EL DIEZ
Cold Water
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CAMILA CABELLO
Acordei com aquela dor de cabeça que eu já conhecia e digamos que já estava me acostumando. Olhei para o lado e vi uma mulher agarrada a minha cintura o que me fez praguejar, não era de meu feitio gostar de acordar com um ser que não faço ideia do nome ao meu lado, mas não estava preocupada com isso naquele momento, só precisava fazer uma ligação.
Me levantei sem preocupação alguma se a mulher iria acordar ou não, caminhei até a cozinha - que se encontrava no mesmo cômodo da sala e do quarto -, encontrando uma Cara cozinheira, o que era raro de se ver.
- Bom dia, flor do dia! - A loira sorriu para mim e deu uma piscada, me oferecendo um copo de suco que não pensei duas vezes em pegá-lo.
- Bom dia e obrigada por isso.
Tomei um pouco do suco que descobri ser de maracujá e peguei meu celular que estava em cima da ilha da cozinha. Conferi as notificações com esperança de ter algo vindo dela, mas não tinha nada, se quer uma mensagem no whatsapp! Resolvi que não iria esperar mais, que eu tomaria uma atitude. Mas não funcionou muito, as duas vezes que liguei caiu na caixa postal e na terceira deu que o celular estava desligado, o que me fez estranhar.
- Lauren não me ligou, não mandou mensagem, disse que viria para cá essa semana e até agora nada, nem me atendendo está! Será...
Eu nem consegui terminar meu discurso, Cara parecia que estava morrendo engasgada por conta do suco. Me levantei correndo, fui até a minha melhor amiga, levantei suas mãos e comecei a dar alguns tapas em suas costas.
- Está melhor? - Ela não disse nada, apenas assentiu. - Então... Não acha que tudo isso é estranho? Será que aconteceu alguma coisa?
- Acho melhor você ir para o treino, se não, vai se atrasar!
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O treino dessa vez foi indiferente, não teve nada demais, treino puxado como sempre, com as mais velhas tentando me perturbar, mas dessa vez me aceitando melhor, o que eu agradeci.
Cheguei em casa e fiz exatamente o que havia feito naquela manhã, liguei para Lauren que novamente não me atendeu. Não era possível... Tinham duas respostas para o que estava acontecendo, ou Lauren havia perdido o celular, ou ela não queria falar comigo... Mas se fosse a segunda opção, qual seria o motivo?
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Três semanas se passaram e eu continuava sem conseguir falar com Lauren. No começo ligava pelo menos três vezes ao dia para ela, mas comecei a achar que estava incomodando-a e resolvi apenas mandar mensagens via whatsapp, o que não fez diferença, porque continuei sem respostas, ela se quer visualizava.
Estava sentada na minha sala mexendo no meu celular enquanto Cara jogava xbox e Shawn falava com alguns patrocinadores no telefone. Entrei no twitter e vi um tweet de um twitter de fofoca sobre o mundo do futebol.
"As fãs de Lauren Jauregui, ai vem uma novidade...A camisa 7 do Fluminense vem subindo cada vez mais, e agora ela já não faz mais parte do time de base...Exatamente meus queridos tricolores, nossa zagueira atrevida a meio de campo agora é do time profissional."
- Não acredito que Lauren conseguiu! - Falei mais para mim mesma.
- Conseguiu o que? - Olhei para o lado em direção a voz masculina e vi Shawn finalizando uma ligação.
- Ela conseguiu entrar para o time profissional! Estou tão feliz pela minha garota!
- Mila, - Ele se aproximou sentando no único espaço vazio do sofá, ao meu lado, lado oposto que Cara se encontrava, ainda entretida com o jogo. - eu vejo o brilho nos seus olhos quando fala da Lauren, por que vocês não ficam juntas?
- Eu estava disposta a tentar, mesmo com essa distância toda, mas Lauren nem se quer fala comigo mais. - Suspirei sentindo um nó se formar em minha garganta. - A única coisa que me resta é dar um tempo para isso.
- Estranho!
Olhei para Shawn que tinha as sobrancelhas franzidas e olhava para um ponto fixo a sua frente, olhei para Cara que intercalava o olhar entre ele e eu. O silêncio começou a me incomodar e quando percebi que Shawn não iria continuar, voltei a encará-lo.
- O que é estranho? - Chamei sua atenção e ele me encarou ainda com a expressão pesada, mas que ele logo fez questão de suavizar.
- Nada! Deixa para lá. Agora precisamos focar nesse seu primeiro jogo! Camila, por favor, não vai vacilar! Chega de festas, foca nesse jogo, é o primeiro do campeonato Europeu, não é mais amistoso e não tem mais Marta, é a sua chance!
