Academy

By AnaMedrade

54.4K 4.2K 525

#9 em Escolhidas - 25 de novembro de 2020 #1 em Sereia - 1 de julho de 2018 #2 em Escolhidas - 16 de agosto d... More

Sinopse
One
Two
Three
Four
Five
Six
Seven
Eight
Nine
Ten
Eleven
Twelve
Thirteen
Fourteen
Fifteen
Sixteen
Seventeen
Eighteen
Nineteen
Twenty
Twenty One
Twenty Two
Twenty Three
Twenty Four
Twenty Five
Aviso
Twenty Eight
Twenty Nine
BÔNUS JARED - BÔNUS ELIOTT
Thirty
Thirty One
Thirty Two
Aviso
BÔNUS ELIOTT
Thirty Three
Thirty Four
Thirty Five
Thirty Six
Thirty Seven
Thirty Eight
CAPÍTULO BÔNUS- Mark Price
Thirty Nine
Forty
Forty One
Forty Two
Forty Three
Forty Four
Forty Five
Forty Six
Forty Seven
Forty Eight
Forty Nine
Fifty
Fifty One
Fifty Two
Fifty Three
BOOK TRAILER
THE END
DESCENDENTES
Sinopse
Aviso
Obrigada!
Comunicado
Fio Vermelho

Twenty Six

924 74 10
By AnaMedrade

Moon

Todo vez que eu olho para a madrinha vem na minha cabeça as primeiras palavras que ela disse para mim, na época eu tinha 9 anos, era ainda uma criança, que tinha acabado de perder seus pais em um terrível massacre e só tinha sua irmã como sua única família.

"As memória ainda são frescas em minha mente."

Eu e Sun tinhamos acabado de se "mudar" para o minúsculo apartamento de Meredith, ainda não tínhamos tanta intimidade com ela, mas era a nossa última e única esperança de ter pelo menos algum vestígio de "família".
Sun foi a primeira de nós duas a se "apegar" em Meredith, não a culpo, minha irmã precisava de uma presença feminina que fizesse o papel da mãe recém morta.
Confesso que dei muito trabalho a Meredith (não que minhas atitudes eram de uma criança órfã e rebelde), só não falava ou interagia com as pessoas - a não ser minha irmã - fiquei meses sem comer e beber água, tomava banho porque era "obrigada" por Sun, enfim, eu tinha virado um vegetal ou um rabanete mesmo.
Meredith logo percebeu meu estado de pré depressão e começou a ir todos os dias em meu quarto para conversar e "interagir" comigo, me levava livros, CDs, gibis e até mesmo jogos que desafiava minha inteligência como xadrez e "paciência".
A partir do momento que Meredith conseguiu ganhar minha confiança, ela começou a contar sobre minha mãe, admito que fiquei muito revoltada e joguei o tabuleiro de xadrez nela, mas depois de algum tempo o assunto sobre todas as loucuras e aventuras que ela e minha mãe faziam começaram a me interesar e as vezes no meio da noite eu me "pegava" rindo das suas histórias.

Só que tudo que é bom dura pouco, as conversas sérias junto com as responsabilidades chegaram e eu não pude se desviar das minhas obrigações. As palavras que Meredith me dizia, as noites que passei em claro estudando sobre os assuntos terríveis do mundo sobrenatural, as risadas e a empolgação de Sun no seu primeiro dia de aula sempre veem em borrão em minha mente.

Às vezes quando estou dormindo começo a me lembrar muito bem do dia que "peguei" todas as responsabilidades para mim.

Estava lendo um livro - sobre um assunto desconhecido para os seres humanos - quando Meredith entrou toda nervosa em meu quarto e logo me puxou pelos braços, sua expressão era de medo, pavor.

" Você não tem mais idade para brincar Moon, o mundo sobrenatural precisava dos seus poderes e da Sun, tempo é a única coisa que nós não temos.
Seus deveres vão mudar daqui para frente, você aprenderá a ter responsabilidade, irá se preparar para vencer o mundo e para isso você precisará vencer seus próprios medos".

