Camila POV
Eu tirei a assadeira, com os muffins de baunilha com canela que havia preparado mais cedo, do forno e os deixei esfriando em uma bandeja, enquanto colocava o creme, de chocolate meio amargo, em um saco de confeiteiro.
Era um domingo de manhã e assim que acordei, percebi que Lauren não estava mais no quarto e para a minha surpresa, também não estava em casa... Claro, que ela não precisava dar satisfação de sua vida particular para mim, mas normalmente, ela me avisava quando precisava sair ou algo do tipo.
Já Benjamim estava adormecido em seu quarto, depois de passar boa parte da noite de ontem, entretido naquele bendito videogame com a Lauren, e eu acabei decidindo vir até a cozinha, preparar um café-da-manhã, mais elaborado, apenas para passar o tempo com algo que me distraísse.
—Ei, Camz... – Eu escutei a voz da Lauren soar na cozinha e quase deixei um dos muffins cair no chão com o susto que levei.
—Caramba, Lauren! Quer me matar de susto? – Eu exclamei colocando minha mão sobre o coração.
—Desculpa... – Ela disse simples, enquanto soltava uma risada.
—Tudo bem... – Eu murmurei recompondo minha postura, antes de girar meu rosto em sua direção e dar de cara com uma Lauren ainda ofegante, usando um short preto, uma camisa cinza, colada ao corpo pelo suor e nos pés, os tênis de corrida.
Dessa vez, eu quase derrubei a assadeira com o resto dos muffins da bancada da cozinha.
Se controle, Camila! Qual o seu problema?!
—Hoje você acordou mais desastrada do que o normal ou é impressão minha? – Lauren brincou, ao me ajudar a segurar a assadeira.
—Eu só estava distraída... – Eu tentei me defender e ela soltou uma risada negando com a cabeça. – Ham, eu pensei que você tivesse ido se encontrar com seus amigos ou algo do tipo... – Eu mudei de assunto, voltando a colocar o creme de chocolate nos muffins.
—Não, só fui correr um pouco mesmo... – Ela afirmou, abrindo a geladeira para pegar uma garrafa de água. – Mas devo encontrar com eles mais tarde na casa dos meus pais. – Ela adicionou entre os goles da bebida.
—As garotas da PJ's comentaram comigo que iriam para lá hoje, vai ter alguma festa ou algo do tipo? – Eu perguntei curiosa, ainda concentrada nos muffins.
—Vai ter jogo, Juventus contra o Milan, o pessoal sempre se reúne lá para assistir. – Ela explicou e eu assenti com a cabeça. – Você e Ben vão comigo, não é? – Ela perguntou se apoiando na bancada ao meu lado.
—Eu não sei... estava pensando em passar na casa da minha mãe, ela tem ficado sozinha nos finais de semana agora que a Sofi voltou para a faculdade. – Eu falei pensativa.
—Nós podemos passar por lá para ela ir conosco, minha mãe gosta de ficar conversando com a sua de qualquer maneira. – Ela sugeriu calma.
—Bom, por mim tudo bem então. – Eu concordei com um sorriso.
—Ótimo. – Ela falou retribuindo o sorriso, estendendo um dos dedos na direção do creme de chocolate. –Ouch! – Ela reclamou quando eu deixei um tapa em sua mão, a afastando do muffin. – Eu só queria experimentar, poxa. – Ela disse insatisfeita.
—Ainda não está pronto e você nem lavou as mãos depois que voltou da rua. – Eu falei firme e ela bufou.
—Quer saber? Eu vou ir tomar um banho... – Ela anunciou deixando a garrafa de água de lado e começando a caminhar para fora da cozinha. – Chata... – Eu escutei ela resmungar no meio do caminho.
—O que você disse? – Eu perguntei arqueando a sobrancelha.
—Nada... – Ela disse simples. – Tá parecendo minha mãe... – Outra vez resmungou e eu revirei os olhos.
—Lauren! – Eu disse num tom ameaçador, antes de escutar os passos apressados se perdendo pela casa.
Parece uma criança birrenta, eu mereço...
