Meritíssimo [DEGUSTAÇÃO]

By wantsilva

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Isabella Araújo só queria arranjar um emprego para que pudesse sustentar seu filho Lucas e, esquecer seu pass... More

Introdução e notas.
BOOK TRAILER
Playlist.
Capítulo Um.
Capítulo Dois.
Capítulo Três.
Capítulo Quatro.
Capítulo Cinco.
Capítulo Seis.
Capítulo Sete.
Capítulo Oito.
Capítulo Nove.
Capítulo Dez.
LIVRO FÍSICO PELA @EDITORASCARDINI

Prólogo.

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By wantsilva

Gatilho: estupro, violência física, violência psicológica.

Quatro anos atrás, São Paulo.

As ruas de São Paulo pela madrugada geralmente são congeladas, é certo que às vezes o tempo fica abafado e com isso temos um clima frio mas ao mesmo tempo calorento. Mas hoje era um daqueles dias frios, pela tarde havia caído uma chuva e além do tempo estar frio as ruas também estavam alagadas.

Não era madrugada, era exatamente oito e quinze da noite, é, eu sei que não devia estar indo num horário desses pra parada de ônibus mas acontece que contava com a companhia da minha tia, que por acaso acabou bebendo de mais. Mas me contentei somente com minha companhia, eu era acostumada a andar por ali, as pessoas me conheciam, apesar de ser uma área em que havia concentração de tráfico ninguém sequer olhava pra você quando passava. Era um bairro civilizado, havia boas pessoas ali. Mas acontece que hoje todo mundo resolveu se esconder em suas casas, as vizinhas fofoqueiras não estavam na porta, as crianças não brincavam na rua e os traficantes não estavam pelos cantos vendendo suas ''mercadorias''. Estava tudo muito vazio e escuro.

Eu não estava com medo, ainda era cedo, e além do mais só tinha meu passe de ônibus comigo, o que me roubariam? Pelos meus cálculos em menos de dois minutos estaria na parada de ônibus.

Meus passos eram apressados, minhas mãos estavam metidas no bolso do moletom cor de rosa, meus cabelos soltos e a pulseira que minha mãe havia me dado brilhava ao ser refletida pelas luzes dos postes da rua extensa. E como estava frio, eu não derramava uma gota de suor.

Havia sido o aniversário da minha tia Joana, eu gostava de vim para a casa dela, havia meus primos, meu tio que era uma graça e o cachorro, Bruce. Gostava de conversar sobre moda e roupas com minhas duas primas e de jogar com meu primo mais velho, João. E como era aniversário dela teve muita bebedeira, ela até quis me acompanhar mas recusei, o estado dela era péssimo. Meu primo poderia me trazer, ou até mesmo meu tio, mas eles estavam em uma situação pior: dormindo completamente embriagados.

Não havia problema em ir sozinha, eu conhecia o caminho e andava rápido... talvez não tão rápido.

Eu tinha dezessete anos, era virgem e havia beijado somente uma vez na vida. Sim, eu era a típica garota santa e conservadora, mas eu também não me focava muito nisso, eu me focava nos meus estudos e no meu futuro. Queria poder dá uma vida boa para mamãe que me criou sozinha, é, meu pai lhe deu um pé na bunda após meu nascimento.

Eu nunca fui de reclamar da vida, ao contrário, todos os dias, após acordar, eu agradecia ao meu Deus pela dádiva de viver. Eu tinha uma família quase perfeita e unida, tinha ótimos amigos, boas notas, o apoio e amor de mamãe e uma vaga reservada na USP. Mas todos os meus sonhos e conquistas foram arrancados de mim... assim como minha inocência.

Eu estava quase próximo do ponto de ônibus quando uma viatura da polícia militar me abordou, era um homem, ele estava sozinho.

─ Tá vindo de onde? ─ ele quis saber com certa ignorância.

─ Capão Redondo, senhor ─ digo firme com minhas palavras.

Não estava conseguindo o ver direito, mas sabia que estava sozinho. Eu meio que congelei, mas sabia que estava limpa, sabia que não havia nada comigo. Ele então abriu a porta da viatura e saiu pegando um revólver e metendo na cintura. Ele era enorme e musculoso, tinhas cabelos cor de areia e olhos escuros como a noite.

─ Posso ver sua bolsa? ─ ele ergueu sua mão, seu olhar era lascivo e me causava uma repulsa. Sem mais delongas entreguei minha bolsinha pequena, ele a revirou e em seguida me encarou com seus olhos que me davam medo. Por um instante senti um frio na barriga imenso. ─ Vira, vou te revistar.

