PJ's Heart - Camren

By dearjames55

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Lauren Jauregui, depois de dois anos afastada por causa de seu trabalho, volta a sua cidade natal e encontra... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26 - e-mail 01
Capítulo 27 - e-mail 02
Capítulo 28 - e-mail 03
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33

Capítulo 11

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By dearjames55


Pov Camila

Quando acordei na manhã seguinte, o lugar ao meu lado na cama já estava vazio, só restando os lençóis desarrumados e o travesseiro de lado. Eu me sentei no colchão e enquanto me espreguiçava rapidamente, observei o relógio de ponteiro na parede, que marcava nove horas em ponto da manhã.

Provavelmente, a maioria das pessoas, na casa, já estaria acordada e eu também estava acostumada a acordar mais cedo, mas ontem o dia foi tão cansativo que acabei dormindo mais do que o normal. Eu decidi seguir para o banheiro, tomar um banho, escovar os dentes, arrumar rapidamente o cabelo e colocar um short jeans, acompanhado de uma blusa branca simples, antes de descer para comer alguma coisa.

Ok, Camila, se prepare para o seu primeiro dia de casada.

Na cozinha espaçosa, fui recebida com sorrisos abertos, principalmente da dona Clara, minha mãe, nonna e das garotas. A primeira coisa que fiz foi dar um beijo estalado na bochecha de Benjamin, que se deliciava com um pedaço de bolo ao lado da Sofi e afagar seus cabelos carinhosamente. Já fazia algum tempo que ele não tinha uma de suas crises de asma e isso enchia meu coração de esperança.

—Aqui querida, fiz panquecas reforçadas para você... – Nonna disse animada, enquanto me entregava um prato repleto de comida. – Você precisa se alimentar bem depois da noite passada. – Ela comentou piscando levemente e eu sorri sem graça, enquanto agradecia.

Nonna fez Lauren tomar, mais cedo, dois copos de gemada pelo mesmo motivo. – Lucy cochichou no meu ouvido e eu ri baixo imaginando a situação.

Coitada dela...

—Lauren saiu? – Eu perguntei naturalmente, estranhando ela não estar pela cozinha.

—Estava lá fora conversando com a Taylor. – Dona Clara informou e eu vi Sofi revirar os olhos.

Eu estou dizendo que essa garota não está normal... Enquanto colocava um pouco de suco em meu copo, vi Lauren através da janela da cozinha, parada no gramado, conversando distraidamente com a irmã e o cachorro rodeando as duas com seu rabo abanando.

—Então, queremos detalhes sobre a noite do casal. – Jenna disse num tom travesso e eu cerrei meus olhos.

Vai começar.

—Pensei que fosse indelicado perguntar esse tipo de coisa. – Eu tentei desviar do assunto, dando a primeira garfada na panqueca.

—Mila, nessa família aqui não existe nada de indelicado, acostume-se com isso. – Ela rebateu mordendo um morando despretensiosamente.

—Não vou falar sobre essas coisas com meu filho aqui. – Eu murmurei usando minha melhor desculpa.

—Não seja por isso... – Sofi falou naturalmente e eu girei meu rosto para encará-la. – Ben, o que acha de ir chamar Harper para uma partida de dominó? – Ela perguntou para o garoto, que imediatamente abriu um sorriso cheio de chocolate.

Sofi não facilita também...

—Posso ir mamá? – Ele perguntou com os olhos brilhando e mesmo que ele fosse minha salvação naquele momento, para evitar o assunto embaraçoso, não iria conseguir negar isso ao meu filho.

—Pode... – Eu falei com um suspiro e ele se levantou na mesma hora. – Mas sem correr e escove os dentes antes! – Eu avisei, antes de o ver sair da cozinha assentindo sorridente.

—Ok, problema resolvido... já pode começar. – Dessa vez foi a Mani que falou curiosa.

A maioria das pessoas ali sabia de toda a "armação", mas como nonna e alguns primos estavam por lá, eu teria que manter o conto de fadas do casamento de verdade. Era óbvio que no final das contas, os que sabiam de tudo só estavam querendo se divertir com a situação e eu tinha vontade de esganar todos eles por causa disso.

—Porque não perguntaram sobre isso à Lauren? Ela acordou primeiro. – Eu perguntei incomodada.

—Nós perguntamos, mas ela só engoliu a comida e praticamente fugiu da cozinha falando para perguntarmos a você. – Ally disse dando de ombros.

