With Eyes Wide Open (De Olhos...

Por ncjoy87

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Meu nome é Alice Almeida, tenho 25 anos, sou uma jornalista recém formada e justamente a editora para que tra... Más

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30

Capítulo 27

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Por ncjoy87


O taxi se move, devia ser umas três da manhã, as luzes ainda iluminavam a cidade. Mas, seu coração estava acelerado. Cobriu seu rosto com as mãos; ainda tremulo, não conseguia entender o que estava sentindo. Apenas sabia que o buraco em seu peito o dominava e nada do que ele fizesse poderia trazer Alice de volta.

Flashback. Um ano atrás, alguns dias antes de Readen conhecer Alice. Em uma festa no Le Bistrô. James e Eric bebiam um drink, enquanto conversavam sobre negócios com uns empresários do ramo. Quando estes se afastam, James vira-se para Eric com cara de poucos amigos:

_ Odeio esses eventos para o qual você me arrasta.

_ São para socializar, meu amigo, mas eu sei que no fundo você adora._ ele arruma sua gravata, sorrindo_ vi uma loira muito gostosa, vou partir para o ataque.

James ri ironicamente:_ Boa sorte.

Eric deixa de sorrir como se tivesse visto algo que o deixava indignado:_ E você é um filho da mãe, sortudo mesmo.

Ele indica para que R. olhe para sua direita, avistando uma linda morena de olhos verdes e cabelos cacheados que o encarava com interesse.

Readen sorri ao vê-la, era exatamente como ele gostava:

_ Aprenda com o melhor_ ele a saúda com sua bebida e esta começa a se aproximar.

_ Queria ser você_ sussurra Eric.

_ Com os investimentos certos e o meu charme animal, você chega lá._ diz este seriamente.

_ Bastardo..._ resmunga este_ quero os detalhes amanhã.

_ Não conte com isso_ diz este vendo seu amigo se afastar.

E a mulher se aproxima:_ Então você é James Readen..._ cantarola esta.

_ Em carne e osso_ ela levanta uma sobrancelha analisando-o.

E esta sorri, mostrando seus dentes:_ Meu nome é Caren Matoso, sou atriz.

_ Interessante, já vi seu trabalho?

_ Estou em cartaz no teatro municipal.

James a olha dos pés à cabeça e esta sinuosamente passa a mão sob seu decote, onde seus fartos peitos se destacavam:

_ Festa chata não é_ diz Caren_ quer sair daqui e ir para um lugar mais tranquilo?

Ele apenas assente. Caren o segura pela mão e ambos vão até o banheiro, ela olha para ver se tinha alguém, mas ninguém encontrava-se por ali. James apenas a prensa na parede, segurando seu rosto com uma das mãos enquanto com a outra acariciava seu seio sob o vestido. Este sorri perversamente, para logo invadir sua boca acariciando sua língua com voracidade.

Nisso o toque de seu celular torna-se urgente:

_ Droga!_ braveja este deixando a morena desconfortável e ofegante sob a parede.

Quando termina a ligação, lança seus olhos castanho esverdeados sob ela, seus olhos queimando seu corpo a cada centímetro.

_ Em quinze minutos tenho que estar na R&R para uma reunião de última hora.

Ela sorriu pegando-o por sua gravata:

_ Eu só preciso de cinco minutos_ e o encosta na parede, James cedeu adorando o olhar safado que esta tinha sob ele.

Ela desliza suas mãos até seu cinto e logo abrindo seu zíper, deslizando a calça até seu quadril. Seu membro já rígido, sufocava em seu boxer cinza. A morena o puxa, liberando sua ereção, ela começa lambendo sua extensão, e logo chupando-o. Ele reprime um gemido gutural que insistia em sair. James nem sequer um momento tirou seus olhos dela, a encarando com desejo e fúria, enquanto mexia seus quadris, segura seu cabelo estimulando os movimentos de vai e vem. Ela lambe a ponta dando uma leve mordida, fazendo-o gemer mais, dando-lhe um misto de prazer e dor:

_ Eu vou gozar_ disse este entre dentes.

E esta o solta, envolvendo seu membro com sua mão; acelerando os movimentos, James a segura pelo cabelo, deixando à mostra seu pescoço ao qual este chupa com vigor ao mesmo tempo que se libera em suas mãos.

