Paixões Gregas - Sempre te am...

By MnicaCristina140

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Nickolas Stefanos é o irmão mais novo. Seus três irmãos são casados e felizes, mas Nick, como todos o chamam... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6

Capítulo 7

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By MnicaCristina140



Pov – Nick

─Simon você é um idiota. – Aviso assim que ele diz alô. – Quem mandou dar meu telefone para aquela garota?

─Ela me pediu sete mil vezes, dei o da sua casa para a nova senhora Kalais se livrar dela. Ou quem sabe vocês dois podiam querer se ver, ela é bem bonita. Amanhã tem jogo, podia convida-la quem sabe?

─Nós temos uma regra se lembra? Nunca misturar garotas com os Jets.

─Essa regra é sua, mas é uma boa regra tenho que admitir, já assisti ao jogo com a minha irmã e sei que é um inferno, elas não entendem nada e passam o jogo todo perguntando e querendo saber quando acaba e achando violento e odiando estar no estádio com aquele monte de gente gritando e xingando.

─Vê? Então por que acha que convidaria a tal para ir comigo?

─É. Foi mal, não vai se repetir. Se livrou dela?

─Sim. O problema é que.... – Que Annie atendeu e ficou brava? Foi isso mesmo que aconteceu? E eu estou mesmo todo atrapalhado querendo consertar tudo e me explicar? Feito um dos meus irmãos e suas senhoras Stefanos? – Esquece Simon, está tudo bem. Te encontro amanhã no estacionamento do estádio.

─Certo. Bom trabalho.

Desligo com um suspiro. Eu não me reconheço na maior parte do tempo e isso está tão confuso que não sei direito o que fazer. Também não sei com quem contar. Não posso falar sobre essas coisas com meus irmãos, não quero, não consigo, não sei falar de mim, das coisas que sinto.

Ao menos amanhã tem jogo e são umas horas de mente vazia. Isso é ótimo. New York Jets, jogando em casa é perfeito.

Me encosto em minha cadeira e minha mente viaja para o dia que decidi que aquele era o melhor time do mundo. Todos nós gostávamos de dia de jogo, os caras do abrigo ficavam tão alucinados e vidrados nas tevês assistindo ao jogo que não tinha castigo, briga, surra, nada, eram momentos mágicos, eu sempre assistia escondido em algum canto.

Não tinha um time em especial até o dia em que os Jets venceram o New York Giants de lavada e deixaram aqueles caras furiosos. Nos sentimos vingados, os Jets tinham acabado com o dia de cada um daqueles canalhas.

─Eles estão arrasados príncipe.

─O time deles perdeu feio gatinha, por isso estão assim.

─Então de agora em diante vamos torcer sempre para os Jets. Assim eles sempre se dão bem mal.

─É isso mesmo, o New York Jets é o melhor time gatinha. Vamos torcer para eles.

─Jets, Jets, Jets!

Seus gritos de comemoração nos levaram para a disciplina, mas valeu a pena. Depois ver os jogos nos animava um pouco, escuto Annie chegar e abandono as memórias. Será que ela ficou mesmo chateada? Até que pareceu.

Eu a convido para ver um filme só porque, apesar de não conseguir entender o motivo, eu não quero que fique triste, chateada ou brava. Nos sentamos com sua pipoca especial que parece exatamente como qualquer outra pipoca, mas como estou querendo melhorar as coisas não digo nada.

Não consigo me concentrar nem um pouco no filme, quero saber que compromisso é esse que ela tem. Não vou perguntar de jeito nenhum, mas daria um braço para saber se vai sair com algum cara.

E se for Nick? A garota não é freira, ela pode sair, aposto que sai muito, deve ter mil pretendentes com aqueles olhos vivos e aquele corpo bronzeado e todo perfeito. É pequena e delicada, na medida certa.

Sua risada me desperta. Tento me concentrar no filme.

─A pipoca ficou ótima! – Ela me sorri. Estar assim perto dela mexe demais comigo. Parece pouco, penso em beija-la, ao mesmo tempo se começar algo não sei se posso parar, esquecer, fingir que não aconteceu.

─Eu disse. Sou boa em fazer pipoca e sanduiche. ─ Quando sobem os créditos tenho vontade de colocar outro só para ficar mais tempo ali. Sentado a seu lado sem fazer nada.

─Acho que agora volto ao trabalho. ─ Digo com meu desanimo evidente.

─Te vejo depois então. O que quer jantar?

─Você escolhe e pede.