Depois que terminei de colocar a cobertura em todos os muffins, resolvi preparar um suco de frutas vermelhas com hortelã, preparar um pouco de café fresco, alguns ovos mexidos e preparar uma tábua de frios, já que a Lauren tinha saído para correr e precisava se alimentar bem depois disso.
Quando já estava terminando de por a mesa e me preparando para ir chamar a Lauren e acordar o Benjamin, escutei alguns passos se aproximando da cozinha.
—Estava vindo para a cozinha por causa do cheiro maravilhoso que está saindo daqui e olha o que eu encontrei no caminho... – Lauren falava se aproximando da mesa, trazendo em seu colo um Benjamin ainda de pijama. – Uma corujinha sonolenta. – Ela completou fazendo leves cócegas na barriga do Ben, que soltava risadas em resposta.
Fofos...
—Oh é mesmo? Então acho que essa corujinha está merecendo vários beijos de bom dia. – Eu falei sorridente, antes de me aproximar dos dois e começar a distribuir beijos pelo rosto do Ben, que sorria manhoso. – Sabe o que eu preparei para o café-da-manhã? – Eu perguntei a ele, quando parei com os beijos e recebi apenas um aceno negativo em resposta. – Os muffins que você gosta. – Eu avisei e notei seus olhos se abrirem em expectativa.
—E que por sinal não me deixou comer. – Lauren comentou irônica e eu cerrei os olhos em sua direção.
—Mamá, não seja má com a Lóren. – Ben pediu com um bico e eu abri minha boca em descrença, enquanto Lauren tinha uma expressão convencida no rosto.
Ela já estava virando meu filho contra mim? É isso mesmo? Traidora.
—Ok, em primeiro lugar, eu não deixei você comer porque ainda não tinha terminado de preparar e não ia deixar você colocar a mão suja na comida... – Eu comecei a falar para a Lauren, colocando minha mão na cintura. – Em segundo lugar, desfaça esse bico, Benjamin. – Eu encarei o garoto acuado no colo da Lauren. – E em terceiro, se reclamarem, a única pessoa que vai comer esses muffins aqui sou eu, entenderam? – Eu terminei com um sorriso ameaçador, observando os dois concordarem em silêncio.
Dona Clara ficaria orgulhosa de mim agora, tenho certeza.
Depois que os dois pareciam menos assustados, nós nos sentamos para comer e os dois pareciam realmente satisfeitos por finalmente poderem comer os muffins... Confesso que cheguei a rir dos dois se lambuzando com o creme de chocolate, enquanto tinham os olhos brilhando.
Quando terminamos o café-da-manhã, eu fui dar um banho no Benjamin e me arrumar, enquanto Lauren arrumava a cozinha. Eu aproveitei para ligar para a minha mãe, avisando que iríamos passar por lá para buscá-la e só quase perto da hora do almoço, que chegamos à casa dos pais da Lauren, depois que ela cismou de parar no meio do caminho, para comprar uma blusa do time de futebol dela para o Benjamin.
—Ah eu não acredito que você já fez a cabeça do menino. – Mike exclamou assim que entramos na casa e notou a camisa que Benjamin usava.
—Eu não fiz nada, só mostrei a ele a qual o melhor time que existe. – Lauren falou naturalmente e eu observei Clara negar com a cabeça, já acostumada com a implicância de pai e filha.
—Ei ganhamos mais um torcedor fiel! Bate aqui! – Chris comentou animado, estendendo sua mão na direção do Benjamin, quando se aproximou de nós.
—Isso é um absurdo... a única filha que me dá alegrias no futebol nessa casa é a Taylor. – Mike resmungou observando Ben bater sua mão contra a do Chris.
Já percebi de onde Lauren aprendeu a resmungar.
—Vamos entrando, queridas, deixem esse doidos para lá... – Clara comentou puxando a mim e a minha mãe para a cozinha, enquanto os outros seguiam para a sala.
A cozinha da casa dos pais da Lauren estava cheia, como sempre, com alguns familiares e com boa parte do pessoal da PJ's, conversando descontraidamente, enquanto preparavam um almoço tipicamente italiano.
Eu no começo ficava um pouco incomodada com tantas pessoas juntas, falando alto e soltando risadas, até porque, boa parte da minha vida, eu estive acostumada a conviver apenas com minha mãe e minha irmã, já que meu pai faleceu quando eu e Sofi ainda éramos crianças, mas agora, eu me sentia bem... me sentia acolhida por todas aquelas pessoas.
