Blue

By GioviSouza

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"Você era vermelho e gostava de mim porque eu era azul. Você me tocou e de repente eu era um céu lilás, então... More

Boas Vindas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 21

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By GioviSouza

Até que ponto aquilo era um vingança contra Nicholas? Ele havia transado com a minha mãe pelas minhas costas e agora eu transava com seu filho pelas suas - mais precisamente na sua cama.

Eu era uma pessoa tão horrível quanto Nicholas, no fim das contas. A imagem que eu tinha era a de que ele brincara com meus sentimentos, mas gostava mesmo da minha mãe. Com ela era mais fácil.

Já eu brincava com os sentimentos do meu melhor amigo, com uma vingança que só existiria na minha cabeça. Como Nicholas descobriria? Não o faria. Noah não contaria, certo? Eles não eram tão próximos assim.

Com os olhos vidrados no teto, eu me lembrei de uma certa calcinha que havia parado nas mãos do homem que eu acreditava ser o certo para mim. Onde ele guardava? Olhei para as gavetas ao meu lado e decidi que aquilo seria um bom passatempo.

O que aconteceria se eu encontrasse? Significava que ele ainda a tinha, que ele ainda pensava em mim. Ou talvez que ela só estivesse esquecida ali. E se não encontrasse? Queria dizer que ele havia simplesmente se desfeito dela?

Abri a primeira gaveta: gravatas. Segunda gaveta: cuecas. Terceira: camisas muito bem alinhadas. Ele realmente não tinha nenhuma empregada? Não era possível que tudo era bem arrumado. Abri o armário e olhei cada uma das peças ali. No fundo, toquei uma caixa de madeira e sorri. Bingo!

Não esperava que no segunda seguinte, Noah começasse a se mexer para acordar.


Noah

Os raios solares passavam pela janela fechada e iluminavam a minha pele. Ajeitei-me na cama macia e demorei um pouco para notar onde estava e o que havia acontecido.

Ao meu lado Blue suspirava pesado, dormindo profundamente. Estava linda e completamente nua. Eu não poderia acreditar que finalmente tinha minha garota nos braços. Por instinto abracei-a para mim que se ajeitou no meu peito, um reflexo de sorriso surgiu no canto dos seus lábios me fazendo sorrir. Ela coçou os olhos e então eu percebi que havia acordado.

- Te acordei? Desculpa. - Digo enquanto beijo seus cabelos.

- Tudo bem. - Deu de ombros, selando nossos lábios. - Bom dia.

- Bom dia, loirinha. - Enlacei sua cintura, admirando seus olhos azuis no quarto pouco iluminado. Eles brilhavam o que os deixava lindos.

A garota acariciou meu peito, fazendo carinhos e então desfazendo nossa conexão ocular. Beijos foram distribuídos pelo meu peito, me fazendo sorrir pelo carinho da minha melhor amiga.

- Eu queria dizer uma coisa. - Era a hora certa de dizer que a amava, não tinha dúvidas disso. Tomei fôlego para continuar, vendo a porta ser escancarada.

Bianca estava parada e não tinha a melhor das expressões na minha direção. A boca em uma linha fina esboçando um sorriso amarelo, o olhar decepcionado na minha direção enquanto assentia uma vez como se tivesse provado um ponto para si mesma.

- Bom dia. - Blue desejou, se cobrindo enquanto olhava a amiga seminua.

- Bom dia. - Bianca respondeu quase em um sussurro. - Peguei uma de suas camisas pra dormir, se não se importa.  Ela apontou para a blusa que sempre usava depois que transávamos.

- Tudo bem. - Murmurei. - Seu amigo já...

- Sim, ele já foi. - Assentiu. - Se mandou antes mesmo que eu acordasse.

- Sinto muito, Bia. - Ouvi Blue dizer. Por que eu tinha a impressão de que aquilo não era sobre o garoto que havia deixado nossa amiga na cama?

- Tudo bem. - Deu de ombros. - Temos que começar a limpar antes do seu pai chegar. - Ela se dirigiu pra mim.

- Ah, claro! Nós descemos em um minuto.

Ela assentiu e se foi.

Não havia nada que ela já não tivesse visto antes, mas não acho que Blue precisasse saber disso ou o início daquilo seria só o começo do fim.

Virei-me para o lado e passei a pegar as roupas que era para estarem presas ao meu corpo durante meu sono. Blue fez o mesmo, nós dois em completo silêncio.