Shawn estava certo, eu precisava crescer, mas é tão difícil pensar em crescer sem ter meu ponto forte ao meu lado, sem ter a pessoa que me equilibra. Acho que o fato de não a ter mais comigo me fazia voltar a ser aquela adolescente irresponsável que só Lauren sabia dar jeito. Só que eu precisava por em minha cabeça que tendo Lauren ou não ao meu lado, eu não era mais uma adolescente e que precisava crescer. Mas era tão difícil...
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Chegou o grande dia e para aumentar meu nervosismo nosso primeiro jogo seria contra o Real Madrid, um dos maiores rivais do Barcelona. Sabia que o jogo não seria fácil, mas eu queria jogar, afinal, quanto mais difícil, mais eu gosto, mais da vontade de ganhar, mas para a minha infelicidade, comecei no banco. Banco esse que fiquei durante todo o primeiro tempo.
Começo do segundo tempo e nada, minha paciência já estava se esgotando, meu casaco com o escudo do Barcelona intacto em meu corpo, meus braços cruzados a baixo dos seios, minhas pernas que não paravam de balançar.
Meio feio dizer isso, mas não conseguia comemorar nenhuma jogada positiva do meu time, estava tão chateada com a situação que comecei a ser egoísta e só pensava em que horas eu entraria, cheguei até torcer para o meu time tomar um gol e quem sabe me colocarem no jogo.
Diferente do amistoso, fiquei bem quieta na minha, não disse nada. Vi o Barça sofrer nas mãos do Real calada, doida para xingar aquele babaca do L.A que disse que meu lugar era no banco.
Estava presa em meus pensamentos quando escutei a voz de Luis - nosso técnico.
- Cabello, venha aqui! - Ele usou do seu perfeito espanhol para me chamar.
- Sim, professor. - O tratei da mesma forma que sempre tratei, nunca consegui chamá-lo pelo nome ou de treinado, não sei, esse era o meu jeito.
- Eu vou te contar uma coisa, porque eu gosto de você! L.A não estava querendo te por nesse jogo e se bobear em jogo nenhum, mas estamos passando por um sufoco em nosso primeiro jogo em casa e Simon está fazendo uma pressão para L.A te por, então sem escolha, L.A quer que você joguei! Não desperdice essa chance, mostre a esse homem o seu futebol, mostre a ele que agora você é a nova camisa 10 do Barcelona!
E foi com esse conselho que retirei meu casaco, me aproximei do campo esperando pela meio de campo para entrar em seu lugar. A mulher se aproximou de mim, me cumprimentou sorrindo para logo em seguida dar alguns tapinhas em minhas costas, me agachei, toquei o gramado com a mão direita e com a mesma fiz o sinal do "em nome do pai, do filho, do espirito santo" antes de entrar no campo.
O tempo frio na Espanha não estava me ajudando muito, não estava acostumada com isso, afinal, Rio 40 graus...
Hope rolou a bola para nossa zagueira que logo tocou para a lateral. Mesmo jogando no ataque, sabia que precisava mostrar serviço e a bola não estava chegando na minha posição, então logo me aproximei do meio do campo, ficando perto da nossa lateral para então pedir a bola que foi rolada para mim.
Fiz a proteção de costas a jogadora do Real que tentou dar o bote me deixando livre para passar por ela, passei por mais uma buscando o meio do campo.
- TOCA, CABELLO, TOCA. - Prinz estava do outro lado com os braços levantados, mas não era o momento para isso, eu podia seguir.
E foi o que eu fiz... Cortei para a lateral direita conseguindo passar pela primeira zagueira, estava prestes a entra na área quando vi a outra zagueira se aproximar, ajeitei meu pé direito - pé de apoio -, curvei meu corpo para o lado levantando meu pé esquerdo para logo ir com o mesmo em direção a bola, pegando a mesma em cheio, que infelizmente subiu um pouco e passou por cima do gol.
- Que merda, Cabello! Por que não tocou? - Prinz se aproximou e me deu um pequeno empurrão pelo ombro.
Me senti perdida, não sabia se ia para cima dela xingá-la, ou se abaixava a cabeça. Não estava em condições de arruma confusão, minha vida profissional estava uma bagunça, então preferi abaixar a cabeça e apenas assentir. Senti alguém segurar meu rosto e logo percebi que era Cristiane.
- Você está nervosa, ansiosa, quer mostrar serviço, e eu te entendo. Mas só vamos ganhar esse jogo se jogarmos juntas, precisa tocar a bola caso uma de nós tenhamos chances melhores de gol, okay?
