A Tormenta de Samara

By bezerra_gee

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Plágio é crime, por favor NÃO queria passar vergonha. Após ser abandonada pela mãe, Samara enfrenta vários... More

A Tormenta de Samara
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Bônus Gabriel
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Bônus Jack

capítulo 6

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By bezerra_gee


Depois de um incansável tempo esperando até a chegada em casa, finalmente chegamos. Meu pai, um pouco desajeitado, parece trêmulo ao mexer com o controle do portão. Meu pai tem certa diferença de todos nós, em lidar com seus sentimentos. Sente a incrível necessidade em guardar tudo o quê lhe corrói pra si mesmo, não joga pra fora.

E todos nós sabemos...Quantos mais o veneno fica, mais és destruidor.

-Pai, o senhor está bem? - Digo olhando para ele com um tom de preocupação.

-Claro, filha. Por que não estaria? Bom...Fora todo esse susto que você me passara, estou completamente bem - Diz Aladart, meu pai, tentando sair um pouco pela tangente.

Por instantes, imaginei que meu pai estaria naquela situação, por parte, da minha gravidez, mas também, por parte, da volta de Laura. Isso apavorava a todos nós.

Com o apertar um pouco trêmulo no controle do portão, o portão se abre.

-Ei, filha, pode deixar que eu vou aí te ajudar, não desça sem mim.

-Deixe disso, pai. Tô gestante, não deficiente.

-Na na na não - Diz Gabs', virando-se o corpo para o banco de trás onde eu me encontrava. Com um acenar vagaroso com seu indicador, formando ideia de ''não''.

-Ah, Gab's. Eu estou bem, poxa. Pode deixar.

-Não, moça custosa. Permaneça no carro.

Meu pai desce, vai até a direção de Gabriel e ambos vão em direção a minha porta. Sentia-me bem com dois excelentes mordomos ao meu dispôr, haha.

Gab's, com todo aquele porte poderoso, me carrega no colo, com certa ajuda de meu pai, que sai abrindo as portas, até o sofá da sala.

-Bem melhor agora, moça, não é mesmo? Rrun. - Diz Gab's presunçoso.

-Certo, maninho. Mandou bem, ha. Só errou no local. Quero ficar um pouco só, no quarto.

Não quero a movimentação da televisão da sala e etc.

-Ah, entendo...Coisas de gestantes, né? Haha. - Diz Gab's com um ar gozador.

-Aff. - Agora mais essa.

-Mas certo, farei sua vontade, cara majestade. - Gab's sempre tão divertido.

Ouve-se um grito:

-GABRIEEEEEEL. -Veio-se do quarto. Era Aladart. Parecia precisar de algo.

-Já vou, papai. - Gabriel interessado. - Consegue ir sozinha pro quarto?

-Claramente, né, ora essa. Estou de um mês, querido, não nove, rrun.

-Juízo.

Gab's com um olhar penetrante de correção, sobe ás pressas para atender o chamado de papai.

Levanto do sofá, precisando da ajuda do apoio lateral.

-Meu deus...Será mesmo que já estou sentindo os efeitos da gestação? - Falo sem emitir som, apenas ao mexer dos lábios. Algo parecido com um pensamento alto.

Caminho até as escadas. Estendo primeiramente o braço direito, agarro com severidade o corrimão de madeira silvestre da escada. Subo contando degrau por degrau, talvez com medo de desvencilhar de um e deixar por cair. Um ar de curiosidade me chama para ouvir a conversa dos dois. Seria muita curiosidade a minha?!
Ah...Mas vai que seja algo de meu interesse...Não custa nada.

Caminho até a porta do quarto, onde pode-se ouvir sussurros preocupados.
-Mas, mas...Como farei com ela? Não sei por onde entrar em contato. Não sei...Me sinto cada vez mais afundado nisso.

-Pai, o senhor conseguirá se resolver com Laura. Não precisa ir atrás dela, ela virá atrás de nós. Ela quererá o dinheiro de vovó, com certeza. Claramente que não vencerá.

