Soccer. - Larry

By badkidziam

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Bem, o negócio é que quando se termina a escola e já se está formado em Direito e empregado na área jurídica... More

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Epílogo

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By badkidziam



 "Você vai mesmo entrar no meu carro assim, todo sujo de lama?" Eu ainda ouvi Liam bronquear com Zayn quando chegamos ao estacionamento, mas eu já estava indo na direção de Tomlinson. Ele me esperava encostado ao capô de uma mercedez que eu não fazia ideia de seu modelo.

- Podemos ir? – Ele me sorriu.

- Claro, espero que não se importe de... – Eu deixei a frase no ar enquanto olhava de seu carro para as minhas roupas sujas.

- De forma alguma, afinal, eu também não estou muito diferente.

Tomlinson então deu a volta no carro e abriu sua porta para que eu adentrasse, coisa que fiz totalmente sem graça e fazendo o possível para não sujar o automóvel. Ele, do contrário de mim, sentou no banco do motorista sem delicadeza alguma e deu partida no carro do mesmo jeito.

- E me desculpe a demora, é que aquele idiota – eu disse apontando na direção de Zayn que entrava no carro. – Fingiu uma torção no pé pra sair do jogo e eu acreditei.

Meu acompanhante riu, e riu de gargalhar jogando a cabeça para trás. Eu me senti estúpido, envergonhado por estar sendo motivo de riso, e ele percebeu, porque logo assumiu uma expressão mais séria ainda que me olhasse divertido.

- Querido, aquele moreno nem tocou na bola. Você não viu a forma como caiu? Não tem como torcer o pé assim.

- Eu já torci o pé sozinho uma vez.

- Mas você é um caso especial, meu bem. Parece ter dois pés esquerdos e com certeza não caiu daquela forma ridícula! – Ele riu mais uma vez e eu apenas virei a cabeça para a janela, observando a paisagem.

- Oh, não fique assim. – Ele iniciou e eu voltei a encará-lo. – Alguém já te disse que você é o desajeitado mais bonito que já existiu? Essa sua falta de jeito é só seu charme.

Eu estava mesmo sendo zoado e cantado, mesmo que de forma grotesca, por um cara que acabei de conhecer? Revirei os olhos.

- Por que eu aceitei almoçar com você mesmo?

- Porque eu tinha um ótimo argumento, como moscas no buffet e talvez porque meus talentos futebolísticos te chamaram a atenção. – Ele piscou galante e eu ri.

- Ao menos você é divertido. – Me vi admitindo.

- E atraente, gente boa, bom de bola...

Minha vez de interromper:

- Modesto... – Alfinetei.

- Não, modéstia nunca foi uma de minhas qualidades.

- Jura?

- Olha o gatinho colocando as garrinhas de fora. Gosto disso. – Ele disse e parou o carro em frente a um estabelecimento conhecido por mim. – Chegamos.

Com pressa, me esforcei em abrir a porta do carro e sair antes que ele o fizesse por mim, como fizera no estacionamento. Isso chamava atenção demais e eu não estava certo se queria isso. Tomlinson pareceu notar, porque soltou uma de suas risadinhas. Tudo era engraçado para ele afinal e eu não o julgo, em sua posição privilegiada na empresa em que trabalhava eu acho que dançaria pelado na rua facilmente.

Ele nadava no dinheiro.

- Vamos?

- Nós vamos mesmo entrar aí vestidos assim?

Eu não podia acreditar que ele queria que entrássemos no Marcellino's vestidos dessa forma e sujos como estávamos. Provavelmente seríamos barrados na entrada e só de pensar nesse constrangimento eu já me encolhia. Eu já deveria ter imaginado quando aceitei isso, não era como se o diretor executivo de uma multinacional fosse me levar para, sei lá, comer cachorro quente no parque.

Droga! Como Zayn me disse mais cedo: Eu, definitivamente, precisava aprender a colocar os pingos nos "is". De uma vez por todas.

- Se a sua preocupação é a vestimenta, saiba que sou cliente antigo daqui, o que me rende algumas regalias. E se for o preço, eu te convidei, eu pago.

- Não seja prepotente, eu só não quero ser barrado.

- E quem seria louco de me barrar? – Ele perguntou me fazendo bufar para a sua prepotência. – Eu estou com um advogado aqui, eles não querem um processo. – Ele piscou divertido.

Eu deixei minha boca se abrir em surpresa e diversão ao mesmo tempo com a sua fala. Aquele homem podia ser uma caixinha de surpresas.

Quando eu estava de saco cheio de seu jeito metido e arrogante ele me provou não estar falando de si mesmo. Talvez só quisesse me provocar ao perceber que eu não era muito fã desse tipo de comportamento. Enfim, a verdade era que eu ainda não fazia ideia de quem era Tomlinson, visto que ele me mostrava uma faceta diferente a cada minuto.

