Mais Que Amigos {Finalizada}�...

By Pann_doraa

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Tudo o que ela não queria era ser notada. Até Tyler Black a notar. E Tyler Black nunca passa despercebido! An... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Epílogo
HISTÓRIAS NOVAS 🔞‼️
Novidade

Capítulo 24

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By Pann_doraa

                                                                  Sam


Para meu azar – se eu ligasse muito pra essa coisa de signo, diria que estou passando pelo inferno astral – tio Martin e tia Claire não estão em casa quando chego. Sua secretária eletrônica me deixa saber que eles estão fora e retornarão no finalzinho de sábado. Sábado. Já deveríamos estar aqui, provavelmente nos preparando para aproveitar a praia, o Sol e o mar em todo seu esplendor e solidão. Não!

Com os olhos inchados, me surpreendo por não estar sendo notícia agora mesmo em praticamente todos os noticiários, de tanto que chorei enquanto dirigia. Até posso imaginar a matéria: " Lágrimas Fatais" "Garota é traída e chora tanto que causa sua própria morte". Deixando de lado minhas babaquices olho com pesar para a casa há seis metros e meios de distâncias da casa dos meus tios. A casa do meu pai parece tão sombria por fora como é ao se entrar lá e compará-la com a charmosa, calorosa e acolhedora em minha frente, onde vivi maior parte de minha vida. Entre a luz e a escuridão.

Talvez eu aproveite minha dor infernal e escreva um livro. Dor e Lágrimas. Rio. Quanta babaquice, Senhor.

Ninguém pode dizer que eu não tentei.

- Pequena, Sam – Guadalupe diz animadamente assim que entro em casa. Para minha surpresa a porta não estava trancada.

- Ei, Lupe – retribuo, não com tanta empolgação, mas abraço-a. A pequena mulher latina é a única que ainda me chama sempre, sem qualquer exceção pelo meu apelido de infância. Tudo graças a Molly, já que eu sempre era a menor entre todos.

- A senhora Claire disse que você e outros só estariam aqui amanhã a noite ou no sábado cedinho – diz, curiosa pela minha chegada repentina.

- Mudanças de plano, Lupe. Não está feliz em me ver? – brinco.

- Claro que estou, pequena Sam. Venha, vou lhe preparar um lanchinho. Está muito magra. Aposto que não jantou – diz, olhando-me dos pés a cabeça ao segurar minhas mãos.

- ... Eu disse hoje... Hoje – esbraveja papai, saindo de seu escritório com seu celular no ouvido. Lupe e eu olhamos ambas em sua direção.

- Trago em instantes, pequena Sam - diz Lupe, doida para fugir da ira do meu pai. 

Com sua saída, aproveito para  dar uma boa avaliada nele. Cara, faz um bom tempo que não o vejo. Nunca nós falamos. Sempre obtenho notícias ao seu respeito através das várias chamadas que meus tios fazem, a não ser é claro, pela sua mensagem padrão a cada mês avisando sobre o depósito da mesada. Aqui e agora diante de seu olhar frio e curioso pela minha presença me culpo por não ter procurado outro emprego assim que a minha substituição a uma das garotas da cafeteria do campus chegou ao fim. Ele deve pensar que sou mais uma aproveitadora como ela.

Seus cabelos negros impecavelmente arrumados estão do mesmo modo. Penteados para trás e no lugar com gel. Cada fio sob sua cabeça. Os olhos azuis escuros e frios enormes sob seu rosto duro. O queixo quadrado só lhe adiciona mais superioridade. Ele e tio Martin são como irmãos gêmeos. Quando mais jovem, se olhassem rapidamente ninguém poderia diferenciá-los, mas depois dela tudo mudou. Depois de mim tudo mudou. 

Em seu corpo em forma, pela boa alimentação e caminhada – coisa que difere do irmão, pela barriga saliente – está ainda em seu terno, agora amassado. Deve ter passado o dia inteiro enfiado no escritório com a cara no trabalho. Eu não o lembro de outra maneira. Com exceção das fotos. Das quais costumava passar noites em claro imaginando-o ainda daquele jeito, e comigo.

- Isso soa melhor – encerra, nunca desviando o olhar da minha direção.

- Oi, pai – murmuro, cabisbaixa.

De repente a vontade alucinada de chorar surge, um pouco adormecida em meu interior.

- Martin disse...

- Resolvi vir antes – o corto – Desculpa – peço, lembrando-me que odeia ser interrompido.

