Blue

Von GioviSouza

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"Você era vermelho e gostava de mim porque eu era azul. Você me tocou e de repente eu era um céu lilás, então... Mehr

Boas Vindas!
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Epílogo
Agradecimentos

Capítulo 14

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Von GioviSouza

- Blue Blanchett! - Uma voz masculina adentrou meu quarto e me fez pular na cama.

Com um olho aberto e tendo uma ideia de qual era o meu estado, mirei meu melhor amigo: Noah Hayes. Droga.

- Que horas são? - Murmurei, me deitando de novo para a luz acesa do corredor não invadisse meus olhos.

- São quase seis horas da tarde de um domingo, sua preguiçosa! Não acha que dormiu demais? - Ele pulou em cima de mim e eu gemi de dor.

- Sai! - Gritei com o rosto afundado no travesseiro.

- Menina, que mau humor! - Deu um tapa na minha bunda e eu ri.

- Não é mau humor, é ressaca. - Moral, completei em pensamento.

Não pense que beijou o pai dele, não pense que beijou o pai dele, não pense que beijou o pai dele.

- Para a sua sorte, eu sou o seu melhor amigo no mundo te trouxe um remédio pra sua ressaca e uma água. - Ele me entregou e eu aceitei de bom grado, sentando-me na cama.

- Obrigada. - Sorri e deixei o copo de lado. - Mas e você? Não deveria estar se recuperando?

Ele riu alto.

- Eu? Você sabe que eu nunca exagero na bebida, afinal eu sou o motorista no fim da noite. - Piscou. - Você sumiu ontem de novo... Onde foi? - Segurou minhas mãos entre as suas, fazendo uma massagem gostosa.

O que eu falaria? "Sumi desde o começo da noite com seu próprio pai " não era uma opção.

Respirei fundo e umedeci os lábios.

- Eu... Ahn... Eu sai para tomar um pouco de ar e acabei me perdendo de vocês. - Dei de ombros, olhando para as nossas mãos. Não tinha coragem de olhá-lo nos olhos e mentir.

- Nossa. Eu não a vi pela festa. Bianca e eu ainda procuramos, mas não achamos.

- É, eu só fiquei um pouco e era uma grande festa, não ia encontrá-los de qualquer modo. Acabei desistindo e voltando para a casa de táxi.

Engoli em seco, finalmente olhando seus lábios, não podendo continuar aquela conversa com seus olhos nos meus, mas sabendo que não poderia ficar cabisbaixa.

- Tudo bem. - Ele suspirou. - O que acha de curar essa ressaca de um jeito bem gostoso? - Ele ergueu as sobrancelhas duas vezes.

Gargalhei, sabendo que meu melhor amigo tinha a melhor das intenções com aquele sorriso lascivo.

- E eu devo querer saber de que jeito é esse? - Ergui uma sobrancelha, cruzando os braços.

- Vamos ao parque de diversões! - Falou animado e se levantou. - Toma um banho pra essa ressaca sair de você, se arrume e me encontre na sala.

Semicerrei os olhos na sua direção e me levantei.

- Está muito engraçadinho. - Falei, fechando a porta do banheiro.

Depois de muito escolher, resolvi colocar apenas uma calça e jaqueta jeans por cima de uma blusa branca lisa. Fiz uma trança de cada lado com apenas alguns fios de cabelo e fiquei satisfeita com o resultado.

Desci as escadas e encontrei meu amigo conversando com a minha mãe enquanto tinha um copo com um líquido alaranjado.

- Mãe? - Franzi o cenho. - Não esperava te encontrar em casa à essa hora no domingo.

Minha mãe me olhou e deu um meio sorriso.

- Eu sempre estou aqui, você não me vê porque fica no seu quarto trancafiada. - Minha mãe depositou seu copo em cima da mesa de centro e se levantou. - Bom, se divirtam crianças.

Ela passou por mim, subindo as escadas sem nem sequer me dar um beijo. Por que aquilo me incomodava? Não deveria, sempre fora assim.

Percebendo meu incômodo, Noah me abraçou pela cintura e me guiou para fora daquela casa. Era bom estar com ele, esquecer um pouco sobre tudo o que poderia estar por vir, como seria o meu destino com o pai dele, a reação da minha mãe quando soubesse e se realmente aquela relação teria algum futuro.

