smiles and tears

By zarol_

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desconstruindo os contos de fadas More

Capítulo 01
Capítulo 03
Capítulo 4

Capítulo 02

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By zarol_

22 DE JANEIRO DE 2007

Era um dia estranhamente ensolarado para o meio da manhã, o céu estava cheios de nuvens e fazia bastante calor, o que não impediu a mãe de Celeste vesti-la com uma saia na altura dos joelhos e uma blusa sem decotes e com manga, mas pelos menos, pensava a garota, a saia era azul, um azul bem claro que lembrava ao mar, e ela sempre achou o mar tão lindo e todos os aqueles animaizinhos que tinham nele, é tão exuberante, pena que ela nunca foi em um, então as vezes ela imaginava qual seria a sensação de sentir as pequenas ondas atingindo seu corpo ou a areia branca debaixo dos seus pés e se lamentava por saber que sua mãe não deixaria ela ir à praia. Ela sempre dizia, "Você é uma garotinha decente, Celeste. Mulheres vulgares vão para a praia praticamente nuas, chamando atenção dos homens e despertando desejos inapropriados neles usando o próprio corpo. Elas exibem e pecam mostrando pele demais no momento que o Senhor não permite. Você não é assim, meu bem." o que era confuso para a pequena, ela não queria ir para a praia se exibir, só queria ver o mar de pertinho.

- Você acha que consegue caminhar em uma velocidade um pouco maior? - A mulher perguntou e deu um leve aperto na mão da garota exibindo um sorriso encorajador.

- Sim senhora - Celeste sorriu para a mãe, e aumentou a velocidade dos passos.

As duas estavam caminhando até uma pequena papelaria, que era apenas duas quadras do casarão onde elas moravam, para comprar o material escolar da menor. Celeste desde que tinha quatro anos de idade estudou em casa, sua mãe, na época professora de uma escola pobre do bairro, dava aulas para ela quando não estava no trabalho, o que foi bem produtivo para a criança que aprendeu tudo numa facilidade assustadora, mas agora, quase quatro anos depois a senhora conseguiu entrar no corpo docente de uma das melhores escolas privadas da cidade, e fez um pedido de bolsa de estudos integral para a criança de sete anos, que quase foi negado.

- Bom dia, precisa de ajuda para achar o que a senhora precisa? - Uma mulher negra com cabelo curto se aproximou com um sorriso simpático assim que as duas entraram na papelaria.

- Mamãe e eu queremos material de escola - Celeste informou assim que a mãe ia abrir a boca para falar algo. A atendente desceu olhar até a menina e sorriu mais uma vez.

- Ah mas que linda menininha temos aqui - A outra abriu um sorriso tímido - Como se chama lindinha?

- Obrigada você também é muito linda moça, e eu me chamo Celeste.

- Eu sou Louisa, muito prazer em conhecer-la - A pequena levantou a mão em direção a mulher que lançou um olhar surpreso para mãe, encantada com a educação da garota, mas logo depois apertou a mão estendida.

- Nós vamos escolher algumas coisas mas se precisarmos de ajuda chamamos, ok? - A mãe de Celeste deu um sorriso sem mostrar os dentes para a atendente que apenas balançou a cabeça, deu um último sorriso para elas e se afastou. - Agora vamos procurar algumas coisinhas pra você - Andaram até uma prateleira cheias de cadernos de cores e modelos diferentes.

A mãe já tinha riscado seis ítens escolares da lista, que a escola havia entregado quando ela fez a matrícula da filha, faltava apenas um caderno para desenho.

- Mãe? Olha que lindo - Celeste vinha do outro lado do corredor praticamente saltitando segurando um caderno contra a peito, a criança sorria como se tivesse acabado de achar um doce. Quando chegou perto da mãe, começou a balançar com animação, o caderno. - Eu quero esse por favor? - Fez um biquinho, que a mulher considerou bastante fofo e começou a repetir "Por favor, por favor, tem várias borboletas nele, por favor?"

