- 06 meses depois em algum lugar da Flórida... -
-... Sim pai, não se preocupe, estou bem. Aqui é legal... Não, não tive não... – dizia Theo ao telefone enquanto caminhava calmamente pela orla da praia em Palm Beach observando a paisagem.
Desde o incidente que aconteceu no Olimpo Theo não pisava mais em Long Island. Depois que havia se recuperado um pouco depois de ser quase explodido, o loiro saiu do local as presas sem olhar para trás e quase desistiu de tudo inúmeras vezes.
Ele Não soube direito como, mas seus amigos com ajuda de algum dos deuses conseguiram fazer com que os pais, tanto de Theo e Pietra quanto os de Jenne, acreditassem que aconteceu um terrível acidente no qual as duas não escaparam. Acharam que eles iriam acreditar mais nessa versão da história do que na verdadeira.
Quando se passou dois meses, Sebastian, pai de Theo, ao ver que o rapaz não estava conseguindo mais conviver lá propôs que ele se mudasse e recomeçasse em outro lugar e que começasse a passar por um psicólogo. Sem muitas escolhas, ele aceitou. Temporariamente Theo trancou seus estudos na faculdade para cuidar de sua saúde mental.
Ele ainda tinha contato com o pessoal do acampamento, principalmente com os rapazes e vez ou outra quando se esbarrava em algum semideus que não sabia controlar seu lado divino, ele os mandava em direção ao acampamento. Os deuses, principalmente Hades, resolveram deixar o loiro em paz, já que ele não apresenta nenhum sinal de ameaça e, algum deles, sentiram pena dele. Até ofereceram fazê-lo esquecer permanentemente de Jenne, mas ele recusou.
Minutos depois de uma conversa longa com seu pai pelo telefone, o loiro desliga o celular e vai em direção ao quiosque. Quanto esperava seu pedido ficar pronto, ele continuou mexendo no celular, verificando mensagens.
- Hey gatinho, aqui está seu pedido – disse a garçonete chamando a atenção de Theo enquanto servia fritas de peixe. Ele percebe que tinha um bilhete debaixo do prato. A garçonete manda beijo para ele antes de se afastar e o loiro se segura para não rir. Ele perdeu as contas de quantos telefones ganhou desde que começou a viajar.
Após pagar a conta do seu lanche ele volta a caminhar pela praia, quando seu celular começa a vibrar. Ele estranha por estar recebendo uma vídeo chamada, mas mesmo assim atende.
- Eai Theo! Beleza? – diz Percy do outro lado da linha acenando – Essa coisa tá ligada, não é?
- Oi Percy! A câmera tá ligada sim, estou te vendo – diz o loiro dando um aceno breve para que o moreno visse – O que tá fazendo?
- Estudando algumas provas, nada demais – responde Percy dando de ombros e fingindo está calmo – Sabe como é né? Se eu quiser continuar com meu relacionamento tenho que estudar muito para entrar na faculdade.
- Boa sorte, pois você vai precisar.
- Mas e você? Qual o lugar que você está dessa vez?
- Palm Beach. Esse lugar aqui trás uma energia boa, acho que vou me mudar de vez pra cá – fala Theo mostrando a praia onde estava para Percy através da câmera –As ondas daqui são demais, você deveria vir aqui algum dia.
- Vai ficar marcado como "lugares que pretendo ir depois que conclui a faculdade"... Aah vou enlouquecer de tanto livro que estou lendo! – exclama o moreno e Theo começa a rir – Não ria de mim! Você deveria ter pena do seu amigo aqui!
- Foi mal, mas é engraçado ver sua reação – diz Theo se sentando perto de uma sombra da arvore enquanto via um pouco ao longe duas moças jogando vôlei.
- Então... Quando você vem para Nova York? – diz Percy chamando novamente a atenção do loiro que parecia meio invocado com uma da mulheres – Sabe, já faz seis meses...
