PJ's Heart - Camren

By dearjames55

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Lauren Jauregui, depois de dois anos afastada por causa de seu trabalho, volta a sua cidade natal e encontra... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26 - e-mail 01
Capítulo 27 - e-mail 02
Capítulo 28 - e-mail 03
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33

Capítulo 21

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By dearjames55


Lauren POV

Eu estava parada em um dos cantos do quarto, observando a médica fazer mais um dos inúmeros exames no Benjamin, depois da cirurgia. Já fazia alguns dias desde que o procedimento havia sido feito e aparentemente tinha dado tudo certo... Ele estava se recuperando bem da cirurgia e todos os dias a médica vinha até o quarto checar sua situação e fazer alguns testes.

Enquanto a médica conversava com a Camila e anotava algo em sua prancheta, eu aproveitei para deixar o quarto por alguns minutos, com meu celular em mão.

LIGAÇÃO ON

—Como estão as coisas por aí? – Eu perguntei assim que a ligação foi atendida.

—Troy quase pregou um dos meus dedos... você tem noção de como isso poderia arruinar minha vida? – Vero reclamou do outro lado da linha e eu revirei os olhos.

—Você não ia morrer por causa disso. – Eu rebati dando de ombros.

—Eu não, mas vida sexual sim... Seria a porra de um pesadelo, um dedo é algo muito valioso para se perder! Minha língua iria ter que trabalhar o dobro. – Ela resmungou dramática e eu franzi a testa em desgosto.

Verdadeiro pesadelo era imaginar Verônica e algo relacionado com dedos e língua.

—Ok, você não perdeu o dedo, então tudo certo... – Eu analisei encerrando aquele assunto. – Eu quero saber se você e Troy conseguiram terminar tudo o que eu pedi. – Eu questionei interessada.

—Eu acabei de montar uma prateleira e agora estamos terminando de arrumar as coisas... não se preocupe, está tudo certo por aqui. – Ela afirmou calma e eu suspirei aliviada. – Acha mesmo que o Ben vai ser liberado hoje? – Ela perguntou interessada.

—Aparentemente, sim... A médica está fazendo mais alguns exames nele agora, mas me disse mais cedo que ele deve receber alta hoje. – Eu afirmei, encarando o garoto sentado na cama, pela pequena janela da porta do quarto.

—Bom, isso é ótimo. – Ela comentou calma.

—É sim... eu também já liguei para os meus pais, ele vão para aí daqui a pouco junto com a Sinu. – Eu avisei e escutei um grito animado do outro lado da linha.

—Opa! Comida de graça! – Ela disse entusiasmada e eu soltei uma risada. – Por falar nisso, eu convidei algumas pessoas... e pode deixar que as bebidas ficam por minha conta! – Ela adicionou naturalmente. – Na verdade foi o Troy quem pagou, mas é a intenção que conta. – Ela murmurou com uma risada fraca.

Aquilo não era nada bom...

—É só uma pequena comemoração, quem foi que você chamou? – Eu perguntei passando a mão sobre minha testa.

—Só alguns velhos amigos nossos, relaxa... – Ela disse naturalmente.

—Vero... – Eu insisti e ela bufou.

—Alguns amigos e talvez duas mulheres que eu conheci em um bar e que estou muito empenhada em levá-las para cama... – Ela admitiu e eu revirei os olhos. – Ao mesmo tempo. – Ela completou.

—Verônica! – Eu a repreendi tendo que controlar meu tom de voz.

—O quê?! Você quer participar também? Eu não sou ciumenta. – Ela falou sarcástica e eu respirei fundo.

—Ok, leve quem você quiser, mas, por favor, não se esfregue em nenhuma delas na frente dos outros! – Eu disse num tom derrotado.

—Puff, eu sei me controlar, querida. – Ela afirmou desdenhando e eu soltei uma risada sem humor.