- Espero que seus amigos não façam muito barulho. Tenho muito trabalho a fazer – diz.

- Vim sozinha – conto – Molly deve vir amanhã... Ãnh... Tenho que ligar pra avisar que cheguei. E não é como se ninguém fosse ficar aqui na sua casa. Boa noite, pai.

- Boa noite! – retribui, enquanto alcanço as escadas.

Em meu quarto, sentada no chão, próximo a porta deixo mais uma enxurrada de lágrimas caírem livremente.

                                                      Tyler

Assim que estaciono a sensação de merda só aumenta, mal estaciono e pulo para fora. Peter me chama meio enrolado pela bebida e infelizmente meus pés estão fazendo o caminho de volta, inconscientemente para ajudar meu amigo. Ele não parecia tão ruim.

- Calma, cara – diz quando me aproximo.

- Ah, vá à merda.

Ele ri.

- Você está agindo como se a Sam tivesse fugido de você – diz, atrás de mim.

Os arrepios voltam.

Em sua porta nem preciso bater, logo se abre. E o punho do Jake vem certeiro em meu rosto. O gosto de sangue em minha boca logo surge. Meu corpo alcança o chão. E vozes gritam diferentes ordens. Molly exige que o irmão continue a me socar e logo a voz amedrontada que reconheço sendo a de Amanda para que ele pare. A minha mente só foca na Sam. Onde está a Sam? E a única coisa que faço para me defender é cobrir o rosto com os braços.

- Chega, porra.

Peter finalmente tira um Jake muito puto da vida de cima de mim.

- Onde está a Sam? – pergunto, assim que consigo falar.

Jake se põe em minha direção outra vez. Molly me fuzila com seus olhos raivosos.

- Onde está a Sam? – esbravejo, já de pé.

- É melhor entrarmos – diz Amanda pela primeira vez.

Então olhando ao redor pessoas surgem de suas portas, muito curiosas.

- Sam? – grito assim que me aproximo da porta.

Molly barra minha entrada.

- Você não vai falar com ela – rosna em minha direção.

- Peter, tira seu amigo daqui agora – Jake imita a irmã.

- Mas...

- Agora – esbraveja mais uma vez, em direção ao meu amigo.

Tento entrar a força, mas Peter me puxa no mesmo instante em que Jake me empurra para fora.

- Tyler, vem – arrasta-me Peter, olhando da namorada ao cunhado furioso.

- Sam – grito, mas ela nunca aparece.

                                                              (...)

- Merda – grito – Ela não atende. Ela não atende, porra – esbravejo para o Peter, em pé do lado de fora do apartamento.

- E a Molly também não. E nem adianta eu ir lá em cima. Eles não vão nos deixar falar com ela. Mas, como é que eles ficaram sabendo? – pergunta mais para si mesmo.

Como?

- Cassandra, aquela vaca – murmura.

Cassandra. Adeus, gostoso!

Isaac.

- Isaac, filho da puta – rosno novamente – Foi aquele filho da puta, Peter. O amigo dele tirou foto. Foi ele. Eu mato aquele filho da puta.

- Espera – puxa-me pela camiseta – Eu busco ele. Você fica aqui. Cadáveres não falam – me convence.

- Não demora – peço.

Afasto-me quando Peter, agora totalmente sóbrio, entra em seu carro. Eu vou trucidar aquele merdinha com as minhas mãos.

- Esperem – pede Amanda, quase correndo – Alguém enviou uma foto sua beijando uma garota – seu rosto torna-se uma careta – A Molly odeia ela, ela... Tanto faz, a Sam foi pra casa. Ela não está aqui – conta – Não me faça estar errada sobre tudo isso ter uma explicação plausível.

- Eu dou minha palavra. Eu nunca trairia a Sam - digo, o mais rápido e sincero possível.

- Pode acreditar – diz Peter, fora do carro.

- Foi o que imaginei – sorri – Agora tenho que ir. Aqueles dois... – a careta volta.

- Difíceis? – oferece Peter.

- O quanto. Boa sorte, Tyler! – oferece outro sorriso.

Retribuo, e volta para cima.

- Ei, aonde você vai? – pergunta Peter quando entro em seu carro.

- Buscar minha garota!

Ele sorri e ergue os polegares.

Espero que tudo der certo e seja fácil como é deslizar um sorriso pelos lábios. Então me lembro que nem todos os sorrisos são verdadeiros e nem sempre alcançam os olhos.

Ah, Sam, por quê você não pode simplesmente falar comigo?

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