O que... ele não podia, não tinha esse direito! Eu era mulher e ele homem, ele não podia tocar em mim!

─ Eu... não... não pode... eu...

─ Está desacatando um oficial em não cumprir o pedido? Está com drogas aí?

Meu coração se acelerou mas mesmo assim me virei, não queria confusão.

Ele se agachou e começou a me revistar, passou a mão em minhas pernas, em minhas coxas, minha bunda, barriga, braços e pelo meu busto. Eu me virei e o encarei, seu olhar era duro e frio, parecia que queria sacar aquela arma e me matar, era estranho seu olhar... estava com medo, admito.

Ele abriu sua mão e me mostrou algo.

─ O que é isso? ─ balançou o saquinho com o conteúdo branco e gelei. Não, estava errado, aquilo não era meu e jamais havia sido.

─ Isso não é meu! ─ digo exasperada.

─ Como essa cocaína foi parar então no bolso do seu moletom? ─ ele arqueou a sobrancelha. ─ Quero que entre no carro, vou levar você pra delegacia.

─ Senhor, por favor, isso não é meu, não é porque estava na favela que eu uso drogas, por favor, sou inocente, não quero confusão ─ meus olhos se enchem de lágrimas.

Ele caminha até a viatura e abre a porta traseira para mim.

─ Entre.

Meu coração só falta sacar, fico muito nervosa, aquela droga não era minha. Mesmo assim vou andando em passos lentos e adentro naquela viatura, ele entra também e dá partida. Queria evitar confusões mas estava nervosa, era de menor ainda, mas era cocaína, eu seria presa?! Minhas mãos suavam e sentia muita vontade de chorar.

Ele dirigia rápido, e estranhei muito quando ele passou direto da delegacia mais próxima, ele não estava indo pra delegacia...

─ Moço... ─ gemi baixinho sentindo a lágrima morna descer meu rosto.

─ Cala a boca ─ ele mostrou sua arma. Meu Deus... pra onde ele estava me levando? O que ele iria fazer? O que iria acontecer?

Estava sem reação, não conseguia abrir aquela maldita porta e pular, sem falar que ele dirigia rápido. Peguei meu celular discretamente dentro da minha bolsa e mandei uma mensagem para mamãe, mas estava sem sinal, droga! Quando olhei pela janela vi que estávamos entrando em uma estrada de terra rodeada por matos e sem iluminação nenhuma. E foi o momento em que ele parou a viatura e deixou o carro parado, ficamos em um silêncio enorme.

Ele ficou mais ou menos dois minutos sem falar absolutamente nada, e depois, se virou para mim.

─ Me dê seus pulsos ─ ele exigiu, comecei a chorar, neguei com a cabeça mas ele insistiu. ─ Me dê seus pulsos, agora!

Ele puxou-me pelo moletom e pegou meus pulsos com agressividade, colocou neles algemas e as trancou, meu Deus, o que ele iria fazer comigo? Eu rezava enquanto chorava alto.

E então ele veio pra parte de trás e me olhou pegando em meu rosto com força.

─ Você vai fazer o que eu mandar... se não vou meter uma bala em sua cabeça, ouviu bem? ─ ele me mostrou o revólver e assenti sentindo as lágrimas pingando pelo meu queixo.

Ele tirou seu uniforme rápido, tirou as botas, a jaqueta, a calça, a camisa social e eu assistia tudo com muito medo, assistia tudo imaginando o que aconteceria... não era possível.

Ele ficou somente de cueca, o volume estava marcado no tecido fino de cor preta, eu apenas assistia tudo com lágrimas rolando. Ele esticou sua mão e limpou minhas lágrimas com o polegar.

─ Não chore, querida ─ ele diz baixinho. ─ Só vamos nos divertir um pouco.

Ele tirou meu cabelo do meu rosto e pegou meu moletom puxando com força de forma que ficasse preso nas algemas, eu gritei e me debati, mas ele me deu um tapa forte no rosto, eu estava desesperada, mas quando ele pegou aquele revólver e apontou pro meu rosto eu parei, fiquei totalmente imóvel, e foi assim que ele continuou me despindo, rasgou minha camisa cinza, meu sutiã, tirou minha calça jeans e rasgou minha calcinha com força.