Muito obrigada, Lauren.

—Não há muito o que falar. – Eu tentei soar natural, tomando um gole de suco.

—Camila pagando de tímida só porque está com a sogra e a mãe aqui. –Dinah murmurou provocativa.

—Não deveria, acho a coisa mais normal do mundo. – Dona Clara disse naturalmente, enquanto mexia em uma panela do fogão e minha mãe soltava uma risada.

—Pensei que a lingerie que compramos para você iria fazer sucesso, mas pelo visto... – Mani ajudou a provocar com um suspiro.

Eu sabia que aquilo tinha sido ideia dela e parece que todos ali estavam se juntando para me provocar.

Quer saber? Vamos virar o jogo...

—Na verdade, funcionou sim, eu adorei... e Lauren também. – Eu disse dando de ombros, enquanto olhares intrigados se focavam em mim.

—Mesmo? – Jenna perguntou arqueando a sobrancelha e eu assenti.

—Sim, ela adora renda preta e caiu bem em mim. – Eu afirmei com um suspiro.

—Entendi... então a noite foi boa mesmo? – Sofi perguntou desconfiada.

—Foi supreendentemente deliciosa. – Eu respondi num tom malicioso e observei minha mãe e dona Clara se entreolharem.

Aposto que estão começando a ficar confusas.

—Acho que a Mila está exagerando, duvido que tenha sido isso tudo. – Dinah murmurou cruzando os braços, ainda desconfiada e eu soltei uma risada.

—Não estou exagerando, Lauren estava inspirada ontem e eu segui o ritmo. – Eu disse naturalmente, pegando algumas cerejas para comer, vendo que Lauren, agora, já estava sozinha, observando ao redor distraidamente.

—Então ela é boa de cama? – Jenna perguntou arqueando a sobrancelha.

—Maravilhosa. – Eu disse mordendo os lábios e mais uma vez, os olhares intrigados surgiram.

—Estranho, nem escutamos barulho vindo do quarto de vocês. – Sofi murmurou tentando bancar a esperta.

Não hoje, irmãzinha.

—As paredes são grossas, pergunte à nonna. – Eu retruquei dando de ombros, antes de comer mais uma cereja e me levantar da cadeira.

Eu caminhei para fora da cozinha, deixando as expressões incrédulas daquele bando de provocadores para trás e seguindo com passos decididos em direção à Lauren.

E agora o grande final... Coragem, Camila.

Lauren abriu um sorriso gentil assim que me viu se aproximar, mas antes que ela começasse a falar algo, eu juntei nossos lábios em um beijo demorado. Não era um beijo de verdade, era um encostar de lábios como todos os outros, mas mais longo do que o normal.

—Ei, oi... Bom dia. – Ela murmurou surpresa, quando separamos os lábios.

—Sorria e segura na minha cintura. – Eu pedi envolvendo meus braços em seu pescoço. – Bom dia também. – Eu adicionei respirando fundo.

—Hum... o quê? – Ela perguntou totalmente confusa.

—Agora, Lauren. – Eu pedi num tom sério, mas mantendo um sorriso forçado no rosto.

—Ok, tudo bem... – Ela fez o que eu pedi. – O que está acontecendo? – Ela perguntou sustentando um sorriso também.

—Está todo mundo nos observando da cozinha... – Eu comecei a explicar e ela girou o rosto na direção. – Não olhe para lá, eles vão perceber. – Eu impedi que ela completasse o movimento, puxando seu rosto com minha mão.

—Incluindo a nonna? – Ela perguntou arqueando a sobrancelha.

—Incluindo ela. – Eu afirmei mantendo meu sorriso.

—Certo... – Ela murmurou, antes de puxar mais meu corpo pela cintura e beijar mais uma vez meus lábios.

Isso que eu chamo de boa atuação.

—Vamos sair daqui, senão eles não vão parar de olhar. – Eu pedi, sabendo que os olhos atentos ainda estariam nos encarando.

—Ok, vamos dar uma volta. – Ela disse simples, antes de pegar em minha mão e começar a caminhar pela propriedade.

Quando já estávamos afastadas o suficiente, em um canto completamente oposto ao que estávamos, eu soltei um longo suspiro, sabendo que a missão estava concluída.

—Ainda estou confusa com aquilo tudo. – Lauren comentou soltando nossas mãos, enquanto caminhava ao meu lado.

