Eu definitivamente não gosto...

By escrevelndo

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(em revisão) Amora e Mateus, dois adolescentes totalmente diferentes um do outro e encarados diferente do que... More

Nota inicial da autora
Amora
Mateus
Capítulo 1 - Amora
Capítulo 2
Capitulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9 - Mateus
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capitulo 21
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32 - Final
Epilogo
Nota final da autora
Especial 100k

Capítulo 22 - Mateus

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By escrevelndo

Digamos que no começo de todo essa história eu cheguei a pensar que daria certo. Mas o quê, hipoteticamente falando, pode acontecer de ruim se houver a pequena hipótese de eu ter me apaixonado pela minha namorada de mentira?

Eu estou tão envolvido nessa historia que até meus pais acreditam que eu estou namorando e eu estou prestes a encarar os pais da minha namorada que nem é minha namorada num jantar. Ou seja, estou nervoso a toa.

Repito várias vezes para mim mesmo que eu não tenho nenhum sentimento pela Amora, na tentativa de tornar isso real, mas não está funcionando.

A verdade é que eu estou me apaixonando por ela a cada dia mais, mas eu sei que se eu dizer o que eu sinto a ela, toda essa historia de namoro de mentira vai acabar e eu confesso que não quero que isso aconteça.

Passei o dia junto com o meu pai e o Luís na casa deles. Alguns anos se passaram desde que meus pais se separaram, mas ainda é muito estranho me referir a minha antiga casa como casa do meu pai.

- Saí daqui Luís - empurro o mesmo que caiu da cama e está todo esparramado em cima de mim, que dormi no chão.

Meu pai passa pelo quarto e me vê tentando tirar o Luís de cima de mim.

- Bom dia garotos - ele diz animadamente.

- Bom dia pai - falo na mesma animação que ele - pode me ajudar aqui? O Luís não quer acordar.

- Levanta Luís - meu pai o empurra e ele saí de cima de mim.

- Me deixa dormir mais um pouco - Luís se levanta do chão e deita na cama voltando a dormir de novo.

- Parece que só somos nós dois hoje amigão, de novo - meu pai passa um braço pelos meus ombros e descemos as escadas indo em direção a cozinha.

- O que temos para o café? - pergunto sentando na mesa da cozinha.

- Eu comprei pão, bolo, frutas, suco, café, bom tem de tudo, afinal hoje você vai voltar pra casa - ele diz com tristeza na voz.

- Pai, no próximo final de semana eu volto, o senhor sabe disso.

- Você tem certeza que tem que voltar pra casa hoje?

- Não posso ficar pai, eu tenho um compromisso hoje a noite.

- Então quer dizer que o senhor vai me trocar por um compromisso qualquer? - ele diz fingindo estar ofendido.

- Não é um compromisso qualquer, é algo importante e eu tenho que estar bem preparado e apresentável.

- Ah é? Então tem uma garota no meio desse compromisso - ele diz e me olhando com os olhos arqueados.

- Mais ou menos - digo colocando um pedaço de bolo na boca.

- Como assim, mais ou menos?

- Eu vou jantar na casa dela, com os pais dela.

- Então a coisa é séria? - ele começa a fazer um discreto interrogatório.

- Pra ela não, os pais dela que tornam isso tudo muito sério.

- E você gosta dela? - meu pai tenta parecer indireto e natural mas na verdade ele está fingindo que não quer saber a resposta enquanto passa manteiga no pão.

- Eu ainda não sei o que sinto por ela - digo como se ele estivesse conseguido arrancar aquilo de mim naturalmente.

- É melhor do que dizer que não sente nada. Quando quiser trazer ela aqui, sinta-se a vontade, eu estou ansioso pra conhecer a sortuda que balançou o coração do meu campeão - ele dá um leve soco em meu braço.

Passei a manhã de pijama assistindo beisebol com o meu pai no canal fechado da tevê e comendo pizza como nos velhos tempos.

Quando eu estava prestes a sair da casa do meu pai recebi uma mensagem da Amora que me fez sorrir.

Hoje a noite. Na minha casa. Jantar informal. Não se esqueça!!
Amora

- Eu sei o que você sente por ela - meu pai surge atrás de mim e diz.

- O quê? - pergunto curioso.

- A melhor parte é descobrir isso sozinho.

Termino de arrumar minhas coisas e contínuo a pensar nas palavras do meu pai. O que será que eu sinto pela Amora?

- Já vai pirralho? - Luís que até então estava dormindo diz me fazendo voltar para o mundo real.

- Já deu minha hora, você que acordou atrasado. E eu não sou pirralho, nós temos a mesma idade.

