Soccer. - Larry

By badkidziam

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Bem, o negócio é que quando se termina a escola e já se está formado em Direito e empregado na área jurídica... More

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Epílogo

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By badkidziam

Eu sempre fui uma negação para praticar atividades físicas, é um tormento que me acompanha desde a escola. Se eu tivesse tendência a engordar, provavelmente viveria de cirurgias.

Bem, o negócio é que quando se termina a escola e já se está formado em Direito e empregado na área jurídica de uma multinacional de grande porte você jamais imagina que, novamente, como nos tempos infernais de escola, será obrigado a praticar um esporte que você detesta.

Mas aqui estou eu, a caráter, com direito a chuteiras e tudo, num gramado, embaixo de um sol escaldante, ofegante e cheio de lama. Isso que eu chamo de "vestir a camisa", Styles. Maravilha.

Não era como se eu não tivesse pensado em sair dessa, porque eu até queria. Estava tentado a dar um atestado até quando Malik, um de meus colegas de trabalho do jurídico e que se tornara um grande amigo, me aconselhou a não fazê-lo.

"Eles vão te perseguir pelo resto do ano. Acredite. Já fizeram isto comigo, ou você acha que eu sou um amante de futebol?" – Eu me lembro dele me alertar enquanto almoçávamos num restaurante próximo à empresa. Era sempre bom fazer amizade com alguém mais antigo no serviço, afinal.

Zayn realmente era tão ruim quanto eu. Na verdade, talvez até mesmo pior, visto que em dez minutos de jogo já havia torcido o pé sem nem ao menos ter tocado na bola e agora assistia ao jogo da arquibancada, vez ou outra acenando para mim. Pobre Malik, bem, ao menos conseguiu se livrar dessa humilhação.

Era tanto sol na minha cabeça que eu já não me concentrava em nada, mas sabia que estávamos perdendo só por ver a quantidade de vezes em que um baixinho do time adversário marcou ponto encima do nosso pobre Josh do RH, que ocupava a posição de goleiro em nosso time.

O homem era de fato habilidoso e até mesmo um pouco exibido em seus movimentos. Tirava a bola da gente como se tira doce de criança, e não era como se todos do meu time fossem tão ruins quanto eu. O fato era que o baixinho sabia jogar.

Me lembro de estar bebendo uma garrafinha de água ao final do jogo, ou "o massacre do nove à dois", como eu preferi chamar, quando o mesmo baixinho exibido surgiu na minha frente e atrapalhando minha caminhada rumo à Zayn.

- Belo jogo. – Ele disse sorridente estendendo a mão em cumprimento.

"Belos olhos azuis, belas coxas... Bela bunda."

- Pra vocês sim. – Eu respondi aceitando sua mão na minha em cumprimento.

- É novo na Bayer? Nós sempre competimos e eu acho que nunca te vi por aqui.

- Sim, consegui o emprego faz pouco mais de um ano.

- Oh, meus parabéns. O que faz?

- Trabalho para o jurídico.

O homem então me olhou com o que eu notei ser surpresa ao piscar os olhos azuis bonitos.

- Tão jovem? – Ele ainda perguntou, mas pareceu deixar o assunto pra lá quando recomeçou: - Eu sou diretor executivo da Pfizer. – Ele informou mesmo sem ser questionado e deu de ombros.

Ele estava falando sério? O que um senhor diretor executivo de uma empresa visivelmente maior que a minha, extremamente popular entre os presentes ali e bom de bola, além de bonito, fazia desperdiçando o tempo comigo? Ele só poderia estar mentindo, condizia com seu jeito nada modesto de jogar.

Tomlinson, como eu notei estar escrito na parte traseira de sua camisa enquanto ainda jogávamos me lançou um olhar de entendimento, como se de certa forma já esperasse aquela reação enquanto em seus lábios pairava um sorrisinho presunçoso. Senti minha face esquentar por estar sendo tão óbvio e minha boca se abriu para dizer algo na intenção de amenizar aquilo quando ele me interrompeu.

Eu odiava ser interrompido em minhas falas, mas me lembro de que naquele momento em especial nunca me senti tão grato antes.

- Bem, você já viu o que eles estão servindo aqui? É horrível, e está desde de manhã, sem tampas ou nada assim. Não vou comer nessa espelunca, já acho que o café não me desceu bem.

- É tão ruim assim? – Eu perguntei e em resposta ele só indicou com a cabeça para onde um empregado do buffet passava com um carrinho rumo à área destinada.

Fiz cara de nojo ao perceber as moscas rondando a comida.

- E então, Styles, a pergunta de um milhão de euros é: Me acompanharia no almoço? – Ele disse mudando a voz para uma parecida com a daqueles apresentadores de game show.

Ele era divertido.

– Conheço um lugar ótimo. – Continuou voltando à sua voz normal, mas ainda divertido ao piscar um só olho azul no fim da frase.

Tentado a aceitar eu abri a boca para responder, porém me lembrei do que estava fazendo antes daquele homem cujo eu não sabia nem o seu primeiro nome me interromper. Zayn, ele provavelmente precisaria de ajuda para sair de onde estava na arquibancada me lançando um de seus sorrisinhos cínicos.

Maldito.