—Desculpe se te deixei incomodada... – Eu comecei a falar sem jeito, encarando as árvores grandes ao nosso redor e a lagoa que havia perto da casa.

—Não, tudo bem, eu só fiquei surpresa. – Ela afirmou rapidamente.

—É que desde que pisei na cozinha, as garotas, incluindo minha irmã e nossas mães começaram a me perturbar perguntando sobre... você sabe... – Eu disse gesticulando com as mãos.

—Sobre nossa noite... também me perguntaram, mas eu fugi. – Ela completou, soltando uma risada sem jeito.

—Elas comentaram isso... Aliás, obrigada por deixar a bomba para mim. – Eu afirmei com um sorriso sarcástico.

—Bombas... minha especialidade. – Ela rebateu irônica e eu revirei os olhos.

—Enfim, o fato é que elas implicaram tanto que eu decidi dar o troco. – Eu falei dando de ombros e ela me encarou confusa. – Fiz parecer como se tivesse realmente acontecido algo. – Eu disse simples e ela arregalou os olhos.

—Você não fez isso! – Ela comentou ainda incrédula, antes de soltar uma risada.

—Fiz e ainda estou surpresa com minha coragem. – Eu afirmei franzindo a testa.

—Acha que elas acreditaram? – Ela perguntou curiosa e eu maneei a cabeça, pensativa.

—Talvez... ainda mais com nossa demonstração de afeto inesperada há poucos minutos. – Eu constatei naturalmente.

—Isso foi ótimo... – Ela afirmou ainda rindo e eu sorri.

O que foi ótimo? A ideia ou a demonstração de afeto?

—Espero que pelo menos você tenha falado bem do meu desempenho na cama. – Ela comentou arqueando a sobrancelha e eu quase engasguei sozinha.

—Eu não vou comentar sobre isso. – Eu disse simples.

—Calma, então você não falou bem? – Ela perguntou parando de repente, com uma expressão dolorida.

—O que?! Não foi isso que eu disse! – Eu rebati me defendendo.

—Foi isso que deu a entender! Eu tive que tomar dois copos de gemada, Camila! Tudo porque nonna confia na disposição dos Jauregui! Tive que tomar aquele negócio horrível à toa. – Ela argumentou num tom desanimado e eu a encarei, incrédula.

Dramática!

—Eu não falei mal de você, Lauren! Na verdade, eu falei muito bem. – Eu admiti de uma vez e ela sorriu de maneira divertida.

—Bem no estilo, muito bem ou bem no estilo, normal? – Ela continuou insistente.

—Fica quieta, Lauren! – Eu exclamei impaciente e ela riu.

—Só estava checando. – Ela se defendeu num tom brincalhão e eu soltei uma risada.

—Idiota. – Eu murmurei empurrando levemente seu ombro.

Nós continuamos a caminhar em um silêncio confortável, observando a paisagem ao redor, quando ela parou, em frente a um pequeno barco de alumínio, posicionado bem à margem do lago.

—Quer andar um pouco? – Ela perguntou pegando um remo que estava por perto.

—Andar nisso? Não vai afundar? – Eu perguntei incerta e ela soltou uma risada.

—Acho que não estamos tão pesadas assim para isso acontecer. – Ela afirmou descontraída.

—Eu... acho melhor não, nunca andei nessas coisas e nem sei. – Eu disse apontando para o barco.

—Eu te ensino, você vai gostar. – Ela insistiu, deixando seu chinelo de lado e puxando o barco para a água. – Vamos lá... – Ela pediu novamente, estendendo sua mão em minha direção, esboçando um sorriso de lado no rosto.

Esse maldito sorriso e esse olhar...

—Ok, você venceu. – Eu aceitei, também tirando meu chinelo e pegando em sua mão.

Até que entrar no barco com a ajuda dela foi fácil, mas confesso que, quando ela empurrou mais aquele pedaço de alumínio para a água e se sentou de frente para mim, com o remo, balançando o barco, eu senti meu corpo tencionar.

Só espero que isso não afunde.

Ela começou a remar tranquilamente pelo lago e aos poucos eu senti meu corpo relaxar, observando as águas calmas e a paisagem em volta. Era tudo muito bonito e tranquilo.

—Taylor estava conversando comigo mais cedo e acho que já entendi porque sua irmã está estranha. – Lauren comentou calma e eu a olhei atentamente.

—Mesmo? O que foi que ela disse? – Eu perguntei interessada.

—Bom, basicamente, ela chamou sua irmã de maluca. – Ela rebateu naturalmente e eu franzi a testa.