Ela sorri. Vai pedir comida italiana só para me agradar. Acerto o menu, comida italiana, enquanto comemos fico pensando se ela marcou de se encontrar aqui. Se vai me fazer receber o idiota e convidar para sentar. Talvez eu vá mais cedo para o jogo só para não ter que fazer isso.

Me sinto como o Heitor com ciúme até do que não vê. Quando foi que comecei a me comparar com meus irmãos?

─Pensando no trabalho?

─Sim. – Agora minto também. – Tenho muita coisa para resolver antes de partir.

─Muito tempo longe. Muito tempo longe do trabalho eu quis dizer. – Ela se apressa. – Esse molho está ótimo. Suas cunhadas cozinham bem assim?

─Melhor. Comida italiana é a preferida da Sophi e a Lissa aprendeu com grandes chefs.

─Acho que nunca vou conseguir.

─Quem precisa saber cozinhar quando se mora em Nova York? Não se preocupe com isso. – Ela afirma, depois mais uma vez eu fujo para o escritório.

Não acordo Annie durante a noite nenhuma vez. No fundo fico até meio incomodado, gosto de ir vê-la. De manhã ela está elétrica e ansiosa e fico irritado. Preciso ficar longe por que não aguento ver sua animação.

Já odeio esse cara e fico em dúvida se saio cedo para não vê-lo ou se espero para enche-lo de defeitos. Me decido por ir de uma vez e vou me arrumar. A camiseta dos Jets está na última gaveta junto com as outras. Umas quatro delas. Visto e deixo o quarto. O jogo começa as duas. São quase uma da tarde, não vou chegar tão cedo assim.

Dou de cara com Annie na sala, nos olhamos surpresos, ela veste uma camiseta igual a minha.

─Jets! – Dizemos juntos e perplexos. – É esse seu compromisso? – Pergunto quando ela consegue sorrir.

─É. Eu adoro os Jets. Não perco um jogo. Nem que seja pela tevê.

─Vai ao jogo?

─Sim. Comprei meu ingresso há semanas.

─Vai com quem? – Eu não devia perguntar, mas estou com raiva do infeliz ser fã dos Jets, ele não podia torcer para outro time e assim eu ter mais uma coisa contra ele?

─Sozinha. Não conheço muita gente.

─Não pode ir sozinha! – Não escondo a indignação, ainda mais com aquele shortinho jeans.

─Claro que posso, eu sempre vou. Que ideia. Agora que nosso quarterback se recuperou da contusão dizem que ele está voando, não vou perder isso. – Ela parece entender de futebol. – E é contra o Cleveland, eles estão num momento bem difícil depois da última derrota, vão chegar loucos para virar o jogo, os Jets precisam de mim, dou sorte a eles.

─Já entendi, tudo bem, você vem comigo. Tenho entradas vips. Vai ficar bem perto do campo.

─Sério? Vou com você? ─Aquele sorriso grande e os olhos brilhantes são capazes de me derreter.

─Vamos, Simon vai também e marquei com ele no estádio.

─E não tem problema me levar? Eu tenho...

─Não vai sozinha. Corre sozinha no Parque, vai sozinha aos jogos, precisa se cuidar mais.

─Nunca aconteceu nada errado no estádio.

Aperto o botão do elevador e ela está ainda se defendendo. Pensei todo tipo de coisas, menos isso.

Dirijo todo o caminho conversando sobre futebol, é absolutamente estranho que não seja o Simon ao meu lado, não falo disso com mais ninguém, meus irmãos tem os costumes gregos muito fortes neles e futebol americano não está na lista de esportes de nenhum deles.

Quando chegamos ao estádio o movimento já está grande, me preparo para Simon e seu mundo de perguntas.

Assim que descemos eu o vejo caminhar para nós. Ele está com um ar indignado que me diverte.

─Simon essa é Annie.

─Annie. Prazer. – Eles trocam um aperto de mão. – Coincidência ela ter o mesmo nome da substituta da senhora Kalais.

─Sou eu. – Annie diz sorrindo.

─Ah! Entendo. – Ele me olha firme escondendo o riso.

─Podemos ir? – Ela diz ansiosa. – Não quero perder um minuto do jogo.

Annie caminha um pouco mais a frente.

─E as regras? – Simon sussurra.

─Ela viria de qualquer modo. Sozinha. – Mostro minha indignação ele dá de ombros. – É uma garota. Sozinha?

─Eu vi que é uma garota, e com esse shortinho o estádio todo vai ver também. Só o jogo que não sei se alguém vai ver.