- Nós vamos buscar a Bianca? - Questionei enquanto via ele dirigir com cautela.

- Não. Sabe que é sagrado a Bianca ficar aos domingos dormindo o dia todo, ainda mais depois da festa de ontem. - Deu de ombros.

- Hm... E quanto tempo mais vocês ficaram lá ontem?

- Ficamos até às 3 horas.

- Fizeram o que? - Ergui uma sobrancelha, ainda sem olhá-lo.

Um silêncio incômodo se instalou no carro enquanto Noah aumentava aos poucos a música que tocava na rádio.

- Ahn... Dançamos, bebemos, procuramos você. Quando cansamos, viemos pra casa. - Deu de ombros mais uma vez. - Nada demais, Blue.

Por que ele pareceu tão esquisito de repente? Eu não queria pensar sobre aquilo, já começava a me dar dor de cabeça. Não, mais uma coisa para se pensar é tudo o que eu menos precisava.

Quando ele entrou no estacionamento de pedras, eu vi as luzes coloridas e os meus próprios olhos brilharam. Saí rapidamente do carro e o acompanhei para dentro do parque.

Experimentamos tanto jogos quanto brinquedos, era divertido ver o quanto meu melhor amigo se divertia com pouco. Mais ainda vê-lo com medo de brinquedos inofensivos como a roda gigante me fazia gargalhar e esquecer do mundo fora dali.

- Vamos, eu estou com fome. - Puxei ele para uma das barracas que vendiam comida. - Dois cachorros quentes completos, por favor.

- Cachorro quente? Você sabe do que é feita a sals...

- Shhh! - Tapei seus lábios com minha mão. - Não. Simplesmente não. E só por cometer essa falta grave de querer falar sobre como alimentos são feitos, você vai pagar pra mim um algodão doce.

- Loirinha... Você é esperta. - Piscou pra mim e me abraçou por trás, distribuindo beijos por meu rosto.

- Vocês são um casal bonito. - A voz da mulher que fazia nossos lanches me chamou a atenção.

- Ahn, nós n...

- É, nós somos. - Noah me interrompeu, dando um último beijo na minha bochecha corada.

Peguei meu lanche e me afastei dele para que conseguisse comer. Quando ele pegou o seu e começou a comer, nós ficamos em completo silêncio. Dividimos um refrigerante e, quando havíamos finalizado, nos aproximamos dos doces. Em uma mão eu carregava meu tão sonhado algodão doce e na outra um pirulito que estava sendo devorado.

- Se divertiu?

- Muito. - Sorri. - Obrigada. Estou curada da ressaca, oficialmente.

Nós gargalhamos e nos aproximamos do carro. Havíamos guardado meus ursos, incluindo um enorme urso panda. Entrei do lado do passageiro e esperei ele entrar no motorista.

Meu melhor amigo respirou fundo enquanto olhava pra frente e eu olhei pra ele, me perguntando o que havia acontecido.

- Sabe Blue, eu gosto tanto de você. - Suspirou.

- Eu também gosto de você, Noah. - Sorri docemente e comi um pedaço do meu algodão doce, entregando um pouco na boca do próprio Noah. - Agora vamos, está ficando tarde.

Ele deu a partida e sem demora nós estávamos rumando para casa.


Noah

Blue havia sumido e nós havíamos procurado durante uma hora inteira.

- Ela deve estar com alguém ou deve ter ido embora. - Bianca falou, sentando no bar e cansada de procurar. - Vamos beber alguma coisa e voltar a dançar, tudo bem? Ela está bem, ela sempre fica bem.

- É, ela sempre fica bem. - Peguei a minha bebida e tomei em goles longos.

- Por que se preocupa? Quando ela ficou sozinha, eu tinha certeza que nos deixaria. Blue nunca se diverte conosco. Será que somos chatos?

Revirei os olhos para Bianca e finalizei minha bebida.

- Você é chata e fica falando mal das pessoas.

Ela fez uma expressão ofendida e riu, finalizando também sua própria bebida.

- Você só está bravo porque ela sumiu. Será que não pode se divertir comigo? - Ela se colocou entre minhas pernas e me abraçou pela nuca, levemente alterada pela bebida.

- Bianca, eu já disse que não podemos...

- Nós não vamos fazer nada demais, só vamos dançar. Eu ein!

