Doentia Paixão

By Ninayks

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Tudo começou com uma iniciação.10 dias.10 pessoas.Um psicopata. Ella Price vai entrar em seu primeiro ano de... More

Sinopse
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Epílogo

Capítulo 33

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By Ninayks


Uns 5 dias se passaram, as coisas estavam completamente diferentes agora, Alec e Aspen passavam o dia inteiro no quarto, só saiam para comer, Logan passava o dia inteiro relendo os relatórios, eu ficava com Caden e Mason passava grande parte de seu tempo no quintal, sentado ao lado de onde enterramos o corpo de Alexis, ele ficou bem abatido nesses dias.

Eu também reli os relatórios algumas vezes, apesar de tudo esse ainda era o nosso desafio e precisávamos cumpri-lo.

Estava sentada na mesa de jantar relendo os relatórios tentando ligar cada um com uma pessoa, eu já tinha algumas suspeitas. Senti Caden se aproximar de mim, ele parou atrás de mim e começou a depositar beijos no meu pescoço.

- Descobriu mais alguma coisa? - Ele perguntou ainda beijando meu pescoço.

- Nada novo até agora. - disse dando de ombros.

Eu tinha uma suspeita sobre o relatório de Caden e Mason, eu queria muito perguntar a ele, mas não tinha certeza se ele ia ficar confortável.

- Caden. - eu o chamei, eu precisava perguntar, aquilo já estava na minha cabeça a tempo demais.

Ele murmurou em resposta.

- Posso te perguntar uma coisa? - perguntei.

- O que? - ele perguntou ainda sem para de me beijar.

- É sobre o seu relatório e o do Mason. - eu disse e Caden ficou tenso no mesmo instante.

- Fale.

- Eu tenho uma suspeita... - Caden me interrompeu antes que eu pudesse terminar a frase.

- Qual suspeita? - Caden perguntou, eu pude sentir que ele estava tenso.

Respirei fundo por um momento antes de falar, esse assunto era delicado, eu não sabia como ele iria reagir.

- Acho que o do Mason é o que um garoto matou o irmão mais novo. - falei devagar e quase desisti no meio do caminho, ele estava atrás de mim, então eu não consegui ver sua expressão enquanto eu falava.

- Você está certa. - Ele disse friamente.

Eu levantei da cadeira e o abracei.

- Eu sinto muito. - eu sussurrei em seu ouvido.

Caden me abraçou com força.

- Não foi como está no relatório, eu, Mason e Dylan estávamos em um terreno baldio, eu tinha acabado de fazer 16 anos, Mason tinha quase 15 anos e Dylan tinha apenas 13. Dylan e Mason tinham achado a arma do nosso pai e me convenceram a ir para algum lugar atirar, e nós fomos, mas deu tudo errado, Dylan estava perto dos alvos, Mason disse que a mira dele era muito boa, e que ele não iria errar, mas ele errou e acertou no meio da cabeça de Dylan, eu sabia que era perigoso, que eu não devia ter deixado ele usarem a arma, mas eu deixei, e ainda estava filmando quando... quando aconteceu. - ele disse com uma dor em sua voz.

- Caden, não foi culpa sua. - eu sussurrei abraçando-o ainda mais forte

- Mason entrou em pânico e ficou tentando reanimar nosso irmão, eu fiquei parado, em choque ainda com a câmera na minha mão, eu não conseguia mexer um músculo sequer, só depois de uma meia hora que eu consegui ligar para o meu pai, ele e minha mãe chegaram em 10 minutos com a ambulância e a polícia, minha mãe ficou devastada, ela não saiu do quarto por 2 semanas, ela dizia que não nos culpava, mas eu conseguia ver em seus olhos que era mentira, a partir daí Mason piorou, começou a arrumar confusão o tempo todo, e eu sempre dizia que era eu, para que minha mãe não tivesse ainda mais motivos para ficar brava com ele, mas foi depois da morte do meu pai que tudo desmoronou para todos nós. - eu podia sentir a sua dor, era forte e o consumia, eu pude notar, e isso explicava muito sobre ele. - Eu nunca contei isso para ninguém Ella, eu não sei porque, mas eu confio em você mais do que em qualquer outra pessoa, nunca foi tão fácil me abrir com alguém como é com você.