Novamente não disse nada, apenas assenti com a minha cabeça.
Cristiane roubou a bola no meio de campo e partiu com ela pela lateral, corri pelo meio sendo acompanhada por uma loira alta, entramos na área juntas, meu olhar intercalando entre a bola nos pés de Cristiane e a mulher que as vezes me segurava pela camisa, o que já estava me incomodando. Cristiane me olhou, voltou a olhar para a bola e cruzou em direção a área, me desmarquei da loira, dei um passo para frente, flexionei os joelhos pegando impulso para pular assim que a bola se aproximou, virei minha cabeça de lado para voltar com a cabeça para o outro lado, pegando a bola em cheio na minha têmpora direita, olhei em direção a bola e a vi sair pela esquerda do gol, enquanto meus pés voltavam ao gramado.
Passei a mão no rosto, soltei um suspiro forte, neguei com a cabeça e olhei em volta. O Camp Nou - estádio - estava lotado, a maioria usava a camisa na cor azul e grená, mas ainda tinham alguns com a camisa do Real Madrid, todos cantando as música que nos incentivavam. Eles estavam ali por nós, e a gente precisava dar a eles pelo menos um jogo digno.
Neguei com a cabeça e corri para o meio do campo, a bola já estava com a nossa zagueira que começava o jogo, tocando para a lateral esquerda, que avançou com a bola para logo tocar para Cristiane que avançou com a bola passando pela zaga pela lateral do campo, invadi a área e levantei a mão pedindo a bola, Cris me encarou, cruzou a bola que veio em minha direção, mas não alta o suficiente para cabecear, novamente sai da marcação indo em direção a bola que estava na altura da minha cintura, levantei meu pé esquerdo a mesma altura, e em um voleio acertei a bola em cheio, acompanhei-a com o olhar enquanto meu corpo caía por completo no gramado. Meus olhos ainda vidrados na bola que balançava as redes.
GOL... Fechei meus olhos e escutei todo o estádio comemorar, logo senti alguns corpos caindo sobre o meu, mas continuei com os olhos fechados apenas escutando toda a gritaria, sentindo meu corpo finalmente relaxar.
Não deu tempo para mais nada, logo após o gol, o juiz apontou para o centro do campo determinando o final do jogo. E para o nosso alívio, ganhamos de 1x0.
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Não estava nem um pouco afim de sair, não estava no clima, mesmo com a vitória uma parte de mim não estava completa, ainda não sabia porque Lauren me ignorava e eu só queria compartilhar meu momento feliz com ela.
E lá estava eu em uma boate GLS que Cara inventou de me carregar, mas diferente das outras vezes, ainda não havia beijado ninguém, nem mesmo havia bebido algo, estava em um canto com o celular no ouvido escutando aquele barulho infernando de caixa postal.
- Esquece esse celular, Mila! Nós viemos comemorar a sua vitória.
Cara apareceu do meu lado me oferecendo um copo com alguma bebida da cor azul. Não fazia ideia de que bebida era aquela, mas minha amiga estava certa, a gente precisava comemorar a minha vitória, o meu primeiro gol, meu primeiro jogo. Então deixei que o líquido azul escorregasse por minha garganta, arranhando todo o local, me fazendo fechar os olhos ao sentir o rasgo que ele fez.
- Vou te apresentar a umas gatas! - A mulher disse me puxando, mas eu a impedi de continuar.
- Eu só preciso beber. - Peguei uma garrafa de cerveja da sua mão e comecei a beber.
Aquela só foi a primeira de muitas outras que eu beberia naquela noite. Muitas outras porque eu já havia perdido as contas de quantas garrrafa de cervejas e copos com líquidos coloridos eu já havia bebido. Se quer conseguia ficar em pé, estava praticamente jogada em um sofá que ficava na área vip, o que agradeci, pois sentia minha cabeça girar e a última coisa que precisava era estar no meio de uma multidão sem ter um local descente para sentar.
Não vou mentir, só tinham mulheres gatas, de todos os gostos, desde magrelas a mulheres com belas curvas, morenas, loiras e ruivas, mas definitivamente não estava afim de ficar com ninguém, só queria beber, na verdade nem isso queria mais. Estava apenas segurando uma garrafa de cerveja quando Cara se aproximou com duas morenas e seu celular na mão, ela virou de costas para mim e começou a sessão de selfies, nunca vi ninguém para amar tirar tanta foto como minha melhor amiga, mas dessa vez não me importei, me juntei com as três mulheres e fiz careta para algumas fotos.