- Percy já disse que não volto mais para Long Island. Eu quero é distancia! No mínimo passe em Manhattan – responde Theo suspirando. Ele já havia deixado claro que não voltaria mais para lá, mesmo que seus amigos pedissem muito. Depois de uns minutos em silencio Theo volta a falar novamente – Bem, como eu pretendo me fixar por aqui, estou pensando em convidar você e o pessoal para passar uns dias na Flórida. Que tal?
- Hm... Eu posso conversar com a Annie e quem sabe se eu insistir muito ela não acabe cedendo? – pondera Percy – Okay! Eu falo com o pessoal aqui sobre a proposta...
Eles continuaram conversando por mais um tempo até o moreno ter que encerrar a chamada para voltar a estudar e Theo passou a observar as pessoas caminhando na areia, mas precisamente ele continuou olhando as garota do vôlei. Ele olhava exclusivamente para uma delas.
Era meio baixinha, de cabelos um pouco cima dos ombros meio ondulados, castanho escuro. Ela estava o tempo todo de costas para ele, só quando ela se virou ele acabou reconhecendo. Theo sinaliza para a garota que quando o vê sorri animada.
- E ai Theo! Que bom ver você novamente – diz a morena num tom alto para ele ouvir e sinaliza de volta. Ela conversa algo com a parceira e elas encerram o jogo. Demorou para o loiro perceber que a outra jogadora tinha um tom meio esverdeado.
- Callíope... Uau! Mal a reconheci com esse corte tão... Normal – diz o loiro quando Calli se aproximava. Calli estava muito parecia como um banhista qualquer, só tirando o fato que ela continuava tão branca quanto papel mesmo debaixo de um sol forte – Você... O que você faz aqui?
- Sabia que ia amar meu visual novo! Estou viajando por ai, conhecendo os lugares. Eu meio que pedi "demissão" do meu cargo como lâmpade da Hécate – diz Calli animada jogando o cabelo. Theo não evita de rir do jeito dela – Eu havia prometido que não voltaria mais para o mundo inferior caso vencêssemos. Minha mestra entendeu meu lado e me perdoou pelo passado. Se eu vou continuar servindo Hécate lealmente nas missões que ela pedir para que cumpra? Claro que sim! Mas não vivo lá embaixo nunca mais. Meu lugar é aqui, entre pessoas, animais e essas cores lindas e vibrantes!
- É bom saber que pelo menos alguém está se divertindo com isso tudo...
- Hey grandão! Não desanima não, estou aqui para fazer sua alegria – falou a morena fazendo a bola de vôlei sumir e pega em sua mão, o fazendo corar – Já que estamos aqui, porque não vamos em algum restaurante? Vamos trocar histórias, como vocês mortais dizem.
- No mundo inferior... -
Depois de acabar se regenerando, Os deuses conseguiram aprisionar novamente Fênix em Acácia, que como Zeus havia prometido, viveria no mundo inferior como punição indeterminada. Lá ela literalmente virou escrava de Hades e Perséfone, na verdade, mais de Hades do que Perséfone. Depois de cumprir tudo o que Hades a obrigou fazer ela descansa no jardim de Perséfone, já que a mesma não se importava que a garota ficasse ali.
-... Que tédio... Porcaria de poderes de fênix... – murmura Acácia sentada perto de uma arvore frutífera na qual ela não conseguiu identificar e nem se atreveu a comer uma delas. Sem ter o que fazer ela ficou se entretendo brincando com o fogo que produzia de sua mão. Como ela se lembrava perfeitamente do seu passado, ela preferia que voltassem a chama-la pelo seu verdadeiro nome, Acácia.
Logo atrás dela, Hades a surpreende tocando em seu ombro e ela acaba dando um pulinho.
- Argh! Pare de me assustar, tio-avô! – disse a garota se recuperando do susto – Não venha me importunar, estou no meu horário de descanso, se me obrigar a voltar para o tormento eu vou no sindicato de deusas-escravas!