Ele a encara ofegante e esta imita seu sorriso de lado, ele apenas invade sua boca, beijando-a e mordendo seu lábio inferior.

Logo a solta ajeitando sua roupa, a moça vai até a pia, lavando sua mão:

_ Vamos nos ver de novo?

James sorri, as mulheres sempre querem o mesmo, mas nesse caso...

_ Com certeza, lhe devo um orgasmo._ disse este erguendo sua sobrancelha.

A mulher anota seu número em um pedaço de papel, passando-lhe.

Porém, nessa semana ele conheceu Alice e tudo mudou. Após sua demonstração falha de superioridade frente a ela, tentou vê-la no dia seguinte, pedindo que lhe leve uns papéis, queria mostrar seu poder e apesar de estar com o orgulho ferido, queria mostrar a ela qual era seu lugar. Mas, ao vê-la cair ao entrar em seu escritório, apenas quis pega-la em seu colo e protege-la, no entanto, Alice com sua língua afiada apenas o desafiava mais:

_ O que há com você_ disse este repreendendo-a, nunca vira uma mulher tão sujeita a desastres assim, ajoelhou-se ao seu lado para ajudá-la, porém viu seu joelho ralado e sem pensar acabou roçando os dedos na ferida_ seu joelho_ este sussurrou.

_ Ai_ protesta esta, tirando a sua mão de seu joelho com um tapa_, que tipo de cavalheiro se diz ao insultar-me em vez de ajudar Sr. Readen.

Ele a encara pasmo, nunca vira uma mulher tão cabeça dura, ele tentava ajuda-la porém Alice apenas via seu lado das coisas, ele apenas assentiu, juntado os papéis, enquanto esta se levantava:

_ Obrigado por me trazer os prospectos, Srta. Almeida.

Ela se ergueu e como fazia quando nervosa, mordeu os lábios, fazendo Readen perder-se em seus pensamentos por breve instante, sua vontade era de morder aqueles lábios até faze-la implorar por mais de seu toque.

_ Tenho muito trabalho a fazer na revista Sr. Readen, dá próxima peça a um de seus funcionários e não a mim.

Aquilo foi um balde de água fria, ele respirou fundo, estabilizando sua voz:

_ Como quiser Srta. Almeida.

Ele a viu sair, frustrado, há apenas alguns minutos atrás queria pô-la em seu lugar, mas ali estava ele, sozinho naquele escritório e louco para fode-la sob sua escrivaninha, mas sabia que ele não era para ela. Alice o desprezava, e com razão, não havia nada para gostar nele, sempre fora conhecido por sua arrogância e frieza, e nas pesquisas internet, encontraria sua foto relacionada a diversos encontros casuais com modelos e atrizes que entravam e saiam de sua vida tão rápido como apareciam.

E após passar uma noite inteira fantasiando com Alice sentada em sua escada, parada a porta de seu quarto vestindo nada mais que uma calcinha de renda preta e usando uma máscara da mesma cor, provocando-o em seu escritório ou deitada em seu sofá enquanto este assistia TV. Até fora pego por Maria enquanto ria sozinho ou quando a Alice de sua mente pedia para que lhe cante alguma de suas músicas favoritas no chuveiro. Deixou de lado a loucura que estava sendo pensar nessa mulher que com certeza o desprezava e chamou Linda, dizendo:

_ Quero que ligue para Caren Matoso.

A ruiva responde de imediato:

_ Aquela atriz da peça Os lunáticos? Isso é baixo, até para o senhor.

James odiava as intromissões de Linda em sua vida:

_ Eu ordenei_ ele destaca essa palavra_ para que você ligue a ela e não pedi sua opinião.

_ Ah mas sabe bem que mesmo não pedindo, sempre darei minha opinião.

_ Apenas ligue._ disse este cortando a ligação.

E assim eles marcaram de se ver na sexta-feira no happy hour em um pub não muito longe dali o "lanterna verde". Ele ia juntar o útil ao agradável, após um encontro com uns investidores do novo software, sairia com Caren e esqueceria de vez aquela mulher que tanto o atormentava.