—E outra coisa... maneira na bebida, ok? Tente não exagerar. – Eu pedi soltando um suspiro.

—Você fala como se eu fosse uma bêbada ambulante. – Ela resmungou e eu revirei os olhos.

—Eu falo como sua melhor amiga. – Eu rebati séria e foi a vez dela suspirar do outro lado da linha.

Ela sabia que eu tinha razão.

—Tudo bem, fica tranquila. – Ela disse simples.

—Certo, eu vou desligar... te mando mensagem se tiver mais alguma novidade. – Eu avisei e ela concordou do outro lado da linha, antes de encerrar a ligação.

Quando voltei ao quarto, Benjamin continuava distraído na cama, com um dos seus carrinhos de brinquedo, enquanto a médica conversava com a Camila.

—Ah, Lauren, bom que você voltou, acho importante vocês duas estarem nessa conversa. – A médica chamou minha atenção assim que me viu e eu troque um rápido olhar com Camila.

—Claro, alguma coisa errada? – Eu preguntei preocupada e a mulher mais velha sorriu calmamente.

—Não, na verdade não há absolutamente nada de errado... – Ela afirmou e eu suspirei aliviada, enquanto Camila fazia o mesmo. – De acordo com todos os exames do Benjamin, ele está ótimo e sua saúde finalmente parece estar estável, de acordo com crianças de sua faixa etária, então não vejo motivos para ainda mantê-lo aqui... Já está na hora dele receber alta. – Ela disse calma e eu observei um sorriso aberto tomar conta do rosto da Camila.

—Isso é maravilhoso! – Ela exclamou animada e eu sorri.

—É sim, mas o tratamento ainda não terminou, eu quero que você continue dando os remédios que vou prescrever a ele e que apareça para uma consulta todos os meses enquanto isso. – A médica pediu e Camila assentiu rapidamente.

—Mas ele já vai poder brincar como uma criança saudável sem se cansar, não é? – Eu perguntei interessada e ela concordou com a cabeça.

—Perfeitamente... Pode ser que no início o organismo dele ainda sinta um pouco o cansaço, mas com o tempo e com o aumento de exercício físico ele irá ficar bem. – Ela afirmou e eu assenti aliviada. – Bom, eu vou cuidar dos papéis da alta dele na recepção e quando terminar venho aqui avisar vocês. – Ela adicionou deixando um rápido aperto no ombro da Camila, antes de deixar o quarto.

Poucas horas depois, Benjamin já estava completamente animado no banco de trás do meu carro, enquanto eu dirigia de volta para casa e Camila era puro sorriso, sentada no banco do carona. Eu sabia que ela deveria estar explodindo de felicidade por dentro, até porque, ela passou muito tempo com a aflição de que o estado do filho piorasse e agora, era como se ela tivesse se libertado de toda aquela preocupação.

Ela parecia verdadeiramente feliz e eu adorava isso.

Quando abri a porta de casa, deixei Camila e Benjamin entrarem na minha frente e, como o combinado, havia uma grande faixa na sala com o nome do Benjamin, balões espalhados pelo lugar e boa parte de nossas famílias e amigos, com sorrisos animados, estavam por lá para nos receber... Até mesmo Taylor e Sofi haviam vindo da faculdade só para essa comemoração surpresa.

Benjamin logo foi agarrado pelas pessoas mais próximas, recebendo uma verdadeira enxurrada de abraços e cafunés, enquanto eu e Camila nos apressávamos para irmos cumprimentar os outros.

—Gosto desse sorriso. –Eu comentei quando toda aquela agitação inicial passou e Camila observava, pela janela da cozinha, Benjamin brincar no quintal com Harper.

—Eu só estou muito feliz. – Ela explicou voltando sua atenção para mim.

Eu havia vindo até a cozinha buscar mais refrigerantes para os convidados, que conversavam espalhados pela sala e pela área externa da casa, quando vi Camila parada sozinha e completamente distraída.