—Por quê? – Eu perguntei confusa.

—Resumidamente, ela me disse que as duas acabaram se encontrando em uma festa na faculdade há algum tempo... Minha irmã teve a formidável ideia de dar em cima da sua, que por sinal, rejeitou imediatamente, mas alguns dias depois, em outra festa, Sofi decidiu beijar minha irmã do nada e depois sumiu de novo. – Ela tentou explicar a situação e eu estava de boca aberta.

Foi por isso que ela entortou a cara quando o nome da Taylor foi mencionado.

—Ok, eu não esperava isso. – Eu murmurei ainda surpresa.

—E eu muito menos. – Ela concordou com um suspiro.

—Isso não faz o menor sentido. – Eu comentei pensativa.

—Eu sei, mas nem vou me meter nisso, minha irmã pode achar a sua maluca, mas ela também não é muito fácil de lidar. – Ela afirmou dando de ombros.

—Sofi definitivamente vai ter que me explicar tudo isso direito depois. – Eu disse negando com a cabeça.

Que maluquice.

—Aqui, tenta você agora. – Ela mudou de assunto, me estendendo o remo.

—Tem certeza? – Eu perguntei incerta, ainda na dúvida se pegava o remo ou não.

—Claro! Não é difícil... – Ela afirmou e eu peguei o remo. – Você só precisa empurrar a água para trás, de um lado e de outro do barco, igual ao o que eu fiz. – Ela explicou atenciosa e eu assenti, mergulhando o remo na água. – Perfeito, agora mude de lado, mas tome cuidado... – Ela falava calma, mas logo quando fui fazer o que ela pediu, acabei batendo com a ponta do remo em seu ombro e depois de fazê-la se desequilibrar, meus olhos se arregalaram quando seu corpo despencou na água.

Puta merda, Camila! Tinha que fazer merda!

—Lauren! – Eu a chamei ainda que em choque, quando observei ela voltar à superfície.

—Mas tome cuidado para não bater em mim com o remo. – Ela completou a frase que tinha começado, limpando o excesso de água de seus olhos e tossindo levemente.

—Meu Deus, me desculpa! Eu sou desastrada e sabia que isso não ira dar certo... me perdoa, eu não... – Eu tentava me desculpar, completamente sem graça.

—Calma, Camila... está tudo bem, na verdade, até que está fresco aqui. – Ela disse num tom descontraído e eu ri sem jeito. – Me ajuda aqui. – Ela pediu me estendendo sua mão.

Eu deixei o remo no chão do barco e segurei em sua mão, para tentar ajuda-la a voltar a subir... o único problema foi que, antes mesmo que eu pudesse fazer algum esforço, senti meu corpo ser puxado com tudo para dentro d'água.

Demônia desgraçada!

—Eu. te. odeio! – Eu falei entre dentes, quando consegui voltar à superfície, enquanto ela gargalhava.

—Você está parecendo um filhote de poodle encharcado. – Ela provocou e eu joguei um jato de água em seu rosto.

—Espere até dona Clara saber que você está tratando sua esposa assim. – Eu comentei sarcástica e ela arregalou os olhos.

—Desculpa, querida. – Ela afirmou irônica e eu soltei uma risada. – Vou te ajudar a subir de volta. – Ela adicionou, voltando a entrar no barco com uma facilidade enorme.

Ela estendeu suas duas mãos e eu levantei as minhas para que ela segurasse. Como se estivesse sendo levantada com um guincho, eu senti meu corpo ser retirado da água de uma maneira fácil e rápida.

Eu era tão leve assim?

—Esse é o sutiã da lingerie que as garotas deram de presente? – Lauren perguntou arqueando a sobrancelha, assim que eu me sentei no barco, e meus olhos imediatamente seguiram para minha blusa branca, agora transparente por causa da água.

Eu queria sumir de vergonha.

—Para de olhar! – Eu resmunguei colocando meus braços na frente.

—Você está na minha frente, não tem como eu não olhar. – Ela se defendeu voltando a remar.

—Isso é sua culpa! – Eu reclamei deixando um tapa em seu braço.

—Ei! Eu só estava brincando! – Ela resmungou continuando a remar em direção à margem. – Está usando aquela calcinha também? – Ela perguntou provocativa.

—Lauren! – Eu praticamente gritei firme e ela riu.

—Ok, parei, desculpa. – Ela falou sorrindo divertida.