-É, aliás, até já procurou. Graças a Deus eu estava no hospital com sua irmã, não pude atender pois deixei o celular aqui em casa. Vi assim que cheguei. Ela deixou uma mensagem de texto.

-Nossa, deixe-me ler - Diz Gabriel se aproximando do celular.

Depois da leitura da mensagem, fez-se silêncio e passos vagarosos podiam ser ouvidos.

Meu Deus...Estão vindo. Sabia que aí tinha. Resolvi dar de ombros. Aquela conversa não me viria bem. Nem pra mim, nem pro meu bebê, que agora, será uma segunda responsabilidade. Corri pro meu quarto, tentando, ao máximo, silenciar os passos, que por ali, se encontravam apressados.

Deitei na cama. Minha cama sempre tão confortável...Mas, hoje, não condizia muito com seu habitual. Mas talvez fosse eu, minha cabeça, minhas preocupações, não a pobre cama.

Logo ouço um bater de portas e um andar cintilante.

Gabriel abre a porta com uma certa cara de pânico.

-Samara...? Tem um tempinho?- diz Gab's franzindo a testa.

-Já disse para bater na porta antes de entrar. Eu podia estar nua.

-Tá, me desculpe. Da próxima eu bato. Preciso conversar algo sério - Diz Gab's aumentando o espaçamento dos lábios.

-Sim...? Comece.

-Bom...Laura entrou em contato com papai. Ela está querendo parte da herança de vovó. Está com advogado e tudo o mais. Parece que teremos de comparecer numa reunião amanhã, ficar cara a cara com ela.

-Mas o quê? Ficar cara a cara com Laura? - Digo espantada com um ar de negação.

-Sim. Ou é isso, ou é perder toda a herança de vovó para essa ...essa LADRA.

-É verdade. Bom...Fazer o quê, né? Teremos de ir. - Digo demonstrando total insatisfação, mas não daria à ela esse gostinho. Nunca ousou se importar com os próprios pais e agora que a herança que eles deixaram.

-Certo. Então, se apresse para ir dormir mais cedo hoje. Saíremos cedo amanhã.

-Ok. E papai? Como ficou ao receber a mensagem? Ele irá?

-Ficou surpreso, eu diria. Não, não irá. Isso diz respeito apenas a nós dois, os herdeiros legais.

-Tudo bem. Provavelmente saírei com Carlos hoje. Contarei a ele a novidade do bebê - Digo empolgada.

-Nossa...Contará hoje mesmo? - Gab's demonstrando espanto.

-Sim, direi hoje mesmo. Provavelmente marcarei com ele em algum café ou coisa do tipo.

-Excelente. Me conte das novidades. Agora...Deixe-me ir. Preciso encontrar com Eduardo, um amigo antigo do colegial. É novo na cidade, quer umas dicas de lugares ''encantados'', se é que me entende.

-Ah...Você e seus prostíbulos- digo com um ar de não aprovação.

-Haha, deixe-me ir.

Gabriel sai um pouco agitado. Por um momento, parece ter ignorado toda a situação da qual nos encontramos.

Mas tudo bem, é até melhor assim. Não sofrer antecipadamente. Levanto-me, vou até minha estante ao lado da janela, apanho meu celular.

-É...Será hoje mesmo- penso comigo mesma.

*Truu Truu Truu
Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens, sujeito a cobrança após o sinal. Pliiim*

-Ah,que legal...Carlos não atende- penso comigo mesma. Tentarei de novo.

*Trruuu Truu Truuu...*

-Alô. - Diz Carlos aparentemente nervoso.

-Olá, amor.

-Ah..Oi, é você, né...

-Sim - Digo desconfiada. - Não tens meu número salvo?

-É...Tenho, tenho...É que não estava esperando uma ligação sua.

-De quem estava esperando? Rrun. - Digo enciumada.

-De uma...Ah, amigo. UM amigo. Trabalho, sabe...?! - Carlos aparentemente nervoso.

-Certo. Está tudo bem? Me parece um pouco nervoso.

-Não, não...Estou bem...É...Bem...

-Hum...Ok. Bom, queria lhe contar as novidades.

-Certo. Diga.