Eu tinha exatamente 9 anos, mas não me arrependi de nada do que fui "obrigada" a fazer, achava até legal.
Era considerada uma criança anormal para as pessoas que moravam no mesmo prédio de Meredith, ou seja, uma aberração, por isso fiz de tudo para os mudanos não saberem a verdadeira "identidade de Sun.
Para uma criança "normal" isso seria beem pesado, mas para mim não foi, já sabia da aberração que eu mesmo era.

- Posso conversar à sós com sua irmã Sun? - Meredith atrapalha meus pensamentos com sua voz grave

Sun me olha meio desconfiada, apenas aceno com a cabeça em sinal de positivo, para tranquilizar minha irmã.

Está tudo bem para você? - pergunta por telepatia

Sim, com certeza ela só quer conversar com a criança solitária aqui.

Dramática nenhum um pouco né Moon?

Aprendi com quem?

Idiota.
Você quer que eu vou mesmo?

Pode ir de boa, se acaso ela dar uma de louca eu jogo a mesa em cima dela.

Moon! Ela é nossa madrinha!

E quem disse que não se pode ter uma leve "discussão" com os parentes?

Ela é mais velha Moon!

Você que pensa Sun, Meredith pode ter mais disposição que nós duas juntas.
Não pense nela como uma velhinha indefesa que não sabe atravessar a rua e sim na encarnação do Jack chan.

Você é mesmo uma idiota Moon.

- Já pararam de discutir por pensamento? - Meredith nos interrompe - Tenho que conversar com Moon ainda hoje

- O que você quer tanto conversar com minha irmã? - Sun se mete entre eu e Meredith, ficando em minha frente - Tudo que envolve ela me envolve também

- Sun, está tudo bem - coloco a mão em seu ombro - Qualquer coisa você sabe né?

Sun antes de sair olha uma última vez para Meredith, a ameaçando.

Essa baixinha é muito encrenqueira.
Ainda mais depois da sua descoberta, se seu amor fraternal já é desse jeito imagina o maternal.

- Pode falar, Meredith - depois que Sun saiu me sentei em uma poltrona vermelha que ficava de frente a uma enorme janela, sendo que a vista era o campo de futebol, aonde meninos lupinos jogavam futebol suados e sem camisa.

- Que dia você iria me contar Moon? - a olho, sua expressão estava séria

- Perdão? - arqueio a sombrancelha em sinal de dúvida - Não sei do que você está falando, Meredith

- Quando você iria me contar que está doente? - ela repete a pergunta e eu arregalo meus olhos em surpresa - Pela sua reação é verdade né?

- Do que você está falando?! - aumento a voz - Não estou doente coisa nenhuma! - me levanto da poltrona

- As bruxas sabem de tudo - se levanta também e vem em minha direção - Assim como soube que Sun estava grávida antes mesmo dela saber, também sei que você está doente

- Quantas vezes irei ter que repetir? - grito e o vidro da janela se racha - Não. Estou. Doente

- Filha...

- Não sou sua filha - grito novamente e o vidro se parte, fazendo os estilhaços cortar certas partes do rosto de Meredith - E você não sabe de nada Meredith! - aponto o dedo em seu rosto - Se soubesse tinha avisado para a nossa tribo do massacre que estava preste a acontecer!

- Moon! - aumenta a voz - Eu não tinha como avisá-los!

- Não quero saber de mais nada, cansei de tantas mentiras da sua parte!

- Você é tão parecida com Aurora - tenta tocar em meu rosto, mas eu afasto sua mão

- Não toca no nome de minha mãe, sua bruxa suja! - soco a parede e ela se afunda - Quero você longe da minha irmã e de minha sobrinha entendeu? - ela me olha surpresa

- Não posso ficar longe delas - tenta me tocar, mas eu me afasto novamente - Não seja ingrata Moon!

- Ingrata? - gargalho em escárnio - Ainda bem que Sun não sabe a verdade por trás de toda essa preocupação, senão você estaria morta

- Não irei me afastar Moon!

- Pelo seu bem, se afasta - me aproximo lentamente - Não respondo pelos meus atos se acaso descobrir que você se aproximou de Sun e do bebê

- Moon ...