Eu estava usando a calcinha, mas ela não precisava saber disso.

Quando voltamos à margem, eu praticamente pulei do barco, ainda tentando tapar meu sutiã com o braço.

—Não sei com que cara vou aparecer na casa com a roupa assim. – Eu murmurei num tom desconfortável.

—Pode ficar com a minha blusa, eu estou com um top por baixo. – Ela falou simples, tirando sua blusa preta e me entregando.

Demônia desgraçada e com um corpo perfeito... Pare de encarar, Camila!

Durante todo o caminho de volta, eu me concentrei em observar apenas a paisagem a nossa volta, enquanto Lauren parecia fazer o mesmo. Já perto da casa, ela segurou novamente em minha mão e eu soltei um longo suspiro, me preparando para os comentários que iriamos escutar.

—Mas o que foi que aconteceu com vocês? – Clara perguntou com os olhos arregalados, perto da área da churrasqueira, onde a maioria das pessoas estava reunida.

—Estavam transando? – Verônica perguntou provocativa.

—Babaca como sempre. – Lucy murmurou revirando os olhos.

—Não é nada disso, ok? Nós só fomos dar uma volta no lago, mas tivemos um pequeno imprevisto. – Lauren explicou vagamente, antes que mais suposições sexuais surgissem.

—Algo me diz que minha querida filha desastrada tem uma grande parcela de culpa nesse imprevisto. – Minha mãe comentou com um sorriso esperto.

—Adoro sua confiança em mim, mãe. – Eu murmurei irônica.

—Ela me acertou com o remo no ombro e eu acabei caindo na água. – Lauren falou naturalmente, arrancando risadas.

—Pelo menos acertou o ombro, imagina se tivesse sido em outro lugar. – Dinah comentou sugestiva e eu arregalei os olhos.

Eu vou acertar é a sua bunda!

—Foi sem querer, ok? E Lauren também me fez cair na água. – Eu me defendi cruzando os braços.

—Percebi que você está molhada. – Jenna murmurou com um olhar malicioso.

Eu não estou escutando essas coisas! Me recuso a acreditar nisso.

—Ok, crianças, vão tomar um banho quente e trocar essas roupas, antes de virem almoçar. – Clara encerrou aquela conversa e eu agradeci mentalmente, enquanto Lauren me puxava para dentro da casa.

Lauren aproveitou que a casa já estava mais vazia para tomar banho no quarto dos pais, enquanto eu usava o do nosso quarto. Quando já estava terminando de colocar minha roupa, escutei algumas batidas na porta e uma Sofi afobada entrou no quarto.

—Eu não estou entendendo mais nada... o que está rolando entre você e a Lauren? – Ela perguntou fechando a porta rapidamente.

Eu sabia que essa fofoqueira iria vir me interrogar.

—Nós estamos casadas, ué... – Eu disse cínica, enquanto penteava meu cabelo.

—Camila... – Ela resmungou cruzando os braços.

—Não está acontecendo nada, ok? Relaxa! – Eu admiti revirando os olhos.

—Então vocês não transaram mesmo ontem? – Ela perguntou direta e eu bufei.

—Não, Sofi... – Eu assegurei simples.

—Mas você bem que gostou de tirar uma casquinha da vampira de olho verde de manhã. –Ela comentou com um sorriso travesso e eu a encarei, incrédula.

Puff, até parece...

—Claro que não! – Eu neguei rapidamente. – E mudando de assunto, que história é essa que você beijou a Taylor? – Eu perguntei firme e ela corou no mesmo instante.

—Não sei sobre o que você está falando. – Ela desviou, mexendo em suas unhas.

—Uma ova que não sabe! Porque fez isso e agora está fugindo? – Eu insisti séria.

—Ela me irrita! – Ela exclamou andando de um lado para o outro do quarto.

—Por quê? – Eu perguntei calma.

—Porque sim! Todo mundo naquela maldita universidade praticamente rasteja aos pés dela! – Ela falava impaciente e eu franzi a testa.

—Você está irritada com ela porque aparentemente, ela chama mais atenção do que você? – Eu perguntei arqueando a sobrancelha.

—Não! – Ela negou e eu continuei a encarando. – Talvez... – Ela bufou cruzando os braços.

—Sofi, isso não faz nenhum sentido. – Eu comentei confusa.

—Eu sei, ok? Mas ela é tão convencida e tão... – Ela tentava encontrar a palavra.

—Tão...? – Eu insisti.