- Não sei se você esqueceu mas eu sou mais velho por cinco minutos - ele diz sorridente como se estivesse ganhado algum prêmio por isso.

- Você não vai comigo? - pergunto a ele que já está na cozinha procurando algo pra comer.

- Hoje não, fala a mamãe que eu passo por lá um dia desses na semana - ele diz com desdém.

- Me espera pra que a gente possa se ver.

- Você e suas melosidades. Para de ser fresco Mateus - ele fala com deboche pra me provocar.

- Tudo bem então, eu não preciso de muito mais que um espelho pra te ver - rio da cara de fúria dele. O Luís odeia quando eu digo que somos iguais.

Entro no carro do meu pai e em vez de me levar pra casa ele vai em direção ao shopping.

- O que a gente veio fazer aqui? - falo assim que ele estaciona o carro.

- Você veio comprar um presente pra sua namorada - ele diz como se fosse a coisa mais natural do mundo, não sabendo ele que a Amora nem merece um presente.

- Mas o que eu vou comprar? - pergunto tentando pensar em uma desculpa pra não ter que fazer isso.

- Tem uma loja de jóias aqui, onde eu sempre comprava presentes para a sua mãe - ótimo agora ele vai usar o relacionamento fracassado dele como exemplo para o meu relacionamento de mentira.

- Eu acho que não precisa, a Amora é muito simples, ela não gosta de nada sofisticado - digo mas ele continua andando em direção a loja.

- Se ela disse isso é mentira, toda mulher gosta, mas se realmente for verdade a gente pode comprar algo mais simples.

- O senhor não acha muito exagero da minha parte chegar em um jantar informal com uma jóia?

- Claro que não, ela vai ficar toda boba pro seu lado.

- Vai? - sinto uma ponta de esperança invadir meu peito - Não, ela não é assim - um surto de realidade toma conta de mim novamente.

- Siga a voz da experiência.

Enfim chegamos na loja. Meu pai parecia já saber o que eu devia comprar. Ele foi em direção a um balcão da loja onde uma atendente estava a espera de um cliente.

-Boa tarde - meu pai a cumprimentou e eu fui procurar um lugar para me sentar.

Poucos minutos depois ele voltou com uma pulseira que me parecia familiar.

- Está vendo essa pulseira? - ele pergunta e eu assinto - Foi o primeiro presente que eu dei a sua mãe - a pulseira era simples, com apenas um pingente de coração com as iniciais deles dentro.

- Uau! É perfeita - digo pegando da mão dele para examina-la de perto.

- Eu sabia que você ia gostar - sorrio ao me lembrar da minha mãe usando isso - Por isso pedir para fazer uma com a sua inicial e a da Amora.

- O quê? - pergunto assustado.

- Isso mesmo que você ouviu, agora vamos fazer um lanche e depois voltamos pra pegar a pulseira.

Sem escolha eu tive que ir atrás dele e fazer o que o mesmo tinha mandado.

Depois de lancharmos e pegarmos a pulseira meu pai me deixou em casa. Olho no relógio e já é quase a hora do jantar.

- Mateus, você já vestiu a roupa que eu te dei? - ouço minha mãe gritar atrás da porta.

- Já - digo e ela imediatamente abre a porta.

- Ai meu filho, como você está lindo - ela diz me analisando dos pés a cabeça - eu tenho certeza que a Amora vai achar o mesmo.

- Eu espero - dou um longo suspiro e pego a caixinha onde a pulseira está.

- O que é isso? - minha mãe pega a caixa da minha mão, senta na ponta da minha cama e abre - Foi seu pai que te ajudou a escolher?

- Foi - sussurro de cabeça baixa.

- Não precisa ter medo de me contar - ela diz com um sorriso no rosto - Eu me lembro como se fosse ontem o dia em que eu recebi essa pulseira e o quanto eu amei, tenho certeza que ela vai gostar tanto quanto eu - ela fala com a voz meio triste.

- A senhora está bem?

- Estou - ela suspira - E então, pegou o buquê de flores?

- Peguei - digo sorrindo confiante.

- Ótimo, o táxi já está te esperando lá em baixo, é melhor se apressar - ela saí e fecha a porta.

Olho para a minha escrivaninha e vejo o poema que a Amora tinha me devolvido a algumas semanas atrás.

Pego o poema e coloco dentro do envelope junto ao bilhete que está no buquê.

Dou uma última olhada no espelho e desço as escadas indo em direção ao táxi, que já estava a minha espera.

Alguns minutos, que mais pareceram uma eternidade, se passaram e eu finalmente estava na porta da casa da Amora. Dou uma breve olhada no relógio e percebo que não estou atrasado.

