um enorme sorriso no rosto, eu não acredito que essa ordinária teve a cara de pau de vir falar comigo sabendo que eu a odeio, que estou com a Elisa e não vou ficar aceitando gracinhas de uma qualquer.
— Oi, Ryan! Tudo bem? — pergunta ainda sorrindo, olhando-me de cima a baixo.
— Poderia estar melhor sem a sua desagradável presença... O que você quer, Melissa? Fala logo, porque eu não tenho tempo para perder com você, tá legal? — digo meio impaciente sem parar o que eu estou fazendo e a vagabunda sorri.
— Nossa, Ryan, você ainda está magoado comigo, meu amor? Eu só quero conversar com você numa boa sem brigas, pode ser? Por favor, vamos conversar? Eu sei que ainda vamos nos entender outra vez. — Ela se aproxima mais de mim, passando a mão no meu braço, apertando-o sutilmente.
— No dia de São Nunca, pode ser. Porque agora eu não tenho tempo pra você, Ok? Com licença. — Pego o prato que eu já tinha preparado para Elisa e me viro indo em direção à mesa onde ela está. Aproximo-me da mesa, sento-me ao lado dela, entregando o seu prato e ela me encara confusa.
— E o seu prato, meu amor? Você não vai comer? — pergunta curiosa, olhando-me atentamente.
— Não estou com fome, minha linda, depois eu como alguma coisa, não se preocupe. — Forço um sorriso, mas ela percebe que alguma coisa me incomodou, porém não diz nada, apenas começa a comer tranquilamente.
Fiquei na mesa vendo mamãe Elisa e Sarah conversando animadas, mas eu não estava prestando atenção na conversa delas. Aquela cachorra da Melissa conseguiu estragar a minha noite, eu só não entendo porque eu fiquei tão mexido com a presença dela, eu já não gosto mais dela, para mim ela não passa de um ser desprezível que me sacaneou com o filho da puta do Alex. Como eu odeio esses dois vermes asquerosos! Saio dos meus pensamentos com Sarah me chamando.
— Ei, maninho! Tá viajando aí o que aconteceu? — pergunta preocupada.
— Não aconteceu nada, Sarah. Está tudo bem, não se preocupe. — Levanto-me a fim de sair daqui, mas eu não vou sozinho. — Vem comigo, Elisa! Eu preciso falar com você. É importante. — Estendo a mão para ela.
— Tudo bem, vamos sim — responde, pegando a minha mão e se levanta pedindo licença.
Caminhamos para fora da casa e vamos para o jardim, aproximamo-nos da piscina e nos sentamos em uma das espreguiçadeiras, eu não aguento esperar mais para conversar com ela e vou fazer isso agora mesmo.
— O que aconteceu, Ryan? Por que você ficou tão estranho de repente? É alguma coisa comigo? — questiona preocupada.
— Tem a ver com você, sim, mas não é nada de ruim, não se preocupe... Mas antes de conversarmos tem algo que eu quero te dar — digo, entregando uma caixinha preta a ela, fazendo-a me encarar confusa. Ela abre a caixinha olhando fixamente o conteúdo da caixinha e me encara surpresa.
— Meu Deus, Ryan... São diamantes? É simplesmente lindo — diz sorrindo largamente admirando a joia, é algo simples, apenas um colar de ouro com um pingente em forma de coração com algumas pedrinhas de diamantes no centro.
— Que bom que gostou. Fico feliz por isso — digo satisfeito com a sua reação.
— Mas por que você está me dando essa joia? Não é meu aniversário nem nada — pergunta confusa, porém ainda com aquele sorriso lindo no rosto.
— Eu simplesmente vi e achei que você iria gostar, então decidi comprar pra você — respondo simples e objetivo.
— É lindo, Ryan. Eu adorei, mas eu não posso aceit... — Interrompo-a antes que ela termine de falar.
— Nem adianta vir com essa história de que não pode aceitar, porque eu não aceito devolução. — Pego o colar da caixinha. — Deixa eu colocar em você, por favor? — peço com um meio sorriso, e ela se vira de costas para eu colocar o colar nela.
— Obrigada, Ryan. Você foi muito gentil, eu amei — diz, virando-se de volta para mim com um enorme sorriso no rosto, e eu encaro os seus lábios, beijando-os em seguida.
Nós nos separamos quando o ar nos falta e ela me encara de um jeito diferente, parecia que ela queria me dizer alguma coisa, mas ela apenas fica calada me encarando daquele jeito intenso.
— Eu preciso te fazer uma pergunta, Elisa — digo um pouco mais sério e ela me encara apreensiva.
— Pode falar, o que você quer saber? — pergunta, ajeitando-se na espreguiçadeira, ficando totalmente de frente para mim, então eu respiro fundo.
— Se eu te pedir para largar o programa pra ficar comigo, você largaria? — questiono com receio da sua resposta e ela me encara confusa e surpresa ao mesmo tempo.
— O quê? Como assim? Você quer que eu seja sua exclusiva? Quer que eu atenda só você? — pergunta surpresa com os seus olhos presos nos meus.
— Não, Elisa, eu não quero que você seja apenas a minha exclusiva. Eu não quero que você fique comigo apenas pelo dinheiro... Eu quero você como minha namorada, o que você me diz? Quer namorar comigo de verdade? Seja minha de verdade, loirinha? Eu quero muito você — declaro, encarando fixamente os seus olhos, pego a sua mão com carinho, mas ela parece não acreditar no que eu acabei de dizer.
— Su... Sua namorada? Por que você iria me querer como sua namorada? — pergunta, levantando-se abruptamente, encarando-me com os olhos levemente arregalados.
— Porque eu me apaixonei por você, Elisa. É por isso que eu te quero como minha namorada... Eu te quero como minha mulher, quero que sejas minha e de ninguém mais. — Também me levanto, mas posso ver os seus olhos lacrimejar rapidamente.
— Isso é algum tipo de brincadeira, Ryan? Não é justo você brincar comigo dessa maneira, eu não mereço isso. — Ela começa a chorar então me aproximo dela, pegando-a pela cintura e puxando-a para mim.
— Eu jamais brincaria com você, Elisa... Eu estou completamente apaixonado por você, loirinha e quero que você seja minha... Somente minha... Eu não quero dividir você com mais ninguém... Você tem que ser minha. — Encaro-a fixamente então mergulho os meus dedos em seus cabelos e puxo-a para um beijo mais que urgente, rapidamente ela se entrega ao nosso beijo.
Ela entrelaça os seus braços em meu pescoço, puxando-me ainda mais para si deixando escapar alguns gemidos entre os beijos, mas logo nos separamos ofegantes e ela encara os meus olhos seriamente.
— Eu espero que você realmente não esteja brincando comigo, Ryan... Porque eu também me apaixonei por você — diz, soltando-se de mim, deixando-me perplexo e ao mesmo tempo feliz com a sua declaração.
— Então você aceita ser minha namorada, Elisa? Aceita ser só minha? — pergunto ansioso pela sua resposta, mas vejo o seu olhar apreensivo.