—Olha quem chegou, a senhora Cabello-Jauregui.... – Mani exclamou com um sorriso esperto, assim que me viu.
—Pensei que não fosse vir hoje, Mila. – Ally comentou sorridente.
—Eu iria ficar na casa da minha mãe, mas Lauren pediu para virmos. – Eu expliquei calma.
—Pois fez o certo, gosto dessa casa cheia com toda a família. – Clara comentou deixando um beijo em minha testa, antes de ir mostrar algo em seu livro de receitas para a minha mãe.
—Como estão as coisas com a Lauren? – Lucy perguntou em seu típico tom calmo e eu suspirei.
—Estão do mesmo jeito, ela é uma ótima pessoa e super atenciosa com o Ben. – Eu afirmei com um leve sorriso, observando os ingredientes cortados na bancada da cozinha.
—Eu juro que quase acreditei que vocês estavam juntas de verdade, quando você fez aquele teatro logo depois do casamento. – Jenna murmurou desanimada e eu ri.
—Eu já fiz minhas preces à deusa Beyoncé para esse casamento se concretizar. – Mani anunciou cruzando os dedos e eu neguei com a cabeça.
—Isso não vai acontecer, somos apenas amigas. – Eu afirmei calma.
—Porque você é boba... Laur é um amor, bonita e colocou uma aliança de casamento no seu dedo... Se eu fosse você já tinha aproveitado, mas a única coisa que me resta é o encosto da Verônica. – Lucy comentou revirando os olhos.
—Eu não sei como vocês ficaram juntas em um cruzeiro e nada aconteceu... – Ally murmurou franzindo a testa.
Bom, tiveram dois beijos acidentais, mas isso não contava...
—Vocês precisam parar de querer inventar coisas, isso sim. – Eu afirmei simples.
—Nós não estamos inventando, estamos incentivando uma coisa que cedo ou tarde vai acontecer. – Mani argumentou naturalmente e eu arqueei a sobrancelha.
—Não faça essa cara, quando você vier falar no futuro que transou horrores com a Lauren, eu vou rir desse seu bico. – Jenna adicionou naturalmente e eu preferi nem responder.
Elas são doidas e as ideia delas são mais doidas ainda.
Finalmente elas decidiram mudar de assunto, enquanto terminavam de preparar o almoço e eu agradeci mentalmente por isso. Já no meio da tarde, a sala da casa estava lotada, com a maioria das pessoas com os olhos fixos na tela da tv. Lauren tinha cedido um espaço no sofá ao seu lado para eu sentar, enquanto eu puxava Benjamin para se sentar em meu colo.
—Pênalti para o Milan! – Mike praticamente gritou em um dos lances do jogo.
—Não foi nada, o juiz não vai marcar. –Chris comentou observando a tela da tv.
—Marcou sim! Pode chorar, querido! – Verônica falou animada.
—Porra de juiz babaca. – Lauren disse insatisfeita, antes de soltar um gemido de dor ao ter a orelha puxada pela mãe.
—Nada de palavrão na frente das crianças, Michelle. – Clara a repreendeu séria e eu ri.
—Quem vai bater? O Balotelli? – Dinah perguntou em expectativa, ao lado da Mani.
—Provavelmente... – Vero murmurou.
—Buffon vai defender de qualquer maneira. – Lauren disse dando de ombros.
—Vai achando, esse velho já era para ter se aposentado. – Dinah rebateu num tom provocativo.
—Invejosa. – Chris disse cerrando os olhos, antes de voltar a observar a tv.
Eu nunca fui uma pessoa fã de esportes e nem ao menos costumava assistir a partidas como essa, mas para minha sorte, eu sabia o que era um pênalti e levei um pequeno susto, quando uma onde de gritos tomou conta da sala, quando o goleiro realmente defendeu o chute.
Lauren e os outros que torciam pelo Juventus comemoravam animados, enquanto o resto permanecia calado, negando com suas cabeças a oportunidade perdida.
