Cheguei nos fundos do Dormitório e vi Lana sentada em um banco velho e ele era verde, ou quase, pois a sua tintura estava quase toda desbotada. Lana aparentava estar bastante triste.
Fui em sua direção e me sentei do seu lado, ela estava de cabeça baixa e deu uma leve virada em minha direção e depois voltou para a mesma posição que estava antes.
- O que você quer? - perguntou Lana com a voz um pouco baixa.
- Conversar - respondi.
- Não tenho nada para "conversar" - disse Lana.
- Hum... Tem certeza? - falei.
"Lana suspira"
- Vamos... fale comigo, vai te ajudar - falei.
- Me ajudar? - disse Lana erguendo a sua cabeça e olhando em minha direção. - Você não sabe nada sobre mim, não há nada que você possa fazer, e eu não preciso da sua "bondade".
- Sim, você está certa! Não sei nada sobre você, então por que não começamos agora? - falei.
Lana suspira e olha para frente, depois ela joga seus cabelos loiros para trás e olha para mim e diz - Okay senhorita bondade, se quer tanto saber da minha vida maravilhosa eu te digo!
- Ótimo! Estou ouvindo... - falei.
- Não acredito que vou falar sobre a minha vida para você... Ah! Que seja. Olha... se você acha que eu tenho uma boa vida rica e rodeada de amigos e uma família unida você está totalmente errada! Mas quando eu disse que eu tenho uma vida rica é verdade, mas enfim, os meus pais, bem, não me deram uma devida atenção. Sempre me colocavam em aulas de violino, piano, balé, essas coisas. Eles sempre estavam ocupados demais para brincar com a sua filha ou até mesmo dar atenção a ela - disse Lana. - Já a Annie sempre teve tudo e se tornou minha grande amiga de infância, mas com o tempo as coisas ficaram... estranhas, tanto quanto a Annie e os meus pais.
- O que aconteceu? - perguntei.
- Meus pais começaram a se desentender e acabou se divorciando, minha mãe acabou ficando com a minha guarda, eu tinha 7 anos naquela época e foi com essa idade que meus poderes apareceram. E por incrível que pareça a Annie também começou a ter poderes, e era o mesmo que o meu. Minha mãe ficou bastante assustada e isso fez com que ela se distancia-se mais de mim, já o meu pai achou incrível, pela primeira vez eu recebi atenção e amor do meu pai - disse Lana sorrindo. - Mas já a Annie foi bem diferente, os pais que tanto a amavam tiveram medo de sua filha, no dia que o diretor apareceu na casa deles, eles disseram sim sem exitar, a partir dai a Annie nunca mais foi a mesma, e nem eu como você pode ver. Eu já fui muito dócil e gentil, eu acho que todas as pessoas são as culpadas por eu ser assim, por eu ter uma vida assim, mas não é isso, elas não tem culpa. Sabe... eu... eu tenho inveja de vocês, quando os vejo sempre estão juntos e sorrindo, sempre ajudando uns aos outros.
- Bem... "Nunca julgue um livro pela capa", eu acho - falei sorrindo. - Eu sinto muito por você ter passado por tanta coisa, deve ter sido um grande peso.
- Obrigada... obrigada por me ouvir, por insistir em conversar comigo, me sinto... melhor, agora - disse Lana envergonhada, ela então se levanta e dá alguns passos para frente e fica de costas para mim. - Eu... eu vou indo agora, te vejo... te vejo depois.
- Okay... - falei me levantando e vendo Lana indo embora de pressa. - Hum... Então é essa a Lana que ela esconde, totalmente diferente da que ela mostra. Foi bom ter conversado com ela afinal, bem, acho que vou...
De repente me sinto tonta e tudo começa a virar ao meu redor, então eu acabo caindo no chão e sinto uma leve dor no meu joelho. Minha visão então começa a escurecer e eu ouço uma voz em minha cabeça antes de desmaiar.
- Logo nos iremos nos encontrar, descendente de Alana...
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Notas da Autora: Olá leitores e escritores, gostou do capítulo? Se gostou deixe seu voto e comente o que você está achando da história, isso irá me motivar a continuar a escrever ela. Beijos e até mais
P.S: Desculpa pelo o atraso! Eu estava viajando, mas agora já estou em casa