Após o expediente, saíra com os investidores direto do prédio, indo diretamente até o pub. Depois de fazerem seus pedidos no bar, sentaram-se em um canto reservado, mas logo um dos seus acompanhantes; cutuca Readen:

_ Ei aquele grupo ali não trabalha na sua empresa?

Este vira por curiosidade, avistando a única pessoa que ele não queria ver ali. Ela estava sentada com o grupo da editora, seus cabelos presos no coque desajeitado que tanto adorava, e sua saia era justa demarcando suas singelas curvas e ficando um pouco abaixo do joelho. Alice o encarava assustada, com certeza não esperava vê-lo ali. Readen sorriu de lado apenas acenando com a bebida para o grupo, virando-se de imediato, mas sua mente continuava há apenas alguns metros de distância.

James já não prestava atenção na conversa do seu grupo, apenas bebericava sua cerveja calmamente, quando alguém pousa a mão em seu ombro:

_ Olá estranho_ diz a voz que parecia familiar, ele vira, deparando-se com Caren.

Esta apenas sorri, beijando sua face e cumprimentando os outros homens presentes e logo sentando-se ao lado de Readen. Ela cruza as pernas e passa a mão na perna dele embaixo da mesa, sussurrando em sua orelha.

_ Vai cumprir a promessa que me fez?

Este sorriu de lado, sussurrando a esta:_ Tudo depende do seu comportamento esta noite.

Caren sorriu, mordendo o lábio:_ Geralmente sou uma garota levada.

_ Podemos tirar proveito disso_ disse este, mas nesse instante entre olho viu quando Alice foi até o bar._ vou pegar um Martini para nós.

Esta apenas sorriu, acompanhando a conversa dos homens presentes na mesa.

James aproximou-se do balcão, ela estava logo a sua frente, de costas a ele:

_ Dois Martini seco_ ordenou ao barman sem tirar os olhos daquela figura em sua frente_ Srta. Almeida_ disse como forma de cumprimento.

Alice virou-se com uma expressão dura:

_ Sr. Readen_ ela não sorriu e apesar de não gostar da atitude dela, gostava de vê-la furiosa, pelo menos esse sentimento causava nessa mulher.

_ Algum problema Sr. R?_ ela o encarou de forma desafiadora e uma onda de emoções passou por ele ao perceber a forma como ela o tinha chamado, gostava disso, na verdade era difícil admitir, mas a indiferença dessa mulher apenas o fazia quere-la ainda mais.

_ É assim que você me chama?

_ Eu fiz uma pergunta_ soltou esta de forma acusadora, ela não queria brincar e como jogador que era Readen queria ver até onde a paciência dela iria.

O barman voltou trazendo os martinis. R. estava pensativo, não conseguia tirar os olhos daquela mulher, ela não tinha nada em especial, mas ali parada a sua frente, queria toma-la para si, mesmo sabendo que ela nunca iria quere-lo.

_ Você parece..._ queria dizer a verdade, que ela estava sexy e como o provocava, porém nunca poderia dizer isso a ela, nunca surtiria efeito nela o que afetava mulheres como Caren_, bem hoje...

Ela enrugou a testa sem entender, logo parecia indignada e ainda mais nervosa:

_ Isso foi uma cantada?

James riu, coçando sua testa de nervoso, era melhor dizer uma das verdades de sua vida:

_ Não, eu não preciso de tal esforço para que as mulheres venham até mim.

_ Nossa! Isso diz muito sobre o seu caráter_ ela sorriu e isso o fez sorri também.

Nesse instante, James quis dizer tudo, sua louca obsessão e não, não era fascínio o que sentia quando ela estava por perto e sim...

_ Você me intriga Srta. Almeida_ havia tanto cuidado em sua voz, que notou a confusão dela, queria dizer mais alguma coisa, não queria deixar tudo no ar.

Mas, Caren apareceu colocando sua mão em seu ombro:

_ James, porque a demora?_ pela primeira vez em sua vida, depois de Greta, é claro, odiava ouvir a voz de uma mulher. E com certeza, ela pretendia fazer uma cena de ciúmes. Como não obteve sua resposta, olhou para Alice com desprezo_ Oi, quem é você?