- Eu também confio em você, eu só não consigo me abrir facilmente, o meu passado não me traz nada de bom, quando penso ou falo sobre eu sinto como se estivesse me afogando. - eu realmente queria contar para ele, eu sentia uma certa necessidade na verdade, mas eu não conseguia, eu tinha medo de todos aqueles sentimentos voltarem de uma vez só e eu não conseguir me livrar deles de novo.

- Eu sei que não é fácil, mas as vezes faz bem tirar o peso das suas costas. - ele disse alisando as minhas costas.

- Meu relatório é sobre a minha mãe. - eu disse depois de tomar algumas respirações fundas.

- Eu imaginei, não precisa dizer mais nada se você não estiver pronta.

Eu abri a boca para continuar, mas eu não consegui, eu era muito fraca, não tinha forças para lutar contra essas lembranças.

- Qual você acha que é o meu? - Caden perguntou percebendo que esse assunto estava me afetando.

Eu não queria dizer, porque tinha medo da sua resposta.

- O do garoto que o pai foi morto e quis vingança. - eu disse temendo sua resposta.

Senti Caden dar um leve sorriso.

- Você é incrivelmente boa, Ella. - ele sussurrou no meu ouvido.

Não, eu não queria estar certa, não dessa vez.

Eu abri a boca para responde-lo, mas ele me impediu quando continuou:

- Eu sei que todos pensam que esse é o do assassino, mas eu não sou o assassino, você sabe disso, não é? - Caden disse e me afastou para conseguir olhar nos meus olhos.

- Claro, você é a única pessoa que eu confio nessa casa.

- Que bom. - ele soltou um suspiro de alivio.

O abracei de novo, eu não queria ficar longe dele, queria o mais perto possível.

- O meu pai foi morto onde ele trabalhava, no dia em que ele levou eu e Mason para conhecer seu trabalho, foi 2 anos depois da morte de Dylan, estávamos na sala dele até que alguém bateu na porta furiosamente, a expressão do meu pai que estava sempre feliz e descontraída ficou preocupada, com medo, ele nos mandou nos trancar no banheiro, nós discutimos com, era ridículo, mas ele insistiu e praticamente nos empurrou a força até o banheiro e nos fez trancar a porta, nós conseguimos ouvir tudo o que acontecia na sala, meu pai abriu a porta, um homem entrou e eles começaram a discutir e poucos minutos depois ouvimos o som de algo pesado caindo no chão e depois algum correndo, abrimos a porta no mesmo instante e vimos o corpo de nosso pai no chão, eu fui até ele, ele ainda estava vivo, eu fui buscar ajuda, Mason ficou com ele até seu último segundo, quando a ajuda chegou já era tarde demais. - Senti seu corpo tremer quando terminou de falar, a dor em sua voz era ainda maior do que antes, e eu nem sabia que isso era possível.

Caden já tinha sofrido tanto, mais do que eu pude imaginar, ele não merecia isso, pessoas importantes foram arrancadas da sua vida e ele não pode fazer nada para mudar isso.

- Caden, eu... - eu tentei dizer, mas ele me interrompeu mais uma vez.

- Ele teria gostado de você. - disse fazendo carinho no meu rosto.

- O que ele fazia mesmo? - eu perguntei.

- Era professor, de psiquiatria, da mesma faculdade em que estudamos.

- E mesmo assim você quis estudar aqui?

- Para o meu pai essa era a melhor faculdade do país, eu apenas quis deixar ele orgulhoso.

- Entendo.

- Por que você veio para cá?

- Longe de casa e minha mãe estudou aqui.

- Ela deve estar orgulhosa da pessoa que você se tornou.

Eu quase ri quando ele disse isso.

- Eu não diria isso.

- Você realmente não vê o quão incrível você é? - ele perguntou me afastando de novo e me olhando nos olhos com aquela intensidade sufocante que de certa foram eu adorava.

- Não, Caden, eu não sou, eu devia protege-la, salva-la, mas quando ela realmente precisou eu não consegui fazer nem metade disso, ela que sempre me protegeu, me salvou, eu nunca consegui fazer o mesmo por ela.

- Ella, você... - dessa vez eu que o interrompi.

- Não arranje desculpas, você não sabe o que aconteceu.

- Você pode confiar em mim. - ele disse com um olhar doce e voz reconfortante, por um segundo eu me senti pronta, me senti forte para contar toda a merda para ele, mas quando estava prestes a contar Mason entrou em casa batendo a porta com força.