—Imagino... – Eu disse com um sorriso de lado, enquanto me aproximava dela.

—Acho que ainda não caiu a ficha, sabe? Poder ver o Benjamin se divertindo assim sem ter que o reprender ou ficar preocupada que ele passe mal é... é incrível. – Ela afirmou num tom aliviado.

—Bom, a partir de agora é vida nova... você só vai ter que se acostumar a o ver correndo para cima e para baixo nessa casa, quebrando alguma janela com a bola de futebol, arranhando o piso da cozinha com o skate... – Eu falava num tom divertido, enquanto ela franzia a testa.

—Ele nem ao menos tem um skate, Lauren... – Ela me interrompeu soltando uma risada.

—Eu compro um. – Eu disse simples e ela negou com a cabeça ainda rindo.

—Ok, nada de skate e muito menos quebrar alguma janela. – Ela disse firme e eu revirei os olhos.

Camila chatolina ataca novamente.

—E uma bicicleta? – Eu perguntei cruzando os braços e ela me encarou pensativa.

—Talvez... – Ela afirmou e eu sorri.

De bicicleta para skate era um pulo, tudo tranquilo.

—Bicicleta, então. – Eu disse satisfeita e ela sorriu, antes de soltar um longo suspiro. – O que foi? – Eu perguntei observando sua expressão ficar séria.

—Nada, eu só estava pensando... – Ela murmurou e eu lhe encarei com atenção para que ela continuasse. – Agora que o Benjamin conseguiu fazer a cirurgia e está se recuperando bem, como as coisas vão ficar? – Ela perguntou interessada, alternando seu olhar entre mim e o piso da cozinha.

—Como assim? – Eu perguntei calma.

—Você sabe... o casamento... – Ela disse sem jeito, mordendo levemente seus lábios.

Oh, eu não tinha pensado nisso...

—Ah isso... bom, eu não sei... quer dizer, o Ben ainda vai precisar fazer as consultas todos os meses e isso também é pelo seguro, então acho que vamos ter que continuar do jeito que estamos. – Eu ponderei com um sorriso nervoso.

—Eu só não quero que você pense que eu estou acomodada ou algo do tipo... – Ela argumentou e eu neguei rapidamente com a cabeça.

—Não! Eu nunca ia pensar isso... na verdade, eu gosto de ter vocês dois aqui. – Eu admiti sincera e ela me encarou com um sorriso. – Eu até preparei algo para o Benjamin. – Eu avisei colocando as mãos no bolso da calça.

—Ele adorou a festa e eu também, obrigada. – Ela disse sorridente.

—Fico feliz por isso, mas eu estou falando de outra coisa. – Eu rebati com um sorriso de lado e ela me encarou confusa.

—O que é? – Ela perguntou curiosa.

—Eu terminei a reforma da casa, fiz um quarto novo só para ele... Troy e Vero também ajudaram. – Eu informei e ela abriu a boca em surpresa. – Mais tarde quando a festa acabar eu vou mostrar à ele. – Eu avisei e ela sorriu abertamente.

—Você é realmente um doce de pessoa, Lo. – Ela comentou num tom descontraído e eu soltei uma risada.

—Dona Clara sempre diz isso. – Eu brinquei naturalmente.

Nós ficamos por alguns segundos trocando sorrisos e parecia inevitável, desde o dia que nos beijamos de verdade, meu coração disparava toda vez que ela me encarava com aqueles olhos brilhantes.

Eu só queria a beijar de novo...

Eu tirei minhas mãos do bolso e a trouxe pela cintura, juntando nossos lábios em um beijo carinhoso. Suas mãos quentes deslizaram por meu rosto, indo em direção à minha nuca e quando meus dedos apertaram seu corpo contra o meu, nós escutamos passos se aproximando da cozinha e nos separamos rapidamente.