Viu que Alice iria responder, mas impaciente apenas arrastou Caren dali:

_ Vamos a nossa mesa, Caren_ olhou para ela como se fosse esmaga-la e esta apenas assentiu resignada.

Foram novamente a mesa com os investidores e entre olho viu quando Alice afastou-se com uma loira. Minutos depois, Caren começou com suas especulações:

_ Quem era aquela? Você está comigo hoje, não quero que olhe para outras mulheres.

Readen revirou os olhos, impaciente:

_ Vamos sair daqui, temos assuntos inacabados.

Somente assim a mulher sorriu, acompanhando-o. Durante a saída evitou olhar a mesa dos funcionários da editora, não teria forças para ir se olhasse.

Durval já o esperava do lado de fora do pub. Ambos entram no carro e Caren sorri sinuosamente a ele. R, não conseguia parar de pensar em Alice, seria mais difícil do que imaginava, ele fecha os olhos e quando os abre em vez de Caren quem vê, é ela, a mulher que tanto o atormentava.

Ele apenas a pegou pelo pescoço, puxando-a para um beijo voraz, sua língua acariciava a dela com cuidado, queria prova-la, senti-la e torna-la sua.

Sua mão acariciou sua perna para dentro do vestido, logo sentindo o tecido fino de sua calcinha, a empurrou de lado enfiando um dedo em sua cavidade humedecida:

_ Nossa... tão molhada_ soltou este entre dentes.

Ao ouvir os gemidos da mulher, Durval sente-se constrangido, mas já acostumara-se ao comportamento impulsivo de seu patrão, então, aperta o botão que fecha com uma pequena repartição o veículo:

_ Pelo visto as coisas estão ficando quentes, pegaremos o caminho mais demorado_ sussurra o motorista.

Readen estimulava o clitóris dela com o polegar, esta gemia sentindo o calor a invadir e com a mão livre libera os seios fartos, chupando-os com força:

_ Nossa Alice, você é perfeita..._ sussurra este.

Nisso, Caren o empurra e este vê que não era a mulher que ele queria que ali se encontrava:

_ O que você disse?

Readen não sabia o que dizer, pela primeira vez havia confundido um nome em sua vida:

_ Eu disse seu nome._ ele estabilizou sua respiração, arrumando o colarinho de sua camisa rapidamente.

_ Não, meu nome é Caren e você disse Alice_ esta ajeitou seu vestido, batendo na repartição que Durval havia fechado e este o abre_, pare aqui._ ordenou esta.

Durval lançou um olhar furtivo ao chefe:_ Faça o que ela disse.

O carro parou e esta saiu furiosa, fechando a porta com força. Readen passou a mão pelo cabelo, isso nunca tinha acontecido, essa mulher o estava deixando louco. Nisso, reparou que o motorista o olhava pelo retrovisor:

_ Durval..._ sussurra este.

_ Senhor?

_ Você tem muita experiência_ o homem o encarou confuso_, diga-me alguma vez você já esteve com uma mulher querendo estar com outra?

O motorista sorriu:_ Senhor, experiência tenho, mas eu sempre fui apaixonado somente por uma mulher e me casei com ela e estamos juntos há trinta anos, posso dizer que isso que me disse não é um bom sinal, porém quando encontra a mulher certa, com certeza ela não sairá de sua cabeça.

Readen ficou pensativo, "Devo tentar mais uma vez, ela precisa me conhecer e ver como sou". Assim surgiu a idéia de que Alice o entreviste. Durante a entrevista, a jornalista não demonstrou nenhum interesse ou mudança de comportamento, apenas quando perguntou sobre uma mulher com quem saíra, mas aquilo tinha sido impulsivo, ela não o via da mesma forma que ele. Após, uma hora de entrevista, percebeu o quão nervoso esta o deixava, mas esse sentimento não era mútuo, era apenas unilateral:

_ Essa foi a última pergunta._esta disse forçando um sorriso, enquanto guardava o gravador, James apenas queria saber o que ela pensava_ Obrigada pela entrevista Sr. Readen_ ela lhe estendeu a mão e por um momento não soube o que fazer.

Até que lembrou que agia como um adolescente a beira de um ataque e sorriu, apertando sua mão de volta, mas quando sua pele encosta na dela, uma eletricidade os atravessa e ambos por reflexo puxam suas mãos.