─Cala a boca. – Simon é tão sem limites.

─Se quiser eu mesmo posso redigir a carta de demissão da senhora Kalais. Estava na cara essa sua coisa de correr para trabalhar em casa.

─Simon, depois a gente fala.

─Tudo bem. Cindy não tinha mesmo a menor chance. Bom para mim se o último Stefanos ficar fora do mercado.

─Não é nada disso que está pensando.

─Está certo. Nesse caso eu posso convida-la...

─Pode perder o emprego e a língua. – Apresso o passo para encontrar Annie.

Nos sentamos um ao lado do outro, Annie com os olhos brilhantes e sorrindo sem parar.

─Vou comprar um sanduiche. Vocês querem alguma coisa? – Ela pergunta.

─Não precisa Annie. É a área vip. Eles têm um Buffet.

─Está brincando? Nem almocei para guardar espaço para o lanche do estádio.

Olho em volta homens de todos os lados. Não vou deixar ela andar por aí.

─Eu pego. Do que quer?

─Carne e um refrigerante grande.

Deixo ela com Simon, não é o melhor dos mundos, mas ela que não iria sozinha comprar um sanduiche e ouvir mil grosserias, se bem que ela é tão desligada que acho que nem perceberia. O lanche é gigante, gorduroso e uma delícia, mas duvido que ela consiga comer um desses, pego para os três e mais o refrigerante grande dela. Ela e Simon riam animados quando chego quase quinze minutos depois.

─Aqui está. – Ela pega o dela.

─Obrigada. Simon não parece um gnomo?

─E você nesse caso é a sininho, loira e anã. – Simon brinca e trato de sentar entre os dois.

─Seu gnomo particular já começa apelando. – Ela diz rindo de Simon e lanço um olhar assassino para meu esperto amigo que logo decide olhar para o estádio e os times entrando.

Antes da metade do primeiro quarto ela já tinha comido todo lanche, agora é como se eu não existisse, ou qualquer outra pessoa. Só tem o jogo, seus assobios alucinantes, ela brigando com todo o time, incentivando, torcendo.

No intervalo só fala do jogo, entende tudo do assunto e deixa eu e Simon boquiabertos. Depois de novo somos esquecidos e só tem sua felicidade em estar ali. Quando termina só sai do estádio depois que todos os jogadores deixaram o campo.

Está exultante com a vitória. Nos despedimos de Simon no estacionamento.

─Foi um grande jogo. É tão estranho que goste.

─Só por que eu sou mulher? Acho isso muito machista senhor magnata grego.

─Eu sei que é. Admito.

─Mas não sou nenhuma ativista não. As feministas teriam vergonha de mim. Eu acho que gosto de ser apenas uma garota e das gentilezas que merecemos, mas acho que isso é feminismo também. Direito de ser qualquer coisa.

─O que quero mesmo saber é como conseguiu comer aquele sanduiche.

─Não almocei. É uma ótima estratégia e talvez não coma nunca mais.

─Acho que é bem possível, eu acho que não como mais, ao menos hoje.

─Agora vai sentar e trabalhar.

─Vou. E ligar para meus irmãos.

─Se não eles ficam bravos. Até o Ulisses? Vê ele todo dia.

─Ele não, mas o Leon e o Heitor.

─Leon é seu irmão preferido.

─Por que acha isso? – Pergunto curioso.

─Pelo jeito que fala dele, com carinho, e porque quando ele liga você atende. Sempre. Diz é o Leon, preciso atender.

─Pode ser. – Leon é o mais perto que já cheguei de ter um pai e acho que não olho muito para ele como irmão mais velho.

Estaciono e subimos. Annie fica no nono andar, vai contar a Sarah como foi o jogo, pelo visto eu era o único que não sabia de sua preferência. Vou direto trabalhar e claro que pensar em um mundo de coisas estranhas.

Me confunde gostar dela, me assusta. E ser ela já seria um problema. Ser ela e ainda me trazer tantas lembranças me enche de coisas por dentro, por que é a única parte de mim que está perdida. Aquela parte que deixei com minha gatinha no abrigo e nunca mais pude ter de volta.

Depois de tomar banho e me enfiar no trabalho paro de pensar um pouco, mesmo quando escuto seus passos pela casa procuro não largar tudo para correr atrás dela. Já está bem difícil pensar em ficar três semanas longe, me vejo arrumando desculpas para telefonar. Saber dela. Penso se ela vai conseguir ficar sozinha nesse lugar enorme.