—Eu juro que corto todos os seus dedos se você fizer isso de novo, Dinah Jane. – Mani entrou na cozinha igual a um furação, sendo seguida por uma Dinah nervosa, enquanto eu trocava um rápido olhar com a Camila.

—Mas eu não estava fazendo nada! – Dinah rebateu gesticulando com os braços.

—Onde tem uma faca nessa cozinha? Vou começar agora mesmo! – Mani rebateu abrindo as gavetas e eu arregalei os olhos, quando ela pegou uma faca grande.

Mani psicopata ataca mais uma vez...

—Ow... Ok, nada de facas! – Eu intervi pegando a faca de sua mão.

—O que está acontecendo aqui? – Camila perguntou se colocando entre as duas mulheres.

—Achei a outra lente, Dinah, mas acho que não tem concerto. – Lucy entrou na cozinha, junto com a Sofi e trazendo nas mãos os óculos escuros da Dinah, agora quebrados.

—Está vendo?! Era da Gucci e você quebrou! – Dinah rebateu num tom choroso.

—Talvez se você não estivesse encarando aquelas vacas, eu não teria jogado eles para longe e agora não estariam quebrados! – Mani rebateu irritada e eu abri a boca em surpresa.

Mani destruidora... Literalmente.

—Eu não estava olhando nada! – Dinah tentou se defender.

—Cínica! – Mani rebateu cruzando os braços.

—Será que dá para vocês se acalmarem?! O que é que está havendo? – Camila interveio firme, antes que a discussão piorasse.

—A babaca da Verônica trouxe duas amiguinhas para cá... – Lucy começou a explicar num tom desgostoso.

—Que, por sinal, estão adorando desfilar perto da piscina com aqueles vestidos horríveis, inclusive sua irmã parece estar adorando... – Sofi adicionou numa pose dura apontando para a janela da cozinha.

—E que minha querida mulher não conseguiu deixar de reparar. – Mani completou recebendo um bufar de Dinah.

Verônica sempre plantando a discórdia, é impressionante.

Eu direcionei meu olhar para a janela que Sofi apontava e cerrei meus olhos, focando na Vero e na Taylor que conversavam animadamente com as duas loiras exageradamente chamativas. Elas eram bonitas, mas era difícil saber como elas conseguiam respirar naqueles vestidos extremamente apertados.

E curtos...

Aí! – Eu exclamei quando uma das latas de refrigerante, que estava na bancada, caiu sobre os dedos do meu pé.

—Esbarrei sem querer. – Camila disse com um sorriso fraco e eu suspirei sentindo meus dedos latejarem.

—Tudo bem... eu vou resolver isso... – Eu falei tentando amenizar a situação. – E duvido que a DJ estivesse olhando, ela nunca gostou de loiras. – Eu comentei antes de sair da cozinha escutando um alto "Foi o que eu disse!" da Dinah.

Eu caminhei rapidamente pela casa e quando cheguei a área externa, as quatro mulheres ainda conversavam animadamente perto da piscina, enquanto os outros convidados pareciam alheios a situação e as crianças corriam de um lado para o outro.

—Ah! Chegou quem faltava! Meninas, essas é a Lauren, aquela amiga que comentei com vocês... E não liguem para a aliança. – Vero comentou animada, assim que eu me aproximei, levantando sua garrafa de cerveja em minha direção.

—Acho que vocês já perceberam que a genética favoreceu muito a nossa família. – Taylor disse com um sorriso descarado no rosto e eu abri minha boca em surpresa.

Por favor, não se torne uma Verônica 2.0, Taylor.

—Olá! Seus olhos são maravilhosos. – Uma das loiras disse com um olhar malicioso e eu sorri fraco.

—Ham... obrigada... – Eu murmurei sem jeito. – Eu vou roubar essas duas aqui por alguns segundos, com licença. – Eu adicionei puxando Vero e Taylor pelos braços, para um canto longe das duas loiras.