_ Ai!_ Alice esfrega sua mão dolorida.

_ Estática_ sussurra Readen, ela apenas afirma, James põem as mãos no bolso.

_ Até mais, Sr. Readen_ as palavras dela o deixaram inquieto.

_ Deixe-me acompanha-la até o elevador_ rapidamente ficou ao lado dela e começou a sorrir como uma criança quando carrega os materiais da menina que gosta pela primeira vez, isso era infantil, mas ignorou seu subconsciente naquele momento.

_ Por um momento pensei que com esta entrevista você estivesse procurando algum segredo meu.

Viu um sorriso malicioso formar naqueles lábios misteriosos:

_ Se eu encontrasse tal segredo, não hesitaria em expor _ ah aquela língua afiada, como queria morder seus lábios, até ela gemer seu nome.

_ Disso eu não duvido. _ suspirou alto tentando livrar-se de seu último pensamento, e abriu a porta a esta, viu quando Linda se levantou como de costume para que este passe, mas fez sinal para que esta sente.

Na frente do elevador, ainda sentia-se nervoso e em um impulso estendeu o braço para apertar os botões do andar de Alice, mas seus dedos roçam em seu rosto e este solta um suspiro inesperado e alto, botou as mãos no bolso nervoso:

_Me desculpe_ solta este em reflexo.

_ Tudo bem_ diz esta parecendo confusa, que estupido sentia-se, era pior que uma criança.

Ela adentrou o elevador e naquele instante, sentiu que a perderia se não dissesse algo, algo para que ela mude de ideia sobre sua pessoa:

_ Srta. Almeida_ aquilo saiu como súplica.

_ O que foi, Sr. R?_ ela o fitava sem entender e por dentro James lutava consigo mesmo, contra aquele desejo que o consumia e aquele sentimento estranho que o levava a loucura.

Sabia que se ficasse com Alice, cedo ou tarde seu passado viria a tona, seu passado que era uma merda, havia a sociedade secreta, e todas aquelas mulheres com quem já esteve, para Alice isso com certeza era um problema, ela parecia decidida e independente, mas era inexperiente, "uma mulher comum" sussurrou seu subconsciente, isso nunca daria certo, "desista, logo de uma vez, você não a merece".

_ Deixe pra lá..._ este inspira inflando seus pulmões como se a muito não conseguisse respirar_, até mais Srta. Almeida.

Ela apertou o botão de seu andar e quando as portas do elevador fecharam-se, este virou, deparando-se com Linda que sorria grandiosamente:
_ Eu vi isso_ ela cantarola.

_ Cale-se Linda, não é o que está pensando.

_ O senhor está se justificando, isso é um avanço_ este revirou os olhos ao ouvi-la, e antes que fechasse a porta de seu escritório, ouviu esta gritar_, Eu gosto dela!

Ele caminhou até a grande janela, a luz acinzentada entrava "Não há como não gostar dela" pensou, mas havia tanto em jogo e gostava de ver Alice como uma mulher inocente e seu passado grotesco com certeza a corromperia.

Atualidade. James olhava a paisagem de São Paulo durante a madrugada desde seu escritório na R&R. Sabia que cedo ou tarde o encontrariam, mas queria ficar sozinho, precisava encaixar as peças do quebra-cabeças da morte de Alice. Esse pensamento o faz estremecer.

Ele pega uma garrafa de whisky que geralmente guarda para alguns clientes em seu armário, e enche o copo, bebendo metade deste em um só gole. Tentava lembrar de algo significativo, algo que Alice tenha dito, mas só conseguia pensar no sorriso de Catarina no corredor do hospital. "Porque ela sorria? Com quem ela estava falando afinal?". Sua respiração ficou entrecortada e este lançou-se em sua escrivaninha, quase derrubando tudo o que havia nesta só para pegar o telefone.

Sua mão ainda estava tremula e ele mal discou o número, a pessoa atendeu no segundo toque:

_ Nogueira_ bravejou Readen, sua voz furiosa.

_ James? São as quatro da manhã...

_ Não tente me distrair, me diz o que aconteceu? Você tinha que cuidar dela e a deixou a mercê da Greta!