Ajudei-a arrumando a cama e dando um jeito no quarto do meu pai. Antes que ela pudesse sair puxei seu corpo para o meu, abraçando a garota que eu amei por todos esses anos, que eu cobicei e que agora era minha.

- Não quero te perder. - Murmurei.

- Não vai. - Assegurou.

Tomei seu rosto em minhas mãos enquanto ela envolvia minha cintura com os braços. Olhei fundo em seus olhos antes de colar nossos lábios em um beijo calmo, nossas línguas se reconhecendo verdadeiramente, o gosto da ressaca presente em ambas as bocas. Um beijo que eu lembraria com clareza dessa vez.

Quando nos descolamos, eu me sentia renovado, mais ainda quando vi o sorriso genuíno brotar nos lábios da mulher da minha vida. Como eu queria acordar com esse sorriso todos os dias para o resto da minha vida.

Quando desci de mãos dadas com Blue, notei que Bianca tinha uma sacola em mãos e pegava todas as sujeiras que estavam espalhadas pela área externa. Parecia cansada, pensativa e eu temia quando tivéssemos uma conversa.

- Vou fazer o almoço, tudo bem? - Dei um beijo na testa de Blue e me afastei.

- Espera. - Ela tocou minha mão. - E se formos comer um fast food depois de terminar?

- Pode ser. - Sorri forçado e selei nossos lábios. - Vamos ajudar a Bia.




Entre lavar o chão, passar pano, pegar o lixo, encontrar coisas das quais não gostaríamos pela casa e não sentir falta de nenhum objeto precioso, nós nos deitamos no sofá, completamente cansados.

- Que fome. - Reclamou Bianca.

- Eu também. - Blue acompanhou a amiga, acariciando o próprio ventre.

- Vamos comer então. - Me levantei e estendi as mãos para cada uma, que aceitaram de bom grado, me fazendo levantá-las.

- Vamos tomar um banho primeiro. Eu estou suada e fedendo. - Bianca reclamou, puxando a barra da minha blusa e mostrando como estava suja.

- O que eu faço com essa blusa que você está usando? - Questionei enquanto nós três subíamos as escadas.

- Quer mesmo que eu responda? - A garota subiu as escadas de costas e ergueu uma sobrancelha.

- Olha a malcriação, dona Bianca!

- Estou morrendo de medo. - Fingiu tremer e correu para o meu quarto. - Eu vou primeiro. - Anunciou, pegando seus pertences.

Virei-me para Blue, que parecia avoada demais naquele momento. Quis ler seus pensamentos. Ao invés disso, abaixei-me para sussurrar:

- Vamos repetir aquele banho no banheiro do meu pai?

A garota estremeceu e deu uma risadinha baixa. Pelo canto do olho, vi que Bianca estava atenta ao nosso envolvimento. Blue assentiu e tocou a minha mão, me puxando dali sem hesitar.

Não tive coragem de olhar para trás.

Fechei a porta e passei a tirar as roupas apressado e de qualquer jeito. Próximos da porta do banheiro, peguei Blue nos braços e esta entrelaçou as pernas na minha cintura, iniciando um beijo intenso entre nós, quase desesperado.

Agarrei seus cabelos enquanto com o braço livre enlacei sua cintura, fazendo suas pernas se apertarem no meu quadril. Eu estava duro por ela, pronto para tomá-la pra mim mais uma vez.

Com certeza dificuldade consegui ligar o chuveiro e deixei que a água nos molhasse, fazendo-nos rir e separar os lábios. Minha garota deitou a cabeça e deixou que a água escorresse por seu rosto e corpo antes que eu a encostasse na parede.

Mordi seu lábio inferior com força enquanto desci uma mão por entre nossos corpos apenas para tocar seu ponto de prazer. Ela gemeu quando comecei a movimentar meus dedos ali, de um lado a outro, pressionando e sentindo ficar duro sob meu toque enquanto fazia questão de abocanhar seu pescoço.

Suas mãos apertavam meus ombros enquanto suas pernas me pressionavam contra si. Ela queria que eu estivesse dentro dela e também era o que eu queria mais do que tudo. Ajeitei-me para que conseguisse penetrá-la e então o fiz. Gememos juntos, extasiados pela sensação naquele momento e então eu passei a me movimentar.

Adotei o movimento rápido, penetrando-a fundo e ouvindo os seus gemidos de prazer enquanto eu me aproximava no ápice. Ela era linda quando transava, linda quando gemia, linda quando sentia prazer. Com a mão entre as pernas, ela tocou a si própria para que seu ápice chegasse junto ao meu.