Também não era como se eu pudesse deixá-lo ali, abandonado à própria sorte e comida duvidosa do almoço. Não seria justo com meu único amigo no serviço.

- E então?

- Bem, é que... Você pode me dar um minuto? É que meu ami...

- Até dois, mas não abuse. – Ele disse me interrompendo.

Irritante. Eu bufei soprando uma mecha da minha franja pra cima e ele riu.

- Te espero no estacionamento. – Sentenciou e, sem esperar resposta, me deu as costas e seguiu rumo ao estacionamento com seu jeito petulante.

Eu ainda ia me arrepender.

Desconcertado por estar sendo encarado de forma sacana pelo moreno idiota na arquibancada eu cocei a nuca e segui em sua direção até que estivesse sentado ao seu lado.

- Você precisa mesmo fumar aqui?

- Estamos a céu aberto, amor. – Ele respondeu com aquele sorriso malicioso que o fazia estreitar os olhos. – E você? Tem mesmo que flertar num ambiente profissional?

- Eu não estava flertando!

- Oh, bebê, claro que não. – Ele disse soltando a fumaça.

Eu poderia detestar o cigarro, mas precisava admitir para mim mesmo, ainda que jamais em voz alta que aquele demônio conseguia ficar ainda mais sensual quando tinha aquele cilindro cancerígeno entre os dedos finos e expelia a fumaça fedorenta pelos lábios bonitos. Maldição.

Não era como se Zayn não conseguisse ser sensual de qualquer jeito, ele exalava sex apeal, de qualquer jeito. O tipo de homem que conseguia ser sexy até mesmo sujo de lama e em roupas largas de futebol, enquanto eu parecia um peixe fora d'água completamente sujo e estranho em roupas esportivas. Era até vergonhoso estar ao seu lado, a comparação era gritante.

- Sabe... Eu não te culpo. Você viu aquelas coxas e bunda? E quando foi se aquecer? O frontal parece ótimo também, e eu não costumo me enganar.

- Deixe seu cheff saber disso. – Eu ameacei brincalhão.

- Ele nunca vai saber, bobinho. Porque você nunca vai dizer uma palavra, nem eu. – Ele passou a mão livre em meu cabelo, tentando colocar ordem naquele amontoado de cachos de alguma forma.

Quando terminou sorriu doce e satisfeito, um daqueles seus sorrisos que o deixavam parecido com um personagem de desenho japonês, e apagou o restante do cigarro.

- Aí vem ele. – Indicou com a cabeça e eu segui seu olhar, vendo um homem corpulento descer a área do estacionamento vindo em nossa direção.

Eu sorri travesso entendendo suas intenções.

- Vai embora antes do congresso?

Zayn me lançou um sorriso cínico.

- Eu sou um soldado ferido. Preciso de descanso e de uma comida gostosa. – Ele piscou. – Nos dois sentidos, de preferência.

- Você não vale nada! – Eu disse rindo e dei um tapa em sua coxa magra.

- Vamos, Zayn? – Ouvimos Liam dizer.

- Leeyum!

Nenhuma descrição neste momento seria completamente fiel à expressão que eu provavelmente tinha em meu rosto. Malik, o filho da puta ao meu lado, se levantou tranquilamente do banco, como se não tivesse feito um escândalo nos primeiros minutos de jogo quando caiu no chão, e foi para os braços do noivo. Cínico como uma criança que faz pirraça até ver a mãe.

- Sabe? O saco de gelo deles é milagroso. Deve ser feito de água benta. – O filho da puta ainda teve coragem de brincar.

- Seu merda, você fingiu! – Eu gritei estapeando suas costas e chamando a atenção de algumas poucas pessoas que ainda não haviam se retirado para o almoço.

Zayn se aproximou novamente, largando do pescoço de Liam e tampou a minha boca com a sua mão suja de bola.

- Você quer me foder, Styles? Fica quietinho aí.

- Mas não é justo! – Disse abafado pela sua mão.

Enquanto isso Liam, como mero expectador, apenas olhava de um para outro visivelmente sem entender nada.

- É claro que é. – Ele disse soltando minha boca. – Eu não tenho culpa se você é burro e não preparou um plano pra fugir disso.

O noivo de Zayn então, parecendo finalmente entender o motivo de minha revolta, riu de minha desgraça. O casal ria enquanto eu mantinha meus braços cruzados e expressão de poucos amigos.

- Olha, Harreh... – Malik disse ainda tentando controlar o riso. – Você já está grandinho, precisa aprender a colocar os pingos nos "is" sozinho, bebê. – Ele levantou as sobrancelhas.

Como eu senti vontade de derrubá-lo arquibancada abaixo e fazê-lo realmente torcer aquele pé.

- Além do mais, se você não jogasse talvez perdesse a chance de flertar com o bonitinho. Eu mesmo não consegui nada aqui no banco. – Ele fez beicinho.

- E você queria conseguir, Malik? – Foi a vez de Liam cruzar os braços.

- Claro que não amor. Agora vamos logo.

Liam apenas me lançou um olhar de "eu te entendo" enquanto seguia com o olhar a silhueta esguia do noivo sumindo arquibancada abaixo. Ele maneou a cabeça de um lado para o outro e murmurou algo como "ele não tem jeito" antes de rir baixo. Eu o acompanhei no riso e nós o seguimos para o estacionamento.

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