Eu apenas chorava enquanto olhava fixamente pro teto daquela viatura, enquanto respirava o cheiro adocicado que estava impregnado naquele banco acolchoado, eu senti suas mãos grandes e frias tocando meu corpo, apertando meus seios, e naquele momento eu soube que ele tiraria minha inocência.

─ Por favor... por favor... para.

Ele não me deu ouvidos, passou seus dedos em minha intimidade e cuspiu ali, ele abaixou sua cueca e me olhou.

─ Você é uma cadela danada ─ disse e se inclinou colocando seu membro em minha entrada, apenas fechei os olhos e trinquei os dentes, as lágrimas continuavam pingando e eu tentando me distanciar mentalmente daquilo tudo.

Ele então me deu uma investida profunda, arrancou minha inocência na ponta da unha, eu gritei, a dor era insuportável, se passava diante dos meus olhos cenas dos meus sonhos e planos... destruídos. Eu tentei me soltar mas ele me imobilizou, segurou em meu pescoço me tirando o ar e começou a me penetrar com força. Eu não conseguia mais respirar, me sentia fraca, e foi quando ele me soltou e puxei o fôlego.

Eu estava sendo estuprada por um policial, estava sendo estuprada por alguém que nem conhecia.

─ Sua boceta é tão apertada bebezinha, vai geme pra mim, quero ouvir você gemer pra mim, tá gostando? ─ ele ia mais rápido e com mais força, meus pulsos já doíam. ─ Se não dizer que está gostando vou mais rápido.

─ Tô... tô... gostando ─ digo entre soluços. Doía tanto me submeter a sua humilhação.

E ele não para... não conseguia acreditar naquilo, era minha inocência, minha virgindade, aquela dor física nem se comparava com minha dor emocional, doía tanto que eu só desejava morrer, pedia pra Deus me levar naquele instante. Meus sonhos haviam sido tirado em cada investida que ele dava, meu sonho de casar virgem, de me apaixonar e me entregar para alguém.

E foi quando ele saiu de cima de mim após muito tempo, senti um ardor, uma quentura dentro de mim, ele gemeu alto e pegou em meu pescoço me colocando sentada no canto, naquele momento eu senti tanta dor que encostei minha cabeça no banco pressionando meus olhos e trincando minha mandíbula e meus dentes.

Eu continuei chorando e ele em silêncio e ao meu lado, puxou meus pulsos e tirou as algemas, acariciei o local que já estava ferido e me encolhi, minhas pernas estavam sujas de sangue.

Ele jogou minhas roupas em mim e pegou suas roupas vestindo com certa dificuldade por estar no banco de trás de um carro. Depois pegou o revólver e foi pro banco de motorista.

─ Merda! ─ ele gritou batendo no volante com força. ─ Merda, merda, merda!

Ele bateu sua cabeça no volante e encostou a mesma por alguns segundos, eu engolia o choro mas deixava os soluços escaparem.

─ Se veste agora! ─ ele gritou me assustando e me vesti com pressa mesmo sentindo dor em cada movimento feito.

Ele deu partida, e só sabia chorar lembrando de tudo vivido minutos atrás. Ainda não acreditava que havia sido estuprada.

Meu corpo estava dolorido, minha parte íntima ardia e meu pescoço também, tudo em mim latejava e meu maior desejo era morrer ali. Mas não morri.

Ele me levou ao mesmo lugar em que havia me obrigado a entrar na viatura. Ele diz para sair e obedeço com a cabeça baixa, minhas pernas estavam trêmulas, a qualquer momento sentia que iria desabar, mas tentei me manter firme, ele tirou a arma da cintura e pediu que ajoelhasse. Ele iria me matar?

Comecei a chorar mais e mais, meu coração estava batendo extremamente forte. Não abaixei a cabeça, olhei fixamente em seus olhos e vi sua mão tremer.

Ele se agachou e pressionou a arma em minha cabeça, na lateral.

─ Olha, você vai calar a merda da sua boca, não vai falar pra ninguém disso entendeu? Se você for atrás de tentar me colocar na cadeia eu vou te matar... eu sou da polícia, posso descobrir num segundo onde você mora.

Eu assinto. Ele acaricia meu rosto e passa seu polegar em meu lábio.

─ Espero que não conte mesmo, não quero matar você e sua família.

Ele se levantou, guardou a arma e entrou na viatura como se nada tivesse acontecido. E assim que ele deu partida eu desabei naquele chão e chorei como um bebê.

Ele havia me marcado... para sempre, literalmente.

REV

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