Mas aquilo me divertia, e eu decidi que daria a ele aquele almoço, ao menos.

Relutante, eu adentrei o estabelecimento requintado atrás de Tomlinson, meus ombros provavelmente deveriam estar encolhidos num hábito maldito que eu tinha quando me sentia sem graça. Percebendo isso, me concentrei em ajeitar minha postura sem parecer forçado como um pato empinado e apenas segui atrás de meu acompanhante, encarando seus atributos traseiros por vezes.

Devido à minha postura passiva e sem graça por estar sujo dentro de um restaurante como o Marcellino's, acabei me esquecendo de me adiantar e sentar antes que o senhor diretor executivo puxasse a cadeira para mim e ele o fez antes mesmo que eu pudesse me lembrar. Tal gesto me deixou ainda mais envergonhado, mas não me impediu de agradecê-lo devidamente, sem faltar com a educação que mamãe me deu.

- Respire. – Ele disse e tocou a sua mão na minha, ato que me fez praticamente saltar da mesa o fazendo rir. – Hey, não fomos barrados, você deveria estar feliz, uh?

Eu suspirei.

- Me desculpe por isso.

Ele fez um gesto blasé com a mão como se não desse a mínima e me lançou um sorriso tranquilizador.

- Agora vamos pedir! O que acha de massas? É a especialidade da casa e eu adoro!

Ele estava empolgado como uma criança e eu apenas concordei, contagiado pela empolgação alheia. Eu também era um amante das massas, me lembro de obrigar Liam e Zayn a comerem lasanha comigo sempre que os visitava pelo simples fato de que a lasanha de Payne era a melhor que eu já havia provado. Mas mesmo que eu não gostasse, não acho que conseguiria dizer não para o jeito quase infantil de Tomlinson ao sugerir o nosso pedido.

Eu comeria até beterraba por aquele sorriso.

O almoço se passava tranquilo em meio a conversas despretensiosas e flertes leves. Descobri que seu primeiro nome era Louis e que ele era um amante de futebol e torcedor fervoroso pelo time de sua cidade natal: o Doncaster. Me pergunto por que ele não tentou carreira, afinal, ele era bom.

Não estava preparado, porém para o que aconteceu no meio de nosso almoço quando, divididos entre dar uma garfada em nosso canelone e responder a fala um do outro, uma mulher bonita e sorridente de meia idade se aproximou da nossa mesa.

- Quando é que você pretendia aparecer lá dentro, Louis? – Ela perguntou em visível falso tom de raiva e eu os observei.

Os dois estavam rindo lado a lado, uma vez que a mulher se inclinara em direção ao ombro de Louis. Ele era, definitivamente, a versão masculina daquela mulher bonita à minha frente e tal constatação me fez gelar o estômago pela segunda vez só naquele dia. E não era culpa do meu refrigerante de uva. Eu estava na frente da mãe dele em nosso primeiro encontro! Se é que aquilo poderia ser chamado de encontro.

Louis me trazia emoções fortes e eu não sabia se poderia lidar com aquilo.

- Oh, prazer querido. Eu sou Johannah, mãe dessa coisa aqui. – Ela disse e me sorriu simpática enquanto bagunçava ainda mais os cabelos de Louis que reclamava.

- O prazer é meu, sou Harry. – Retribui seu sorriso.

- Oh, Louis ele é tão bonito e meigo, olha esse sorriso! – Ela disse voltada para o filho como se eu não estivesse aqui.

Louis, percebendo meu embaraço e, eu percebi incrédulo, também estando um pouco embaraçado, apenas maneou a cabeça e me lançou um de seus sorrisos.

- Não dê muita confiança, Harry. Ela é assim mesmo.

Johannah então deu um tapa na nuca de Louis que fez sua cabeça ir para frente e eu, mesmo que assustado com a força empregada no ato, só fui capaz de rir junto à mulher enquanto meu acompanhante só fez resmungar e massagear o local magoado.

- Olha como fala da sua mãe. – Ela disse em tom de alerta e rodeou a mesa vindo em minha direção. – Agora vou deixar vocês almoçarem em paz, foi bom te conhecer, Harry. – Ela disse e largou um beijo em minha bochecha que me deixou sem fala e fez os Tomlinson rirem.

Ela ainda acenou antes de voltar a sumir restaurante adentro.

- Me desculpe por isso, ela é impossível.

- Me lembra alguém, e não é só fisicamente. – Eu provoquei.

- Gosto quando você é implicante assim.

- Que bom, porque eu costumo ser.

Louis arregalou os olhos azuis e soltou uma gargalhada divertida. Eu gostava de fazê-lo rir, era uma sensação boa, além de contagiante.

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