Apertei seu quadril enquanto terminava meus movimentos, sem conseguir mais aguentar o prazer que se aproximava pouco a pouco e ameaçava explodir dentro dela. Quando seus gemidos ficaram mais frequentes e os suspiros se misturaram, eu soube que ela estava perto e me derramei nela. Não demorou a que ela me acompanhasse.

Eu poderia afirmar com certeza de que nunca fora tão feliz na minha vida.




- Esse lanche é muito bom! - Blue gemeu enquanto comia.

- Não faça isso. - Pedi, tocando sua coxa ao meu lado.

- Vocês me dão nojo. - Bianca revirou os olhos. Se Blue soubesse o quanto aquela frase não era engraçada, com certeza não teria rido.

Depois de comermos no fast food - com Bianca disfarçando o quanto estava chateada - eu fiquei completamente sozinho em casa. Sabia que tinha que tomar alguma atitude quanto aos problemas com Bianca, ela precisava de um ultimato verdadeiro dessa vez para que isso não virasse uma bola de neve.

Peguei o celular tarde da noite e disquei seu número. Enquanto discava, podia ouvir a movimentação do meu pai no andar de baixo.

- Alô? - A voz chorosa de Bianca me atendeu.

- Podemos nos encontrar? - Questionei com receio.

- Quando? - Ela fungou do outro lado da linha.

- Não sei... Agora?

- Um pouco tarde, mas OK. Eu consigo. - A voz já se normalizava do outro lado, mas isso não diminuía o aperto em meu peito.

- Eu te pego daqui quinze minutos.

- Vinte. - Pediu.

- OK. - E desliguei.

Nenhum "beijo", nenhum "boa noite" e nenhum indício de "eu amo você". Bianca me amava, não era novidade e eu havia brincado com ela por tempo demais.

Desci as escadas e encontrei meu pai lendo alguma coisa no notebook.

- Boa noite. - Murmurei.

- Boa noite. Aonde vai? - Perguntou.

- Ver Bianca.

Por que ele queria saber? Não estava afastado novamente?

- E Blue? - Ele se levantou de ímpeto e parou próximo a mim.

- O que tem a Blue, pai? - Girei as chaves nos dedos, observando o movimento.

- Não é ela quem você... Ama?

Olhei na sua direção a tempo de vê-lo engolir em seco.

- Sim, é ela quem eu amo. É por isso que eu estou indo terminar com a Bianca qualquer coisa que eu nós tínhamos. - Abri a porta e saí sem olhar para trás.

Muitas perguntas sem sentido que eu não estava com humor para responder. Mesmo que eu tivesse transado com o amor da minha vida, naquele momento eu corria o risco de perder a minha melhor amiga para sempre.

Dirigi até a casa da menina ruiva e parei na sua porta, esperando que ela aparecesse se esgueirando pelo jardim. Não demorou para que ela estivesse no banco do passageiro enquanto eu olhava o celular.

- O que quer? - Perguntou sem olhar para mim.

Larguei o celular de lado e me virei para ela.

- Bianca, acabou. Nós não podemos mais ter nada casual. - Soltei de uma vez.

- É por causa da Blue, não é? - Ela riu com desdém.

- É lógico que é por causa da Blue e você sabia desde o começo que isso ia acontecer, mesmo assim você continuou visitando a minha cama.

- E você nem gostava, não é? Seu hipócrita! - Gritou, as lágrimas correndo por seu rosto recém-maquiado para disfarçar olheiras.

- Bianca, eu amo...

- Não, você não ama! Quem ama sou eu! Você ama a Blue! E agora vocês podem ser feli...

Tomei seu rosto em minhas mãos e beijei seus lábios. No início ela resistiu, mas então relaxou e me beijar com calma. O nosso último beijo. Afastei-me dela instantes depois, quando tive certeza de que ela estava mais calma.

- Você vai me esquecer. - Olhei em seus olhos, ainda segurando seu rosto. - Eu prometo que vai. Você tem uma fila de homens...

- Não, eu não vou. - Me interrompeu. - Eu não quero nenhum deles. Aqueles homens não são você, Noah.

Eu já podia ver seus olhos marejarem novamente.

- Não. - Selei nossos lábios. - Não chora. Eu te amo, não se esquece disso nunca. Eu amo você sim. Eu juro. - Falei, olhando em seus olhos. Eu a amava, mas não era como ela desejava.

Quando me afastei e olhei para frente com as mãos no volante, ela entendeu o recado. Antes de sair, sussurrou um inaudível:

- Eu te amo, Noah. Sempre amei e sempre vou amar.

E então se foi.


xxx



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