A voz de Nogueira estava tensa na outra linha, suspira alto e logo fala:

_ Eu não sei o que aconteceu, ela me ligou minutos antes se despedindo e dizendo para que você a perdoe.

As lágrimas de Readen começam a cair, mesmo ele querendo evita-las:

_ Eu a amo, Nogueira, se tem algo para me dizer, diga agora.

O silencio se fez por dois segundos, até o detetive responder:

_ Eu fiz o que pude, pegarei o corpo no hospital central ao amanhecer e levarei a uma funerária_ ao ouvir isso, James se descontrola, a raiva sobe por sua garganta como um vomito, aquele era o hospital em que estava internado, e sem pensar duas vezes joga o aparelho de telefone na parede.

Seus olhos castanho esverdeados ficam escuros, tornando-se paranoico e o tremor de suas mãos aumenta e este derruba o copo de whisky no chão.

Não sabe quanto tempo ficou assim, até que se deu conta de que alguém adentrava seu escritório. Seus passos estavam lentos e quando este avista aqueles olhos azuis, apenas deixa suas lágrimas se liberarem. Eric vai até o amigo; segurando-o pelos ombros:

_ Eu também não saberia o que fazer se estivesse em seu lugar.

_ Há algo de errado Eric_ este suspira, secando suas lágrimas_, preciso que me leve até um lugar.

_ Que lugar?

Antes que pudesse questionar, James pegou sua garrafa de whisky e o arrastou para o elevador:

_ Pra que essa garrafa, cara, não faça isso, a Alice não iria querer isso.

James mexe a cabeça para o lado, erguendo uma sobrancelha, lembrando do olhar repressor de seu amor:

_ Com certeza, a Alice não iria querer me ver fazendo isso em são juízo, por isso a bebida_ disse este tomando um gole desta.

O elevador abre na garagem e mesmo cambaleando, James entra no carro de Eric:

_ Você tem que me dizer para onde vamos?

_ Apenas dirija!_ ordena este bebendo mais da garrafa.

Momentos decisivos são aqueles que definem sua vida, aquele momento em que tudo é posto em jogo e tudo muda, Alice tinha sido seu momento decisivo, e agora que a perdera, faria de tudo para pôr Greta atrás das grades, mesmo que isso botasse todos os membros da sociedade secreta em jogo.

Pegou o celular de Eric que estava na porta copos do carro e mandou uma mensagem para alguém:

_ Ei, você não está bem, para quem mandou mensagem?_ pergunta o amigo já preocupado.

_ Você vai ver, vá até o apartamento da Alice.

Eric mexe a cabeça em negação:

_ Pare com isso, sei que é doloroso, mas você precisa aceitar, ela morreu, não há volta.

Readen bebe mais no whisky que já estava pela metade:

_ Há volta para tudo nesse mundo, meu caro.

Eric sentiu um arrepio percorrer seu corpo, o tom do amigo era sombrio:

_ Não fale assim, parece até o maluco do Dr. Frankenstein.

R, apenas sorri:

_ Não dê idéias a um bêbado, Sr. Waltz, não dê.

Quando o carro parou na frente do prédio London, James estranhou o silencio. Há menos de seis horas um suicídio foi cometido naquele lugar e não havia nenhum agente da perícia ali. Quando adentrou a recepção viu Seu Astolfo o encarando com espanto, este o ignorou subindo as escadas de serviço. Cambaleando, subiu degrau por degrau, lembrando das vezes que ele e Alice ali estiveram, a festa dos ex alunos, o dia em que disse o que sentia...

E sua mente voou para aquele dia, o dia em que decidiu não se calar, que decidiu se arriscar...

Ambos subiam as escadas, um estranho silencio reinava entre os dois, James queria saber o que Alice pensava, a luta em seu interior era perturbadora, aquela viagem apenas o fez quere-la mais, precisava saber, precisava confessar o que tanto o atormentava. Sua mente estava uma bagunça, nisso Alice olhou para ele, sorrindo de leve e sentiu seu coração gelar com aquele ato. Era ela a que o fizera mudar e precisava dizer mesmo que não fosse correspondido.

Chegam no andar dela, e esta começa a procurar suas chaves na bolsa.