- Caden. - ele disse com raiva. - Precisamos conversar agora. - ele disse passando por nós e subindo as escadas.

Caden soltou um suspiro cansado e deu um beijo na minha testa.

- Conversamos mais tarde. - ele disse.

Assenti e ele subiu as escadas.

Voltei a reler os relatórios.

Agora tinha certeza de mais dois, ao longo desses 5 dias eu me dediquei bastante a descobrir a quem os relatórios pertenciam e a descobrir quem era o assassino, mas ele não agiu novamente e ninguém se mostrou suspeito, eu estava enlouquecendo por não saber quem estava fazendo isso.

Tentei voltar a focar nos relatórios, eu já tinha descoberto 5. O da Logan, do Caden, Mason, o do Aspen era do menino que depois de perder o amigo em um acidente de carro começou a sofrer distúrbios, nesse caso Aspen não era o menino do qual o relatório se referia, ele era amigo dos dois meninos, o que morreu e o que foi internado, eu cheguei a perguntar a ele se era isso mesmo, ele confirmou, um pouco relutante. O da Alexis era o que a garota tinha perdido a melhor amiga e o namorado em um acidente de carro, ela nunca me confirmou que era esse, mas era o único que se encaixava com o que ela tinha dito aquele dia, eu tinha suspeitas sobre o de Alec, mas estava em dúvida entre dois. Tinha suspeitas sobre o do Declan tambem, eu achava que o dele era o que sofreu abuso sexual, mas eu não tinha como ter certeza, eu não convivi muito com ele para descobrir muito sobre ele. Os mais difíceis para mim estavam sendo o da Grace e da Harlyn, elas foram mortas bem no início, eu não consegui descobrir quase nada sobre elas.

Eu tinha apenas 4 dias para descobrir tudo, isso de uma forma me deixava aliviada porque eu estava louca para sair daquela casa, mas eu tinha medo de ninguém descobrir quem fez tudo isso, esse sem sombra de dúvidas era o meu maior medo, que o assassino saísse em pune.

Ouvi alguém descendo as escadas, achei que era Caden, mas quando me virei vi que era Alec.

- Ainda vendo isso? - ele perguntou se aproximando.

- E temos outra escolha? - eu pergunto.

- Claro, se trancar no quarto e tentar continuar vivo. - Alec disse se sentando na cadeira ao lado da minha.

- Não posso fazer isso.

- Por que não? É muito mais seguro.

Respiro fundo antes de responder.

- Eu acho que descobrindo de quem é cada relatório eu vou conseguir achar o assassino. - Admito.

- Já sabemos de quem é o relatório do assassino.

- Talvez estejamos errados. - digo

Alec olhou para mim por um segundo antes de continuar.

- É o relatório dele, não é? -ele perguntou.

- Não sei do que você está falando. - menti, claro que eu sabia do que ele estava falando.

- Vamos lá, Ella, você sabe exatamente sobre o que eu estou falando. - ele diz ainda me olhando.

- Eu confio nele, Alec, eu tenho certeza de que não é ele. - eu digo o olhando com toda a sinceridade do mundo.

- Tudo bem, se você diz. - ele disse colocando as mãos para o alto em rendição. - Eu não vejo a hora de sair daqui. - ele disse poucos momentos depois, mudando de assunto.

- Eu também, mas tenho medo que ninguém descubra quem fez isso.

- Eles vão descobrir, Ella. - ele disse em um tom reconfortante.

- Como Alec? Nós limpamos e enterramos todas as provas, não acho que tenha nada que possa entregar ele. - disse frustrada.

- Não tínhamos opção, não poderíamos viver com uma montanha de cadáveres e sangue no meio da sala.

- Eu sei, eu só... - eu ia continuar, mas Alec me interrompeu.

- Eu sei, mas fique tranquila, eles vão pegar o cara. - ele disse tentando de tranquilizar.

Eu disse isso para mim durante todos os dias, mas eu ainda não conseguia acreditar.

Eu assenti com a cabeça como resposta.

- Vamos comer, estou com fome. - disse Aspen descendo as escadas.

Alec se levantou e foi em direção a cozinha.

- Ella, vai chamar os outros, eu e Aspen vamos preparar alguma coisa. - Alec disse.

