"Sorria! É só um mal dia e não uma vida má⛅"
Mais tarde na chácara...
Luna:
- Tô com fome.
Ane: - Quero é paçoca.
Nay: - Tu já tá parecendo uma paçoca fia.
- Lauane e seu vício em paçoca. - reviro os olhos.
Ane: - Me deixa pô.
Paulinha: - Tô precisando de um boy pra chamar de meu.
- Realmente né, daqui a pouco fica pra titia.
Ane: - Encalhada. - gargalha alto.
Nay: - Não sei pra quê, namoro só dá dor de cabeça.
- Olha quem fala. Tá quase casada com o Guto.
Paulinha: - Não aparece nenhum que presta.
Nay: - Vai curtir a vida Paula, não precisa de homem pra viver bem. - sorri. - E parem de falar que eu namoro com ele, sabe bem que não é assim.
Paulinha: - Não precisa, mas o que eu já aprontei mano!
- Casar antes dos 30? Sem chances!
Ane: - Quem pensa em casar?
Nay: - Eu penso, mas não agora. Quem sabe daqui a alguns anos?
- Casamento é algo que eu não almejo. -dou de ombros.
Ane: - Também não penso não.
Paulinha: - Casar é algo sério, mas você precisa ter estabilidade financeira, emocional, independência e outros fatores. Nem sei se quero, quem sabe daqui a um tempo.
Nay: - Vocês são umas bostas isso sim. - nos olha. - Só dizem isso da boca pra fora.
Ane: - Nem vem.
- Da boca pra fora nada.
Nay: - Nada? Ata. - mexe nos cabelos. - Vou citar coisas óbvias: todo mundo já percebeu que o Galego tá de quatro pela Lua.
- Quê, não...
Nay: - Continuando. - me lança um olhar. Reviro os olhos. - Lauane é louca pelo Luís, o tal do Coringa tá doido com ela, torço pra que fique com o irmão da Luna, mas a situação é um pouco mais complicada, tem CERTA criatura no meio. - rimos do modo em que ela diz.
Merda viu!
Porque a Nay tem que ser tão sincera?
Nay: - Já tu Paulinha. - olha para ela. - Tem seus contatinhos que eu sei, sem contar que o Ivo fica te cercando.
Ane: - Ivo? - gargalhamos, juro que eu ia perguntar isso.
- Que nome é esse? Nada contra, mas é feinho.
Paulinha: - Ainda bem que tu não sabe.
Nay: - Tá por fora fia, ele é um gatinho.
Ane: - Mora no morro?
Nay: - Mora. Não é possível que não lembram dele, saiu com a Paula esses dias, ficaram mó bêbados.
- Não me diga que é aquele gato que tava lá em casa naquele dia? - Paula assente.
Ane: - Gato mesmo, investe fia. - nós duas nos entreolhamos. - Apesar do nome.
Paulinha: - E tu acha que o nome Luís é bonito?
- Não fala do meu irmão. - me faço de ofendida.
Nay: - E Coringa então, nem sabemos o nome do cara, vai que é algo como Jubileu, Filomeno?
Ane: - Parem de me fazer rir porra! - começamos a rir. - O nome dele é lindo, mas não vou dizer.
Paulinha: - Vamos parar com esse assunto, vou nem falar o dos exs de vocês.
- Nem me lembre mano. - levanto do chão.
Ane: - Ata.
Nay: - Cadê Guto e Galego, mano?
- Galego foi buscar lenha pra acender a lareira e seu boy falou que ia tomar banho. - dou de ombros. - Vamo fazer algo pra comer?
Paulinha: - Bora, também tô com fome.
Nay: - Falou em comida é comigo mesmo.
Ane: - Sobremesa é minha. - gargalha. - Paçocaaaaaaaaa.
- Nossa quanta empolgação.
Paulinha: - Mas cá entre nós, como tu conseguiu colocar só ontem como comemoração do aniversário do patrão? - pergunta pra mim.
Nay: - Uai. - faz um olhar malicioso.
- Nem é. - reviro os olhos. - Conversando ué, ele disse que já tinha pensado nisso também.
Ane: - Essa história tá muito mal contada.
Paulinha: - Nos conte mais Luna. - me encara.
Elas sentam na mesa cientes que irei contar. Dou a volta nelas e chego até a pia lavando as panelas e as colheres que utilizarei.
- Não tenho nada mais sobre isso. Parem de pensar merda.
Ane: - Se você nos desse motivo. - se levanta indo até o congelador. - Cheia do k.ô, nem vem que não cola com a gente.
Nay: - Ata, acredito nisso igual o papai noel existe.
- Foda-se. - dou de ombros. - Mandei a real, se não acreditam, posso fazer nada.
Ane: - Pode pá.
Enquanto faço a comida elas ficam na copa conversando, às vezes até falo um pouco, mas minha mente parece estar longe.
Faltando apenas o feijão terminar de descongelar e ferver, Guto desce e eles vão para a varanda.
Galego logo chega com a lenha, coloca na lareira e sobe para um banho.
Organizo a mesa, a comida fica pronta, arrumo os pratos, o suco está pronto e chamo eles para comerem.
Nay, sem fazer cerimônia alguma, foi a primeira a chegar a cozinha, os outros vieram logo atrás.
Galego: - Não sei como pegou rede, mas teu celular tava tocando lá no quarto.
- Vlw. - sorrio em agradecimento.
Subo para o quarto, encontrando uma toalha molhada sobre a cama, mas sem noção alguma de onde meu celular possa estar.
Minutos à procura, o encontro na primeira gaveta da cômoda.
Caminho levantando o objeto até finalmente pegar rede. A maioria das chamadas são da minha mãe.
Preocupada, começo a discar o número dela, mas me surpreendo ao ver que ela já está me ligando.
- IDL -
- Alô.
Rafa: - Filha?
- Oi mãe, aconteceu alguma coisa?
Rafa: - O Kiko voltou. - direta como sempre.
- Quê? - procuro algo para me equilibrar e acabo caindo sobre a cama. - Mudou pro morro?
Rafa: - Sim, ele quer conversar contigo.
- Eu não tenho nada para falar com ele. - aumento o tom de voz.
Rafa: - Ele não veio sozinho.
- Hum. - respiro fundo. - Mas fez algo com vocês?
Rafa: - Ainda não.
- Como assim ainda?
Rafa: - Parece que estamos sendo protegidos. - fico sem entender. - Isso tem a ver com o teu rolo com o Galego?
- Não faço ideia, mas logo iremos embora.
Rafa: - Tá bem.
- Cuidado vocês, qualquer coisa me liga. E, mãe?
Rafa: - Fala querida.
- Te amo.
Rafa: - Eu também te amo filha.
- FDL -
O que ele quer agora?
Mas que porra!
Escuto um estrondo na parede, a porta é batida com força e vejo Galego correndo para fora.
...