—Atraente... – Ela murmurou e eu soltei uma risada.

Alguém está apaixonada...

—E então para demonstrar toda a sua irritação, você decidiu a beijar e depois fugir? – Eu preguntei num tom provocativo.

—Eu estava bêbada, tente controlar sua consciência com meia garrafa de tequila no seu sangue. – Ela falou revirando os olhos.

—Péssima desculpa, Sofi... – Eu neguei com a cabeça voltando a rir. – Vocês precisam conversar. – Eu disse simples.

—Nope. – Ela falou jogando seus cabelos para o lado.

—Você sabe que precisam, mas eu não vou me intrometer nisso... – Eu falei respirando fundo. – Só se resolvam. – Eu adicionei deixando um beijo em seu rosto e a puxando para fora do quarto.

O almoço foi agitado, como qualquer refeição naquela família, mas mesmo com toda a confusão e provocações, eu estava me divertindo. Era uma ótima família no final das contas.

Nós demoramos um bom tempo até conseguirmos nos despedir de todos e principalmente da nonna, que fez questão de me passar algumas receitas de família, que segundo ela eram afrodisíacas.

Típico da nonna... está explicado porque essa família é tão grande.

Já era de noite quando finalmente voltamos para a casa da Lauren, ou melhor dizendo, nossa casa, depois de deixarmos Sofi e minha mãe na casa dela.

Decidimos comer alguma coisa rápida de jantar e enquanto Lauren terminava de arrumar as coisas na cozinha, eu fui dar um banho no Benjamin e coloca-lo para dormir.

—Missão completa, soldado? – Lauren brincou quando eu voltei a cozinha para saber se ela precisava de ajuda.

—Sim, ele estava naquele estágio meio acordado, meio dormindo, mas já consegui coloca-lo para dormir. – Eu avisei calma e ela assentiu enxugando as mãos em um pano. – E você, precisa de ajuda por aqui, cadete? – Eu devolvi a pergunta e ela riu.

—Uh, me chamou de cadete, isso é abaixo de soldado. – Ela comentou fingindo estar ofendida. – E eu já terminei aqui. – Ela adicionou simples.

—É? Eu não entendo nada dessas coisas mesmo. – Eu disse soltando uma risada.

—Percebi... – Ela comentou rindo também. – Vou ir pegar alguns lençóis novos para colocar no sofá, estou exausta por causa do transito na estrada. – Ela informou começando a caminhar para fora da sala.

Eu também estava cansada e imaginava que ela estaria ainda mais porque foi dirigindo... Naquele momento eu estava me sentindo incomodada por saber que ela ficaria naquele sofá exprimida e eu com a cama.

—Hum... Lauren... – Eu a chamei a seguindo.

—Sim? – Ela perguntou simples, enquanto se virava para me encarar.

—Você pode dormir no quarto, não vai te fazer bem ficar dormindo no sofá. – Eu disse simples.

—Ah não se preocupe comigo, pode ficar por lá. – Ela negou gentil.

—Estou dizendo que você pode dividir a cama comigo, não é como se não tivéssemos feito isso antes. – Eu expliquei melhor e ela me encarou pensativa. – Mas se você estiver desconfortável, eu posso... – Eu tentava suavizar a situação.

—Não... você está? – Ela perguntou coçando rapidamente sua nuca.

—Não... quer dizer, pelo menos você não ronca. – Eu brinquei tentando quebrar o gelo e ela riu.

—Isso é uma grande vantagem. – Ela comentou ainda sorrindo.

—Ok... – Eu disse com um suspiro.

—Ok... – Ela repetiu calma.

Depois de mais alguns segundos completamente estranhos entre nós, decidimos subir para o quarto e em pouco tempo já estávamos deitadas lado a lado.

—Camila... – Eu escutei ela me chamar baixo.

—Lauren... – Eu falei no mesmo tom.

—Já caiu a ficha para você? – Ela perguntou calma e eu soltei um suspiro.

—Acho que está caindo aos poucos. – Eu falei observando a aliança no meu dedo. – E para você? – Eu devolvi a pergunta.

—O mesmo... – Ela murmurou natural. – Então estamos bem? – Ela perguntou receosa.

—Por mim, sim... e por você? – Eu rebati tímida.

—Ótimo... – Ela disse simples. – Boa noite. – Ela adicionou deixando um rápido beijo no meu rosto, antes de se virar na cama para dormir.

Boa noite, Marley.


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