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Sabe quando você sente como se um caminhão tivesse passado por cima de você? Era assim que me sentia, minha cabeça girava, parecia que eu iria morrer a qualquer momento, não sei quantas vezes fui ao banheiro em uma tentativa falha de vomitar, ou até mesmo para tomar um banho e tentar me afastar daquele enjoo, mas não pareceu adiantar e tudo piorou quando escutei berros de uma pessoa bem conhecida.
- QUE PORRA, CAMILA! VOCÊ TEM NOÇÃO DA MERDA QUE VOCÊ FEZ? - Shawn gritava, ou pelo menos era assim que meus ouvidos o escutavam, enquanto abri as cortinas do meu quarto, fazendo aqueles raios solares invadirem o local me fazendo enjoar ainda mais. - Eu preciso que você pare de agir assim, você não tem noção do estrago que fez dessa vez, não tem noção de onde...
A partir dai não escutei mais nada do que ele disse, estava enlouquecendo já com sua voz elevada. Fui até o banheiro e fiz minha higiene matinal, voltando em seguira para o cômodo onde Shawn continuava com o seu sermão.
- Que horas tem? - O interrompi já sem cabeça para escutá-lo.
- Já passa das dez. - Ele olhou o relógio e me fez arregalar os olhos com a sua resposta.
PUTA QUE PARIU. DEZ HORAS? Eu estava completamente atrasada. Não fiz nem questão de trocar de roupa, peguei apenas o casaco do Barcelona e vesti por cima do pijama mesmo - uma calça de moletom e uma regada -, peguei a mala que ficava minhas coisas de treino e corri para o elevador.
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Cheguei no clube e pela primeira vez não cumprimentei ninguém, fui direto para o campo, sem mesmo trocar de roupa, precisava só mostra que já havia chegado. Não foi surpresa alguma ver todos já em campo escutando as ordem de Luis.
- Me desculpa o atraso, professor! Vou por meu uniforme e volto em alguns minutos! - Estava pronta para me retirar quando a voz do meu treinador me fez parar.
- Vá para casa, Cabello! - Sua voz era firme, um nó se formou em minha garganta e todo o enjoo que havia esquecido estava de volta.
- Não quero ir para casa, senhor! Quero treinar! - O encarei sentindo meus olhos lacrimejarem.
- Você não está em condições para isso, Cabello! Precisa descansar! - Ele forçou um sorriso.
- Descansar? - Olhei para o lado a procura de quem se metia em nosso diálogo e meus olhos arregalaram ao ver L.A com um sorriso nada amigável. - Não é bem isso que ela precisa? Você, senhorita Cabello, você precisa crescer, deixar essa merda de imaturidade de lado! Precisa deixar de ser essa adolescente irresponsável que sempre foi! Que merda, Camila! Você não é mais uma criança, seus atos agora não prejudicam apenas a você, mas toda a sua equipe! E por causa da sua falta de irresponsabilidade perdemos nosso maior patrocinador. Simon não quer nem ouvir falar do Barcelona e sabe o que vai acontecer com você por conta disso?
- Me desculpa, senhor! - Eu não fazia ideia do estrago que havia feito, mas sabia que era algo bem grave, pois nunca havia visto L.A daquela forma tão descontrolada.
- Você não vai jogar essa temporada, não vai mais treinar, vai ficar em casa, onde você não devia ter saído.
Aquelas palavras caíram como uma bomba em meu colo. Não era como uma punição de um jogo no banco, era toda a temporada, todos os jogos, se quer treinar poderia. Meu sonho havia acabado e com ele toda a minha vida. A mulher que eu amava não queria falar comigo, praticamente havia sido demitida do meu emprego, ou melhor, estava admitida, mas não podia exercer minha função, não podia fazer o que eu tanto amava e eu não fazia ideia dos motivos para as duas coisas.
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- Cara tirou algumas fotos de vocês ontem e colocou no facebook, fotos de vocês bebendo, cheias de mulheres, você tomando shot, usando o corpo de uma mulher para lamber o sal da tequila e várias outras coisas. - Shawn terminou de jogar toda a bomba em meu colo.
Minha cabeça permaneceu abaixada, encostada em minha duas mãos, meu corpo continuava tenso no sofá da minha sala.
- Me desculpa! - A voz de Cara me fez pela primeira vez levantar o rosto e encará-la. - Eu preciso dizer uma coisa, a Lauren esteve aqui algumas semanas atrás e ela te viu dormindo com uma mulher.