Toca a campainha e logo a Amora aparece, mas linda do que nunca.

Seu cabelo solto caia sobre seu ombro de uma forma natural, além de deixar seus óculos de lado e provavelmente estar usando lentes, o que realçava seus grandes olhos castanhos.

Assim que me vê ela arregala os olhos, e eu não sei se gostou ou não do que viu.

- Não vai me deixar entrar? - falo sorrindo.

- Claro, desculpa - ela abre a porta e eu entro.

- Trouxe para você - digo a entregando o buquê de rosas.

- Obrigada - ela sorri e me surpreende com um beijo rápido na boca.

Olho para o lado e percebo a presença dos pais e do irmão da Amora, imediatamente entendo o motivo do beijo.

- Boa noite - digo sorridente.

- Boa noite - todos respondem em uníssono.

- Deseja alguma coisa, Mateus? Água, suco... - a mãe da Amora diz amigavelmente.

- Não, muito obrigado.

- Então vamos jantar, por que eu estou morrendo de fome - o pai da Amora diz e todos exceto a mãe dela riem.

- Paulo, que coisa horrível de se dizer a mãe da Amora o repreende.

- Mas é a verdade - ele fala na defensiva.

Durante o jantar tudo ocorreu muito bem. Nós conversamos sobre a faculdade, sobre meus pais, a escola, sobre eu e a Amora e pela primeira vez eu senti como se isso tudo fosse verdade.

No fim do jantar, pedimos licença e a Amora acompanhada por mim sobe as escadas em direção ao seu quarto.

- Está bem, o que é isso? - ela fecha a porta atrás de si e diz quase sussurrando enquanto aponta para o buquê de flores que está em sua cama.

- Eu posso explicar - suspiro e ela cruza os braços - Assim como seus pais, os meus pais também acha que nós realmente estamos namorando, e meu pai meio que insistiu pra que eu comprasse isso pra você - pego a caixinha com a pulseira e entrego a ela.

- Você sabe que isso não faz parte do acordo, não é?

- Abre logo - digo impaciente para saber sua reação. E mais uma vez ela arregala os olhos e eu não sei se gostou ou não do que viu - E então, o que achou?

- Uau! É tão... Uau - ela deixa escapar o sorriso mais lindo que eu já vi - Eu não posso aceitar - Amora me devolve a caixinha.

- Por que não?

- Primeiro que isso parece ser muito caro e segundo tem um M aqui, como eu vou usar isso quando nosso namoro acabar?

- Primeiro, eu já comprei e não tem como devolver e segundo, pode servir de recordação do momento que estamos vivendo.

- E quem disse que eu quero me recordar de tudo isso? - ela diz friamente e sai do quarto fechando a porta em seguida.

Coloco a caixinha ao lado do buquê de flores, em cima da sua cama e pego o envelope com o poema de volta, guardando novamente no bolso da minha calça.

Desci as escadas e depois de pedir um táxi, me despeço de todos agradecendo pelo jantar.

Assim que saio a Amora vem atrás de mim.

- Mateus espera - me viro para ouvir o que ela tem a dizer - desculpa pelo o que eu disse, você está me fazendo um favor e eu fui muito ingrata.

- Tudo bem - digo de cabeça baixa e novamente ela me surpreende. Com as mãos no meu rosto, ela me beija e eu passo as mãos ao redor de sua cintura puxando-a para mais perto.

Mas rápido do que eu desejava ela me solta e eu volto pra realidade me lembrando do taxista que ainda me espera. Antes de entrar no carro me viro novamente para ela e pergunto:

- Por que me beijou?

- Beatriz - ela sussurra e olha para o outro lado da rua.

- Ah claro - por um minuto me esqueço do real motivo disso tudo. Entro no táxi e encosto a cabeça na janela ainda pensando na noite que tive e na enrascada que me meti ao me apaixonar pela minha namorada de mentira.

3k de visualização!!! Ai meu Deus!!
Eu não tenho palavras para agradecer a vocês, sério, muito obrigada pelos votos e comentários, vocês são os melhores leitores que eu poderia ter.

Como agradecimento (atrasado, sim, eu sei) eu preparei esse capítulo especial na voz do Mateus.

Espero que tenham gostado. Comentem a vontade e votem também, porque isso vai me estimular a atualizar a história com mais freqüência.

Se esse capítulo chegar em 50 likes e/ou 35 comentários, eu prometo atualizar na segunda-feira não na quinta.

Sejam solidários, não vai custar nada clicar no voto ou deixar sua opinião. Lembre-se sempre, trabalho pra fazer. Agradeço desde !!!

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