Então nós passamos a noite toda dançando, meu corpo colado ao dela, seu corpo provocante no meu, me lembrando do tempo que a tocava. Eu gostava de Bianca, mas amava Blue. Desde o início Bianca soubera, desde quando eu pedi para ela me ajudar com Blue mesmo quando esta namorava. Bianca ficou comigo mesmo sabendo o que sentia por Blue e eu me sentia culpado por não conseguir sentir por ela o que eu sentia pela minha loira.

Mas não consegui manter a minha promessa por muito tempo, naquela noite eu me deitei com Bianca no banco de trás do meu carro e eu não me arrependia. Eu deveria me arrepender? Deveria me sentir culpado? Mas eu não sentia, eu só sentia prazer e só conseguia lembrar do quanto fora bom ter o corpo dela enroscado ao meu.

Não falei com ela, no entanto. E depois de levar Blue no parque de diversões e ajudá-la com seus ursos, eu beijei seu rosto mesmo que tivesse sede dos seus lábios.

Ela gostava de mim, mas não como eu gostava dela. Aquela revelação no carro poderia mudar tudo, mas Blue era inocente demais para entender. Era por isso que o arrependimento batera. Depois de fazer sexo com Bianca, eu só conseguia amar mais Blue. E eu estava errando com as duas. Mesmo que Blue fosse inocente demais para entender, Bianca estava sendo afetada.

Fui pra casa naquela noite pensando se enviava uma mensagem para Bianca ou se para Blue, mas não me parecia certo com nenhuma das duas.

Quando cheguei, meu pai estava na sala e ele olhava algumas fotos de minha mãe.

- Pai? - Chamei.

Ele levantou o olhar e sorriu para mim. Era a primeira vez que o via olhar aquelas fotos desde que minha mãe se fora. E o mais importante: ele não chorava.

- Vem aqui, Noah. - Deu espaço para eu me sentar e eu me sentei ao seu lado.

- O que está fazendo? - Franzi o cenho, pegando algumas fotos já sentindo lágrimas nos olhos.

- Sabe, meu filho, sua mãe era uma mulher doce, inocente, amorosa. Eu não me arrependo de ter lutado por ela cada segundo. - Ele acariciava a foto que tinha em mãos. - Sempre desejei à você uma mulher como a sua mãe, mas nunca achei que poderia existir alguém como ela.

- Mas existe. - Murmurei.

- É, existe. - Suspirou. - Nunca desista da mulher que você acha certa pra você. Uma mulher doce, inocente e amorosa como sua mãe. - Deu dois tapas nas minhas costas e me deixou ali com aquele monte de lembranças e alguns pensamentos.

Doce, inocente e amorosa.

Forte, maliciosa e desapegada.

Blue e Bianca.

Antônimos.

É, pai. Eu sabia qual se assemelhava à minha mãe e era por ela que eu iria lutar.


Blue

Eu me deitei na cama naquela noite abraçada no meu panda e pensando sobre o que Noah havia dito no carro. Mais do que tudo em como ele agira como um namorado, como Zack nunca fora.

Meu celular vibrou, alguém estava me ligando e eu atendi.

- Alô?

- Blue? - A voz grossa de Nick preencheu meus ouvidos e eu me derreti por dentro.

- Ah, oi. - Mordi o lábio inferior. - Sabe, poderia ter mandado uma mensagem.

- Oh, me desculpe. É uma hora ruim?

- Não, não! Eu posso falar, estava indo dormir. - Sorri, mesmo que ele não pudesse ver.

- Então, o que fez hoje? - Perguntou.

- Dormi boa parte do meu dia. - Resolvi omitir a parte que eu tinha saído com o seu próprio filho. - E você?

- Revisitei o passado e pensei em você. - Um suspiro longo. - Blue, posso levá-la em um lugar amanhã?

Pensei por um momento sobre o assunto. Ele não me faria mal algum, certo?

- Claro. Posso saber onde?

- Não. É surpresa. Mas você tem que levar sua polaroid. OK?

- Sim.

- Boa noite, menina Blue. Durma bem.

- Boa noite, Nick.

E eu desliguei.

Naquela noite eu desejei que ele estivesse ali comigo e nem por um momento eu duvidei da sua bondade, nem temi pelo meu destino no dia seguinte. Eu queria me deixar levar pela primeira vez na vida e era com Nick que o faria.


xxx



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