POV ELIZABETH
Como se não bastasse o péssimo dia que eu tive, chego em casa e pego meu noivo Daniel comendo uma mulher de mal jeito.
E "mal jeito" é uma expressão que aqui significa "metendo o pouco que tem de forma desesperada enquando emite gemidos altos".
O barulho que eu fiz quando abri a porta foi o suficiente para atrair a atenção do filho da puta.
Ele olha pra trás, estupefato.
- Que porra é essa? - pergunto.
Ele parece não acreditar. Até a vadiazinha imunda parece chocada.
- Amor... - Daniel começa a falar. - ... não é nada disso que você está pensando ...
- Eu não estou pensando... EU ESTOU VENDO!
- Amor, eu posso explicar... - ele começa a procurar as roupas.
- Isso não tem explicação. - Ignoro os seres desprezíveis na minha frente e vou pro meu quarto.
Pego minha mala.
- Onde você acha que vai? A casa tá no meu nome.
- Eu sei. Você sempre me lembra isso.
Coloco tudo que eu consigo na mala.
Minhas roupas, meus livros, meu notebook.
- Eu paguei esse notebook. - ele diz.
- É, e você deu ele pra mim. Então , é meu.
- Você não pode ir embora.
- Por que ? - me viro pra ele. - Por que você é o meu dono?
- Porque eu te amo.
- Você não pensou nisso quando pegou aquela outra ali.
- Pra onde você vai?
- Não te interessa.
Pego a mala e...
Esqueci uma coisa.
Pego o carregador do meu celular.
- Ah, não. - ele fala - o carregador não...
Passo pela sala e vejo que a coisinha ainda está lá.
- Bom proveito. Ele é todo seu. - falo.
Tento ignorar as lágrimas se formando nos meus olhos.
Só saio de casa sem olhar pra trás.
...
Fico alguns dias na casa da minha mãe.
Ela tenta me convencer a ficar, mas eu não quero ficar nessa cidade nem mais um segundo.
Me mudo pra São Franscisco imediatamente.
O lugar dos meus sonhos.
Um lugar sossegado onde eu poderia enfim escrever o meu livro.
...
- Nossa, que lindo. - Minha amiga Victoria fala quando saímos do caminhão de mudança.
- É. O apartamento até que foi bem barato...
- Não o apartamento, aquele boy ali...
Olho pra onde ela estava olhando e vejo um rapaz sem camisa na varanda do último andar, tomando uma xícara de café.
É, nossa.
Ele era bem bonito.
O cabelo curto, a barba aparada, os olhos azuis, o corpo... bem definido...
É...
Mas eu não estou com cabeça pra isso.
- Victoria, pode parar de babar, por favor e me ajudar?
- Tá bom, tá bom. Mas nem faz a sonsa tá! Que eu vi você dando uma conferida também.
- Uma conferida é uma coisa, BABAR é outra completamente diferente.
- Aham. Você não tá morta não, viu amor?
- Me ajuda, garota.
Victoria pega uma das caixas e leva pra dentro do prédio.
Eu pego uma também e começo a subir a escada, com dificuldade.
Alguém esbarra em mim, derrubando a caixa no chão.
Era o tal cara da varanda.
Ele estava vestido dessa vez, e com roupas de academia.
- Ih, foi mal.
- Droga... - tomara que não tenha quebrado nada... Levanto o rosto e ... ele não estava mais lá.
Estava descendo a escada.
- Ei. - chamo e ele vira. - Você pode me ajudar, por favor?
- Foi mal, mas eu to atrasado.
- Você vai derrubar as minhas coisas e vai ficar por isso mesmo?
- Ah, tá. - Ele sobe rápido e começa a jogar as minhas coisas na caixa. - Pronto?
- Muito obrigada - digo, irônica.
- Precisa de mais alguma, senhora? - ele devolve com ironia. Mais um babaca...
- Não, você já fez o bastante... - levo a caixa pra cima.
Ele fica parado na escada, acho que surpreso.
Eu coloco a caixa na sala e quando eu desço, vejo ele subindo, com uma das minhas caixas na mão.
- Você não estava atrasado?
- É, mas vocês precisam de ajuda. Eu não sou tão desumano assim...
Sei...
Tomara que esse cara não seja o meu vizinho...
(Gostando da fic??)
Leiam a minha nova fic "Amor Bandido"