Lauren POV
A campainha de minha casa toca e eu vou até a porta atender sabendo de antemão que era Camila, já que liberei a sua entrada na portaria.
-Oi Camila. –A cumprimento meio sem jeito.
-Oi Lauren, tudo bem? –Fala apenas por formalidade.
-Pode entrar. -Cedo a passagem e ela entra.
-Eu prometo ser rápida Lauren, não quero tomar muito do seu tempo, só vou pegar minhas coisas e ir embora. –Ela fala secamente.
-Camz, também não precisa ser assim, sei que não estamos mais juntas, mas você é sempre bem-vinda em minha casa.
-Não, eu não quero ficar muito tempo aqui e acabar dando de cara com seu, noivo. –Ela fala a última palavra com dificuldade e desdém.
Ela anda rápido de um lado para outro em minha casa colocando suas coisas em um caixa e suas roupas em uma mala, nem percebia que tinha tantas coisas de Camila aqui, eu já estava tão habituada a ter as coisas dela em meu apartamento.
-Camila eu só quero que você saiba que toda essa situação também dói em mim, não é só porque eu terminei com você que eu também não fiquei mal.
-Lauren o que você quer hein! Porque está mexendo na ferida.–Ela fala abrindo os braços. –Me esfaqueia e fica girando a faca.
-Não!!! Eu só quero te dizer que apesar de ter escolhido outra pessoa, eu ainda gosto de você, bastante!!
-Não o bastante pra ficar comigo, não é mesmo. –Ela fala e eu sinto uma pontada em meu peito.
Ela junta suas coisas fecha sua mala e vai em direção a porta com pressa.
-Posso te dar um abraço?! –Pergunto antes dela sair.
Ela pensa por um tempo, mas depois balança a cabeça confirmando.
Vou até ela a abraçando apertado, mas sinto que o abraço dela não é tão carinhoso como de antigamente, é mais seco e com pouca intimidade, mas não a culpo, fui eu que causei isso.
Ela beija minha bochecha e aproxima sua boca de meu ouvido.
-Espero que você seja feliz Lauren, do fundo do meu coração. –Ela diz e depois sai pela porta me deixando chorosa.
(.....)
Dias depois
A casa dos meus pais está toda arrumada, com o dobro de convidados que costuma sempre ter, e eles não conseguem disfarçar a felicidade em seus rostos por eu ter finalmente aceitado o pedido de noivado de John, mas eu, sinceramente, ainda não consegui atingir esse sentimento de felicidade que achei que conseguiria alcançar no dia de meu noivado com John, talvez por ele ter sido em detrimento do meu namoro com Camila. Acho que ainda estou emocionalmente abalada por tudo, mas acredito que isso aos poucos irá passar, e eu voltarei ao meu relacionamento de antigamente com meu noivo.
Entro na sala de meus pais onde estão os convidados, e John assim que me vê sorri, ele bate um garfo em sua taça de Champanhe pedindo a atenção de todos, que olham para nós.
-Sra Jauregui, Sr Jauregui. –Ele diz olhando para meus pais. –É com muita honra e amor, que peço aos senhores, a mão de sua linda filha, Lauren Jauregui, em casamento!
Todos batem palmas e meus pais a consentem animados, ele tira uma caixinha de joia de seu bolso mostrando para mim, queria que ele se ajoelhasse como todos os noivos costumam fazer, mas entendo porque ele não faz isso, John nunca foi de se ajoelhar para ninguém.
Ele coloca o anel de noivado em meu dedo anelar, era o mesmo que tinha visto em minha sala quando me deixou a carta, e nos beijamos pela primeira vez depois de tanto tempo, sinto o beijo dele diferente, acho que por ficar tanto tempo sem beijá-lo, ou talvez a minha forma de beijar que tenha mudado, ou meus próprios sentimentos.
-Prometo que dessa vez não ficaremos tanto tempo noivos. –John cochicha em meu ouvido. –Nosso casamento será em breve.
Sorrio como resposta não sabendo o que falar.
Recebo as congratulações de todos os convidados pelo noivado, e meus pais não cabem em si de animação.