- Se acalme Celeste - Disse e a criança parou de balançar o caderno mas continuou sorrindo. - Deixe-me ver - Pegou o caderno das mãos da menina observando-o parando o olhar no preço antes de fazer uma careta discreta.

- Tem tantas figuras, as folhas são rosas e eu nunca vi tanta borboleti...

- Não podemos comprar-lo meu amor - A expressão dela murchou, ela abriu os lábios suspirando triste e depois de alguns instantes abaixou a cabeça murmurando um "tudo bem" - Esse é dobro do preço do que eu tinha escolhido pra você, se a mamãe tivesse dinheiro compraria para você, mas no momento não temos condições para isso - A mulher tocou o queixo da criança fazendo com que ela erguesse a cabeça e deu um sorriso fraco para a garota. A mãe se sentia culpada por dentro, Celeste era uma boa filha e quase nunca pedia nada e quando fazia isso, ela não tinha condições de dar.

A condição financeira deles não era das melhores, o pai trabalhava como segurança em uma joalheria dezoito horas por dia e tudo que ganhava era para pagar a alimentação e a prestação do antigo impala que eles tinham comprado à dois anos, a mãe tentava pagar o resto das contas com seu salário de professora. A única excessão foi um fina corrente que o pai tinha comprado para garota mas aquilo foi bastante planejado e o chefe do marido de Cristina tinha feito um bom desconto, porque ele era um bom funcionário e também porque ele achava Celeste uma criança adorável.

Os pais da garota à amavam e torciam para que ela que entendesse que não compravam certas coisas por falta de dinheiro e não por egoísmo ou maldade, eles dariam o mundo à ela se pudessem.

Uma hora e meia depois, Celeste estava com uma vassoura longa demais para ela limpando o chão da sala de estar, sua mãe estava no quintal de casa lavando algumas roupas e disse que a menina não poderia ajudar, então, a pequena começou a tirar o pó dos móveis e varrer a casa, e depois que terminou de limpar os dois quartos, o banheiro, a despensa e cozinha, faltava só a sala e garagem.

- Como está tão sujo de pozinho? Mamãe limpou isso ontem - Resmungou varrendo a sujeira para uma pá e em seguida jogou dentro de um saco preto. - Ótimo acho que ficou limpo - Olhou a sala toda. A poltrona marrom claro do seu pai, o sofá coberto por uma capa, a televisão antiquada, o armário com as louças preferidas da sua mãe e um grande retrato em preto e branco da família quando eles visitaram o zoológico pela primeira vez - É...Tudo limpo - Falou consigo mesma pegando a vassoura, a pá e o saco preto indo até a garagem.

O lugar estava todo desorganizado, aquele era o único cômodo que só o pai usava e quase nunca era limpo, tinha umas manchas pretas no chão, lama e areia formando marcas de pneus, aquilo ia dar trabalho pra limpar, mas antes que a garota começasse a varrer, uma bola de futebol estampada com super heróis rolou pela pequena brecha do portão, e foi direto para um poça de óleo, ainda molhado, no lado de Celeste. Ela franziu as sobrancelhas, na rua não tinha nenhuma criança, as casas era de senhores de idade ou família com adultos, nunca tinha visto alguém da sua idade ali, por isso quando ela virou o rosto e viu pés calçados por tênis pela brecha e pequenos braços fazendo força para levantar o portão da garagem, ficou parada tentando processar tudo aquilo.

- Eu falei pra você não chutar a bola forte, pirralho. E não entra ai dentro, eu vou falar pro pai que você tá na casa dos outros sem permissão - Ouviu a voz fina de longe seguido de um leve bufar do outro lado antes do portão ser erguido.

O menino colocou as mãos sobre os joelhos curvando o corpo e deu um longo suspiro, Celeste apenas observava-o.

- Eu não acredito que você estava aqui esse tempo todo e não me ajudou - Balançou a cabeça indignado olhando Celeste - Mas que saber? Você não ia conseguir me ajudar mesmo - Ele se aproximou. Celeste cruzou os braços incrédula com atitude dele, porque além de invadir a sua garagem, estava duvidando da capacidade dela.

- Por que você acha que eu não conseguiria abrir um simples portão?