—Ei, eu estava no meio do desenrolo, porque fez isso? – Vero falou descontente, assim que as soltei.

—Eu disse para você se controlar, Verônica! – Eu falei firme. – E larga essa cerveja! – Eu adicionei tirando a garrafa de sua mão.

—Mas nós só estávamos conversando! – Ela tentou se defender e eu revirei os olhos.

—Claro, enquanto isso você aproveitava para apoiar sua mão na bunda de umas delas. – Eu falei irônica.

—Eu acho que você está exagerando, ainda bem que já peguei o telefone delas. – Taylor falou dando de ombros e eu a encarei, incrédula.

—Você vai ficar sem orelha quando dona Clara souber que você está fazendo isso, Taylor, então fica na sua. – Eu a repreendi num tom ameaçador.

—Você não faria isso. – Ela disse com os olhos cerrados.

—Eu não, mas, não só a Sofi como a Lucy e todas as garotas viram essa cena de vocês duas e até isso chegar ao ouvido da dona Clara não demora, então se prepara. – Eu falei cruzando os braços, enquanto ela encolhia os ombros acuda.

Já está tremendo por dentro.

—Eu juro que não entendo essas mulheres... Eu já deixei mais do que claro que quero a Lucy na minha cama e ela nem me dá bola, ai quando eu quero me divertir com outras pessoas, ela fica me agourando! – Vero reclamou insatisfeita. – Parecem um bando de abutres. – Ela adicionou apontando com a cabeça em direção à janela da cozinha, onde Camila, Lucy e Sofi nos observavam discretamente.

—Ok, eu não quero saber o que rola na cabeça de vocês duas, mas deem um jeito nessa situação, antes que os abutres ali voem nos nossos pescoços, Dinah já rodou. – Eu avisei passando minha mão sobre a testa e Vero bufou.

—Tudo bem, vou continuar minha diversão em outro lugar, aliás, eu realmente não sei como você aguenta. – Vero comentou negando com a cabeça e eu franzi a testa.

—Como assim? – Eu perguntei confusa.

—Qual é Lauren... Ficar esse tempo todo sem você sabe... – Ela murmurou movimentando a cintura e eu arregalei os olhos.

—Porra, para com isso, Verônica! – Eu quase gritei e ela riu junto com a Taylor.

—Até o Troy está se divertindo e você não. – Taylor comentou apontando para o homem conversando animadamente com a Ally.

—Eu me viro sozinha, ok? – Eu dei a pior desculpa que poderia pensar.

—Você realmente me envergonha com essa sua lerdeza, sabia? Vai voltar para Alepo sem ter feito nada para relaxar de verdade. – Vero disse negando coma cabeça.

Alepo?

—Espera, voltar para Alepo? – Eu perguntei séria.

—Você não recebeu o e-mail? – Ela rebateu num tom confuso.

—Não, quer dizer, eu não cheguei a olhar... estive preocupada com toda essa situação com o Benjamin e nem me lembrei disso... – Eu falei respirando fundo. – Quando voltamos? – Eu perguntei interessada.

—Início do mês que vem. – Ela afirmou e eu assenti calma.

Muito cedo...

—Tudo bem, eu checo isso depois. – Eu disse suspirando. – Vou ver se as coisas estão mais calmas entre a Mani e a Dinah. – Eu adicionei encerrando a conversa, enquanto me afastava das duas.

Dentro da casa, as coisas pareciam mais tranquilas e a comemoração seguiu sem mais problemas, tirando o fato que minha mãe realmente quase arrancou a orelha da Taylor, quando soube da conversa dela com as loiras. Por sorte, meu pai e Chris estavam por lá para acalmar as coisas e no final tudo o que restou foi uma boa onda de risadas das pessoas em volta.

De noite, depois de eu e Camila termos conseguido manter o Benjamin longe do seu antigo quarto durante todo o dia, agora com ele de banho tomado e pronto para dormir, seguia em meu colo para o lugar sem suspeitar de nada.

