O Primeiro Beijo (Romance Gay)

נכתב על ידי RobsonGabriel

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Mudanças nunca são legais, principalmente quando elas se tornam comuns em sua vida. E é isso que Sam, um garo... עוד

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Conheça os Personagens: Samuel Antonelli
Conheça os Personagens: Andrew Armstrong
Capítulo Um
Capítulo Dois
Comunicado IMPORTANTE, LEIAM!

Capítulo Três

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03

A vergonha se apossa de meu corpo e eu estou ruborizando de novo. Droga! Eu preciso aprender a controlar isso. Eles acenam para mim. A garota ruiva, Alexia, mantem a expressão carrancuda, já os gêmeos, estão sorridentes. Aceno de volta.

- Ah, esqueci. – Sofia diz sem jeito. – Esse aqui é o Jeferson.

Aceno para ele, sem graça, e ele acena de volta. Então é esse o cara que Gisele disse que Sofia está pegando. Que bom para ele. Sofia é muito bonita, mas eu não posso dizer o mesmo sobre ele. O garoto definitivamente tem estilo, seu cabelo é bonito, mas nada disso combina com ele, tudo parece fora do lugar. Se uma coisa está boa nesta mesa, é a animação. Os gêmeos não param de irritar Alexia, jogando batatinhas e outras coisas nela. Ou então fazendo caretas para Gisele e Bruno. Um deles até chegou a piscar para mim. Babaca.

Gisele e Bruno, que eu agora entendo, formam um casal também. Eles conversram comigo durante o intervalo inteiro sobre a escola e como as coisas funcionam nela. Gisele é animada quando se trata de descrever cada um que passa. Ela diz quem são os párias, quem são os descolados e quem são as pessoas do último ano, com as quais eu devo evitar me envolver.

Prin....Prin....Prin...

A campainha do sinal soa alto em meus ouvidos. O intervalo acabou.

Eu ia pegar bandeja e devolver na lanchonete, mas Gisele me impede, dizendo em seguida:

- Pode deixar aí. – Ela comenta sorrindo. – Daqui a pouco as mulheres da faxina vão recolher pra limpar!

- Mas... – Tento dizer, mas a garota me interrompe.

- Mas nada, deixa aí! – Tá, a dona Gisele pode ser bonitinha e tal, mas seu jeito mandão me assusta pra caramba, credo.

Acompanho Sofia, a ruiva e Bruno até os armários novamente. Desta vez eu não irei levar os livros pesados, uma das aulas é de educação física e a outra e de artes. Me despeço de Gisele e Bruno e sigo Sofia até o terceiro prédio da São Miguel.

***

A aula de educação física foi, como posso dizer, calorosa. O professor era marrento e musculoso. A primeira parte da aula foi basicamente o mesmo que as outras, mas a segunda parte foi desastrosa.

O professor pediu para que formássemos times para jogar queimada. Sofia, é claro, me escolheu para o seu time. Coitada, não sabia que eu era um desastre nos esportes.

Os outros times estavam claramente mais fortes do que o nosso. O jogo fluiu bem durante os primeiros lances, mas isso não durou muito. A rivalidade cresceu rapidamente, a gritaria ecoava no ginásio.

Em um dos lances, um dos quais eu não quero me lembrar, acabei por levar uma bolada na cara.

Todos riram, inclusive eu, mas que aquela porcaria doeu, isso não posso negar. Eu sempre tive em mente que, em situações constrangedoras como essa, a melhor solução é rir.

Peço para o professor me deixar ir ao banheiro. Ao chegar lá, noto a presença de vários garotos conversando. Sigo silenciosamete até a torneira mais próxima e lavo o rosto. A sensação de alivio rapidamente toma conta de mim.

Não consigo não notar no físico daqueles garotos, eles são fortes e bonitos, diferente da lombriga branca que sou. Pelo que consigo notar, eles fazem parte do time de futebol da escola. Legal, garotos metidos e prepotentes. Gisele já havia me avisado sobre eles.

Saio do banheiro o mais rápido que consigo, sem que eles notem minha presença.

Quando retorno à quadra, o nosso time já havia saído do jogo. Sofia está com uma cara de bunda, daquelas de alguém que acabou de perder e não consegue aceitar isso.

- Nós perdemos! – Ela diz isso claramente com raiva. – Dá pra acreditar nisso?

Acho graça da situação, perder é algo normal.

- É claro que dá! – Continuo rindo, mas paro ao reparar que sua raiva só aumenta. – Em um jogo sempre deve haver um perdedor, senão como haverá um ganhador?

Sofia me ignorou pelo resto dia.

Sigo até a aula de artes. A sala é toda decorada com pinturas feitas por alunos. Eu tenho de admitir, as pinturas são bem bonitas.

Nada havia mudado. A primeira aula de artes consistia basicamente em alunos tentando pintar uns aos outros. Sofia, é claro, me escolheu como seu modelo.

Tive que ficar sentando estaticamente durante quase uma hora, Sofia rabiscava e apagava como uma artista profissional.

- Será que você pode sorrir um pouco? – Ela pergunta, ainda com a expressão carrancuda pós-jogo.

Atendo seu pedido e estampo o meu melhor sorriso para ela, arrumo a franja que estava tapando a minha visão. Sofia finalmente começa a se animar.

A maneira com a qual ela traça o meu retrato e bela. A garota dedica toda a sua atenção para mim e todo o seu amor ao papel no qual delineia os traços.

A ansiedade começa a crescer cada vez mais dentro de meu peito. Eu quero muito ver o resultado final de sua obra, será que sou bonito a ponto de meu retrato também ser? Eu terei de esperar mais um pouco para descobrir.