- Porque você é menina e fraquinha - Mas que grande bobagem, ela pensou. A menina apenas revirou os olhos para ele.

- Essa bola é sua? - Perguntou enquanto pegava do chão a bola que agora, estava suja de óleo e entregou para ele. - Ela sujou toda.

- Ah... isso acontece quando eu resolvo brincar na garagem e tem alguma coisa de carro no chão também - Ele suspirou e passou a bola no short jeans que usava e Celeste arregalou os olhos - O que? -Perguntou sorrindo. Ele tinha dois dentes faltando, um de cada lado da boca mas ainda sim era um sorriso fofo, ao contrário de Celeste, ela tinha um dente da frente faltando.

- Sua roupa também está suja agora, sua mãe não irá brigar? - Perguntou com a mão na boca.

- Eu fico sujo direto e ela quase não briga - ele olhou para a bola - Tá vendo esse super herói aqui? - O menino ficou do lado de Celeste e apontou para o super herói com uma capa azul bordado na bola. Ela assentiu mesmo não sabendo nada sobre super heróis. - Esse é o super homem, ele é o mais poderoso de todos, e eu sou ele - A menina sorriu.

- E que poder o super homem tem? - O rosto do garoto se iluminou.

- Ele poder voar, voar muito alto mesmo, tipo pássaro e avião sabe? - Nesse momento o menino já falava alto e animadamente - Ele tem visão de raio x, visão que destrói tudo e ele é forte, o mais forte de todos e é de aço.

- Ele parece ser incrível, mas nunca vi - Deu de ombros e o menino olhou ela chocado. - Eu não assisto muito televisão.

- Você não assiste desenho? - Quase gritou - Você faz o que então?

- Brinco com a minha boneca, ajudo minha mãe ou estudo.

- Isso parece ser chato.

- Para mim não é.

- Como você se chama? - O menino perguntou enquanto ia para fora da garagem.

- Me chamo Celeste - Acompanhou ele só que andou um pouco mais devagar.

- Eu sou o Jeremy. Acabei de me mudar para a casa da frente sabia?

- Hm isso é legal - Tinha um caminhão enorme em frente da casa branca e alguns homens retirava móveis bonitos de dentro dele.

- A gente podia jogar vídeo game algum dia, e talvez eu te mostro minha coleção quase completa de super heróis. - Ela não respondeu, apenas olhava a casa da frente. Uma menina alta, com o cabelo loiro igual ao do Jeremy vinha na direção das crianças, ela usava um saia bem curta e tinha fones ouvidos envolta do pescoço.

- Se você acha que não vai ajudar com a mudança está muito enganado sua peste - A voz dela era tão fina e enjoada, que Celeste teve vontade de tampar os ouvidos mas quando a adolescente abriu um sorriso na direção da menina, Celeste sorriu de volta se esquecendo da voz que ela tinha, e torceu para que futuramente tivesse um sorriso igual aquele.

- Que menina fofa que você é - Disse e tocou o cabelo da menor. O cabelo dela tava preso em um coque mal feito e alguns cachos saiam lugar.

- Obrigada, você é linda - A menina suspirou e olhou para o irmão

- Por que você também não educadinho assim? - Jeremy só bufou e começou a caminhar até sua casa gritando "tchau Celeste" no meio do caminho e garota loira foi logo em seguida, acenando para Celeste antes.

xx

22/01/2007

Comprei material escolar.

Vou estudar numa escola que a mamãe trabalha.

Será que vou fazer amigos?

Acho que fiz um amigo hoje.

Ele se mudou hoje para a casa da frente.

Ele tem cabelo e sorriso bonito

Ele se chama Jeremy.

Jeremy tem uma irmã, ela é linda.

Quando acordei papai não tava em casa

Vou dormir e papai ainda não está em casa.

Celeste.xX

_________________________________________

obrigada aos votos e comentários do capítulo anterior vocês são maravilhosos :))

vai ser um porre esses primeiros capítulos mas no decorrer da história pode melhorar

desculpem qualquer erro de português

votem e comentem muito

com amor, carol

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