- Era só isso que tinha que conversar comigo, Meredith? - a interrompi, abro a porta, mas Meredith não responde nada, só abaixa a cabeça

Começo a andar pelos largos corredores quando sinto um puxão em meu braço.
Sinto uma dor agonizante na hora.

- Como imaginava - Meredith ergue a manga de minha blusa - Como pretende se curar disso?

- Não te interessa! - puxo meu braço e abaixo a manga - Desapareça da minha vida e da minha irmã, Meredith

Volto a andar pelo corredor, mas paro assim que ouço ela me chamar.

- Moon? - paro, mas não a olho - Sua irmã tem o direto de saber sobre isso

- Não me diga o que fazer!

- Só se brinca com a morte uma única vez, criança

.
.
.

- O que a madrinha queria com você Moon? - antes mesmo de chegar ao nosso quarto, Sun estava na porta me esperando

- Nada demais, pirralha - a abraço apertado

- Meredith te deu drogas!? - pergunta irritada, mas eu não a respondo - Você está estranha Moon

- Não posso mais abraçar minha irmãzinha? - ia me afastar, mas Sun me segura mais forte em seus braços.

- Claro que pode, é até bom, melancia gosta do seu toque - pega umas das minhas mãos e coloca sobre sua barriga, me assusto quando sinto um movimento em seguida

- Tá bom, já chega - te afasto pelos ombros e ela ri da minha cara de assustada - Você e a melancia precisam dormir, está muito tarde e os vampiros vivem por aí, nas sombras

- Não vai conseguir me assustar Moon - entramos em nosso quarto e eu tranco a porta, conferindo logo depois - As palavras de Meredith sobre minha filha ainda martelam em minha cabeça

- Não ouça Meredith, ela é doida - tiro meus sapatos e me jogo em minha cama

- Rebelde? - Sun pergunta para si mesmo e começa a rir - Você não vai me dar tanto trabalho quanto sua tia me dá né filha? - começa a falar com sua barriga

- Ficou louca Sun? - levanto minha cabeça e a encaro

- Como você imagina a melancia Moon? - se senta ao meu lado na cama

- Uma criança chorona e catarrenta - ganho um tapa forte em minha nuca - Uma criança chata? - outro tapa - Esfomeada?

- Para de falar assim da minha filha, sua anti-social

- Melancia será igual a mim

- Rezo aos deuses que não - começa a passar as mãos pelo meu cabelo - Que dia você me dará uma sobrinha Moon? - ela pergunta e eu me engasgo com minha própria saliva

- Tá louca, pirralha? - aumento a voz e ela gargalha - Nunca mais pergunte uma coisa como essa! Quase me matou do coração - coloco a mão sobre meu coração e respiro fundo

- Um dia ou outro você será mãe, Moon

- Que esse dia nunca chegue

.
.
.

Que vampiro em sã consciência precisa de aulas de português, sério, para quê vou precisar dessas aulas.
Só se eu chegar em minha "vítima" e dizer:

" Com sua licença, poderei sugar um pouco do sangue apetitoso e saboroso desse esplêndido pescoço que por sinal é muito convidativo para as minhas alinhadas e peroladas presas?"

Estava quase dormindo na aula da professora quando uma bolinha de papel pousou em minha mesa.

- Sério, isso é tão anos 2000 - reviro os olhos e olho para o lado, vendo Luccay sussurrando um "leia" em minha direção - Garoto estranho - murmuro e abro a bolinha

Pode me encontrar hoje depois das aulas.

Luccay

Me virei para ele e sussurrei um "não" nenhum um pouco discreto.

"Porquê?" - sussurra de volta

"Por que não"

"Isso não é resposta!"

"É sim!"

- Senhor Carstairs e Senhorita Campbell por favor se retirem da sala - grita batendo uma régua de madeira na mesa e apontando para a porta - Peguem suas coisas e saíam

- Porque? Eu não fiz nada dessa vez - sua mal amada

- Não fez Senhorita Campbell? - pergunta e eu mexo minha cabeça em sinal negativo - Então o que você e o Senhor Carstairs estavam fazendo enquanto seus colegas liam?