O jogo terminou com uma vitória pelo time da Lauren por três a dois, o que a deixou com um sorriso aberto no rosto, junto com Benjamin. Depois disso, as pessoas se dispersaram pela casa... Eu estava no jardim da casa conversando com as garotas, Mike, Clara e minha mãe estavam conversando na sala, Harper e Ben estavam entretidos em um jogo de tabuleiro perto de nós e Lauren estava conversando com seu grupo de amigos também no jardim.
—Laur, chegou uma visita para você! – Eu escutei Clara avisar, surgindo no jardim ao lado de uma mulher bem arrumada.
—Sarah? – Lauren exclamou abrindo um enorme sorriso no rosto. – Não acredito, que saudades! – Ela adicionou seguindo até a mulher e a envolvendo em um abraço apertado.
Quem é essa Sarah?!
A mulher negra tinha os cabelos cacheados bem definidos, os olhos castanhos ressaltados por uma maquiagem bem feita e um corpo perfeito, moldado em vestido bem cortado. A mulher parecia até uma modelo.
—Essa é aquela Sarah? – Ally perguntou encarando cena.
Como assim "aquela Sarah"?
—Aparentemente sim, ela está diferente. – Jenna comentou analisando rapidamente a mulher.
—Eu adorei os saltos dela. – Mani elogiou num tom impressionado.
—Elas são amigas? – Eu perguntei interessada e Lucy assentiu.
—Pelo o que sabemos sim... Longa história. – Jenna explicou brevemente. – Mas agora acho que ela bem aceitaria algo a mais. – Ela adicionou cruzando os braços, observando a interação da mulher com a Lauren.
Elas sorriam abertamente, parecendo animadas em sua conversa particular, enquanto a mulher tocava suavemente o braço da Lauren.
—Se fosse com a Dinah, eu já mandava vocês segurarem meu aplique para eu ir separar as duas. – Mani murmurou estalando os dedos e eu revirei os olhos.
—Elas só estão conversando, qual o mal nisso? – Eu perguntei calma. – E não é como se a Lauren fosse casada de verdade. – Eu adicionei naturalmente.
—O mal é que para os outros vocês são casadas sim e você não vai querer ficar com fama de corna. – Jenna afirmou arqueando a sobrancelha.
—Vocês são tão exageradas. – Eu falei negando com a cabeça e elas apenas se entreolharam, achando nitidamente que estavam com razão.
Eu não iria ser aquela pessoa ciumenta, ainda mais com alguém que nem ao menos tem um relacionamento de verdade comigo.
—Ela acabou de passar a mão na barriga da Lauren ou foi impressão minha? – Ally perguntou observando a cena discretamente e eu direcionei meu olhar até elas.
Essa mulher por acaso não viu a aliança na mão da Lauren?
Eu deixei o copo, em que bebida um suco, na mão da Mani e segui com passos decididos até as duas mulheres, que continuavam a conversar.
—Oi, Lo... – Eu disse com um sorriso forçado ao me aproximar.
—Ei, Camz... – Lauren falou sorridente. – Ham, Sarah, essa é minha esposa, Camila... Camila, essa é uma amiga de longa data, Sarah. – Ela nos apresentou e nós trocamos rápidos cumprimentos.
—Eu confesso que ainda estou surpresa em saber que você se casou, mas fico feliz por vocês. – A mulher comentou parecendo ser simpática.
—Pois é... ainda é recente, mas estamos felizes sim. – Eu afirmei abraçando a Lauren de lado.
—Eu sinto muito por não ter te convidado para o casamento, foi tudo de ultima hora e eu pensei que você ainda estivesse fora do país. – Lauren se desculpou num tom gentil.
—Não tem problema, eu entendo... E eu estava em Londres até semana passada, só consegui voltar agora e decidi passar aqui para saber de notícias suas, acabei dando a sorte de te encontrar. – Sarah disse com um leve sorriso.
—Fico feliz por isso. – Lauren afirmou com um sorriso de lado.
—Você teve sorte, Camila... Laur é uma pessoa incrível. – A mulher comentou e eu senti vontade de revirar os olhos com o comentário, mas me segurei.
—Eu sei... Realmente tive sorte. – Eu afirmei, deixando um rápido beijo nos lábios da Lauren.