- Desculpa? - Me levantei e fui em sua direção. - Você tem noção da merda que fez? Tem noção que eu perdi a porra da chance da minha vida por sua culpa? Que você só pensa em farra, que por sua culpa eu perdi meu maior sonho? E se não bastava isso, perdi a mulher da minha vida, por sua culpa, porque você que enchia esse quarto de mulheres, você que me levava para essas merdas de boates! E POR QUE CARALHO NÃO ME CONTOU QUE A LAUREN ESTEVE AQUI? - Empurrei-a e ela se quer me olhou. - Você é uma idiota, uma imbecil que só pensa em você, nas suas farras.
- Você está sendo uma egoísta! Quando me chamou para vir para cá, eu não pensei duas vezes.
- Óbvio que não pensou duas vezes, sabia que aqui teria dinheiro fácil, sabia que poderia usar o meu nome para entrar em qualquer boate, conseguir qualquer garota.
- Você está de cabeça quente, não vou discutir com você! - A mulher virou de costas e saiu. Voltei para o sofá e me joguei ali.
- Eu sei que você não gostaria de ouvir isso agora, mas o melhor a se fazer nesse momento é voltar para o Brasil! Sei que já deve ter chegado a notícia por lá, mas não vai ter tanta repercussão quanto está tendo aqui.
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Terras brasileira, como era bom estar de volta ao meu pais, ou melhor, seria bom se eu não estivesse passando por tudo o que estava passando.
- Vou sair primeiro com suas malas para chamar a atenção dos fotógrafos e até mesmo dos fãs. Vai ter um carro na saída A, você vai por esse boné - Shawn disse enquanto colocava o boné em minha cabeça. - Não vai parar por nada, vai sair direto e entrar no carro!
E foi o que ele disse antes de sair da sala de desembarque e caminhar para a retirada das malas, fazendo exatamente o que já era de se esperar. Todos que esperavam por mim reconheceram o meu agente e foram em direção a ele, tentando qualquer informação, mesmo que mínima sobre mim.
Prendi meu cabelo em um coque, voltei a colocar o boné, dessa vez sem deixar meu cabelo longo chamando atenção, coloquei um óculos escuro, em seguira coloquei as mãos dentro do bolso do meu casaco de moletom e caminhei pelo aeroporto de cabeça baixa, indo em direção a saída A, assim que cheguei no local olhei em volta a procura do tal carro e para a minha (NÃO) surpresa, haviam dezenas de carros no local.
Mas para a minha surpresa maior ainda... Havia um carro conhecido, um carro que nunca imaginei ali, não naquele momento.
Caminhei até o veículo preto, abri a porta do carro, entrei no mesmo para finalmente tirar o boné e os óculos, só assim olhando para o lado e vendo a morena de olhos verdes que tanto me acalmava no banco do motorista.
"Everybody gets high sometimes, ya know?
What else can we do when we're feeling low?
So take a deep breath and let it go
You shouldn't be drowning on your own."
(Todo mundo fica chapado de vez em quando, sabe?
O que mais podemos fazer quando estamos pra baixo?
Então respire fundo e relaxe
Você não deveria estar se afogando sozinha)
A voz suave do Bieber soou no rádio me fazendo parar de encará-la e encarar o objeto que ficava a nossa frente, entre nós.
"And if you feel you're sinking, I will jump right over
Into cold, cold water for you
And although time may take us into different places
I will still be patient with you
And I hope you know
I won't let go"
(E se você sentir que está afundando, eu vou pular direto
Na água fria, fria, por você
E mesmo que o tempo nos leve para lugares diferentes
Eu ainda serei paciente com você
E eu espero que você saiba queEu não vou te soltar)
A letra daquela música parecia ter sido escrita para aquele momento, era como se ela tivesse planejado que aquela música tocaria assim que eu entrasse no seu carro, poderia até ser se não fosse por ela está tocando em uma rádio e não em um cd ou pen drive.
E como a música dizia... Não importava o que estava acontecendo, não importava se o tempo havia nos levado para lugares diferentes, ela seria paciente comigo, ela estaria ao meu lado e não me soltaria.
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Como estamos?
Demorei pacas carais dessa vez, né? Sorry, comecei a trabalhar e como não trabalho apenas em casa, então fica puxado, ainda tive que "viajar" por conta do trabalho, ai piorou tudo, mas estou de volta e até sexta-feira vou atualizar Revenge!
Obs: Eu ia fazer capítulos grandes, mas demoraria mais ainda, então não sei se vou seguir uma coisa padrão, vão ter capítulos grande e outro médios como esse, mas vou tentar seguir a ideia de 3k a 5k de palavras.
Obs.2: Não sei se gostam do Bieber, eu não sou fã das atitudes dele, não gosto mesmo, mas adoro as músicas, então tirando as música brasileiras que vão entrar em alguns capítulos - pois é, amo música e vamos ter sempre música -, teremos algumas do Bieber.
XOXO. - N