-Não, não. Tem de ser pessoalmente. Não posso dizer isso pelo telefone. Podemos nos encontrar no Café Le Tout?

-Droga. Agora?

-Droga? Não está feliz?

-Estou, estou...É que...Bom, eu aguardara uma ligação do trabalho. Mas suponho que o quê tens a me dizer seja importante.

-Hum...Certo. Bom, daqui uma hora me encontre lá. Tomarei um banho.

-Tá. Te vejo em breve. Tchau.

-Tchau, amor.

*Chamada encerrada*

-É...Carlos não me pareceu nada normal hoje. Só espero que ele esteja de mente aberta para me ouvir.- Penso comigo mesma.

Após o banho, me encontro num ar de transe e alegria. Parece que realmente o novo ser que está dentro de mim, está surgindo efeito. Oh, que dia formidável.

Contarei tudo ao Carlos, me resolverei com ele e...ah, do jeito que ele é, me pedirá em casamento.

-Pai, vou sair- grito em direção ao quarto

-Mas sair, minha filha? - responde meu pai- Você não estava boa até uns minutos atrás.

-Mas agora estou. Vou contar ao Carlos sobre o bebê.

-Hum...tá, pode ir. Tchau. E cuidado. Leve meu carro. Deixe o celular ligado.

-Tudo bem, pai, tudo bem.

Pego as chaves na estante ao lado da porta, entro no carro.

Chegando no café, logo vejo a movimentação. Não parece muito cheio, ainda bem. Para um pedido de casamento, né...quero tudo formidável, haha.

-Olá, senhora- diz o garçom- vamos realizar o pedido?

-Ah, ainda não. Estou esperando meu namorado.

-Oh, certo. Quando for pedir, me chame- diz o garçom.

Esperando alguns breves, ou não tão breves vinte minutos, Carlos aparece com seu carro. Estaciona de qualquer jeito, desce meio desorientado e aparentando nervoso.

-Olá, amor.

-Oi, Carlos. Demorou, hein?

-Tava resolvendo coisas do trabalho. O quê queres me contar?

-Espere. Não vai querer pedir algo?

-Não.

- Quero ser curta e breve, você ficará feliz.

-Pois bem, comece.

-Eu estou grávida.

Houve-se um momento repentino de silêncio.

De repente, aos berros:

-GRÁVIDA?- diz Carlos com muita fúria batendo os punhos fechados na mesa de carvalho, fazendo o copo cair no chão.

-Acalme-se, amor. Sim, grávida- digo espantada.

-Mas é sério? GRÁVIDA? Não pode ser.- diz Carlos perdendo cabeça.

-É Carlos, eu estou grávida? Como assim?Não quer este filho? - Pergunto já com medo de que ele me rejeite.

-Oh, meu Deus...amor, não pensei assim, é claro que eu quero. Mas não acha que está cedo?

-COMO ASSIM, CARLOS? Eu não planejei essa gravidez. - Carlos me parecia nervoso. Ele estava muito estranho.

-Venha, vamos amor.

-Para onde?

-Vamos. Corra! Entre no meu carro.

-MEU DEUS, CARLOS. Vamos para onde?- Digo entupida de ódio por ele não me dizer nada. - O que está acontecendo?

-Não, cale a boca. Eu errei. Não sabia que estava grávida. Eu ganharia um bom dinheiro. Podíamos ir viajar e esquecer tudo isso, até mesmo nos casar. Mas depois falamos nisso, entre no carro, agora!

-Mas...mas... O que está acontecendo?

-AGORA!

Entro no carro ás pressas com Carlos. Ele acelerada, me sinto jogada para trás. Com certa dificuldade, tento ligar para meu pai.

*Truuum Truuummm Truuum

Sua chamada está sendo encaminhada para a caixa de mensagens e será sujeita a cobrança após o sinal, triiim*

-Droga, ele não atende. - Após dizer isso, Carlos acelera mais ainda o carro.

-EU TÔ TENTANDO, MAS O TRÂNSITO NÃO ESTÁ BOM.

-O quê você dizendo? Nossa, Carlos, nossa...