Ergo o olhar e já é tarde. Deixo o trabalho de lado um pouco. Quase dez da noite. Acho que chega por hoje.

Saio em busca de Annie e ela está sentada no chão da sala olhando a noite pela vidraça. Me sento ao seu lado.

─Não foi dormir?

─Eu estou treinando para ser um daqueles vampiros adolescentes.

─O que? – Pergunto rindo. Ela se vira e ficamos de frente um para o outro.

─Aqueles de filmes, os que brilham. Eles não dormem. Então não tem pesadelos.

─Sei. Acha que só ficar acordada te transforma em um?

─Quem sabe? Meu problema é a dieta. Tenho que ser uma vampira boa, não posso sair por aí mordendo pessoas então pensei em assaltar bancos de sangue.

─Já pensou em ratos, seria quase como um serviço a saúde pública. A menos que tenha muito medo deles.

─Sou uma gatinha. Gatos devoram ratos, eles é que tem medo de mim.

É ela. Minha gatinha, é ela, essa frase, como poderia não ser?

─Por que tem pesadelos Annie? – Faço com que me olha. Tenho urgência em saber. Meu coração parece que vai deixar meu peito de tanto que pula. – Com o que sonha? Do que tem medo?

─Nick eu não gosto de falar. Não quero que pense...

─Por favor, eu preciso saber. – Ela me olha nos olhos. Depois encara o chão. Brinca com os pelos do tapete.

─Minha mãe morreu e meu pai foi preso quando eu era pequena. Ele era um trapaceiro, mas não sou como ele. Pode confiar.

─Eu sei disso.

─Não tinha ninguém, então eu fui levada para um lugar. Abrigo infantil Saint Peter. É como o inferno viver lá, não acho que todos os abrigos são como aquele, mas aquele... ninguém sabe como é assustador de verdade até cair lá. Surras, brigas, fome, medo. Por um tempo eu tinha alguém comigo. A pessoa mais importante da minha vida toda até hoje. – As lagrimas dela correm enquanto ela brinca com o tapete e não sabe que sou eu, que acabou, que estamos juntos de novo. – Eu chamava dele de...

─Príncipe. Você me chamava de príncipe.

Ela ergue o olhar e penso em como posso ter duvidado, é minha gatinha aqui. Ela vem para meus braços, está chorando e talvez eu esteja também. Por que acabou a busca. Ela está aqui. Não preciso mais pensar nas piores coisas, nos trágicos dramas. Ela sobreviveu ao inferno como eu.

Eu a aperto em meus braços e só quero que fique assim para sempre.

─Meu Deus Príncipe é você. – Ela se aninha, me envolve como se tivesse medo de me perder. – Achei que nunca mais veria você. – Ela soluça. Se afasta um momento para nos olharmos. Afasto seus cabelos, seco suas lágrimas, ela toca meu rosto, procurando pelos traços de garoto que talvez tenham sumido com o tempo.

─Nunca mais vamos nos perder de novo gatinha.

─Nunca mais. Vou ficar abraçada em você para sempre. Às vezes eu achava que era você, mas como podia ser? Nessa casa. Rico. Importante. Cheio de irmãos. Pensava que era loucura minha.

─Também achei muitas vezes, perguntei assim que chegou de onde vinha e disse Los Angeles.

─Eu passei o último ano lá. Quis deixar Nova York, as coisas iam mal aqui, mas lá foi pior e voltei.

─Sinto muito ter deixado você. Vem vou te contar tudo, vamos sair desse chão duro, não precisamos mais ficar encolhidos no chão.

Ajudo Annie a ficar de pé, sentamos abraçados no sofá da sala, tenho pressa de contar tudo, de saber de tudo, de começar a viver. Agora que ela está aqui me sinto leve.

─O que aconteceu príncipe? Você foi adotado? – As lagrimas ainda correm, mas agora tem também um sorriso.

─Que saudade de ouvir você me chamar assim e ter aqueles garotos maiores me provocando por causa disso.

─Mas agora você cresceu, ficou bem grande e pode pegar todos eles. Não fala que eu não cresci. Eu cresci um pouco. – Claro que é minha gatinha e sua voz suave que mais parece um gatinho miando em busca de leite e afago.

─Bem pouquinho ainda parece uma gatinha. – Ela ri, se abraça mais a mim e parece que sempre esteve aqui. Não tem nenhuma distância entre nós, não tem ninguém que sabe mais sobre mim, ninguém que já tenha chegado mais perto do meu coração.

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