- Já disse para não me chamar de tio-avô! Eu não sou tão velho! – resmunga Hades e em seguida joga para ela moedas de dracmas. Acácia olha para ele desconfiada – Como hoje estou com muito bom humor, deixarei que mande uma mensagem de íris para quem quiser. Seja feliz!
-... Isso é um modo para me torturar? O que vai acontecer se eu fizer isso? Vou entrar em combustão pela milésima vez? Tomarei um choque? Essas moedas são falsas? – pergunta a garota não acreditando na bondade repentina do rei do mundo inferior.
- Se não quiser usar não use, simples assim, Acácia. Tenho coisa melhor para fazer - diz o deus se afastando se dizer mais nada. Desconfiada ela continua olhando para os dracmas caídos no chão e fica em duvida. Ela queria muito falar com outras pessoas, principalmente ver se ele estava bem. Nunca se perdoaria por ter feito a vida de Theo tão instável, mas a saudade falou mais alto. Com um pouco de dificuldade ela consegue criar um pequeno arco-íris.
- Oh deusa íris, por favor, me deixe ver Théos Van Field – diz Acácia, mas a mensagem parece se confundir – Quero dizer... Theo Young. Sempre me confundo com os nomes.
A imagem tremula um pouco até aparecer um cenário escuro do outro lado. Como o tempo era um pouco diferente no mundo inferior, talvez já fosse de noite no mundo dos mortais. Ela consegue ver duas silhuetas, que estavam de costas para ela e pareciam entretidos entre si.
-... Você acha que pessoas tão diferentes, tipo muito diferentes, podem ter algum envolvimento? – pergunta Calli sem notar Acácia atrás dela.
- Não importa o quanto duas pessoas sejam totalmente diferentes, se elas se gostarem... – responde Theo dando de ombros e continua encarando ela. Acácia acabou notando algo de diferente entre os dois.
Ela vê os dois se aproximando bem perto de se beijarem, mas antes de ver se isso iria ou não acontecer, ela interrompe a chamada dissipando o arco-íris. De repente a temperatura de seu corpo começa a elevar e ela tenta se controlar. Não queria que acontecesse o incidente do Olimpo ali, ainda mais no jardim que Perséfone tanto amava. Às vezes a deusa podia ser bem pior do que o marido.
Ela ouvem uma risada abafada ao longe e quando olha vê Hades a olhando com deboche.
- Nova tortura adicionada no campo de punições com sucesso: A punição de desilusão amorosa! E a minha primeira vitima a testar foi à deusa esquecida! – diz o senhor dos mortos se retirando ainda rindo da garota.
- EU ODEIO ESSE LUGAR! – esbraveja Acácia deixando que seus poderes fluíssem a fazendo queimar uma pequena parte do jardim da Rainha do submundo. Depois de calma ela se senta novamente no chão e começa a chorar. Ela não se via mais como uma deusa, mas sim uma das milhares de almas que Hades amava torturar.
"... Por que? Por que eu tenho que sofrer tanto por querer ser um espirito livre??"
- De volta á Palm Beach... -
Antes qualquer coisa acontecer, Theo acaba recuando e olha para trás. De repente ele havia tido a sensação de estar sendo observado.
- Desculpe Calli, mas não posso fazer isso – diz o loiro suspirado pesado – E-eu acho que não estou pronto para outro relacionamento. Ou qualquer envolvimento romântico. Desculpe.
- Oh, sim. Eu entendo. Foi equivocado da minha parte – diz a ninfa envergonhada se endireitando – Ambos estamos confusos. Acho que não conseguiria fazer isso.
- O-ok... Ambos vamos com muita calma. Nem eu, nem você quer estragar um inicio de uma bela amizade, não é? – disse o loiro cerrando o punho e direciona a ela, que faz o mesmo. Theo e Callíope voltam a rir.
- Ao inicio de uma bela e conturbada amizade – diz a morena e ambos voltam suas atenções à televisão esquecendo do constrangimento -de quase se beijarem - que rolou há minutos atrás.