-Espere. Vai acabar bem. Depois eu te conto, prometo.

Chegamos em casa. Carlos tira um revólver da calça. Não sabia que ele tinha um revólver. Arromba a porta, nem espera que eu tire as chaves e, entra correndo gritando meu pai.

Eu corro, acendo as luzes e grito meu pai.

-PAIIIIIII.

-Droga, CADÊ ELE? CADÊ?

-Eu não sei, não sei- digo já bem assustada.

Subo as escadas em direção ao seu quarto. Ali está ele. Deitado sob a cama, de bruço. Sua boca estava espumando. Á longe, um homem encapuzado abre e pula a janela.

-CHEGUEI! Meu Deus, aí está ele. Precisamos levá-lo para o hospital.

-UM HOMEM ESTAVA AQUI. Ele acabou de pular a janela. PEGUE-O.

-Certo!

Carlos chega até a janela, vê o homem fugindo pelo jardim. Numa fração de segundos, mira no homem e tenta acertar. O homem esquiva e revida com uma metralhadora de mão.

-MEU DEUS. Carlos, saia do quarto, vá pegá-lo.

No momento de tensão, não me atinei em ligar pro meu irmão, que por ali não estava, muito menos para a polícia.

Só queria que acabasse tudo bem.

A intensa troca de tiros ainda continua, até surgir um gemido, facilmente detido pela dor:

-AIIII!

-Meu Deus, Carlos. Você está bem? - digo largando um pouco o meu pai ainda estava na mesma posição, mas aparentemente não respirando mais- você foi acertado?

-A-m-oor...saiba que eu sempre te amei. Não fiz isso para te prejudicar. Aliás, queria dinheiro para podermos ir viajar e nos casar.

-Carlos...o que estava acontecendo? Quem era aquele cara?

-Ele não está morto, tudo...tudo...ai....ficará bem!

Carlos se levanta com dificuldade agarrando a porta.

-Nem mesmo que eu morra, levarei ele comigo. Ele matou seu pai, eu não.

Carlos corre em direção a janela e a pula sem pensar duas vezes. Eu fico sem entender do que ele fala. Ele diz coisas sem nexo.

-MEU DEUS. CARLOOS!

Ele cai com tudo no gramado. Urra de dor. Carlos aponta a arma para o homem encapuzado, que agora entra num jipe preto. Com sua boa mira e talvez seu último fôlego de vida, Carlos atira no tanque de combustível do carro, fazendo com que o carro exploda.

Após a explosão eu corro para perto do meu pai e fico ali ao lado da cama do meu pai, esperando que ele acorde. Sei que não devo ficar nervosa por conta do bebê, mas é impossível não ficar nervosa com tudo o que está acontecendo.

Começo a passar mal, acho que é todo o nervosismo da situação, sinto minha visão ficar turva, vejo tudo rodar, sinto um frio na espinha e de repente minha visão vai escurecendo e eu acabo desmaiando ali no chão de mogno do quarto do meu pai.

Com vários tapas no rosto, eu acordo. Há um imenso barulho lá fora e um corre-corre. Ao abrir os olhos, poucamente lúcida, vejo meu irmão gritar:

-Meu Deus, o quê houve aqui?

Levanto-me com ajuda de meu irmão.

-Cadê meu pai? Aonde ele está?

-Acalme-se, irmã. Ele foi levado para o hospital. Os paramédicos já estão voltando para vir te resgatar. Não se mova.

Eu estava sentindo minha cabeça pesada, ainda estava meio tonta e fria. Laura. É a única explicação que passa pela minha cabeça. Ela só podia estar por trás de tudo isso. Só podia ser ela, não tem outra teoria para tudo isso.

-LAURA!- grito pro meu irmão- ela está por trás disso tudo.

-Acalme-se, irmã. Não sabemos de nada ainda.

-NÃO. SABEMOS DE TUDO. AQUELE HOMEM FOI ENVIADO POR LAURA PARA FAZER TUDO ISSO. - Grito meio histérica. Gabriel tinha que acreditar em mim.

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Mais um capítulo repostado minha gente.
Beijinhos
#Miiah

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