Uma hora e meia se passou desde que sentei o traseiro na cadeira. Já estou com a bunda doendo, quando Sofia finalmente anuncia o termino de seu desenho.

Primeiro ela segue correndo animadamente mostrar para a professora. Não escuto nada do que elas dizem, mas posso notar que Sofia está corrigindo algumas coisas. O sorriso em seu rosto é animador e a expressão de alegria da professora me reconforta, Sofia fez um bom trabalho.

A garota corre em minha direção, radiante como o sol da manhã.

- Pelos deuses! – Eu grito. – Me mostra esse desenho logo!

Sofia me entrega o caderno e, quando vejo o retrato, minha reação não pode ser outra, a não ser felicidade e admiração. Admiração esta, que é direcionada ao mesmo tempo para Sofia e para a minha beleza no retrato. Me sinto um pouco narcisista ao ter essa reação, mas não me sinto nem um pouco mal por isso.

Ela destacou as minhas melhores características. Os olhos grandes e brilhantes, os lábios carnudos e o cabelo negro levemente ondulado. Sinto vontade de chorar, tamanha emoção. Isso pode ser bobo e estranho, mas me sinto bonito e feliz, pelo simples fato de outra pessoa ter notado isso em mim.

Ela assina o retrato rapidamente e o devolve para mim. Ainda com o sorriso estampado no rosto, ela me encara.

- Você não vai dizer nada, Sam?

O que eu posso dizer? Está lindo, mas eu não quero admitir ser narcisista, não para ela.

- Está F-O-D-A! – Eu não consigo me conter e acabo soltando um palavrão.

Sofia ri e me dá um beijinho no rosto.

- É seu, quando eu puder ir na sua casa, quero encontra-lo na parede do seu quarto, ok?

É claro que eu o colocarei em uma moldura bonita e o pendurarei em meu quarto.

É tão bom ver Sofia animada novamente. Ela é uma daquelas pessoas que acabamos de conhecer, mas temos a impressão de já termos vivido uma vida inteira juntos. Quem diria que o primeiro dia de aula me traria tantas coisas boas.

A aula acabou sem que eu percebesse. Sofia desapareceu, então pego minhas coisas e sigo para os armários. A professora havia entregado um livro gigantesco de técnicas de desenho, como podemos deixar os livros nos armários da escola, eu não levarei estes tijolos para casa.

Andando rapidamente pelos corredores, chego aos armários. Desatento não consigo notar que um garoto alto e loiro vinha em minha direção. Nos chocamos intensamente, não dava para ser diferente. Meus livros voam para um lado e os dele para o outro.

Uma verdadeira bagunça de páginas.

Sem esperar pela reação do garoto, começo a recolher os meus livros. Noto que ele está me olhando, sem qualquer expressão no rosto.

- Pera aí, vou te ajudar. – Ele diz com um sotaque americano arrastado.

Fico sem graça no mesmo momento, não há nada que eu possa responder, por isso deixo que ele me ajude.

Recolhemos os livros do chão e ficamos parados olhando um para o outro, com os rostos vermelhos de vergonha.

Ele é muito bonito. Seu cabelo loiro arrepiado contrasta com a pele rosada e o corpo aparentemente definido. Seus olhos s]ap tão escuros, que me dão a impressão de serem negros como uma noite sem estrelas. Brilho e mistério me arrastam para algo desconhecido, algo que não consigo entender, algo que me faz encara-lo incansavelmente.

Ele morde os lábios algumas vezes e continua a me encarar.

- Desculpa, eu sou estabanado às vezes. – Finalmente tenho a coragem de dizer alguma coisa.

Um sorriso tímido se esboça em seu rosto.

- Tudo bem, eu deveria ter prestado atenção também! – Esse maldito sotaque americano está mexendo comigo!

Que merda é essa que está acontecendo?

Expulso estes sentimentos estranhos para um canto obscuro de minha mente. Eu não compreendo esse formigamento, essa sensação estranha no estomago.

O garoto percebe que eu não vou falar nada e me encara com uma expressão zombeteira no rosto.

- Meu nome é Andrew, by the way. – Ele ri. Depois disso, consigo acreditar que ele realmente é Americano. – Eu me mudei dos Estados Unidos há dois anos, ainda estou me acostumando com esse jeito brasileiro de viver correndo.

Eu ri. Eu quero dizer para ele que esse é o jeito dos paulistas, mas prefiro ficar quieto.

- O meu é Samuel.

Ele sorri de uma forma pela qual garotas se derreteriam. E porque mesmo eu estou me derretendo? Droga, droga, droga! Isso não pode estar acontecendo comigo, não mesmo

.

- Bom, Sam. Nos veremos de novo. – Ele diz seriamente. – Dá próxima vez, não quero que tenha vergonha de falar comigo.

No momento em que ele aperta minha mão, sinto uma onda de calor subindo através de meu braço. Meus pelos se eriçaram e eu começo a soar frio.

Me desvencilho de sua mão e aceno para ele, seguindo pelo corredor, ainda arrepiado e suando.

Guardo os livros rapidamente no armário, pego minha bolsa e caminho para fora da escola. Como minha mãe está trabalhando, terei de ir embora de ônibus. Fico quase meia hora esperando no ponto até que o ônibus finalmente chega.

Eu não consigo pensar em nada além daqueles sentimentos conflitantes e estranhos. Naquele olhar misterioso e naquele aperto de mão.

O que está acontecendo comigo?

HRgMuP�~MJaq

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