Sentia-se nervoso, era melhor dizer algo antes que entrassem no apartamento ou provavelmente a beijaria sem hesitar:

_Espere Alice_ disse este inquieto.

_ Já vou achar as chaves._ soltou esta inocentemente, seu olhar sempre gentil para com ele.

_ Não é isso._ sua respiração acelerou, sentia-se como se tivesse corrido uma maratona.

Ela o encarou confusa, amava o misto de confusão e inocência que esta exalava. Seria agora, respirou fundo e falou:

_ Em vão tenho tentado lutar contra este sentimento, que não consigo controlar e você sabe como gosto de ter o controle sob as coisas. Sei que não sou bom para você, mas eu nunca me senti assim antes, pareço um adolescente, desde o primeiro instante que te vi algo me fazia ir a sua direção. Eu sei que me despreza, e só Deus sabe como eu tentei ficar longe, e esquecer, mas todas as vezes que eu tentei me afastar, lá estava você, me desconcertando, me fascinando. Adoro sua língua afiada e quando me desafia gosto mais ainda de você. Nunca me importei tanto com alguém assim, e hoje quando Greta perguntou se namorávamos, meu coração se encheu de uma esperança que até então não sabia que existia, eu queria que você dissesse que sim. Alice, você não sabe como isso me tortura. Você me enfeitiçou de corpo e alma, eu me rendo a você. Se seus sentimentos mudaram, por favor, diga- me, sua resposta bastará e eu nunca mais voltarei a incomoda-la.

Os olhos de Alice pareciam como se fossem sair de orbita, espanto? Raiva? Ele precisava de alguma reação, mas ela continuava imóvel frente a porta.

_ Alice..._ este chamou seu nome e esta o encarou, diversas emoções passaram por seu rosto, mas nenhuma James conseguiu interpretar.

Então este deu um passo, tentando se aproximar, esse era seu momento decisivo:

_ Não..._ Alice sussurrou e sentiu seu coração parar por um nano segundo, e parou de respirar, seus olhos vagaram do chão ao rosto pálido daquela mulher que o atormentava.

Este engoliu seco, abafando um suspiro triste que insistia em sair:

_ Desculpe por ter tomado seu tempo_ ele saiu escadas abaixo, correndo "No que estava pensando? Ela nunca vai sentir nada por mim. Idiota! Idiota!" xingava-se mentalmente.

E quando saia do lance de escadas encontra Catarina que sorria, mas ao vê-lo sua expressão muda:

_ Sr. R, aconteceu alguma coisa?

Este passa por ela sem dizer nada. "O dia não terminou como eu esperava" ele entra em seu carro, fechando a porta com força, para sua tortura o perfume dela ainda estava lá, impregnando seu carro, este aperta o volante, nervoso "Você me enfeitiçou Alice, como farei para esquecer..."

Atualmente. E ali estava, parado gente a porta de Alice, havia fitas com a inscrição "Não ultrapasse", típico da polícia. Aquilo seria mais difícil do que imaginara, recostou uma das mãos na porta, sempre achara-se corajoso, mas naquele momento tinha medo do que veria.

Um pigarrear atrás de si, chamou sua atenção, mas não virou-se para ver quem era, pois já sabia de quem se tratava:

_ Eu soube o que aconteceu. Porque me chamou?_ era Ackerman sua expressão era séria e tensa.

James evitava olhá-lo:

_ A Alice confiou em você, preciso saber o que pretendiam fazer para desmascarar a Greta.

Ackerman pousa a mão no ombro de Readen e lhe passa um envelope:

_ Ela sempre me mantinha a par de tudo._ diz este, enquanto Readen ainda tremulo pega o envelope.

Ele vê as fotos da família de Alice:

_ Eu não entendo.

_ Greta os estava vigiando, caso Alice não desistisse de você, ela os mandaria matar_ o estomago de Readen cai no chão_, esse foi motivo do suicídio, ela não sabia o que fazer.

Readen amassa as fotos pela raiva que sentia, deslizando pela porta, caindo sentado no chão:

_ Eu vou matá-la..._ diz entre dentes.

_ Não vai adiantar, a Greta merece sofrer, e morte não é sofrimento.