Fui para o segundo andar e chamei Logan para descer primeiro, depois fui chamar Caden e Mason, eles não estavam no nosso quarto, deviam estar no quarto do Mason, fui até la, pude ouvir que eles estavam discutindo quando cheguei até a porta.

- Eu já te avisei antes Caden, não vou avisar mais uma vez. - Mason disse com raiva. - Você sabe que precisa acabar com isso.

- Você sabe que eu não posso. - Caden disse com ainda mais raiva.

Bati na porta, por mais que eu quisesse continuar ouvindo a conversa eu não queria invadir a privacidade deles.

- Estão preparando o jantar, não demorem para descer. - eu disse contra a porta e depois voltei para o primeiro andar.

Sobre o que eles estavam falando?

O que Caden precisava acabar?

E por que ele não podia acabar com isso?

Um pensamento me veio à mente, mas eu o ignorei.

Não.

Não era ele.

Eu não podia duvidar dele. Ele era a única pessoa que eu realmente confiava naquela casa. Eu vi a sinceridade em seus olhos quando ele disse que não era o assassino, ele dizia a verdade, e eu acreditei nele, com todas as minhas forças e eu precisava continuar fazendo isso, porque ele estava confiando em mim como nunca confiou em ninguém.

Os dois só desceram quando o jantar já estava na mesa, os dois estavam com expressões furiosas, sempre que eles discutiam era assim.

Logan falou o jantar inteiro, sobre suas teorias sobre os relatórios, mas eu não prestei atenção em nada do que ela disse, eu estava concentrada em Caden, que tinha um olhar perdido, a expressão furiosa ainda estava lá, mas tinha algo a mais, algo que eu não sabia exatamente o que era, eu só sabia que alguma coisa não estava certa.

Depois do jantar eu fui tomar banho, eu precisava recolocar meus pensamentos em ordem. Eu odiava duvidar do Caden, ele não merecia isso, mas as vezes eu não conseguia evitar, o pensamento surgia na minha cabeça e só saia quando eu estava perto dele, quando ele me dava um sorriso, um abraço, ou fazia um caricia, esse pensamento evaporava em segundos, porque eu sabia que ele nunca seria capaz de fazer uma atrocidade como aquela, mas apesar de tudo, essa dúvida ainda surgia em mim ás vezes.

Sai do banheiro e fui para o quarto, Caden estava deitado na cama, assim que ele me viu ele ficou um pouco tenso.

- Você está bem? - eu perguntei, ele ainda estava com aquele olhar perdido.

- Você ouviu alguma coisa da minha conversa com o Mason? - ele perguntou ignorando a minha pergunta.

Soltei um suspiro e fui em direção a cama.

- Sim, vocês estavam praticamente gritando.

Caden olhou para baixo e respirou fortemente algumas vezes antes de levantar sua cabeça novamente e olhar para mim.

- Estávamos falando sobre você.

- De novo?

- Sim.

- Por que o seu irmão não gosta de mim? - eu perguntei curiosa, eu já tinha essa dúvida a muito tempo, não fazia sentido pra mim ele ter tanto problema comigo.

Caden abriu a boca para responder, mas não disse nada.

- Esquece, eu não preciso saber.

- Ella, ele... - eu não o deixei continuar.

- Não importa, Caden. - eu disse frustrada, eu já estava realmente cansada daquela situação, eles dois sempre brigavam por minha causa, e eu nem sabia o porquê.

Caden levou sua mão para o meu rosto me fazendo uma caricia.

- Me desculpe. - ele disse com usa aveludada.

- Não tem problema.

Minutos se passaram e nós continuamos na mesa posição, nós dois nos olhando e sua mão acariciando meu rosto.

- Posso ler o livro da sua mãe? - ele perguntou ainda na mesma posição.

- Você já não tinha lido?

- Só uma parte, eu quero saber mais sobre você, Ella, quero saber tudo sobre você, cada detalhe, eu entendo que você ainda não esteja pronta para me contar, eu só queria ler para conseguir um pedacinho de você. - ele disse me puxando para mais perto.

Eu queria contar.

Eu ia contar.

As palavras estavam entaladas na minha garganta, prontas para saírem livres.

Então eu arranjei forças de algum lugar e simplesmente deixei que as palavras finalmente saíssem.

- A minha mãe foi internada em um hospital psiquiátrico.


Pessoal, não esqueçam de curtir e comentar, isso me incentiva muito.


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