- Eu e meu colega estávamos interagindo um com o outro

- Interagindo? - aumenta a sua voz - Eu mandei ler um poema e não interagir com o colega do lado Senhorita Campbell

- Não queria ler esse poema besta, professora - vejo seu rosto ficar vermelho de raiva

- Saía imediatamente! - bate a régua novamente - E você também Senhor Carstairs

- Mal amada do caralho - resmungo enquanto junto minhas coisas para sair da sala

Eu e Luccay nos sentamos nas cadeiras que tinham ali, próprias para alunos que estavam de castigo ou para os que acordaram tarde e chegaram atrasados.

- Por que você queria que eu te encontrasse depois das aulas? - pergunto assim que Luccay se senta ao meu lado

- É uma coisa muito importante para falar aqui, nesse momento - sussurra

- Você matou alguém e quer ajuda para esconder o corpo? - sussurro de volta

- Não, sua louca - sorri - É uma coisa mais importante

- Agora fiquei curiosa, me conta logo

- Vocês continuam conversando!? - a professora mal amada aparece na janela e começa a gritar com nós dois - Os dois, correndo no campo, agora!

- Vagabunda

.
.
.

O sol estava tão quente que batia em meu rosto e parecia algum tipo de ácido arrancando toda a minha pele maravilhosa.

- Odeio sol! - grito e puxo a toca do uniforme de educação física para cobrir minha cabeça

Olhei para Luccay e ele parecia totalmente tranquilo em correr em um sol escaldante como esse, parecia até uma garoto lupino, mas a pele branca e a falta de suor o denunciou como um ser vampiro.

- Como você pode odiar isso? - o olhei incrédula - O que? Sou um vampiro, mas mesmo assim gosto de sol

- Estranho

- Falou a "normal" da escola - franzo a testa e ele sorri - Mas bem que você precisa de um sol, está muito pálida, precisa de um bronzeado

- Nossa, falou o surfista da Califórnia! - paro e me encosto em uma das traves de futebol que tinha ali - Não aguento mais, vou morrer

- Para de drama - me puxa pelo capuz do casaco - Vamos terminar isso logo

- Para de ser malvado Luccay - choramingo

Estávamos na 84° volta e a professora tinha mandado darmos 100° voltas ao redor do campo.
É uma mal amada mesmo.

- Eu odeio aquela professora! - grito olhando para o céu - Com certeza ela vai estar na minha lista negra - Luccay gargalha

- Você odeia muitas coisas - me cutuca

- Não, estou sem tempo para odiar muitas coisas esses últimos dias

- Então você está tendo tempo para gostar de alguém?

- Que "papo" é esse Luccay? - o encaro, mas ele continua correndo e olhando para frente

O vejo engolir em seco fechando e abrindo a boca para tentar falar alguma coisa.

- O que eu queria te dizer depois das aulas, era...era - me olha pelo canto do olho, mas depois desvia, gaguejando

- Era...?

Engoliu em seco novamente e depois de alguns segundos diz:

- Estou começando a gosta de verdade de você, Moon

Não sei o que aconteceu em seguida, mas em um segundo eu estava gritando um " O que?" para Luccay e no outro estava toda quebrada no chão.

Acho que tinha desmaiado, mas não sabia se era pela dor em meu tornozelo ou pelo choque que as palavras de Luccay fizeram.


Moon está desmaiada!

Continue Reading

You'll Also Like

5.3K 113 17
"Uma caçada cega. O monstro pode estar bem na sua frente..." Os winchesteres saem em uma caçada contra um simples ninho de vampiros. Mal eles sabiam...
333 195 40
A única forma de conquistar fama e poder é correndo. Dylan Heaven ou popularmente apelidado como Pássaro-Branco tem 18 anos e, desde pequeno, sua pai...
310K 22.8K 50
Pode um anjo se rebelar e fugir do céu? Sim, e eu sou a prova viva disso. 06/02/17 fanfic na posição 5º em Paranormal 23/02/17 fanfic na posição 2...
832 126 28
Para meus amores e para minha criança interior. Não esperem encontrar beleza aqui, é apenas um amontado de sentimentos reprimidos colocados em forma...