—Oh, acho que temos um problema aqui. – Eu murmurei para o Benjamin, quando abri a porta do antigo quarto e tudo estava vazio.

—Sumiu tudo! – Ele disse com os olhos arregalados, fazendo Camila soltar uma risada ao nosso lado.

—Será que foram os alienígenas? – Eu perguntei o encarando com expectativa.

—Mamá, os alinenígenas pegaram meus brinquedos! – Ele constatou incrédulo e eu soltei uma risada. – Eles são maus! – Ele adicionou num tom triste.

—Vai ver eles só colocaram suas coisas em outro lugar... Eles são bonzinhos, filho. – Camila avisou com um sorriso. – O que acha de olharmos em outro lugar? – Ela perguntou paciente e o garoto aceitou depois de pensar por alguns segundos.

Nós subimos para o segundo andar completamente reformado da casa e quando eu abri a porta do quarto dele, Benjamin praticamente pulou do meu colo, observando o lugar e seus brinquedos com olhos animados.

O quarto era, sem dúvidas mais espaçoso, com as paredes pintadas com um tom de verde claro, janelas amplas, móveis novos e seus brinquedos organizados.

—Eu vou poder ficar aqui? – Ele perguntou animado e nós rimos.

—Bom, acho que os alienígenas fizeram isso para você, então acho que sim. – Eu disse calma e ele abriu um sorriso no rosto.

Era claro que como qualquer criança curiosa, ele queria revirar tudo o que havia no quarto novo, mas depois de alguns minutos, Camila o colocou na cama para dormir, alegando que já estava tarde para ele ficar acordado.

Depois de o deixarmos dormindo, eu a mostrei o outro quarto que também havia ficado pronto e que ela poderia dormir a partir de agora... Quer dizer, ela não iria mais precisar dividir o quarto comigo se quisesse.

Não que eu me importasse em dividir algo com ela.

Eu me deitei na cama vazia, ajeitando o travesseiro e respirando fundo, enquanto fechava os olhos. Havia sido um dia cheio, cansativo e eu estava feliz por Benjamin finalmente estar bem em casa e não naquele hospital, mas confesso que não esperava saber logo hoje, que voltaria a Alepo em breve.

Tinha se passado mais de quarenta minutos que eu havia deitado e revirando de um lado para o outro da cama, ainda não tinha conseguido dormir.

—Lo? – Eu escutei Camila falar baixo, depois de dar algumas leves batidas na porta e entrar no quarto.

—Oi, Camz... – Eu disse ligando a luz do abajur.

—Te acordei? – Ela perguntou se aproximando da cama.

—Não, eu nem consegui dormir ainda. – Eu afirmei me sentando na cama. – Você também não? – Eu perguntei calma e ela negou com a cabeça.

—Estou cansada, mas não consegui pregar os olhos. – Ela admitiu com um sorriso fraco e eu sorri de volta, puxando a coberta para que ela se deitasse ao meu lado.

—Acho que você já se acostumou a dormir depois de me dar alguma cotovelada ou soco. – Eu brinquei apagando a luz, enquanto ela se deitava ao meu lado soltando uma risada.

—Ou depois que você me abraça. – Ela murmurou e eu sorri envolvendo meu braço em sua cintura.

—Bom, é melhor te abraçar do que eu apanhar. – Eu disse num tom divertido e ela riu. – Camz... – Eu a chamei baixo.

—Hum... – Ela murmurou simples.

—Posso ganhar um beijo de boa noite? – Eu perguntei com um sorriso de lado e escutei ela suspirar, antes de virar seu rosto e juntar nossos lábios em um beijo calmo, deixando sua língua deslizar sobre a minha suavemente.

—Boa noite, Marley. – Ela murmurou quando encerrou o beijo e eu sorri com o apelido divertido, antes de fechar os olhos para dormir.

Eu vou sentir falta disso.


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