—Bom, eu só estava de passagem mesmo, ainda tenho que ir buscar algumas roupas que deixei na casa dos meus pais. – A mulher informou ainda sustentando um sorriso no rosto.
—Ok, mas agora que está na cidade, me liga qualquer dia desses, podemos colocar a conversa em dia. – Lauren disse num tom simpático.
Desnecessário, mas ok...
—Pode deixar... – A mulher afirmou trocando um rápido abraço com a Lauren.
—Ótimo, dê um abraço nos seus pais por mim. – Lauren disse ao se separar e a mulher concordou com a cabeça.
Antes de se afastar, ela ainda se despediu de mim e finalmente fez seu caminho para fora da casa, enquanto as garotas ostentavam sorrisos orgulhosos do outro lado do jardim.
Espero que elas estejam satisfeitas e não me perturbem mais.
Logo depois disso, eu e Lauren decidimos voltar para casa, porque já estava ficando tarde e no dia seguinte teríamos que acordar cedo.
Quando tinha acabado de tomar meu banho e segui em direção ao quarto com meu pijama, Lauren já estava deitada na cama, entretida com o celular em sua mão.
—Conseguiu passar daquela fase no jogo? – Eu perguntei divertida, me deitando ao lado dela.
—Não, foi a Sarah que me mandou uma mensagem dizendo que ficou feliz por ter me encontrado. – Ela explicou deixando o celular de lado.
Essa mulher de novo...
—Ela parece gostar muito de você. – Eu comentei naturalmente.
—Eu também gosto muito dela, é uma pessoa especial para mim. – Ela disse com um breve sorriso.
Especial?
—Vocês namoravam? – Eu soltei a pergunta sem nem ao mesmo me dar conta e ela soltou uma risada.
—Não... claro que não... – Ela negou rapidamente.
—Poderia ter acontecido, ela é uma mulher bonita e parece ser uma boa pessoa. – Eu comentei coerente.
—Ela só é uma velha amiga. – Lauren deixou claro mais uma vez.
—Se você diz... – Eu murmurei naturalmente, afofando meu travesseiro.
—Você sabe o que acontece quando um militar morre? – Ela perguntou de repente e eu franzi a testa estranhando o assunto.
—Não faço ideia... Um funeral como qualquer pessoa. – Eu respondi calma.
—Dois companheiros, do mesmo batalhão, do militar que faleceu são enviados para comunicar a morte da pessoa à sua família, levando uma bandeira do país, o cordão de identificação e todas as insígnias pertencentes ao militar... – Ela começou a falar respirando fundo. – Eu ainda me lembro de quando fui até a casa dos pais da Sarah, junto com a Verônica, comunicar que o filho mais velho deles, irmão dela, havia falecido com um tiro no pescoço. – Ela continuou séria e eu senti meu coração apertar. – O Tyler era um cara sensacional e eu sei como foi difícil para a Sarah e os pais dela lidarem com a situação... Eu acabei me tornando uma amiga para ela, nós nos dávamos bem, mas aí ela recebeu uma oportunidade de estágio em moda fora do país e acabamos perdendo um pouco o contato. – Ela terminou soltando um suspiro.
Eu estava me sentindo tão estúpida agora.
—Eu nem sei o que falar... – Eu disse sem jeito e ela soltou uma breve risada.
—Tudo bem, eu só quis explicar como eu e Sarah ficamos próximas... pelo menos agora você sabe que se alguém aparecer por aqui com uma bandeira do país, enquanto eu estiver trabalhando, não é um bom sinal. – Ela terminou num tom descontraído e eu senti meu coração apertar mais ainda.
—Nem brinque com isso, Lauren! – Eu disse firme. – Não diga uma besteira dessas nunca mais. – Eu falei séria e ela me encarou atentamente.
—Desculpa, péssima piada, eu sei... – Ela se desculpou com um leve sorriso.
Piada horrível, idiota.
—Ainda bem que sabe... – Eu disse com minha pose firme. – Agora vamos dormir e esquecer isso. – Eu adicionei respirando fundo.
—Ok, boa noite, Camz. – Ela falou deixando um rápido beijo em meu rosto e se virar na cama.
Boa noite, Lo.