R ergue os olhos para Ackerman:

_ Qual era o plano?

_ A Alice não chegou a me contar, mas Nogueira tinha um...

Nisso um vulto vestido de branco chama a atenção de Readen, este pisca algumas vezes até distinguir bem, Ackerman ao ver sua reação vira para ver de quem se trata, encontrando Silvia parada atrás deles:

_ Graças a Deus, pensei que tivesse feito uma besteira.

_ Veio me vigiar para sua irmãzinha?_ disse Readen balançando a garrafa.

_ Não_ diz esta seca, suas olheiras eram evidentes, parecia que não tinha dormido assim como ele, esta senta para ficar a altura de Readen_, conversei com Alice esses dias e lamento o que aconteceu, mas temos planos mais importantes do que essa garrafa de whisky_ ela tenta pegar o objeto, mas este não deixa.

_ Esta garrafa é meu único consolo, então acostume-se com ela_ ele solta um sorriso triste e bebe mais um pouco.

_ Entenda-o_ soltou em um suspiro Ackerman_, está sofrendo.

_ Eu sei o que é perder alguém que se ama, a Greta pode ser minha irmã, mas não vou ajuda-la, preciso que você seja forte e entre nesse apartamento agora.

Readen franziu a testa confuso, por que ela iria querer que ele veja a cena da morte de Alice, ela só podia ser sádica para gostar de vê-lo sofrer.

_ Você é mais maluca do que eu pensava.

Esta sorriu, mexendo a cabeça em negativa:

_ Sabe como eu soube que você estaria aqui_ este franze ainda mais sua testa e ela continua_, no fundo já sabe a resposta, seu instinto está lhe dizendo isso a horas, mas por bêbado_ bate na garrafa de leve e este a impede de cair_, não vê, entre nesse apartamento e tudo será mais claro.

Ela se levanta e olha para Ackerman, que apenas assente:

_ Acalme-se garoto, tudo irá se resolver._ diz o homem sorrindo.

Este tira a fita de "não ultrapasse" da polícia da porta e ajuda Readen a se levantar:

_ Entre_ diz este girando a maçaneta, esta estava aberta.

Os dois sumiram pelo lance de escadas, James segurou a maçaneta, girando-a cuidadosamente adentrando no apartamento escuro. A luz da lua entrava pelas janelas e o vento balançava as cortinas.

Suas pernas fraquejaram quando avistou o sangue no balcão da cozinha com a marca de bala no centro, este sente seu mundo girar e joga a garrafa de whisky na parede quebrando-a em pedaços, e logo cai de joelhos no chão.

Olhou para aquela mancha na parede por alguns segundos como se seu coração fosse se desfazer, mas logo olhou mais fixamente, tinha que seguir o conselho de seu pai "manter a calma e serenidade", a bala e a mancha de sangue eram desproporcionais caso Alice estivesse ajoelhada no chão assim como ele estava.

Chacoalhou a cabeça tentado se livrar do pensamento que teve, mas o vento o atingiu em cheio, arrepiando-o e quando olho para as janelas, havia uma figura parada ali, não conseguiu enxergar bem, seus olhos marejados o traiam:

_ James..._ chamou uma voz feminina.

A figura moveu-se em sua direção, e este tenta se mexer, mas não consegue. Era como em seu sonho, o mesmo que tivera a um ano atrás, e da mesma forma não conseguia ver o rosto daquela pessoa.

_ James..._ chamou mais uma vez, mas a voz parecia tão distinta e distante.

Ele tampou o rosto com as mãos e quando voltou a descobri-las o vulto continuava a se aproximar, era uma mulher com uma camisola branca de seda, mas seu rosto era indecifrável.

_ Eu estou aqui..._ a voz sussurrou, já ao seu lado.

E aquele perfume adocicado o inundou, despertando seus sentidos...

E uma mão quente e macia acariciou seu rosto frio ternamente:

_ Não tenha medo, eu estou aqui... Sr. R...

Aquela simples palavra o fez despertar e quando virou seu rosto, enxergou sem dificuldade, encontrando aqueles olhos castanhos. Sentiu um aperto em seu coração, não podia ser real, só poderia estar sonhando, mas porque a sentia tão perto de si...

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