-Você irá fazer um bom casamento minha filha. –Meu pai fala. –E tenho boas novidades, John me falou que será diretor do Hospital dos pais dele, ele terá um grande futuro pela frente, e me disse que você poderá trabalhar com ele se quiser, ser uma das diretoras também.
-Não pai, estou bem onde estou.
-Mas filha....
-Pai, por favor!–Falo firme. –Quero ter minhas conquistas por conta própria, não porque estou casando com um dos diretores, vou continuar no hospital que estou, é um ótimo hospital, aprendi muita coisa lá.
-Ok filha, se é o que você quer. –Ele concorda e fico impressionada por ele concordar logo de primeira, acho que está tão feliz pelo noivado, que não liga muito para isso.
Depois de um tempo John vem em minha direção me abraçando e me dá um beijo. –Está gostando da festa, minha linda?
-Sim, só acho que você não precisava convidar tanta gente, só nossos familiares estaria ótimo.
-É que eu queria que todos presenciassem a nossa união.
Camila POV
Estou em cima de um andaime terminando de encaixar uma tábua de madeira em uma casa que nossa empreiteira está construindo, mas estou tão distraída, que meu pai percebe e sai de onde está para falar comigo.
-Camila desce daí! –Ele fala firme.
-Pai! –Brigo.
Camila desce desse andaime agora!! –Ele manda dessa vez.
-Que foi pai?! –Digo descendo.
-O que foi.....você está tão distraída que era capaz de cair de lá de cima, ainda bem que está com o equipamento de segurança.
-Eu não estou distraída. –Falo relutante.
-Ah não! Você colocou a placa de madeira ao contrário e nem percebeu que o encaixe está errado. –Ele fala e eu percebo que realmente fiz isso. –Você nunca faz isso minha filha.
-Desculpa, é que ando um pouquinho desconcentrada. –Admito.
-Eu sei, por isso que pedi para você descer.....em nosso trabalho temos que ter o máximo de atenção....mas sinceramente, não é uma coisa que posso cobrar de você ultimamente. –Ele fala compreensivo.
-Me desculpe pai, eu realmente não estou nos meus melhores dias.
-Eu sei, por isso quis te dar uns dias de folga... –Ele faz uma pausa limpando a garganta. -...depois de tudo que aconteceu.
Depois que ele fala isso meus olhos ficam meio turvos, sei que estou quase chorando
-Vem, vamos ao meu escritório. –Meu pai me chama vendo minha cara derrotada.
Tiro meu capacete entrando em um grande container, onde meu pai fez de seu escritório móvel, ele leva esse Container para cada obra que seguíamos.
-Vou te dar umas férias, você merece já que faz um bom tempo que não tira.
-Pai, não....eu quero trabalhar, me mantendo com a cabeça ocupada, talvez me faça esquecer dela. –Falo e começo a chorar não conseguindo me segurar, meu pai vem me consolar em uma abraço carinhoso e eu correspondo. –Eu a amo pai, eu a amoo!!!! –Digo chorando.
-Mila, ouça um conselho de seu velho pai...-Ele me encara. -....trabalhando ou não, sua cabeça ainda vai estar sempre nela, está tudo muito recente ainda, acho que você deve viajar, respirar novos ares, antes que acabe causando algum acidente nessa obra. –Ele diz a última frase me fazendo sorrir. –Acho que vai te fazer bem.
-Tá bom, acho que vou seguir seu conselho. –Digo encarando ele.
-Chore o que você tem para chorar Camila, e depois levante a cabeça e siga em frente. –Ele diz pegando em meu queixo.
–Apesar de achar que....-Ele termina a frase no meio.
-Achar o que pai?
-Não sei, alguma coisa no olhar de Lauren quando eu a conheci, ela não desprendia os olhos de você Camila, e ficava sorrindo, sabe, eu percebo um olhar apaixonado quando vejo um, e ela estava com este olhar.
-Pai, não fique me iludindo, apaixonada ou não, Lauren não está mais comigo.
-Ok, ok, não está mais aqui quem falou. –Ele diz levantando os braços. –Agora saia dessa obra e vai curtir suas férias.
-Obrigado pai. –Digo o abraçando. –Por você sempre cuidar de mim.
-Oh minha filha, esse é meu dever. –Ele fala carinhoso.